O aniversário
Na terça-feira eu tinha um monte de coisas pra fazer, sem carro, pegamos ônibus, eu achei super divertido, nunca andava de ônibus, Bosco foi levar Tião para a terra de Murilo, minhas cunhadas queriam que o dentista delas cuidassem dele e que outro ortopedista reavaliasse os braços do rapaz. Ligaram para dizer que passariam no fim de semana para dar um abraço de aniversário. Ele estava se sentindo nas nuvens porque ganhou dois violões marca que gostava, um de cordas de nylon e outro de aço, acústico-elétricos, madeira clara e preto, ele estava falando que nem teve tempo de afinar os dois, que fazia anos que não tocava, sete anos mais ou menos, que tocava quando… aí passou uma sombra de tristeza e ele deixou a lembrança passar sem se agarrar a ela.
Joel e eu lhe demos um boquete e uma cunete assim que abrimos os olhos, mas ele estava indo para a oficina depois de provar duas calças e duas camisas lindas, estava se sentindo especial com a roupa novas que escolhemos. Tio Galvão interrompeu o atendimento para cantar parabéns para ele, bolo de chocolate, os clientes adoraram esperar desde que comessem o bolo, tio Galvão disse que a noite ia ter bolo de chocolate branco com Coca-Cola em casa, era o melhor dia de sua vida, mas a melhor parte era trabalhar, e tio Galvão estava orgulhoso dele. Tio Caio não estava tão orgulhoso de mim, eu não sabia desmontar o banco da moto, trocava a roda depois de mais de meia hora, um desastre, deixava as ferramentas e peças caíram no chão.
Não fui para a oficina naquele dia, ele me chamou no escritório e disse que eu estava tentando surpreendê-lo, o deixar orgulhoso, não estava e nunca ia funcionar, mandou eu só fazer o melhor, então me mandou pegar um papel e iria me mostrar como era a rotina dele na parte burocrática, se eu errasse, um dia de trabalho de Murilo ia ser jogado fora, mostrou a sequência de procedimentos para faturar uma ordem de serviço, a venda de peças e como fazer um orçamento, achei tudo confuso e fui anotando, almocei calado, triste, a tarde passou e eu fui fazendo o que ele me mandou fazer, sempre sério e calado não consigo ler o rosto de meu tio no trabalho.
Escondi minha desmotivação no trabalho, saí para pegar o ônibus com Murilo, ele falava do violão, tomamos banho quando chegamos e ele sentou nu na cama com as pernas abertas, pediu para eu sentar na frente dele encostando minhas costas em seus pelos, pegou um violão e o afinou, disse que ia me ensinar, eu disse que eu não ia conseguir aprender, mas não falei de meu dia, era aniversário dele, me deu uns beijos na nuca enquanto tocou uma música do Lulu Santos, mas não cantou. Depois deixou o violão de lado, eu escorreguei de seu abraço e pedi pra ele tocar a mesma música novamente com o outro violão, ele tocou me viu sério e eu fui abrindo um sorriso, seu pau.
Quando ele pegou o instrumento eu peguei seu pau, cabeça rosada e aquele gosto salgado que surge com seu pré-semen, eu batia com sua rola em minha cara, chupava só a cabecinha, brincava, ele querendo forçar, mas se desafinasse eu parava, se parasse eu saia de perto, ele me chamava de bandido mal intencionado, implorava para a gente foder, nem fodendo.
Meu telefone tocou e eu atendi, mandei ele se vestir, lavei o rosto todo babado do pau dele, disse que tio Galvão chegou com o bolo e pediu para eu descer com ele, tinha salgados e refrigerante pra subir, ele praguejando, Joel nem tinha chegado ainda. Descemos e eu o puxei para o salão de festas, todo decorado com balões amarelo e alguns pretos, muitos balões, as suas irmãs estavam ali com palitos de dentes na mão, ele correu com elas para estourar o máximo possível de balões, foi lindo, Joel e eu ficamos entre mortos de vergonha com a infantilidade e a vontade de fazer igual, de repente todos os convidados faziam isso, colegas de nosso trabalho, nossos (meus) tios, minhas cunhadas, todo mundo, então o bolo de chocolate branco, os parabéns, um jantar, depois o bolo foi servido e todos foram para casa, ele estava eufórico com a festa, podíamos chegar às nove no trabalho, antes de ir ganhamos a máquina de lavar roupas, a de lavar pratos e um forno micro-ondas enorme, ricos dão coisas que não temos como usar, onde vamos colocar a máquina de lavar pratos?
Subimos deixando para trás a bagunça, faz parte do aluguel do salão a limpeza no final, ele estava feliz, todos nós. Chegamos em casa e assim que a porta fechou foi um tal de tirar a roupa para poder foder… “Desculpa, Tião, vou te levar para o banho e…”, Tião me interrompe, pede desculpas e respira fundo, fala Tião. “Eu posso participar? Sem fazer nada, eu ganhei um dente, é provisório, eu queria ver como é. Eu… eu já fodi dois caras, mas era cachaça, pouca grana e era mais barato que as meninas, os caras fizeram fila, na minha vez… na minha vez foi a minha vez, segurei pela lombar e meti, cu é igual em homem e em mulher, meti, mas não teve alegria. Ontem o beijo de boa noite em minha testa, os beijos de Joel em Bosco, hoje ninguém viu Bosco como o gayzinho, eu sempre, todo mundo sempre, todo homem sempre tem medo de ser chamado de gay. A alegria de furar os balões, todo mundo é feliz do mesmo jeito, e essa diferença. Eu posso ficar e ver e se eu me sentir à vontade… eu não sei se eu fazendo isso… eu…”
Bosco disse que se isso acontecer ele vai matar a curiosidade só isso, e apenas Murilo era gay ali, Joel, Bosco e eu gostamos de mulher muito, mas a gente curte mais os homens, a ponto de não sentir falta, e ele é hétero está curioso, e se rolar e ele notar que não foi bom, tudo bem, como perder dez reais, não foi bom e a vida segue com a sexualidade dele confirmada, “No consultório perguntaram se eu era seu namorado, eu fui ao banheiro com você, eu disse que não, que você é só amigo, e hétero, e viúvo, e disponível, e me deram dois números, que estão no meu bolso, mas você não tem telefone, então estou guardando.”, “E você ficou como quando disseram que um cara como você que passa creme no rosto e nos pés antes de dormir ia ficar com um cara como eu?”, “Um cara sofisticado e bonito como eu com um cara rústico e bonito como você? Imagina, nunca, nunca, nunca, eu nunca terei a sorte de um Joel novamente, isso acontece uma vez e acabou, não rolou comigo, perdi. Você é do tipo que vai se divertir essa noite e dizer nunca mais, então não coloque ideias na minha cabeça, eu me contento em ser feliz por minutos algumas vezes por ano, sem amor, e você tem dois números para ligar e eu vou ligar pra você e ter mais chance de arrumar um emprego batendo de porta em porta com meu currículo na mão que fazendo um boquete em um cara ser chamado para um namoro. Relaxa, eu… estou triste com o fim de um relacionamento só isso. Xô baixo astral, palmas, feliz aniversário.” Joel beijou Bosco.
Vimos isso, dessa vez me senti com medo, com ciúme, com vontade de ligar para Fernando e falar sobre isso, e eu estava decidido a fazer isso escondido na hora do almoço. Então eu beijo Bosco, e o ciúme muda, tem raiva e uma vontade de morder e chupar aqueles lábios, sinto um gosto de sal, lágrima. Tião o beija, beijo lento, suave, cheio de uma coisa Disney, “Se você me beijar desse jeito xoxo eu vou acabar contigo na porrada, seu mariquinhas, lembra que eu sou teu melhor amigo, que eu ia contar como era ruim sentir saudades de Joel e tu me ouvindo, falta de grana, emprego merda, e tu me ouvindo, a gente se apoia, me beija pra me dar vontade de viver”, aquilo era beijo, Murilo se sentou no colo de Sebastião que o segurou com os braços engessados, beijo gostoso cheio de esfregar um no outro. “Caralho, Murilo, eu senti que era tu, meu velho, mas eu estava te querendo como se tu fosse a minha mulher, eu quase não te solto, porra, Murilo, agora eu quero te beijar novamente.”, “Porra, Tião, vai roubar meu noivo de mim?”, “Não, Mateuzinho, pelamordideus, Deus me livre, eu só quis beijar meu amigo, só a curtição e eu gosto de tu, meu velho, e… vai tomar no cu, Mateus, medo da porra, caralho, faz medo não, porra. Caralho, agora eu quero mijar”, todo mundo ria dele e queria mijar.
Joel foi com ele e os dois já voltaram nus do banheiro, era uma fantasia, se Joel aumentasse uns quinze quilos no serviço braçal era Tião, Murilo falou isso e depois foi ao banheiro com Bosco, sentei no colo de Tião e fui logo beijando, “Liga não, Tião, Mateus vai se aproveitar de você e não o contrário”, beija bem para um caralho que era bem do tipo que eu gosto, grosso, grande e que fique duro logo, e ele fica, mas ele me agarrou dizendo que eu era o marido de Murilo e que Murilo estava vendo, Murilo volta nu com o pau já pronto, dizendo que via a putaria dele comigo, via e aprovava. Fui ao banheiro, mas voltei vestido, disse que queria filmar para a gente ver no sábado, todo mundo concordou, filmar, ver e depois apagar.
Eu estava era sentindo uma saudade imensa de Nando, naquele momento eu queria era ser um Harry Potter e aparecer por mágica do lado dele, invisível e ver se ele estava bem, se precisava de mim.
Peguei o celular e comecei a gravar, mas Joel tomou de minha mão e fez os quatro formarem um círculo ao meu redor e me oferecerem suas picas, “Vai, amor, você está meio desanimado, mas adora chupar pica, e são tantas, a gente vai fazer você se cobrir de baba engasgando, você sempre quis mamar Bosco e tinha medo de causar confusão, olha a oportunidade, vai, Mateus, já pensou a quantidade de porra só pra você? Depois você fica abandonado ali no cantinho vendo a gente foder, descansando até a gente vir te buscar para o banho”, Joel estava com medo de me chamar pela senha de putaria e obediência, Murilo confiava em Bosco, sabia que ele ia me respeitar, mas confiava de verdade em Tião “Ele te ama, veadinho, obedeça, comece chupando o aniversariante, deixe seus dois maridos e os amigos deles bem felizes, você vai chupar tudo só a cabecinha não, vai chupar os ovos e o cuzinho também”, aí ele beija um Tião, “É meu marido, Tião, você vai fazer o que sempre faz a um veadinho a seus pés, tratar como meu marido”, eu bati com o pau dele em minha bochecha cuspi e punhetei ele e então eu o engoli, passei bastante da metade e quase cheguei lá tossi que chegou a aparecer muco em meu nariz, voltei a chupar a parte de cima, lambi da base até a cabeça, coloquei os dois testículos dentro da boca, voltei a fazer garganta profunda segurando a bunda dele, eu fodia o pau dele com a boca. Joel me beijou antes de foder minha boca, “Meu veadinho, eu com vergonha de te chamar assim, fala pra mim o que você é.”, eu fui largado e minha baba escorria, disse que eu era o veadinho dele e de Mateus, só dos dois, mas essa noite, Mateus mandou eu servir aos quatro, ele me beijou novamente e se virou chupei o cuzinho dele, fodi com a língua, ele me beijou, deixando claro que eu merecia respeito.
Chupei Tião na sequência e depois Bosco, o pau de Bosco é comprido, não tão grosso, mas é o maior que eu já vi, o maior que eu já peguei, e se eu não estivesse triste no aniversário de meu noivo, eu teria sentado no pau dele enquanto fazia aquela festa. Chupei, chupei e lambi, chupei e dedei também, a baba corria pelo queixo e pescoço e eu podia acreditar que ia chegar ao mamilo, estava com o saco de Tião na boca quando Murilo abocanha o pau do amigo, Tião não aguenta e esporra e eu sugo toda a porra que Murilo deixa escorrer propositadamente por seus lábios, eu limpo o rosto de Murilo nas linguado, o próximo a gozar para me alimentar é Joel, Bosco depois e finalmente o aniversariante, Murilo me põe numa poltrona e eu ainda acabado tento me manter acordado, mas não muito, tudo fica repicado, eles sentam e ficam conversando e rindo, procuram gravar algo e me levam para cama e eu sou coberto pelo lençol, a brisa atravessa a árvore fazendo barulho e entra pela janela, acordo com meus dois maridos chegando para o banho, suados e cheirando a sexo, dizem que Murilo chupou os convidados, depois Joel assumiu essa responsabilidade e os dois convidados chuparam Murilo, então Joel sentou na pica de Bosco e Murilo na de Tião, Tião pergunta se algo assim ia acontecer algum dia novamente, Murilo não sabia, mas essa parte Joel gravou, Tião esfregando a cara no peito peludo de meu companheiro, pergunta se algum dia uma noite como aquela ia se repetir, Murilo pergunta se ele quer meter a pica na minha boca ou no cu dele, Tião diz que os dois, Murilo mostra o sovaco e manda ele lamber, olho para Murilo e ele diz que improvisou, vê pornô ora bolas, Joel diz que está preocupado, houve muita inovação inclusive.
Na filmagem Tião responde que os dois, Murilo diz que talvez estava com muita vontade de gritar novamente e queria fazer isso na boca dele como Tião fez com ele antes, se levanta no sofá e quase no momento em que Tião fecha a boca ao redor da cabeça da piroca, Murilo geme e goza, o gozo transborda e Murilo senta outra vez lambendo a própria porra na bica de Tião e beijando ele, pedindo para ele encher seu cu de gala, Tião geme alto e é calado na madrugada por um beijão. A gravação continua com o couro do sofá. Joel diz que Bosco e ele pararam para assistir e gozaram só de ver isso. Murilo diz que Tião perguntou se ia acontecer novamente e ele diz que ia falar conosco e ver a situação. A gente ri e vamos os três forçosamente tomar banho.
O banho é interrompido por Bosco, “O idiota tá lá nervoso, sem conseguir me deixar passar plástico filme, vai resolver, você criou um monstro”, Murilo saiu enrolado na toalha e rindo, tomamos banho com Bosco, voltei a beijá-lo, ele foi embora depois do banho, deitei em nossa cama (a propósito, ela é grande é uma queen), eu já estava dormindo quando Murilo chega acende e apaga a luz rápido o bastante só para avisar que chegou, vai tomar banho e eu caio no sono de pedra.
Despertador no horário de sempre, a gente estava muito lento, Joel inventou uma desculpa pelos vinte minutos de atraso, disse que ia compensar, mas a chefe passou pano pra ele, disse que ele nunca atrasa, isso acontece. Não chegamos às sete como tem de ser, chegamos às oito, e eu refiz o caminho do dia anterior, revi cada trabalho antes de mostrar ao meu chefe, tirei da cabeça o tio Caio, era Caio Alfredo Torres, meu chefe, chamei duas vezes sua ajuda, ele disse que gostou muito de termos chegado antes, eu apenas sorri e não respondi nada. A tarde foi péssima, trabalhei direito, mas o celular de Fernando dizia que estava desligado ou fora da área de cobertura. À noite eu tentei, mas nada de conseguir, mandei um emoji do símbolo de capricórnio, nada. A semana passou sem resposta de Fernando, uma nova angústia diária, fui mentindo para os meninos que estava tudo bem.
O fim de mês chegou reunião de equipe, quinze minutos em pé no centro da oficina, avisos, estavam contratando, iam demolir a casa na próxima semana, inclusive iriam tirar uns dois dias para poder fazer a mudança, nesse período o Geraldo iria ficar tomando conta da oficina, todo mundo cumprimentou o braço direito do Dr. Galvão (também mudei minha forma de agir em relação a tio Galvão na oficina), dr. Caio continua, “Todo mês o melhor funcionário, o que se destaca ganha uma gratificação, e esse mês eu fiz uma excelente contratação, você deveria estar trabalhando conosco há anos, Murilo, eu estou muito satisfeito contigo, você é um cara competente, rápido e que motiva a equipe”, ele chega dizendo que vai ganhar esse extra todo mês, mas não recebeu, “Calma, Murilo, tenho mais o que falar. Tem outro destaque, como disse vamos passar dois dias envolvidos com a mudança e teve outra pessoa que praticamente roubou meu emprego”, todos olharam para mim, “ainda tenho de ficar dando ok em tudo o que ele faz, não está pronto, mas nunca trabalhou antes, dava aulas de capoeira, então é bom em fazer finta com o escapamento, dar au em corrente, derrubar ferramenta, chegou desmotivado e me deixou destravar trezentas coisas que estavam atrasadas para a expansão, eu quase não trabalhei essa semana ele fez tudo da semana retrasada, da passada e dessa em sete dias e não em doze. O funcionário do mês é o pior mecânico que já vi, e que está começando a ter aulas de direção e pilotagem, a partir da minha volta vai sair mais cedo para as aulas práticas. Obrigado, meu sobrinho amado”, as pessoas aplaudiram como quem aplaude o torturador, se era para me fazer perder amigos ele conseguiu me dando aquele beijo na testa e me abraçando, me fazendo ficar embaixo de seu braço.
Os olhos de Murilo eram só orgulho, e eu olhava para os outros que só queriam ir embora, meu tio dispensou todo mundo e nos chamou para comemorar meu desempenho, pronto, fechou a sepultura, morreu minha vida social no trabalho. Fechada a oficina, tio Caio disse que o dinheiro era bom, mas deu seiscentos, porra, que incentivo, pode chegar a ser vinte por cento do que um mecânico leva com salário, gratificação e a produtividade, e eu peguei a grana do ar condicionado. Tio Galvão que estava calado diz que eu merecia, e que eu ia ocupar o lugar de meu tio, sem amigos, e Murilo o dele, o popular e quebrador de galho, um apoiando o outro para lidar com os funcionários.