As Turbulências De Uma História De Amor #12

Um conto erótico de Sabrina
Categoria: Homossexual
Contém 2490 palavras
Data: 05/09/2025 17:30:12

Eu quase desisti de entrar quando tive aquele mal pressentimento na entrada da casa. Mas acabei ignorando aquilo e entrei com Fernanda ao meu lado. Quando vi minha mãe e a mãe do Hugo conversando olhando diretamente para nós, tive certeza de que eu iria ter problemas. Elas olhavam fixamente na minha direção e eu fiz questão de encará-las com a cabeça erguida, até minha cunhada aparecer e nos tirar dali de forma estratégica para não passarmos nem perto das duas.

Eu não tenho muita intimidade com a mãe do Hugo; já à vi várias vezes em reuniões familiares que precisei ir ou em algum evento da empresa que meu pai me arrastou. Já até conversei com ela algumas vezes, mas coisas rápidas; não sei muito sobre ela. Mas sei que ela é muito amiga da minha mãe e costuma ir à eventos sociais com ela e suas amigas. O pai do Hugo eu nunca vi, mas sei que ele é sócio do meu pai em uma das empresas, ex-amigo da faculdade e é um empresário de renome na cidade. Fora isso, eu não sabia muito sobre ele.

Eu não me lembrava do Hugo antes da minha mãe me convencer a jantar com ele; nessa parte nem posso colocar toda a culpa nela. Quando vi a foto dele, achei-o muito bonito e me interessei por ele. Grande erro: a beleza física dele era totalmente ofuscada pela sua personalidade machista e arrogante. Ele era o tipo de homem que eu não gostava.

Eu tinha quase certeza de que a ideia de nos conhecermos partiu das nossas mães, mas ele disse que já era afim de mim há um tempo, então provavelmente ele me viu na boate ou em algum lugar antes e pediu ajuda à sua mãe, que pediu ajuda à minha. O resultado disso tudo não foi legal, e agora eu estava ali com um desconforto enorme naquela festa.

Marina levou a gente para perto da sua família; isso acabou me distraindo um pouco. Conheço quase toda a família da Marina, pelo menos os parentes mais próximos, e, conhecendo-os, eu descobri de onde vinha aquele jeito doce, gentil e educado que a Marina tinha. A família dela era incrível; às vezes eu até sentia uma ponta de inveja dela. Ficamos ali com eles por um tempo e, logo, meu pai apareceu, o que me deixou mais tranquila. Fernanda foi tratada muito bem por todos e isso me encheu de alegria. Não era todo mundo que olhava torto para nós duas; havia pessoas que nos tratavam como pessoas normais, o que, na verdade, éramos.

Não demorou para Marina chamar todo mundo para cantar parabéns para meu sobrinho, e saímos todos para o jardim nos fundos da casa. Estava tudo muito bonito e nem a presença da minha mãe ali estava me incomodando tanto, até porque meu pai já tinha me dito que a avisou para não arrumar problemas na festa. Mas minha paz não durou muito tempo. Em certo momento, olhei para trás e Hugo me olhava com um sorriso irônico no rosto. Aquilo já fez meu sangue ferver e Fernanda percebeu. Falei para ela o motivo da minha raiva momentânea, mas ela acabou me acalmando aos poucos. Sinceramente, eu já estava com vontade de ir embora, mas resolvi ficar mais um pouco para não fazer feio.

Depois de algum tempo, chamei Fernanda para irmos. Eu não precisava chegar na boate muito cedo, mas iria usar isso como desculpa para sair logo dali. Quando entramos na cozinha, a gente viu Marina e fui me despedir dela. Enquanto a gente se despedia, minha mãe se aproximou de mim e pediu para conversarmos. Eu ia dizer que não, mas ela disse que só queria conversar numa boa, sem brigas nem discussões. Hesitei por um momento, mas podia ser a chance de termos uma conversa saudável e, quem sabe, pôr fim àquela briga que não levava a nada. Acabei aceitando falar com ela e pedi para Fernanda me esperar por um momento.

Saímos pela porta lateral da cozinha e seguimos pelo passeio de pedras que ficava na lateral da casa. Minha mãe pediu para irmos até um dos pequenos chafarizes que ficavam no enorme jardim que cercava toda a casa. Ela disse que era para a gente poder conversar em paz. Aceitei e, quando nos dirigimos pelo pequeno caminho feito de pequenas pedras que levava ao chafariz, minha mãe parou e colocou a mão na barriga.

Mãe— Filha, pode ir andando e espera por mim no chafariz. Acho que bebi um copo de suco a mais. Vou ao toalete rápido e volto.

Sabrina— Eu te espero aqui, mãe, mas não demora, pois preciso ir à boate.

Mãe— Vai ser rápido, cinco minutos no máximo, mas vai até lá porque alguém pode te ver aqui e vir conversar contigo. Isso pode atrasar nossa conversa. Por favor.

Sabrina— Tudo bem, não posso demorar muito mesmo. Mas não demora, mãe.

Minha mãe concordou e saiu andando com alguma pressa. Eu segui até o chafariz, que ficava a uns cinquenta metros de onde eu estava. Fui andando e olhando a bela vegetação daquele local: árvores grandes, muitas flores e arbustos que provavelmente eram mais velhos do que eu. Assim que cheguei perto do chafariz, sentei na beirada do pequeno muro que o cercava. Porém, ouvi passos se aproximando atrás de mim. Quando olhei, Hugo se aproximava. Naquela hora percebi que tinha sido enganada pela minha mãe e meu sangue ferveu de raiva. Me levantei o mais rápido que pude para sair dali, mas Hugo já estava perto e, quando viu que eu iria sair, ele correu e parou na minha frente.

Sabrina— Por favor, Hugo, sai da minha frente que eu quero sair daqui.

Hugo— Por favor, só me escute primeiro, Sabrina.

Sabrina— Não tem nada que eu queira escutar de você. Já conversamos tudo que tínhamos para conversar. Inclusive da última vez você me ofendeu, ofendeu minha namorada e ainda me ameaçou.

Hugo— Eu estava chateado, falei coisas que não devia falar. Eu sinto muito; só me dá uma chance de me desculpar com você e, pelo menos, poder ser seu amigo.

Sabrina— Tudo bem, eu te desculpo e vou pensar sobre a gente ser amigos. Agora, por favor, deixe eu passar.

Hugo— Por favor, me dê uma chance de ser pelo menos seu amigo.

Sabrina— Já disse que vou pensar. Agora deixa eu ir; minha namorada está me esperando.

Hugo— Por favor, a gente pode ser amigos. Vou me comportar de verdade.

Eu não estava nem um pouco a ter qualquer tipo de relacionamento com Hugo, de preferencia eu nem queria ver a cara dele mais. Eu não estava acreditando em nada do que ele estava falando, era nítido que era tudo mentira. Dava para notar pelas suas expressões, ele dizia uma coisa mas sua expressão facial dizia outra. O jeito que ele me olhava sinceramente me dava medo e a todo momento ele ficava olhando por trás dos seus ombros, como se estivesse esperando alguém chegar. Provavelmente ele estava esperando minha mãe chegar para ajudá-lo.

Sabrina— Por favor, me deixe passar. Eu quero ir embora daqui e não adianta você tentar me segurar até minha mãe chegar, isso só vai piorar as coisas entre nós.

Quando disse aquilo, ele olhou para trás mais algumas vezes e pareceu ficar nervoso, talvez pela demora da minha mãe. Então comecei a ficar realmente com medo de estar sozinha ali com ele e tentei passar rápido por ele, mas ele agarrou meu braço e tentou me puxar em sua direção. Eu, por instinto, aproveitei o impulso e coloquei meu braço à frente do meu rosto para me proteger. Meu cotovelo foi de encontro à sua boca e ele soltou meu braço.

Sabrina— SEU MALDITO! TIRA SUAS MÃOS DE MIM E SAI DA MINHA FRENTE OU VOU COMEÇAR A GRITAR AGORA E TODO MUNDO VAI VIR VER O COVARDE QUE VOCÊ É.

Hugo— Droga, você está estragando tudo. Droga, droga, DROGAAA!!!

Naquela hora eu me apavorei e só pensei em fugir. A única saída era correr pelo jardim, mas ele era mais rápido e provavelmente iria me alcançar antes que alguém me ajudasse. Porém, eu não tinha outra saída: quando pensei em correr por entre o jardim, ele veio em minha direção e tentou me segurar de novo. Eu tentei me defender com tapas e empurrões, mas ele se irritou ainda mais e só senti ele me empurrar forte com uma das mãos. Senti meu corpo perder o equilíbrio e cair. Senti uma pancada na cabeça e, depois disso, não lembro mais de nada.

Acordei com meu corpo balançado e uma dor terrível na cabeça. Com dificuldade, vi o rosto de Fernanda e senti sua mão segurando a minha. Tentei falar algo, mas nada saiu. Vi Fernanda abaixar o rosto na minha direção e dizer que tudo iria ficar bem, que eu estava segura. Senti uma leve dor no meu braço, mas não consegui levantar o rosto para ver. Algo me prendia; quando forcei com os braços para levantar o corpo, senti uma dor horrível no meu braço esquerdo, na altura do pulso. Era uma dor muito aguda e desisti de forçar novamente. Tentei falar algo, mas não saiu nada; meus olhos começaram a escurecer novamente e eu apaguei.

Não sei por quanto tempo dormi, mas acordei em uma cama e não consegui me localizar. Minha cabeça ainda doía, mas menos do que antes. Tentei levantar a cabeça e, dessa vez, consegui; quando olhei para frente, percebi que estava em um hospital. Vi que meu braço direito estava engessado, por isso a dor forte; provavelmente eu havia quebrado em algum lugar. Minha mente estava confusa, não me lembrava direito o que tinha acontecido e isso me assustou. Tentei buscar minhas últimas memórias e, de repente, vieram todas as lembranças: a festa, minha mãe, Hugo; tudo ficou claro como água.

Uma raiva começou a tomar conta do meu peito, mas não era só raiva, era tristeza também. Minha própria mãe tinha me levado para uma armadilha; dessa vez não havia perdão. Eu nunca mais iria chegar perto dela. Senti algumas lágrimas escorrer pelo meu rosto e me lembrei de Fernanda. Ela estava comigo depois do ocorrido; provavelmente eu estava indo para o hospital. Mas onde ela estava agora? Por que não estava ali do meu lado?

Fui tirada dos meus pensamentos pelo barulho de uma porta abrindo. Quando olhei, vi meu pai entrando no quarto. Ele viu que eu olhava para ele e um sorriso meio triste apareceu no seu rosto. Ele veio até mim, sentou-se ao meu lado na cama e passou uma das mãos no meu rosto com carinho.

Pai— Graças a Deus você acordou, filha! Como está se sentindo?

Sabrina— Minha cabeça está doendo um pouco e parece que quebrei o braço, mas não sinto dor nele.

Pai— Você bateu a cabeça forte, mas graças a Deus não aconteceu o pior. Seu braço não está quebrado, mas você sofreu uma luxação grave no seu pulso e um osso da mão trincou; logo você vai tirar esse gesso.

Sabrina— Pai, por que a mãe fez isso comigo? Por que armou para que aquele idiota me machucasse? Como ela pode fazer isso com a própria filha?

Pai— Calma, filha. Sei que você está com muita raiva dela e com razão; eu também estou. Contudo, ela não te levou para que o Hugo te machucasse. Foi uma ideia idiota dela para separar você e a Fernanda, mas ela não esperava que terminasse assim.

Sabrina— Meu Deus, o que ela tem na cabeça? Ele poderia ter me matado, pai! Nunca mais quero ver eles na minha frente! E quero que o Hugo vá para a cadeia, aquele desgraçado tem que pagar pelo que fez comigo.

Pai— Você tem razão em tudo que disse e eu sinceramente não sei o que sua mãe tem na cabeça. A polícia está atrás do Hugo; ele vai pagar pelo que fez e você pode deixar que eu vou cuidar disso pessoalmente.

Sabrina— Não, pai! Não faça nenhuma besteira. Deixa a justiça cuidar dele. Me promete que você não vai fazer nenhuma loucura.

Pai— Tudo bem, filha, eu prometo.

Sabrina— Obrigado, pai. Não quero que você faça algo ruim por minha causa.

Pai— Está bem, filha. Não vou fazer nada de ruim.

Sabrina— Cadê a Fernanda? Por que ela não está aqui comigo?

Pai— Porque ela foi cuidar da boate para você, filha. O Diego ligou para você e ela atendeu; não sei direito o que conversaram, mas ela disse que precisava ir ajudá-lo. Você estava fora de perigo e só iria acordar hoje; não adiantaria ela ficar aqui a noite toda. Ela já deve estar chegando; eu saí do quarto justamente para falar com ela ao telefone. Logo sua namorada vai estar ao seu lado.

Sabrina— Entendi. Estou com muita saudade dela. Eu amo aquela mulher, pai, ela é incrível!

Pai— Ela é, minha filha! Foi ela quem te salvou do pior, ela e sua cunhada. As duas a encontraram, chamaram ajuda e colocaram o Hugo para correr.

Sabrina— Ainda bem que ela me encontrou; eu estava com muito medo.

Pai— Ela também xingou sua mãe e a Marina expulsou sua mãe da festa.

Sabrina— Sério? Minha cunhadinha é incrível também! Graças a Deus existem pessoas boas perto de mim, como o senhor pai. Obrigado por tudo. Eu te amo muito!

Pai— Eu também te amo muito, minha filha! Graças a Deus você está bem; eu fiquei com muito medo.

Pela primeira vez na vida vi meu pai chorar; nem no velório dos meus avós paternos eu o vi chorar. Agora ele estava ali na minha frente, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Levantei meus braços e ele me deu um abraço; não foi muito apertado devido às minhas condições, mas foi o melhor abraço da minha vida. O abraço durou um bom tempo, e só não durou mais porque ouvi o barulho da porta novamente. Nos separamos e, quando olhei, vi Fernanda ali parada me olhando com um rosto devastado. Não sei se era cansaço, preocupação ou tristeza. Fiquei com muita pena dela; até parecia que a paciente era ela.

Meu pai me deu um beijo na testa, levantou-se e disse que voltaria depois. Passou perto de Fernanda e deu um beijo na testa dela também; foi lindo ver aquilo. Fernanda veio caminhando até mim e, antes de chegar, vi as primeiras lágrimas descendo pelo rosto dela. Ela se sentou ao meu lado e colocou as mãos no meu rosto. Ela me olhava nos olhos e suas lágrimas desciam pelo rosto, chorava de soluçar ali me olhando.

Ela tentava falar algo, mas não conseguia. Pedi para ela se acalmar, que eu estava bem, que o pior tinha passado e tudo iria ficar bem. De repente, do nada vi seu corpo amolecer, seus olhos fecharem e ela desmaiar ali na minha frente.

Continua..

Criação: Forrest_gump

Revisão: Whisper

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Foto de perfil de Forrest_gumpForrest_gumpContos: 403Seguidores: 94Seguindo: 61Mensagem Sou um homem simples que escreve história simples. Estou longe de ser um escritor, escrevo por passa tempo, mas amo isso e faço de coração. ❤️Amo você Juh! ❤️

Comentários

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Hugo quase matou a Sabrina, q cara sufocante e tudo isso em uma armadilha arquitetada pela própria mãe. N é possível q agora ela n caia na real q essas atitudes delas são completamente problemáticas.

Ainda bem q ela tem um pai amoroso, uma cunhada q se impõe e uma namorada incrível. Bonitinho demais a Fernanda ajudando em todos os aspectos possíveis.

Espero q a diva fique bem, o desmaio deve ter sido por causa do tanto de coisa q aconteceu em um curto período. Ver a Sabrina bem mexeu com ela! 🤏🏻❤️

Ótimo capítulo como sempre, Beto!! 😘❤️🥰

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Não é possível que a mãe dela não perceba a merda que fez com a própria filha, se ela não conseguir ver isso, pode desistir 🤷🏻‍♂️😅

Ela tem pessoas boas ao lado dela, além de boas pessoas, umas com muita atitude, isso com certeza é algo que ajudou muito ela 🤩

Provavelmente juntou os cansaço físico e mental e derrubou nossa heroína, foi muita coisa junto em pouco espaço de tempo, ela provavelmente vai ficar bem 🤭

Muito obrigado Juh 🤗🌹

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Boa noite Juh. 🤗❤️😘

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Bora ler mais um capítulo 📖

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