Chego em casa depois de um plantão de 12 horas, querendo apenas um prato de comida, uma ducha, um banho de banheira, e minha cama. Já planejo ir correndo para o banheiro, preparar o banho, e depois para a cozinha, para botar para dentro qualquer coisa que esteja pronta na geladeira.
Mas o que vejo assim que entro é algo que nunca esperaria. Felipe está na minha casa, de calça de moletom, descalço, mexendo no celular no sofá da sala.
- Oi puta, tudo bem? – fala com um sorriso
- O que você está fazendo aqui? – Pergunto surpresa.
- Uma surpresa. Não gostou?
- Claro que gostei. – Digo sorrindo abertamente
- Eu adoro surpresas
-Que bom puta – diz colado em mim
- Queria isso tudo dia – respondo rapidamente. A melhor decisão que já tomei na minha vida foi dar uma cópia da chave para ele.
Ele se senta na cadeira de balanço da sala e me puxa para cima dele, fazendo com que a peça faça um barulho estranho, e que eu fique incomodada.
- Senhor, sou pesada demais, a cadeira vai quebrar e eu vou me machucar – falo envergonhada enquanto tento me levantar
- Hum, pesada demais? Só se for para um frangote que come só granola. Eu gosto de bastante carne na minha refeição, eu preciso de muito para ficar satisfeito. – me responde, dando uma mordida leve no meu braço, passando a mão pelo meu corpo e parando na minha barriga, onde começa a apertar.
Eu me remexo em cima dele, cheia de vergonha e incomodo, tentando levantar-me, só para receber um tapa forte na coxa, e um olhar feio.
- Parada Puta, se não vou ser obrigada a te amarrar.
A ideia não tem o poder assustador que ele estava planejando. Minha cabeça suja já vai para mim amarrada em várias posições, e começo a sentir uma pontada de prazer, que se subpõe a vergonha e me faz dar uma reboladinha.
Vendo a minha cara ele começa a sorrir e apertar meus culotes.
- Sabe, eu até gostaria que você fosse mais gorda. Teria mais espaço para eu brincar.
Agora é minha vez de fazer cara feia. Mas antes de qualquer coisa, Felipe nos levanta e me conduz até o banheiro.
- Pode tomar uma ducha, e depois vem para a cozinha.
- Senhor?
- Hum
- Você vai usar meu bumbum hoje? Devo me preparar? – Pergunto cheia de vergonha, com certeza de que minha cara deve estar igual a um pimentão.
Ele se aproxima de mim, e fica cara a cara comigo, levando as duas mãos até minhas nádegas e apertando elas fortemente.
- Juliana, eu já disse que moças decentes tem bumbum, PUTAS igual a você tem oque?
- Cu senhor – murmuro fraquinho
- Exato PUTAS tem CU e BUCETA, mulheres de bem que tem bumbum e perereca. E não, hj eu não vou enfiar meu pau no seu cu. Quando eu falar banho rápido, ou ducha, é isso que quero dizer. Quando eu quiser que você faça uma chuca e deixe este CU pronto para ser arrombado eu te falo. Tudo bem?
- Sim senhor
-Bom, agora vai deixar essa BUCETA CARNUDA cheirosinha para mim, bem rapidinho, em menos de 10 minutos te quero na cozinha.
Eu começo a ir em direção ao chuveiro quando me lembro que não vou poder ser rapidinha, eu tenho que me depilar. Eu não iria encontrar ele até semana que vem. A ideia de ter que falar isso para ele me deixa mortificada. Homens não gostam de pelos, eles têm nojo, é dever da mulher está sempre lisinha. Eu preciso me depilar, mas isso me faria não cumprir sua time line e o desobedecer. Eu não vou arriscar e o desapontar.
- Felipe
Ele se vira, com um olhar não muito feliz
- Eu preciso de mais tempo, eu estou. Estou... Estou
- Está o que Puta?
- P....Pe...
- Peluda?
- Hum hum – como ele sabe?
- Eu sei, tem problema não, só se apresse.
- Mas você não me quer peluda
- Juliana, anda, vai fazer oque eu mandei.
- Mas
- Nem mais nem menos Juliana, vai agora e eu te espero na cozinha.
Eu quero discutir mais, quero implorar para me depilar, quero fazer qualquer coisa, menos aparecer na frente dele com a periquita e as pernas peludas. Mas não tenho coragem de falar nada mais, e corro para ir me lavar.
Quando chego lá, com os cabelos ainda pingando no pijama, Felipe esta colocando a mesa, arrumando jogo americano, refrigerante e a comida chinesa que trouxe. Ele cantarola alguma melodia que eu não entendo direito e tenta deixar tudo lindo na pequena mesa que eu tenho na cozinha. Quando ele se vira e me olha, seu rosto fica duro na hora, e ele me dá um sinal claro de descontentamento.
- O que foi senhor? O que eu fiz errado?
Ele se aproxima de mim, e fica me encarando por alguns segundos, até que dá uma respirada funda e me abraça
- Vem vamos jantar
- Não.....
Ele ergue uma sobrancelha, e me aponta a cadeira.
- Por favor, me fala antes o que eu fiz de errado. Me dá uma chance de me explicar, eu não quero que o senhor fique mais bravo ainda comigo, ou que se canse de mim. - imploro
Felipe se senta na sua cadeira, pega meu prato e começa a servir antes do seu. Eu decido só então me sentar, e fico olhando para ele, com minha cabeça cheia de perguntas e inseguranças.
- Juliana, estamos há pouco tempo juntos, mas tem coisas que eu já te falei várias vezes e que você ou não se lembra, ou se lembra e descumpre. Eu gosto de adestrar putinhas, estamos a pouco tempo juntos e quero pegar leve com você, mas tem horas queNão precisa pegar leve comigo – corto sua sentença – estamos a pouco tempo juntos, mas eu sou uma escrava experiente. Tenho muita experiencia em agradar um dono.
Ele me olha bravo, e continua a falar
- Tem horas que você me tira do sério, e eu não sei se você está me desafiando e me testando, ou sendo apenas muito ingênua.
Agora eu fico calada
- Agora é a hora de responder Juliana, quando eu já acabei de falar.
- Eu não estou te desafiando.
- Não?
- Não
- Então você não percebeu que estávamos em modo kink?
- Claro que percebi, não sou burra
- Ninguém está te chamando de burra aqui
- Ok
- Então você percebeu que quem estava te esperando era seu Senhor, e escolheu me chamar de Felipe mesmo assim? Escolheu achar que eu era um dono irresponsável que não coloca a sua segurança em primeiro lugar? Decidiu ficar discutindo ordens claras e simples? Quis saber mais do que eu o que quero ou não? Decidiu aparecer aqui de calça, mesmo eu já tendo te falado inúmeras vezes que quando estivermos sozinhos quero você peladinha para mim?
- Não, é só que– nessa hora não sei o que falar, minha cabeça virou pudim. Eu fiz isso?
- Você se acha muito experiente Ju, mas o que você viveu não foi um relacionamento BDSM, bem pelo menos não igual ao acho que temos.
- Eu já apanhei, você pode me bater para se vingar. Você sabe que aguento. Não precisa pegar leve
- Ju, não é sobre dor. Muito menos sobre vingança.
- É sobre oque?
- É sobre eu ainda não saber seus limites e suas preferencias, é sobre você confiar em mim Ju, e eu merecer sua confiança. Eu não posso simplesmente te bater por bater Ju, ou bater porque eu estou bravo, isso não é saudável. Sei que estamos juntos só a 4 messes, mas você me deu uma copia da chave da sua casa, você usa a minha coleira. Para mim isso é coisa seria. Eu não dou ela para qualquer um. Você já deveria saber que eu nunca vou simplesmente te bater porque estou com raiva. Ou te abandonar do nada, por estar irritado. Eu nunca vou simplesmente sumir Juliana.
- Eu sei, eu confio em você
- Então por que achou que eu não calculei o peso que a cadeira aguentava? Por que achou que eu iria deixar você se machucar?
- Não é isso, é só que eu sou muito gorda, e
- E por que você não confiou que eu sabia o que queria?
- Pelos são sujos, nenhum homem gosta de mulheres peludas, é nojento
- Não Juliana, homens não tem nojo de mulher, e mulheres tem pelos.
- Mas o Dom Marcos me falou que
- Juliana, qualquer coisa que este babaca tenha te falado você esquece, ok? Ele era um merda, que só se aproveitou de você, e não um praticante de BDSM responsável.
- Mas
- Ju, você nem tinha uma palavra de segurança.
Eu olho em dúvida para ele.
- Ju, ele deixou uma cicatriz de chicote nas suas costas, sem discutir com você antes. Ele usou um chicote em você sem discutir antes
Agora meus olhos estão definitivamente marejados, aquilo realmente doeu, e quando eu reclamei depois ele simplesmente sumiu, nem uma mensagem.
- Desculpa
- Não precisa pedir desculpas bebê, eu só quero que eu e você estejamos na mesma página.
- Eu tbm quero isso
- E que página você está ju?
- Uma que quero ficar com você, e me entregar totalmente. Quero viver esta aventura com você e ser a melhor escrava da sua vida.
- Mas você não está lá ainda. Eu também não estou e tá tudo bem, eu posso trabalhar com isso. Eu posso me provar para você. Mas eu preciso que você também queira que a gente evolua.
- Eu quero. – Digo chorando. Minha cabeça não está entendendo direito o que está ocorrendo, estou meio desesperada e meio sem foco.
- Então tudo bem. Vamos jantar e descansar que amanhã você entra cedo no hospital, e depois a gente tem outra conversa sobre isso, pode ser? Quando os dois tivermos mais calmos?
- Pode ser - respondo fungando
Ele empurra meu prato para mim, e me entrega os hashis
- Senhor?
- Oi
- Como você sabia que eu tava peluda?
- Porque você se depila a cada 3 semanas, e agente ia se encontrar sexta de noite, o que significa que você iria na depiladora na sexta na hora do almoço. Então hoje, terça feira, você esta peluda.
- Nossa, você pensou nisso?
- Eu penso em tudo putinha
Volto a comer, e quando estou acabando me vem outra coisa na cabeça.
- Senhor?
- Hum
- Você vai me castigar?
- Pelo que?
- Por não confiar em você.
- Logico que não Juliana, confiança não é direito meu, é algo que eu devo conquistar, eu que errei em presumir algo em relação a isso. Eu nunca vou te punir por isso.
- E por te chamar de Felipe?
- Hoje também não, hoje não vai ter punição, não é o que precisamos
- Como assim?
- Hoje você precisa de carinho Ju, a conversa de mais cedo foi pesada para você. Precisa descansar para amanhã sua mente processar oque rolou, e podermos nos alinhar melhor
- É foi mesmo. Eu acho que realmente preciso de um pouco de tempo
- Eu sei
- Mas eu errei, eu mereço ser punida por isso. Preciso apanhar para ser uma escrava melhor. Ficar pensando na punição que eu vou receber me deixa muito ansiosa
Ele me olha com uma expressão estranha, que eu não consigo decifrar e se ajoelha os meus pés. Isso é errado, eu sou a escrava, eu que tenho que ficar aos seus pés, então eu saio da cadeira e me deito na sua frente.
-O que você esta fazendo Ju?
- Isso é errado, eu não posso estar mais alta que você. Você é o Dono, é o superior. Eu tenho que estar sempre abaixo. Não é? Foi um teste seu né? Mas eu passei. – Falo um pouco orgulhosa, eu percebi o teste e passei!
- Teste? Que teste?
- O Dom Marcos costumava aplicar testes em mim, para saber se eu estava aprendendo direitinho como servir a ele.
Felipe fica sem palavras, acho que pela primeira vez na vida. Ele me levanta do chão, e vamos em direção ao quarto, onde sentamos juntos na cama. Eu em seu colo. Já percebi que toda conversa seria que temos, ele gosta que eu esteja sobre ele.
- Tenho tanta coisa para falar, que nem sei por onde começar. – eu o encaro curiosa
- Bem, vamos pelo começo. Eu não vou nunca aplicar “testes” em você Ju, você não é uma criança e isso aqui não é uma escola. Quero que você se submeta a mim, e não decore regras idiotas e escreva 100 vezes o que pode fazer ou não.
- Mas – eu interrompo novamente
- Ju, por favor, me deixe falar oque eu preciso
- OK
- Segundo, você não é minha escrava. Você é minha submissa. Você se submete a mim porque quer, e não porque não tem escolha sobre isso. Não vou mentir e falar que eu não sonho em ter uma escrava, que eu possa controlar absolutamente tudo sobre. Mas ainda não estamos nem um pouco próximo disso.
Isso dá bug na minha cabeça. É contra tudo que eu já escutei. Eu tenho experiencia, mas tou começando a achar que são experiencias em coisas diferentes do que Felipe quer viver comigo. Do que eu quero viver com Felipe.
- E por último. Que porra é esta que eu sou seu superior? Somos iguais neste relacionamento Juliana, se você não for superior a mim. Eu sei que sempre vou colocar você em primeiro lugar, principalmente psicologicamente. A sua submissão e entrega a mim, é o bem mais precioso que eu tenho Ju, e eu não levo isso levemente não.
- Tá, entendi. – digo enquanto sinto sua mão passear levemente pelas minhas coxas.
- Não, não entendeu. Mas com o tempo você vai entender. Vai perceber que você tem todo o poder, e que eu sou infinitamente sortudo que você escolha me ceder ele.
Eu levanto minha mão e passo por seus cabelos, fazendo carinho em seu couro cabeludo, enquanto ele faz carinho nas minhas costas, colocando a mão por dentro do meu pijama.
- Vamos dormir? – Felipe me pergunta.
- Não sei se consigo, minha cabeça está acelerada agora.
Ele me coloca sentada sozinha na cama, e se abaixa pelo meu corpo, passando a mão por onde consegue encostar até chegar no cós da calça e levar ela em direção a meus pés. Para em seguida tirar minha blusa e me deixar nua, em pelos – e que pelos. Imediatamente eu levo minha mão até minha xereca e tento tampá-la, esconder os cachos pretos que estão grandinhos. Felipe ri, e tira a minha mão de lá, dando um beijo estalado nela.
- Sabe, você não vai se depilar esta semana, e no sábado que vem eu mesmo vou te depilar, e te mostrar como eu gosto de uma buceta peluda.
- Você vai me depilar?
Olhar feio
- Perdão, o senhor vai me depilar?
- Sim, eu vou te depilar, mas não vou usar gilete ou cera não.
- Não? Então como vai fazer?
- Com uma pinça
A ideia faz com que um raio saia da minha cabeça e vá direto para a minha buceta. Não sei por que a ideia dele me depilar/ torturar/ humilhar me faz ter tanto tesão, mas faz.
- Ta....
Felipe junta nossas bocas e começa a me beijar tão animadamente que eu fico sem ar, ele começa a passear aquelas mãos gigantes pelo meu corpo, enquanto eu passo a rebolar, procurando um pouco de fricção.
- Você vai gozar, e dormir. Entendeu?
Eu não consigo nem responder, devido a língua dele que já esta batalhando com a minha, e obviamente estar ganhando. Seus dedos começam a entrar e sair de mim, meio que sem ritmo, sua palma começa a rodear meu clitóris, enquanto 2 dedos grossos tesouram dentro de mim, e sua outra mão começa a puxar meu cabelo. Forte. Deixando meu pescoço a disposição para ser sugado e mordido.
Os estímulos são diversos, os dedos, as palmas, o beijo, o puxão de cabelo, meu coração batendo forte, minha cabeça ainda sem entender direito o que aconteceu esta noite. Só sei que quando sua mão sai da minha cabeça e belisca um mamilo meu, eu dou um grito alto, que é absorvido pela sua boca, e gozo. Forte. Me remexo, e todos os meus músculos ficam tensos antes de relaxarem, na medida que o prazer passa por todo o meu corpo.
- Boa Puta, gozando tão lindo para o seu senhor.
A moleza do dia e do orgasmo se mistura, e eu me aninho nele, procurando seu calor para dormir.
Estou quase pegando no sono, quando me lembro de Felipe
- Posso te punhetar senhor?
- Hoje não pequena
- Mas você não teve nenhum prazer hoje.
- Te ver tendo prazer me traz prazer Ju. Mas não se preocupe, amanhã você me acorda com um boquete, e tá tudo certo.
- Ok, combinado. – é a última coisa que eu falo antes de cair em um sono profundo, cheio de sonhos lindos, em que eu vivia uma vida inteira de carinho, compreensão e felicidade com Felipe.
Naquela hora eu ainda não sabia, mas quando eu finalmente troquei todas as “ordens” e “regras” de Dom Marcos, por confiança e entrega a Felipe, minha vida realmente mudou, e eu soube o que era ser submissa de verdade.