Entrei no quarto devagar, quase sem respirar. O cheiro quente do suor e da entrega tomou conta do ambiente. Ela estava ali, de quatro, o corpo brilhando sob a luz suave, o cabelo grudado no rosto, marcado pelas mãos que eu não conhecia.
Os sons — os gemidos, a respiração ofegante — eram altos demais para fingir que não estavam ali. Ela não me viu chegar imediatamente, mas quando ergueu o rosto e encontrou meus olhos, um sorriso cansado, mas provocante, se abriu nos lábios dela.
Ela tentou falar, mas só saiu um suspiro. Então, num tom baixo, quase um pedido e uma provocação ao mesmo tempo, ela disse:
— Amor... me perdoa, mas se quiser participar... só vim.
Fiquei parado por um instante, o coração batendo forte, aquela mistura de dor, desejo e surpresa queimando dentro de mim. Então, com voz firme, mas suave, respondi:
— Você fez a escolha certa. Eu vi tudo… E olha só como você me deixou. Escolheu alguém que ninguém conhece, perfeito demais.
Ela piscou, meio sem fôlego, e murmurou:
— Eu sabia que você sempre sonhou com isso. Era só fantasia até agora, mas eu decidi tornar real.
Me aproximei devagar, sentindo cada passo como se fosse um convite.
— Quero ver você se soltar com ele… E depois, quero que saiba que o meu lugar é aqui. Com você.
Ela sorriu, aquele sorriso molhado de suor e vontade.
— Então fica aqui… Assiste. Sente cada momento. Depois é sua vez
Abracei a calma antes de me aproximar devagar, sentindo o calor do ambiente envolver meu corpo. O perfume dela, misturado ao leve suor da entrega, era quase hipnótico. Toquei seu braço com delicadeza, um gesto silencioso que dizia mais do que palavras.
Ela virou o rosto, os olhos brilhando com uma mistura de desejo e cumplicidade. Um suspiro suave escapou, carregado de promessa e vontade.
O homem ao lado parecia alheio à tensão que crescia entre nós, concentrado no momento.
Sussurrei perto dela, com a voz baixa e firme:
— Quando tudo acabar, você vai saber que é só minha. Que isso aqui é só nosso.
Ela apertou minha mão, quente e confiante, e respondeu com um sorriso que dizia tudo.
Fiquei ali, perto dela, sentindo o calor do corpo e o ritmo da respiração que se misturava com a minha. Cada movimento era um convite sutil, carregado de desejo e cumplicidade.
Ela olhou nos meus olhos, com intensidade, e disse, com a voz doce e firme:
— Quero que saiba que sempre foi você. Isso aqui... é só uma parte do que compartilhamos.
Aquelas palavras tocaram fundo em mim, trazendo a certeza que eu precisava para continuar, para fazer daquele instante algo só nosso, cheio de significado.
Aproximei-me mais, sentindo a conexão entre nós, pronto para seguir adiante com tudo o que aquilo representava.
Meus dedos deslizaram suavemente pela pele dela, sentindo o calor que ainda pulsava da entrega que ela tinha dado. Ela fechou os olhos por um instante, deixando escapar um suspiro que parecia dizer “estou aqui, só sua”.
O olhar dela voltou para mim, carregado de confiança e desejo. Eu não precisava dizer nada — o silêncio falava por nós.
Com calma, aproximei meu rosto do dela, tocando a testa com a minha, sentindo a respiração se alinhar. Era mais do que um toque físico — era um reencontro de almas, um pacto silencioso entre marido e esposa.
O homem ao lado permanecia ali, mas naquele momento, só existíamos nós dois.
O ambiente parecia suspenso no tempo, como se o mundo lá fora tivesse desaparecido. Eu estava ali, perto dela, sentindo a pele quente sob meus dedos, o coração acelerado com aquela mistura de desejo e ternura.
Ela abriu os olhos devagar, olhando para mim com um brilho que só nós dois entendíamos — uma promessa silenciosa, uma conexão que ultrapassava qualquer situação.
Sussurrei, quase inaudível:
— Nada vai mudar o que somos. Essa noite, essa entrega... é só mais um capítulo da nossa história.
Ela sorriu, encostando a cabeça no meu ombro, e eu segurei sua mão firme, sabendo que estávamos pronto para seguir juntos, seja qual for o caminho.
Aquela sensação de cumplicidade, mesmo em meio àquilo tudo, era algo que eu nunca tinha sentido tão forte. Era como se o que tínhamos construído, a confiança, o desejo, a intimidade, estivessem se renovando ali, naquele quarto.
Ela levantou o rosto, e nossos olhos se encontraram num silêncio carregado de significado. Era como se disséssemos sem palavras: “Estamos aqui. Juntos.”
Segurei o rosto dela com as mãos, devagar, sentindo o calor da pele que já conhecia tão bem. Aquele momento era só nosso, um respiro dentro da tempestade.
— Você é minha — eu disse, firme e doce ao mesmo tempo.
Ela sorriu, aquele sorriso molhado de desejo e calma, e fechou os olhos, deixando que a noite fosse nossa.
Ficamos ali, em silêncio, sentindo a respiração um do outro se acalmar, o corpo dela contra o meu. A intensidade daquele momento não precisava de mais nada além do toque, do olhar, do entendimento que só nós dois compartilhávamos.
Eu sabia que aquela noite seria só o começo — que a história entre nós estava longe de terminar. Havia um caminho novo, mais aberto, mais sincero, que íamos explorar juntos.
E enquanto o silêncio preenchia o quarto, a única certeza que eu tinha era que, acontecesse o que acontecesse, ela sempre seria minha. E eu estaria ali para provar isso, de todas as formas possíveis.
Ela se levantou com a suavidade de quem sabe exatamente o que quer. Primeiro, passou a mão pelo cabelo molhado, e então olhou para mim e para ele, com aquele brilho nos olhos que falava sem precisar de palavras.
Com um gesto firme e delicado, pegou uma de minhas mãos e, sem perder o contato visual, entrelaçou seus dedos nos meus. Em seguida, fez o mesmo com a mão dele, unindo as três em um só movimento.
— Venham comigo — disse, a voz baixa e envolvente, carregada de uma promessa.
E assim, guiando nossas mãos unidas, ela nos levou para o banho, onde a próxima parte daquela noite iria revelar ainda mais da mulher que ela sempre foi — livre, intensa e cheia de desejo.
A água quente descia em cascata, envolvendo nossos corpos em um abraço ardente, como se apagasse tudo ao redor e deixasse só o presente — aquele momento, aquele desejo.
Ela se virou para mim, os olhos brilhando com a intensidade de quem conhece cada segredo do outro. Com um gesto suave, deixou a água escorrer pelos ombros, revelando a pele que eu tanto amava, brilhando como se tivesse sido iluminada por dentro.
Eu senti a proximidade dela, o calor que transbordava e que parecia convidar para uma entrega completa. Ao mesmo tempo, olhei para ele, que observava com respeito e uma quietude que combinava com a atmosfera carregada.
Ela deslizou as mãos pelo próprio corpo, lenta e decidida, como quem reacende uma chama que nunca se apagou. A cada movimento, mostrava a liberdade, a força e o desejo que carregava, aquela essência que eu conhecia desde o começo.
O vapor subia, misturando-se com a respiração acelerada, e a água fazia uma dança suave, ecoando o ritmo daquele momento intenso, mas delicado.
Era uma coreografia silenciosa, onde cada toque, cada olhar, dizia mais do que mil palavras poderiam.
A água quente deslizava pelos nossos corpos, envolvendo tudo numa sensação de calor e intimidade. Ela se virou devagar para mim, os olhos brilhando com uma mistura de desejo e cumplicidade.
Com a voz baixa, quase um sussurro, disse:
— Amor, quero que me veja… enquanto ele cuida de mim.
O convite vinha envolto numa confiança serena, um chamado para que eu estivesse presente, testemunhando aquela entrega que era só nossa, mesmo com ele ali.
Atrás dela, ele começou a espalhar a espuma com delicadeza, respeitando cada gesto e cada reação dela. Eu fiquei ali, absorvendo o momento — o toque, o olhar dela voltado para mim, a conexão que permanecia intacta.
Era uma dança silenciosa, onde o desejo, o respeito e a confiança se entrelaçavam, mostrando que, apesar de tudo, nós éramos — e sempre seríamos — um.
Enquanto a água continuava a cair, envolvendo nossos corpos, ela me olhou nos olhos e sussurrou:
— Ainda há muito para descobrir... e para sentir. Mas o que importa é que estamos aqui, juntos, prontos para o que vier.
Aquela frase pairou no ar, carregada de promessas e possibilidades. Um convite silencioso para explorar novos caminhos, emoções e desejos — sem medo, sem reservas.
Eu senti que aquela noite era só o começo de algo maior, uma jornada que ia além do que eu podia imaginar.
E, enquanto o vapor subia, deixando tudo um pouco mais turvo, uma certeza clara se formava dentro de mim:
— Isso ainda está longe de acabar.