Existem vários tipos de amigos. Tem aqueles com quem a gente se diverte mais, os que nos ajudam no trabalho. Aqueles que chamamos de melhores amigos, por estarem conosco nos piores momentos. No meio desses todos, tem aqueles amigos que parecem ser a pessoa certa, em momentos muito específicos da nossa vida. Rita era um exemplo.
Naquele dia, precisei muito da ajuda dela para algo que uma amiga qualquer não toparia, nem mesmo minhas melhores amigas. Eu saí de casa, às pressas, e a deixei lá, com uma tarefa bem específica, porém simples. Já imaginava ficar algumas horas e já encontrar a casa vazia quando voltasse e agradecê-la por mensagens. Só que quando voltei, ela ainda estava lá.
Entrei no apartamento e Rita estava sentada no meu sofá, com as pernas e os braços cruzados. Tinha uma expressão de preocupação no rosto e, ao invés das roupas que usava quando eu saí, ela vestia uma camisola. Uma camisola preta, curtinha, com um decote enorme atrás e cheia de detalhes rendados. Era a minha favorita, que eu usava apenas em noites especiais. Vê-la usando justamente essa peça me incomodou, quase tanto quanto a expressão no rosto dela. Nada daquilo fazia sentido.
— O que foi, Rita? Por que está usando minha camisola?
— Ahh, isso? — disse ela enquanto olhava o próprio decote — pensei que o convenceria melhor se o recebesse de camisola. Ele entenderia mais fácil que a gente estaria dormindo juntas.
Ela de fato era esperta, não era à toa que a escolhi para essa tarefa.
— Boa ideia, mas por que está usando isso ainda?
— Esqueci de tirar.
O tom de voz dela era vago, como se não acreditasse nas próprias palavras. Minha preocupação aumentou.
— Algum problema, Rita? Aconteceu algo com ele?
Rita encheu os pulmões de ar antes de responder. — Deu tudo errado, Solange!
— Como? Era só você receber ele, se apresentar como minha namorada, dizer que foi você que curtiu a foto dele para me irritar e falar que saí. O que aconteceu de errado?
— Aconteceu que ele quis entrar para esperar você voltar. Tive que ficar conversando com ele até ele desistir e ir embora.
Isso deve ter sido muito chato, mas até então, nada de mais. Na hora, lembrei-me do quanto a Rita podia ser dinâmica às vezes.
— Tudo bem, amiga. Te devo uma, mas você já despachou o rapaz. Missão cumprida, relaxa!
Ela não estava nada relaxada.
— Por que você não me contou da foto dele que curtiu?
Acho melhor explicar o que aconteceu. Sou professora de inglês e uns dias antes eu havia encontrado o perfil de um dos meus alunos na internet. Achei a foto bonita e “curti”. Depois desse dia, eu não tive paz. Ele puxava assunto comigo o tempo todo e aos poucos dava a ideia de querer ser mais íntimo, sabe? Não gostei disso e tive a ideia de deixá-lo me visitar um dia, mas não estar aqui na hora. No meu lugar, eu deixaria a Rita. Ela também foi minha aluna e tinha um gosto peculiar por escrever contos eróticos. Sempre que pedia redações, ela fazia uma para o curso e outra para eu corrigir sem que fosse lida nas aulas. Isso nos deixou mais próximas e pedi que ela desse a entender que fosse minha namorada e que “curtiu” a foto como uma tentativa de me irritar. Devia ser o bastante para o rapaz desistir de me encher o saco, mas pelo visto alguma coisa havia dado de errado.
— Não tinha nada para contar. Você só precisava dizer que a “curtida” na foto foi sua.
Rita pegou o seu celular, rabiscou a tela com o dedo várias vezes e a expôs na minha frente — podia ter me mostrado que era essa a foto.
Não falei da foto, né? Meu aluno estava de sunga, com o mar atrás dele. Tinha ora braços cruzados, as pernas ligeiramente abertas numa pose de machão. Eu confesso, ele era gostoso. Eu curti a foto por impulso porque ele era bem musculoso, além de estar de pau duro. A sunga branca deixava tudo ainda mais evidente.
Quando vi a foto, gelei. Não esperava que ele fosse mostrar a ela. Também não queria assumir que havia babado por ele.
— É só uma foto, Rita.
— Só uma foto? Com esse pauzão todo aparecendo?
— Provavelmente é montagem — menti. Meu aluno era uma delícia, só não queria ficar falada entre os alunos. Entendi perfeitamente a reação de Rita, mas não ia deixá-la jogar alguma responsabilidade para cima de mim só porque não mostrei a foto a ela. — Mesmo que não seja, qual o problema?
— O problema é que eu não estava preparada para isso. Não consegui fingir naturalidade, olhando aquela rola pela primeira vez e ele percebeu. Daí ele perguntou o porquê de eu ter curtido aquela foto.
— Aí era só dizer que você queria me irritar.
— Eu disse isso. Só que aí ele me perguntou o porquê de logo essa foto te irritaria.
Meu aluno era chato mesmo.
— Aí era só dizer qualquer coisa.
— Não existe “qualquer coisa” toda vez que eu esquivava, ele fazia outra pergunta. Solange. Ele tinha um sorriso no rosto… estava na cara que percebeu que eu havia gostado de olhar o pau dele na foto.
Era só dizer que aquelas perguntas a incomodavam, que ele a estava desrespeitando. Tanta coisa para dizer e Rita conseguia deixar tudo mais dramático.
— Rita, o que você disse para ele?
Minha amiga desviou os olhos para o lado. Ela tinha medo.
— Amiga, pode falar. O que disse a ele?
Ela torceu os lábios e respirou fundo umas três vezes antes de responder.
— Você sabe que tenho uma imaginação meio fértil, não é?
Na hora, lembrei dos tais contos picantes que ela escrevia em inglês para eu corrigir. Ela tinha talento, mas eu não esperava que fosse usá-lo nessas circunstâncias.
— O que você fez? — perguntei, quase sem voz.
— É o seguinte: eu disse tudo o que me falou para dizer e não tinha mais respostas para ele. Como você me pediu para convencê-lo de que somos um casal de fato e, como aquelas perguntas me incomodavam, resolvi improvisar. Eu disse ter brincado com você, perguntando se não tinha saudade de uma rola grossa igual a ele.
Meu coração disparou. A ideia era inibir o rapaz, convencê-lo de que eu era lésbica e comprometida. Ao invés disso, ela estimulou as fantasias sexuais dele comigo.
— Você não fez isso, Rita.
— Fiz. Falei com todas as letras e o olhar do rapaz mudou. Ele já secava as minhas coxas e isso foi me deixando molhada e minha imaginação não parava. Ele me perguntou sobre o que fazíamos quando sentíamos falta de piroca.
— Ele perguntou desse jeito? Com essas palavras?
— Sim. Minhas pernas tremeram na hora em que ouvi e me lembrei de você ter dito sobre uma caixinha de brinquedos que você guarda no guarda-roupa.
Foi quando olhei para o chão no lado do sofá. Uma caixa de madeira, pequena, em formato de baú. Aberta. Rita mostrou para o meu aluno, meus consolos, vibradores, tudo o que tinha lá. O garoto passou a saber como me masturbo.
— Não acredito que tenha mostrado tudo para ele.
— Me desculpe, Solange, mas eu já estava fora de mim. Ainda fui ter a ideia de vestir essa camisola. Quando peguei a caixa, eu o percebi olhando a minha bunda e o deixei ver minha calcinha. Eu estava encharcada e não parava de imaginar safadezas. Tirei cada brinquedo e fui contando o que fazíamos com ele. — Ela colocou a caixa no colo e, de lá, tirou um bullet — esse aqui eu disse que o ligamos para vibrar ao máximo enquanto fazíamos uma tesoura. — Ela voltou e puxou um pênis de borracha, de tamanho considerável. — Esse aqui… — ela fez uma pausa — eu disse que, quando você queria ser a minha putinha eu colocava você de quatro e socava isso na sua boceta. — Ela voltou a mão na caixa e tirou o sugador de clitóris. — Esse eu disse usar para te fazer surpresa quando tomava bando.
A cada brinquedo novo, Rita se constrangia menos. Um sorriso sapeca brotava no rosto dela, enquanto ela me narrava as fantasias de sua cabeça. Eu estava preocupada em ser alvo das fantasias do meu aluno e lá estava eu, ouvindo as fantasias de Rita sobre mim. Eu descobri que minha amiga me imaginava daquela forma. Sentia minha boceta melar ouvindo aquilo tudo, mas, ao mesmo tempo, meu rosto queimava. Éramos próximas, mas nunca tivemos tanta intimidade assim. Nesse misto de tesão e vergonha, lembrei de um brinquedo que me fez gelar só de considerar que ela inventou alguma fantasia erótica com aquilo. Fui até ela e olhei a caixa.
— Cadê meu plug?
O sorriso sapeca no rosto dela sumiu.
— Rita, cadê meu plug?
Mais uma vez, ela inspirou-se forte antes de responder.
— Ainda estou usando.
— Como assim? Rita, era só contar uma mentirinha para ele parar de me encher o saco e você inventa um monte de mentiras sobre mim. Agora, você me diz que enfiou meu plug no seu cu?
Sim, eu me alterei. Já tinha tolerado ela usar minha camisola, mas usar o meu plug foi demais para mim. Ela percebeu o tamanho do erro e me olhou com uma cara de coitada que quase me deu pena.
— Não fui eu que coloquei. Foi ele.
Minhas pernas perderam as forças na hora em que ouvi aquilo. Desabei no sofá — Como assim?
— Mostrei o plug e disse a ele que gostava de pedir a você para enfiá-lo no meu cu. Aí ele se ofereceu para colocar.
— Você aceitou?
— Sim. Nessa altura, eu estava morrendo de vontade de dar. Ele tinha aquelas, braços fortes, as mãos grandes e não parava de imaginar elas me abrindo a bunda. Fiquei de joelhos aqui no sofá e tirei a calcinha. Solange, ele tem a língua muito gostosa. Me derreti toda com ele chupando o meu cu até a hora em que não aguentava mais e implorei para ele me comer. Ele enfiou o plug no meu cuzinho e meteu a pica na minha boceta.
Ela contou isso com um certo arrependimento em sua voz. Entendia ter feito o contrário do que pedi. Só que de repente ela abriu um sorriso discreto, sapeca e na hora eu não entendi. Um segundo depois, eu percebi esfregar as coxas sem discrição alguma. A essa altura da conversa, eu não conseguia mais ficar brava com ela, pois era incapaz de disfarçar meu tesão.
— Foi gostoso, pelo menos?
— Foi maravilhoso. O pau dele era tudo aquilo que parecia na foto. Aquela pica grossa me preencheu toda e o rapaz me comia gostoso. Me metia devagarinho, sabe? Sentia o pau dele esfregando bem devagar na minha boceta e eu rebolava minha bunda para ele. Ele geme metendo, Solange. Fico molhada só de lembrar. Fui comida de joelhos e depois montei no pau dele. Rebolei do colo, agarradinha com ele até a gente gozar junto.
Quando Rita percebeu que eu não a repreenderia mais, seu sorriso soltou-se. Aquela cara de preocupação do início da nossa conversa sumiu quando ela deixou de se sentir culpada. Já eu, lembrava da foto, dos músculos, do pau se insinuando na sunga e imaginava como seria eu fodendo aquele rapaz do mesmo jeito que Rita contou. Eu tinha certeza de que ela seria a pessoa certa para fingir ser minha namorada e despistar o rapaz, mas eu me enganei. Eu só queria não virar uma história comentada por aí, da professora que deu mole para o aluno e virei coisa pior. Agora todo mundo vai saber que sou lésbica, que um aluno comeu minha namorada, além dos jogos sexuais que tenho com ela. Ainda tinha a Rita, que inventou um monte de fantasias comigo, que não sairiam da minha cabeça tão cedo. Meu plano foi um desastre.
— Bom, já era. Me desculpa por te envolver nos meus rolos. Não imaginava que aconteceria isso.
— Não peça desculpas, eu adorei.
Ela nem disfarçava o sorriso. Eu ria dela, mas, pelo menos, tentava disfarçar a inveja.
— Tudo bem. Pode me devolver a camisola e o que mais estiver usando.
Rita se levantou e tirou a camisola, ficando completamente nua, sem a calcinha. — Toma sua camisola — disse ela, estendendo a camisola em sua mão, me exibindo um sorriso malicioso. — Quanto a isso aqui. … — continuou, ao se colocar de joelhos no sofá, se apoiando no encosto traseiro, afastando os joelhos para deixar o plug anal visível em sua bunda. — É você quem vai tirar.
Arregalei os olhos na hora, não acreditando na audácia dela. Rita exibia o plug em seu cu, mas o que me chamava a atenção era sua boceta ensopada.
— Pare de brincadeira, Rita — respondi, disfarçando o fato de eu estar tão ou mais úmida do que ela.
— É melhor se acostumar, porque enquanto ele estava me comendo, me fez prometer que na próxima o deixaria comer você junto comigo.