Pietro passou boa parte da noite ajoelhado, massageando e beijando os pés de Ana como se fossem tesouros sagrados. Só parou quando ela bocejou, com aquele ar preguiçoso e autoritário que tanto o desarmava.
— Estou com sono. — disse simplesmente, esticando as pernas. — Me leva pra cama.
Ele não discutiu. Pegou a mochila dela e a acompanhou até o quarto, ajudando-a a deitar. Antes de se recolher no sofá, ainda ouviu Ana dizer, em tom suave mas imperativo:
— Boa noite, escravinho. Amanhã quero me sentir uma rainha.
Na manhã seguinte, Pietro acordou antes do sol nascer. Tomou banho rápido, vestiu-se discretamente e saiu do apartamento. Caminhou até uma loja de sapatos a poucas quadras dali. Sabia bem o que procurava: uma sandália de tiras delicadas, elegante, mas ao mesmo tempo provocativa, exatamente o tipo que Ana adorava. Quando a vendedora lhe disse o preço — oitocentos reais — ele sequer pestanejou. Pagou e voltou para casa com a caixa embalada, o coração acelerado.
Antes que Ana despertasse, Pietro preparou o café da manhã com cuidado: frutas cortadas, torradas, café fresco. Colocou tudo numa bandeja e, com a caixa do presente em mãos, entrou no quarto.
Ana ainda estava deitada, os cabelos espalhados pelo travesseiro, mas abriu um sorriso preguiçoso ao vê-lo.
— Olha só… parece que meu escravinho sabe mesmo como tratar sua dona.
Ele colocou a bandeja sobre a cômoda e abriu a caixa diante dela, revelando a sandália. Os olhos de Ana brilharam.
— Hm… você me conhece bem. — disse, deslizando a mão pelas tiras de couro. — Gostei. Quero que calce em mim.
Pietro ajoelhou-se de imediato, retirando os chinelos que ela usava. Segurou o pé dela com reverência e deslizou a sandália cuidadosamente, ajustando as tiras com delicadeza. Depois repetiu o gesto no outro pé. Ana esticou as pernas, admirando o resultado, e então estendeu o pé em direção ao rosto dele.
— Beija.
Sem hesitar, Pietro encostou os lábios no peito do pé, depois nas tiras da sandália, depois nos dedos que ela mexia lentamente, saboreando cada demonstração de submissão.
Ana tomou o café enquanto o observava ali embaixo, ajoelhado, beijando-lhe os pés como se fossem relíquias. Entre um gole e outro, falou com calma, quase como quem dita uma lei:
— Gostei tanto disso que vai virar regra. Sempre que eu estiver aqui, você vai me acordar assim: café na cama, massagem nos pés e beijos. Quero esse ritual todos os dias.
Ela colocou a xícara na bandeja e inclinou-se um pouco para frente, com os olhos brilhando de satisfação.
— E mais: não quero só café e flores, Pietro. Quero presentes. Sempre. Sandálias, perfumes, roupas… tudo o que uma rainha merece. Se você é mesmo meu escravo, vai provar que sabe usar a sua riqueza para me agradar.
Pietro, ainda de joelhos, olhou para ela com devoção.
— Sim, Ana. Vou te dar tudo o que quiser.
Ela sorriu, triunfante, estendendo o pé para que ele beijasse novamente.
— É isso que eu queria ouvir.
Naquele instante, Ana não tinha apenas recuperado a antiga sensação de poder dos tempos de adolescência; havia elevado o jogo a outro nível. Agora, Pietro não era apenas um garoto obediente — era um homem de sucesso, que se colocava inteiramente aos pés dela, pronto para servir corpo, alma e fortuna.