Hoje, cinco anos depois, estou em Piracicaba, tomando um café enquanto a cidade pulsa ao meu redor. Por coincidência, acabei de ver a tia Fátima de longe. O tempo não a mudou muito, mas a visão que tenho dela hoje é diferente. A lembrança de um sábado de calor em Anhembi, com menos de 6 mil habitantes e onde tudo se sabe, me veio à mente. O que parecia uma loucura no auge da juventude, hoje me faz refletir sobre a timidez do interior, sobre o peso que dávamos a cada olhar e sobre como a nossa inexperiência moldou aquela tarde.
À Flor da Pele na Beira da Sulfurosa
Essa história é real, mas usarei nomes fictícios para proteger as pessoas envolvidas. Tudo aconteceu em Anhembi, São Paulo, entre o Ribeirão, o Areião e a mina de água sulfurosa, lugares que carregam suas próprias histórias e segredos.
O Chamado da Tia Fátima
Eu, Davi, nunca imaginei que um dia de pesca com minha tia Fátima e meu primo Ricardo, o Tatão, pudesse virar algo tão… inesperado. Era um sábado de calor em Anhembi, o sol queimando a nuca, o ar seco carregado com o cheiro de terra e rio. Tia Fátima, sempre cheia de energia, nos convenceu a pegar as varas de pesca e algumas minhocas para tentar a sorte no Ribeirão, pertinho do Areião, onde as dragas tiram areia do rio. “Vamos pegar umas traíras boas hoje, a gente não tem que esperar.”, ela disse, com aquele jeito mandão que não aceita não como resposta.
Carregamos o carro com varas, iscas e uma caixa térmica com cerveja e água. Tia Fátima, com seus óculos escuros grandes e um short jeans que mostrava as pernas bronzeadas, parecia mais animada que nós dois. Ela sempre foi assim: uma mulher que não passava despercebida, com um sorriso provocador e uma risada que ecoava. Morava em Anhembi com as quatro filhas, depois que o casamento com o ex-marido, que agora vivia em Piracicaba com outra família, acabou. Desde então, ela não se prendia a relacionamentos sérios, mas os boatos diziam que tinha seus “ficantes fixos”. Eu e Tatão nunca demos muita bola pra essas histórias. Até aquele dia.
A Pesca que Não Deu Certo
Chegamos ao Ribeirão, a menos de dois quilômetros do Areião, onde o rio corre tranquilo, mas com trechos fundos e bons pontos de pesca. Montamos as varas, cavamos minhocas da terra úmida e começamos a jogar as linhas. O sol refletia na água, e o silêncio era quebrado só pelo barulho dos pássaros e do vento nas árvores. Mas a pesca estava fraca. Pegamos uns alambaris minúsculos e algumas carás que mal valiam o esforço. “Que droga, hoje não tá rendendo”, resmunguei, enquanto Tatão limpava o suor da testa com a mão suja de terra.
Tia Fátima, sentada numa pedra, tomava uma cerveja gelada e ria da nossa cara. “Vocês dois não têm paciência! Querem peixe grande, mas não sabem esperar.” Ela jogou a cabeça pra trás, o cabelo castanho solto balançando, e eu percebi que meus olhos ficaram mais tempo nela do que deveriam. Sacudi a cabeça, tentando focar na vara de pesca.
Depois de um tempo, tentamos a sorte em uns lagos barrentos ali perto, na esperança de pegar uma traíra decente. Nada. O calor estava insuportável, e a frustração começava a bater. Foi quando tia Fátima bateu palmas, como se tivesse uma ideia genial. “Chega disso. Vamos pra mina de água sulfurosa. Quem sabe a sorte muda lá.” Eu e Tatão trocamos um olhar. A mina era um lugar meio lendário, com sua terra preta e água salgada que as pessoas diziam ser medicinal. Muitos passavam a lama no corpo, acreditando em curas. Não era exatamente um ponto de pesca, mas, com tia Fátima, a gente nunca sabia o que esperar.
Conversas que Pegam Fogo
O caminho até a mina era uma trilha de terra batida, cercada de mato alto e árvores esparsas. O sol castigava, e o suor escorria pelo meu pescoço. Tia Fátima ia à frente, com um balançar de quadris que, confesso, era difícil ignorar. Ela começou a falar, primeiro sobre coisas banais — o calor, as filhas, a vida em Anhembi. Mas, aos poucos, a conversa tomou um rumo que me deixou sem chão.
“E aí, me contem uma coisa… Vocês são virgens ainda?” A pergunta veio do nada, com um tom de provocação que fez meu coração disparar. Eu e Tatão nos entreolhamos, sem saber se ríamos ou se sentíamos medo. “Tia, que isso!”, Tatão respondeu, com uma risada nervosa. Na época, senti o rosto queimar, uma reação que hoje vejo como a pura timidez de quem cresceu onde tudo se sabe. A gente podia ser "adulto", mas era moldado pelo interior.
Ela não parou. “Ah, vão dizer que não comeram nenhuma mulherzinha por aí? Duvido!” O jeito como ela disse “comeram” tinha uma malícia que não dava pra ignorar. Meu short começou a ficar desconfortável, e eu tentava disfarçar, olhando pro chão. Tatão, mais tímido, só ria e desviava o assunto, mas tia Fátima estava implacável. “Vocês já comeram uma bucetinha na vida, né? Fala a verdade!”
Eu engoli em seco. “Já, tia. Claro.” Minha voz saiu mais firme do que eu esperava, mas por dentro eu estava um caos. Tatão murmurou algo parecido, e ela riu alto, como se tivesse ganhado um jogo. “E primas? Já pegaram alguma prima de vocês?” Meu coração bateu mais rápido. Onde ela queria chegar com isso? Neguei com a cabeça, e Tatão fez o mesmo, mas nossos olhares se cruzaram, cheios de dúvida e um riso contido.
Então, veio a bomba. “E as minhas filhas? Nunca pensaram nelas?” A pergunta foi como um soco. “Não, tia! Elas são nossas primas!”, respondi, quase gaguejando. Ela fez um biquinho, como se estivesse ofendida. “E eu, hein? Sou tão velha e feia assim que vocês não comeriam a tia de vocês?” O tom dela misturava brincadeira e desafio, mas tinha algo mais. Uma faísca nos olhos dela que me fez sentir um calor subindo pelo peito.
Olhei pra ela de verdade pela primeira vez naquele dia. Tia Fátima não era nenhuma modelo, mas também não era de se jogar fora. Tinha curvas generosas, uma pele bronzeada que brilhava com o suor, e aquele jeito de quem sabe o que quer. “Não é isso, tia…”, comecei, mas ela me cortou, rindo. “Então tá, seus bobos. Vamos chegar na mina logo.”
A Mina e o Desejo
Chegamos à mina de água sulfurosa, um lugar meio escondido, com uma poça de água salgada cercada de terra preta e fofa. O cheiro era forte, meio metálico, mas o lugar tinha uma vibe estranha, quase mágica. Não havia ninguém por perto, só o som do vento e o zumbido de alguns insetos. Tia Fátima jogou a bolsa no chão e começou a tirar os tênis. “Vou passar essa lama no corpo. Dizem que é bom pra pele.”
Eu e Tatão nos afastamos um pouco, fingindo arrumar as varas de pesca que nem estávamos mais usando. “Cara, ela tá tarada”, sussurrei pra ele, sentindo meu coração na garganta. “Acha que ela tá querendo dar pra gente?” Tatão arregalou os olhos, meio rindo, meio em choque. “Tu acha? Não sei, mano… Mas e se for?” Ficamos ali, cochichando, enquanto tia Fátima se abaixava pra pegar a lama, o short subindo e mostrando mais do que deveria.
Resolvi testar. Voltei pra perto dela, com Tatão me seguindo, meio hesitante. “Tia, se a senhora quer saber… A gente comeria a tia, sim.” As palavras saíram antes que eu pudesse pensar direito, e meu estômago gelou. Ela parou, com as mãos cheias de lama, e virou pra nós com um sorriso que era puro perigo. “É mesmo? Então me mostrem o que vocês têm aí.”
Eu e Tatão nos olhamos, sem acreditar. “Tá falando sério?”, perguntei, minha voz quase falhando. Ela cruzou os braços, a lama pingando no chão. “Tô esperando. Tira pra fora.” Meu corpo inteiro tremia, mas o tesão já tinha tomado conta. Olhei pro Tatão, que deu de ombros, como quem diz “foda-se”. Desabotoei o short, e ele fez o mesmo. O calor, o suor, as minhocas — tudo isso passou pela minha cabeça, mas quando vi, tia Fátima já estava na nossa frente, os olhos brilhando.
O Fogo na Beira da Sulfurosa
Ela se aproximou, sem nenhuma vergonha, e pegou um de nós em cada mão. “Olha só… Meus sobrinhos têm potencial”, disse, com uma risada rouca que fez meu sangue ferver. A mão dela era firme, quente, e cada movimento me deixava mais louco. “Hoje vocês vão faturar a titia”, ela murmurou, se abaixando até ficar de joelhos na terra preta.
O que aconteceu depois foi como um sonho febril. Tia Fátima sabia exatamente o que estava fazendo. Primeiro, ela se dedicou a mim, a boca quente e úmida me envolvendo de um jeito que fez minhas pernas tremerem. O som da água da mina e o calor do sol pareciam amplificar tudo. Tatão, ao lado, gemia baixo enquanto ela alternava entre nós, as mãos nunca parando. O cheiro do suor dela, misturado com o ar metálico da mina, era embriagante, e eu só conseguia pensar em como aquilo era errado e, ao mesmo tempo, perfeito.
Ela se levantou, tirando o short e a blusa com uma pressa que não deixava espaço pra hesitação. “Quero vocês dois”, disse, se deitando na terra macia, com a água da mina ao fundo. Eu fui primeiro, sentindo o calor do corpo dela, a buceta apertada e molhada que parecia me puxar pra dentro. Ela estava tão excitada que uma umidade leitosa escorria dela, um sinal de puro desejo. Tatão ficou ao lado, e ela o puxou pra perto, chupando ele enquanto eu a fodia com força, o som dos nossos corpos ecoando no silêncio do mato.
Depois, ela quis mais. “Quero no cu também”, disse, sem rodeios, se posicionando de quatro. Aproveitei a umidade cremosa que escorria para usar como lubrificante, espalhando com os dedos. Era quente, escorregadio, natural, e facilitou tudo. Ela gemia alto, se entregando completamente enquanto eu entrava devagar, sentindo cada centímetro dela. Tatão, que até então estava meio na dele, entrou no ritmo, e logo estávamos tentando algo que eu nunca imaginei: uma dupla penetração. Ela nos guiava, dizendo o que fazer, o corpo tremendo de prazer enquanto nós dois a preenchíamos. Era intenso, suado, animalesco. O chão de terra preta grudava na nossa pele, e o cheiro da mina parecia nos envolver como um segredo.
O Retorno ao Areião
Depois de um tempo que pareceu uma eternidade, caímos os três na terra, ofegantes, rindo baixo como se compartilhássemos um crime. Tia Fátima se levantou, se limpou na água da mina e vestiu as roupas como se nada tivesse acontecido. “Vocês são bons, sobrinhos. Mas não contem pra ninguém, hein?” Ela piscou, e eu senti um misto de alívio e adrenalina.
Voltamos pro Areião em silêncio, o calor ainda pesando, mas agora com uma cumplicidade que não precisava de palavras. Pegamos o carro e dirigimos de volta pra Anhembi, o som do motor misturado com o eco dos gemidos dela na minha cabeça. No banco de trás, Tatão olhava pela janela, mas eu sabia que ele estava pensando a mesma coisa que eu. Agora, anos depois, vivendo numa cidade maior, entendo que aquela tarde na beira da sulfurosa não foi apenas sobre sexo, mas sobre uma quebra de tabu que, na pequena Anhembi, ficou gravada na nossa pele e na nossa memória.