Continuando:
O domingo chegou, e Mariana, com a mesma aura de cansaço que a acompanhava, avisou que iria visitar a mãe no hospital. Eu assenti, e lhe disse que era bom, e que esse momento já iria passar. A essa altura, eu já sabia que cada saída dela era um potencial palco para o show particular de Pedro, mas definitivamente, não estava preparado para o que estava por vir, eu sequer poderia imaginar o requinte de crueldade do meu melhor amigo.
Horas depois que Mariana saiu, um novo vídeo chegou. O título do vídeo era ainda mais chocante que os anteriores: "Uma Heroína – uma Superputa". Meu corpo estremeceu, uma onda de nojo e excitação acabou me atingindo em cheio. Cliquei, o coração batendo descompassadamente.
A imagem que surgiu na tela me fez sumir o ar dos pulmões. Era o quarto de hospital da mãe de Mariana. A iluminação branca, o cheiro de desinfetante que parecia transpassar a tela, alguns aparelhos médicos ao fundo e a beirada de uma cama, sem se poder ver quem estava deitada, mas eu já sabia, mas não queria acreditar. Ali, na cama, deveria estar a mãe de Mariana, talvez dormindo profundamente, mas certamente desacordada.
Pedro estava sentado em sofá, a calça entreaberta, e com o pau na mão. Mariana estava de joelhos no chão, entre a cama e o sofá, a poucos centímetros mãe? Ela usava a mesma roupa discreta da visita, mas o top estava levantado, revelando os seios, e também revalando que não tinha limites para o fim de sua degradação pessoal.
Ele se inclinou, a voz um sussurro rouco e triunfante:
‘’Olha só onde essa putinha obediente veio hoje. No hospital. Veio ver a mãe doente. E trouxe um suco batizado de presente, agora sua mamãe está dormindo como um anjo. E agora, minha vadia, é a hora do seu leitinho diário. Você usar essa boquinha gulosa pra salvar a vida da mamãe. Vai mostrar pra ela a grande filha que tem, e em como esta se empenhando para que ela consiga melhorar!" Pedro ria de forma demoníaca, como se tivesse o poder de um Deus, ou de um demônio. Ela conseguia sempre submeter Mariana as suas vontades. Não importava o que fosse.
Mariana, com o rosto pálido e os olhos arregalados e cansada, seu semblante era irreconhecível, parecia um zumbi, estava visivelmente drogada, só podia estar. Ela olha para trás em direção a mãe adormecida, depois para o pau de Pedro. Algumas lágrimas escorrendo pelo rosto, mas a urgência em seu olhar, a necessidade de cumprir o pacto, era evidente. Ela hesitou por um milésimo de segundo, mas então abriu a boca e envolveu o pau de Pedro com uma voracidade desesperada.
O som do boquete era abafado, quase inaudível. ‘’Glup... glup... glup...’’. A imagem dela, chupando ali, naquele lugar sagrado, em frente à própria mãe doente, era a prova mais brutal da sua submissão. Seus lábios trabalhavam com uma maestria doentia, a cabeça subindo e descendo com um ritmo frenético, como se a vida de sua mãe realmente dependesse de cada sucção.
Pedro gemia, um sorriso sádico nos lábios, os olhos fixos em Mariana. "Nossa, Mariana, essa sua boca literalmente salva vidas! Não consigo acreditar no quanto você é safada, me chupando aqui, em frente à sua mãe! Mas é isso que as heroínas fazem, não é? Salvam o dia com a boca."
Mariana continuou chupando, os olhos marejados de lágrimas, mas seu corpo respondia. O empenho dela em fazer Pedro gozar rápido, em cumprir sua "missão", era palpável. Ela engolia o pau dele até a garganta, voltava, lambia, sugava, uma puta desesperada por sua dose de sêmen e por um fim rápido de toda sua humilhação.
"No final das contas, você é uma heroína, Mariana, e já sei até o seu nome e seu superpoder: você é uma Superputa, e seu superpoder é ser viciada em gozo! Hahaha!" Pedro riu, a voz cheia de deboche. "Isso, mostra pra todo mundo a maneira que você escolheu para salvar a vida da sua mãe."
Ele a instigava, e ela, como um fantoche, respondia, suas sucções se tornando ainda mais dedicadas, o boquete mais babado, mais desesperado. Era um espetáculo de depravação, um sacrifício repugnante para uma causa que parecia inatingível.
Com um urro final, Pedro gozou, descarregando tudo na boca dela. Mariana engoliu cada gota, um soluço abafado escapando, seus olhos se fechando em um misto de alívio e pura exaustão. Ela permaneceu ajoelhada por alguns segundos, tentando limpar o resto de sêmen, com o corpo tremendo.
Pedro se ajeitou, com o sorriso de triunfo de sempre. "Pronto, heroína. Missão cumprida. Sua mamãe vai ficar bem."
Confesso que dessa vez eu estava horrorizado, nem se sequer consegui me masturbar, mas pau não deu sinal de vida, eu estava com medo de onde Pedro iria chegar com as submissões de mariana, eu tinha que terminar com aquilo, mas como? Já não seria tarde de mais, o que Mariana vai pensar, de um homem, que sabia de tudo esse tempo todo e não fez nada? Eu me sentia completamente acabado.
A linha entre a perversão e a mais pura repulsa havia sido finalmente cruzada por mim. Eu não era mais um mero espectador. Eu era um cúmplice em um ato de crueldade que me atingia na alma.
Eu me joguei na cama, o notebook ainda aberto, as imagens se repetindo em minha cabeça. Aquele "Glup... glup... glup..." a mãe dela dormindo pacificamente enquanto a filha se sacrificava daquela forma animalesca. Era demais. Minha covardia, minha inação, meu próprio prazer doentio me haviam levado a esse abismo. E agora, eu via Mariana definhar, se transformando em algo irreconhecível, não apenas para mim, mas para ela mesma.
A raiva borbulhou. Não era apenas raiva de Pedro, que se comportava como um demônio, mas raiva de mim mesmo. Raiva por ter sido tão fraco, tão impotente, tão viciado no espetáculo da degradação. Eu a amava, dizia a mim mesmo. Mas que tipo de amor era esse, que me permitia assistir a tudo sem mover um dedo?
Me levantei abruptamente. Não havia mais como fingir, como esperar. Os seis meses de tratamento da mãe de Mariana pareciam uma eternidade, e eu não poderia mais deixar Mariana tanto tempo sob essa tortura. Eu precisava agir. Mas como? Revelar o que sabia a Mariana? Denunciar Pedro? Nenhuma dessas opções parecia boa. Mariana estava drogada, vulnerável. Se eu revelasse, ela poderia me odiar por ter sabido e não agido antes. E Pedro... Pedro era meu melhor amigo, e um manipulador nato. Ele poderia virar tudo contra mim, me expor, ou pior, fazer algo ainda mais cruel com Mariana.
Meu cérebro girava em busca de uma solução. Precisava de um plano, algo que não a expusesse ainda mais, que não a machucasse. Mas o desespero me cegava. Eu estava à beira de um colapso, dividido entre a necessidade de salvá-la e a paralisia do meu próprio medo e da minha culpa.
Sentei-me em frente ao computador novamente, mas não para assistir a outro vídeo. Abri um novo documento. Comecei a digitar, freneticamente, todas as datas, todos os vídeos, cada humilhação. Precisava de provas, de um registro de tudo. Não sabia para que, mas a necessidade de ter algum controle, de ter algo concreto em mãos, era a única coisa que me mantinha são. Era o primeiro passo. O primeiro passo para algo que eu ainda não sabia o que era, mas que eu sabia que precisava ser feito.
Saí para dar uma volta e elaborei um plano. Quando cheguei em casa, vi que Mariana já havia chegado, e estava tomando banho, pelo barulho do chuveiro.
O meu plano agora, embora improvisado, era claro: admitir que sabia de parte da verdade, mas distorcê-la o suficiente para proteger meu segredo e, ao mesmo tempo, oferecer a ela uma saída.
Ouvi o chuveiro se desligar. Era agora. Limpei o rosto com as mãos trêmulas, respirei fundo e tentei assumir uma postura de homem ferido, mas compreensivo.
Minutos depois, Mariana saiu do banheiro, enrolada em uma toalha, o cabelo molhado e o rosto ainda pálido, mas agora limpo das lágrimas e do sêmen de Pedro. Ela me olhou com um cansaço que doía de ver.
‘’Gui, está tudo bem? Você está com uma cara estranha," ela disse, a voz fraca.
"Mariana, precisamos conversar," eu disse, minha voz soando mais séria do que eu pretendia. Ela se encolheu levemente.
Sentamo-nos no sofá, e o silêncio preencheu o ambiente. Meus olhos se fixaram nela, buscando a mulher que eu amava sob a fachada de submissão e exaustão que Pedro havia construído.
"Eu sei de tudo, Mariana," comecei, a voz embargada. A mentira já me queimava a garganta. "Eu... eu sei sobre as fotos, sobre os vídeos com Pedro. Eu... eu não queria saber. No começo, quando você me falou das fotos, eu até tentei entender, achei que era só um jeito de conseguir dinheiro. Preferi não me envolver muito, para não sentir ciúmes, para não atrapalhar, sabe? Eu confiei em você."
As palavras saíam com dificuldade, um misto de verdade e invenção. Mariana arregalou os olhos, o queixo tremendo, e as primeiras lágrimas começaram a rolar por seu rosto.
"Mas hoje... hoje eu não aguentei," continuei, a voz ganhando um tom de falsa indignação. "Enquanto você estava no hospital, eu... eu dei um jeito de vasculhar o conteúdo que Pedro produzia com você. Eu precisava saber, Mari. E o que eu vi... foi perturbador. Não eram só fotos, Mariana. Eram vídeos, coisas horríveis que ele fez você fazer. Ele te filmou em situações que... que eu não consigo nem descrever."
Mariana soltou um soluço, cobrindo o rosto com as mãos. "Gui... me perdoa! Por favor, me perdoa! Eu..."
"Não, Mari, espera," eu a interrompi, controlando a voz para soar firme. "Eu entendo a pressão. Eu entendo o desespero de ver sua mãe doente. Eu... eu sei que ele te drogou e te forçou a fazer essas coisas."
Ela ergueu a cabeça, os olhos arregalados de surpresa e medo. "Como...? Como você sabe que ele me drogou?"
Essa era a parte mais delicada da minha mentira. "Pedro... uma vez ele estava conversando comigo, bêbado, e acabou revelando que ele usava drogas para as meninas que ele gravava vídeo, para elas ficarem mais submissas. Eu disse a ele que era errado, que ele não deveria fazer isso com ninguém. Mas ele... ele continuou, e pelo que eu vi nos vídeos, ele fez com você também."
O alívio e a dor se misturaram no rosto dela. Ela chorava incontrolavelmente. "Ele... ele me dava suco, e eu sentia que ficava estranha, mais... mais à vontade, mas eu não sabia o que era! Eu... eu sinto muito, Gui. Eu juro que não queria. Eu estou presa, eu sou refém dele por causa da minha mãe! Por favor eu não quero que você me deixe."
Eu a abracei, sentindo o corpo dela tremer contra o meu. Era um abraço amargo, cheio de mentiras e verdades não ditas, de nojo e de um amor pervertido. "Eu sei, meu amor. Eu sei. Eu estou arrasado, decepcionado, Mariana. Mas, ao mesmo tempo, eu entendo seu desespero. E eu te amo."
Ela se afastou, olhando em meus olhos, com o rosto molhado de lágrimas. "Eu também te amo, Gui. Muito. Eu não sei o que fazer. Mas infelizmente eu sou refém dele, a vida da minha mãe depende disso. Eu não tenho como sair dessa antes dela terminar o tratamento, só faltam dois meses, eu vou ter que aguentar até lá. Eu sei que é horrível. E se você não aceitar, vou entender se você quiser me deixar, de verdade, mas não gostaria que isso acontecesse."
"Mariana," eu disse, a voz embargada pela dor e pela frustração. "Não dá. Eu não aguento mais ver você passar por isso. Não posso assistir você ser destruída assim, dia após dia. Você tem que parar de gravar esses conteúdos com Pedro. Nós vamos dar um jeito. Eu vou dar um jeito."
Ela me olhou com uma desesperança profunda. "Dar um jeito como, Gui? Você já está se matando de trabalhar! Gastamos todas as nossas economias! Estamos endividados, Gui. O financiamento da casa, do carro, a faculdade, os remédios da minha mãe, o tratamento e o quarto que ela está internada... Temos que conseguir dinheiro para pagar tudo isso. E é só com o dinheiro que recebo do Pedro que conseguimos equilibrar a balança. Eu não vejo outra maneira, Gui."
A realidade me atingiu como um soco no estômago. Ela tinha razão. Eu não tinha uma solução. Meus planos, meus sonhos, tudo parecia ter desmoronado. E Pedro, o demônio, era a única tábua de salvação, por mais podre que ela fosse.
"Mas até onde isso vai, Mari?" eu implorei, minha voz quase um sussurro. "Você viu o que ele fez no hospital. Até onde ele vai te levar? Que tipo de pessoa ele vai fazer você se tornar?"
Mariana abaixou a cabeça, as lágrimas escorrendo novamente. "Eu não sei, Gui. Eu só sei que não posso parar agora. Eu preciso salvar a minha mãe."
O silêncio nos envolveu novamente. Eu a olhava, minha mente em um turbilhão. Deixá-la significava abandoná-la à mercê de Pedro, e eu não suportaria essa culpa. Ficar significava me afundar ainda mais nesse poço de perversão e humilhação, assistindo-a se esvair.
Meu amor por ela, por mais distorcido que estivesse, era real. E a ideia de recomeçar com ela, de ter a "nossa vida de antes" de volta, mesmo que fosse uma mentira confortável, era a única coisa que me dava alguma esperança.
"Tudo bem, Mariana," eu disse, a voz quase inaudível. A decisão estava tomada, e o sabor era amargo. "Eu aceito. Eu vou esperar esses dois meses. Mas, meu amor, você tem que me prometer uma coisa. Tem que ter limites. Olha o que Pedro fez hoje, onde ele te levou. Você tem que conseguir impor limite a ele. Se ele continuar com essas coisas nojentas, de te drogar, de te fazer passar por essas situações extremas, você precisa dizer não. Pelo amor de Deus, Mariana, você precisa se proteger. Eu vou estar aqui, mas você precisa se defender. Eu não sei até onde ele pode ir."
Mariana me olhou, os olhos arregalados, uma mistura de alívio e um medo renovado. "Eu... eu vou tentar, Gui. Eu prometo. Eu vou tentar impor limites a ele. Por nós. E depois disso, podemos esquecer o Pedro, talvez nos mudarmos pra outra cidade, recomeçar."
Ela se jogou em meus braços novamente, e eu a abracei, sentindo o peso da minha decisão. Eu havia aceitado ser cúmplice de sua degradação por mais dois meses. Mas, no fundo, eu sabia que impor limites a Pedro seria quase impossível para Mariana. E eu estaria lá, assistindo a cada passo dessa descida, me afundando junto com ela. O jogo de Pedro estava longe de terminar.
‘’Sabe, nos últimos dias, tem me entrado bastante dinheiro, talvez eu não precise aguentar os durante dois meses inteiros. Como você já deve saber, ele me obrigou a gravar um conteúdo diário, e com isso as receitas aumentaram muito, muito mais de quando eu tinha aqueles encontros semanais na casa dele. Já gravamos 14 dias seguidos desse mês, faltam só mais 16, e aí chegaremos ao ápice de receita, com isso talvez eu consiga juntar dinheiro suficiente para pagar o resto do tratamento da minha mãe pelo menos. A gente se vira depois disso, pode ser? Só mais 16 dias.’’
As palavras de Mariana, sobre os "apenas mais 16 dias", caíram sobre mim como um bálsamo envenenado. A ideia de que aquilo poderia acabar antes do previsto era um fio tênue de esperança, mas o preço, os dias de humilhação que ainda viriam, me apertava o peito. Ela estava vendendo sua dignidade, sua alma, em parcelas diárias, e eu estava ali, conivente, comprando a promessa de um futuro incerto.
"16 dias, Mari, eu vou aguentar isso por você." eu repeti, a voz rouca, tentando infundir a ela e a mim mesmo uma convicção que não sentia por completo. "Nós vamos aguentar. Você vai aguentar. E eu vou estar aqui para você, em cada um desses dias."
Ela me apertou no abraço, um alívio palpável em seu corpo exausto. "Obrigada, Gui. Obrigada por não me abandonar. Eu sei que é muito para pedir, mas eu prometo que vou te compensar por tudo isso. Vamos ter a nossa vida de volta."
‘’Eu sei que sim," eu disse, beijando o topo de sua cabeça, o gosto amargo da mentira em minha boca. Eu sabia que a nossa vida de antes jamais voltaria. Algo havia se quebrado irremediavelmente. A confiança, a inocência, a própria essência de quem éramos. Mas eu a abracei, fingindo que acreditava em suas palavras, na promessa de um recomeço que parecia cada vez mais distante. A perversão de Pedro havia nos enredado em uma teia, e eu não sabia se algum dia conseguiríamos nos libertar completamente.
...
A semana que se seguiu foi uma espécie de purgatório diário para mim. Por fora, a normalidade era mantida. Mariana acordava, ia para a faculdade, voltava para casa. Mas, agora, a cada vez que ela saía, eu sabia exatamente o que ela teria de aguentar. E a cada notificação de vídeo, meu estômago revirava, embora eu ainda sentisse a atração doentia de assistir.
Na semana os vídeos se repetiam, quase idênticos. A mesma humilhação de sempre, os mesmo xingamentos, a mamada no carro de Pedro, ela ajoelhada, a boca trabalhando com a mesma urgência desesperada, o sêmen sendo engolido como um elixir vital. A diferença era que, agora, eu a observava com uma nova lente: a da compaixão (por mais distorcida que fosse) e do conhecimento. Eu via a exaustão em seus olhos, mesmo através da tela, o modo como seus movimentos eram mecânicos, a falta de brilho em seu olhar. Era como assistir a um documentário sobre o vício, e ela, a viciada, cumprindo sua dose diária.
À noite, quando ela voltava, eu estava lá. Meu papel havia mudado. Eu era o amparo silencioso, o porto seguro que ela pensava ter. Ela se jogava no sofá, exausta, e eu a abraçava, perguntava sobre o dia, fingindo que a única dificuldade era a faculdade e a doença da mãe. Eu fazia jantares mais elaborados, massagens em seus pés doloridos, e a ouvia falar sobre o futuro, sobre a mãe melhorando, sobre a "nossa vida de volta".
E enquanto ela falava, enquanto eu a abraçava, a mente de Mariana estava aliviada por ter meu apoio. A pressão de esconder seu segredo havia diminuído, e a sensação de ter um cúmplice (mesmo que um cúmplice ignorante da verdade total) a ajudava a suportar. Mas, ironicamente, essa "compreensão" que eu fingia ter, a tornava ainda mais vulnerável à manipulação de Pedro. Ela acreditava que era apenas um sacrifício temporário, uma fase. E com o meu "apoio", ela se sentia fortalecida para aguentar mais, o que até então já eram 19 dias de cargas diárias, faltariam apenas mais 11.
Eu, por outro lado, vivia uma tortura dupla. O nojo do que ela fazia, a raiva de Pedro, e a culpa de minha própria cumplicidade. Mas, ao mesmo tempo, a cada dia que ela voltava para casa e se aninhava em meus braços, eu sentia um estranho senso de posse. Eu era o único que sabia a verdade, o único que via a "Mariana completa" – a puta submissa de Pedro e a namorada exausta que eu amava. E essa exclusividade doentia, por mais que me aterrorizasse, me prendia ainda mais a ela. Os 16 dias iniciais pareciam não acabar nunca, mas a promessa de um fim, e a esperança de um recomeço, ainda eram as únicas coisas que me mantinham à tona.
@mari.anna_arroyo