De volta pra mim 9

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 3592 palavras
Data: 10/09/2025 23:30:05
Assuntos: Gay

15 de Março (Sábado)

12:20 PM

Bia, o namorado e a Kamila tomaram conta da cozinha para preparar nosso almoço, Guigo quis ficar encarregado de assar as carnes na churrasqueira, até quis ajudar, mas ele não deixou. Pelo menos Raylan ficou ajudando ele, eles estão precisando de uns momentos mais descontraídos e também é bom ver que o Raylan notou que estava afastando o Guigo e agora está corrigindo isso, até dá para ver o meu amigo mais leve só por está bem com o marido.

Arthur está limpando a piscina, Leonardo e eu ficamos sem ter muito o que fazer então resolvi começar os trabalho, abrir um dos fardos de cerveja e sai distribuindo, só quem não quis foi o Leonardo e o namorado da Bia, de resto todo mundo pegou uma gelada. Sei que a ideia dessa casa de praia era para animar meus amigos, mas na realidade está servindo mais para mim, é a primeira vez desde que Dan foi embora que me sinto normal de novo.

Tipo isso eram as coisas que eu fazia o tempo todo, reunir amigos e beber em algum lugar, desde que comecei a namorar com o Dan tenho parado de fazer muitas coisas que adorava fazer, tipo durante os primeiros meses nem dormir separados a gente dormia, talvez por isso ele terminou comigo daquela vez, deve ser sufocado ele, sem perceber fui deixando de fazer as coisas que eu gostava para está sempre com ele.

Alguns amigos antigos chegaram a culpar o Dan pelo meu afastamento e brigar com um dos meus melhores amigos de infância também rachou o grupo quase que no meio, eu fiquei com o pessoal do racha e ele com o resto da galera. Eu mudei e continuo mudando, acho que me acostumei a achar que tudo isso era por causa do Dan, mas não é justo ter esses pensamentos em relação a ele, muita coisa de fato na minha vida mudou por conta dele ou para ele, mas não tudo é claro que até mesmo nessas questões onde ele está envolvido ainda sim foi uma decisão minha.

Quando o Dan terminou comigo daquela vez eu fiquei destruído e quando ele foi embora para estudar na Itália me mantive forte durante todo o tempo em que ele ainda estava aqui comigo, mas depois que ele entrou naquele avião eu peguei a estrada e fui para Granja, não sei porque só dirigi, quando cheguei lá a família do Ricardo me recebeu, simples assim, sem questionar estranhar, passei o fim de semana inteiro com eles, na segunda de manhã o tio Gustavo — pai de criação do Ricardo — veio no meu quarto me acordar e tivemos uma conversa, não foi nada específico, ele me perguntou se eu estava trabalhando e se tinha voltado a estudar, por aquele instante eu sentir o que era ter um pai.

Meu pai é bom do jeito dele, mas o tio Gustavo tem algo que o torna muito especial, não só ele, todos eles são assim, dos gêmeos até a bisa, é louco como me sentir mais parente deles do que me sentia dentro da minha própria casa, me fez lembrar até do meu avô que é com quem tenho mais proximidade na minha família, só que até mesmo com ele existem barreiras. Um fim de semana com eles me fizeram melhorar, só que quando voltei percebi que não tinha nem eles, nem o Ricardo, nem o Dan, me vi completamente perdido e foi quando comecei a beber e me drogar. Meu namorado que não é bobo percebeu que eu estava me afundando e depois disso ficou no meu pé, sou grato afinal estou nessa casa de praia cercado de gente do bem.

Tenho percebido que quando fico quieto no meu canto começo a divagar sobre minha vida, não sei se isso é bom, porém tem me feito enxergar as coisas por uma outra ótica, quer dizer quem sou eu, tipo durante muito tempo fui o amigo rico da escola, depois o cara legal da faculdade de matemática, daí passei a ser o namorado do Dan. A sensação é que só fui eu mesmo quando Dan me deixou, eu sofri muito, mas foi a época em que me vi de verdade, não tinha para onde ir e nem a quem me escorar. Rick me ajudou demais nessa época e sou muito grato a ele por isso, principalmente por ele não ter deixado que eu me escondesse nele como normalmente faria, isso me fez respirar por conta própria pelo menos por um tempo.

Dan me quis de volta tenho certeza que voltei sendo uma versão melhor de mim mesmo, mas ainda tinha tanto para aprender, a partida dele não foi como eu quis ou esperava, foi uma derrapada feia para mim, nesse lance de aprender a viver sozinho, hoje reconheço isso, não estava pronto, mas não dependia de mim. Preciso parar de pensar nisso estou ficando confuso dentro dos meus próprios pensamentos.

— O que você tem Cicero? — Leonardo se aproxima me entregando outra cerveja.

— Nada, só pensando na vida.

— Cara esse lugar é ótimo, mas tem certeza que não vai mesmo precisar de ajuda para pagar a diária daqui? — Leonardo é incapaz de se aproveitar de qualquer pessoa, quando mais o conheço mais o admiro por isso, essa é uma qualidade que me fez amar o Dan assim que o conheci.

— Leonardo acho que preciso te contar uma coisa, até porque meus amigos mais tarde podem acabar falando demais e quero que saiba disso por mim — levei essa história de esconder minha real situação financeira um pouco longe demais com eles.

— Ei Cicero — Leonardo me corta — mano o que você faz da sua vida não é da nossa conta, não importa, Kamila e eu gostamos de você pelo que você e não pelo que você faz ou tem, beleza — não sei exatamente o que ele pensa que eu faço, mas não conseguiu dizer muita coisa depois disso porque o pessoal nos chamou para almoçar.

Mesa cheia de amigos. Estou feliz que todo mundo se deu bem logo de cara, até o novo namorado da Bia já parece da turma a mais tempo. Arthur é o mais tímido da mesa, mas até ele está parecendo a vontade, estamos rindo muito lembrando de histórias antigas, quando Kamila perguntou para o Guigo como foi que eles começaram a namorar.

— E foi difícil, ele fugia de mim como o diabo foge da cruz — brincou Guigo.

— Conte a história direito — Raylan o repreendeu de brincadeira — ele namorava quando ficou comigo.

— Não namorava, estava só ficando, mas aí a gente se encontrou na praça e tomamos todas, a galera foi embora e ficamos só os dois — Guigo continua, engraçado que não sabia dessa parte da história — aí a gente ficou na parada de ônibus, lembra?

— Lembro, a gente já ia embora, mas depois do beijo voltamos para praça e ficamos por horas nos pegando lá — Raylan revela meio tímido.

— Vocês só assumiram algo mesmo depois da viagem — completa Bia.

— Na verdade, a gente começou a namorar mesmo naquela viagem — Guigo revela, essa parte pelo menos eu sabia.

— Ave Maria todo mundo começou a namorar naquela viagem — Bia brincou.

— Não exatamente, o Dan já era meu namorado, mas ele só quis assumir para vocês na viagem — digo.

— Como você começou a namorar o Dan, Ciço? — Kamila me perguntou.

— Foi aos poucos, na verdade a gente ficou uma vez na minha casa e depois disso não paramos mais de ficar.

— Mas você teve outros namorados antes dele? — Arthur pergunta.

— Não, eu quase não tinha namorado antes dele, mas o Dan foi meu primeiro homem que beijei e tudo mais — um sorriso se abre no meu rosto toda vez que posso falar do meu namorado.

— Oxe você fala como se tivesse tido outros, mas foi só o Dan — Raylan diz me corrigindo.

— Então essa viagem foi badalada né — Kamila mudou o assunto.

— Foi, meus amigos começaram a namorar e eu comecei meu processo de ficar solteira — completa Bia — mas até que valeu muito a pena porque agora tenho meu príncipe.

Bia beija o namorado, fazendo um efeito em cadeia com Guigo beijando o Raylan e a Kamila o Leonardo, para não ficar de fora puxei o Arthur para beijar sua bochecha, ele tenta escapar de mim protestando o que faz todo mundo rir.

— Eu não beijo homem comprometido — ele diz morrendo de vergonha.

— Ah quer dizer que você beija homens solteiros? — Kamila diz de zoação, mas percebi que ele ficou um pouco desconfortável.

— Pode relaxar que meu amigo só tem ciúmes de uma pessoa, então ele deixa você beijar a bochecha do namorado dele Arthur — Raylan nega, mas ele pegou um pouco da implicância que o Dan tem da minha amizade com Rick.

— Gente esse arroz que vocês fizeram está ótimo — Leonardo percebendo o desconforto se formando guia a conversa para outro tema que alivia a tensão pré formada.

Passamos o dia curtindo a piscina e também bebendo, no início da tarde a galera começa a chegar, Guigo praticamente me obrigou a tomar um banho e trocar de roupa, por mim teria ficado do jeito que estava, não vejo muito sentido em me arrumar se o Dan não vai está aqui para aproveitar minha produção, mas como todos banharam e se trocaram para resenha fui no embalo. Vesti uma bermuda moletom preta e uma camisa azul marinho escura de manga longa que o Dan me deu no meu último aniversário com ele aqui, aproveitei para bater uma foto e mandar para ele.

(Cê tá lindo amor!) — Ele me respondeu com um elogio na mensagem.

(Obrigado amor, mas só me troquei porque mandaram queria ficar do jeito que eu tava)

(Eita como ele tá bebo chato já) — Dan brinca.

(Tô com saudades) — ele visualiza minha mensagem e responde com uma foto com um sorrisinho amarelo, ele está no trabalho.

(Estou morrendo de saudades de você meu amor, contando os dias para o meio do ano para gente poder se ver)

(Dan, você vai vir?) — Não tocamos muito nesse assunto ultimamente.

(Amor te falei, não sei se vou poder, ainda acho mais fácil você vir)

Cheguei a digitar uma mensagem (Dan, volta para mim!), mas apago em seguida e me despeço avisando que vou voltar para festa. Ligaram o som e aos poucos a festa vai tomando forma, meu único objetivo é beber até esquecer de todos os pensamentos ruins que ando tendo, só quero aproveitar um fim de semana de curtição com meus brothers, afinal meus problemas vão continuar lá na segunda feira de manhã.

Passei o dia tomando cerveja, mas foi só o pessoal chegar trazendo uísque que a coisa ficou séria, quando me liguei já tinha um copão desses térmicos na minha mão cheio até a tampa com Deus sabe lá o que dentro, só sei que bebi sem medo. Engraçado que minha resistência a bebida sempre foi boa, já faz tempo que não bebia nesse ritmo que estou agora e até cheguei a pensar que estaria mais fraco por conta da abstinência, só que o tempo foi passando e já notei algumas pessoas mais loucas do que eu, tipo me sinto consciente e ativo, ou seja é o sinal verde para continuar a beber tudo que encontrar pela frente.

Meus amigos da faculdade estão mais perto de mim — acho que porque eles não conhecem ninguém além de mim e do pessoal que veio com a gente mais cedo, no fim acho até que me arrependi um pouco de ter aberto para todos os amigos assim, pensando bem se fosse a mesma galera de mais cedo eles estariam mais à vontade, vou me lembrar disso em uma próxima vez.

— E ai pessoal, porque vocês estão aqui mas afastados? — Nicolas apareceu nos comprimentando, estamos na varanda da casa, enquanto a maioria do pessoal ou está na piscina, ou no deck e tem até uns espalhados pelos cantos do terreno, para segurança dos nossos pertences o pessoal achou melhor fechar a casa para quem não está hospedado, até porque tem geladeira e banheiro aqui fora, então não tem porque o pessoal querer entrar.

— Pois é, estamos curtindo aqui na nossa — Arthur respondeu.

— Entendi, mas ai Arthur vem aqui, quero te apresentar umas pessoas — Nicolas é meu amigo da faculdade formaram uma amizade bem improvável, mas não sei sinto que o Arthur meio que se fechou mais depois daquela festa que eles foram juntos, porém pode ser só impressão minha já que eles foram juntos agora conhecer os tais amigos.

O tempo foi passando e acho que o álcool me fez perder um pouco a noção das horas, ainda é madrugada quando percebo que muitos dos nossos amigos já foram embora, ainda não tive nenhuma apagão pelo menos, isso quer dizer que ainda aguento beber mais.

— Serio Cicero para onde vai tudo que você bebe, eu já parei tem umas duas horas e ainda estou tontinha — Kamila se admirou com minha resistência.

— O Ciço pode beber mais do que qualquer um aqui e não cair — Bia faz minha propaganda.

— Verdade, o único que consegue tirar o copo da mão dele antes da festa acabar é o Dan — Guigo diz rindo.

— E o Rick, já vi ele fazendo isso também — Raylan solta parecendo uma indireta, mas estou bêbado e o melhor é deixar para lá, já que não tenho certeza se entendi direito.

— Quer dizer que você se garante mesmo na resistência à bebida? — Nicolas volta para nossa roda, só que sem o Arthur.

— Cadê o Arthur Nicolas? — pergunto assim que vejo que ele voltou sozinho.

— Um pessoal foi fumar um na praia e a gata que ele tava pegando convenceu ele a ir junto.

— Melhor ir atrás dele — meu lado superprotetor fala mais alto.

— Deixa o menino Ciço, o pessoal do racha estam com eles, está tudo bem, já ele volta — Nicolas me tranquiliza e sinto um pouco de verdade em suas palavras, mesmo assim vou ficar de olho, como o Leonardo que também é muito responsável ficou de boas, vou medir minha preocupação pelas suas reação, assim me parece mais confiável.

— O que vocês acham de jogar eu nunca só para gente animar isso aqui — Nicolas sugere e a maioria acaba topando então aceito também.

— Tá eu começo — Kamila que mesmo tendo parado de beber a um tempo ainda parece bem altinha — eu nunca sai do trabalho para transar em um motel barato no centro.

— Nossa garota, começou com os dois pés na porta né? — Bia diz morrendo de achar graça, Leonardo ficou um pouco envergonhado, mas parece de boas.

— Culpado — Nicolas bebe junto com Kamila, Leonardo não bebe então não está brincado.

— Eu nunca peguei alguém comprometido — Bia segue com essa só para ver o Raylan bebendo, Nicolas também bebe e depois olha para mim.

— Você nunca ficou com ninguém comprometido Ciço?

— Não curto — digo.

— Entendi, bem deixa eu ser o próximo então — Nicolas pensa um pouco, mas algo me diz que ele já sabe o que vai perguntar — eu nunca trai.

Raylan faz o Guigo beber por conta da pessoa com quem ele estava quando eles ficaram, Nicolas bebe também, até ai nenhuma surpresa, mas então vejo o namorado da Bia beber e a Kamila também, logo se instaura um debate do pessoal querendo saber os contextos.

— Nunca traiu Ciço, você é um namorado perfeito mesmo — Nicolas lança sua provocação, mas eu ignoro.

— Eu tinha um namoradinho quando conheci o Leo.

— Eu só soube depois — ele diz em sua defesa.

— Mais é que ele era muito puritano, não dava para mim não, eu era novinha, mas aí conheci o Leo e ele me levou para igreja e agora estamos noivos e firmes né amor, eu te amo — ela beija meu amigo tornando tudo que ela acabou de dizer mais leve.

— E você amor? — Bia pergunta para o namorado.

— Na adolescência eu trai todas as minhas namoradas, mas eu mudei, amor.

— Acho bom viu, se não eu lhe capo — ela diz brincando, mas com um tonzinho de verdade.

— Vai amor sua vez — Bia joga para o namorado.

— Eu nunca bebi escondido dos meus pais — uma mais leve e dessa vez todos bebemos.

— Eu nunca peguei, fiquei com um amigo, ou amiga né — Raylan diz, ele parece já está bem bêbado.

Novamente todos bebem nessa, menos a Bia, que diz que não pega amigo porque isso estraga a amizade, mas então o Raylan simplesmente vira para mim e me questiona.

— O Dan era meu amigo quando a gente começou a ficar e também nunca tive problema com isso — digo com minha consciência limpa, até porque se ele está querendo me acusar de alguma coisa ele vai ter que fazer isso diretamente.

— Gente acho que deu para gente, vou entrar e colocar esse moço na cama — Guigo percebeu que o Raylan está começando a passar do ponto então resolve levá-lo para o quarto.

— A gente vai deitar também — Leonardo aproveita a deixa para levar sua mulher para cama, pois ela também parece cansada já.

— A gente vai ficar mais um pouco por aqui, aproveitando que a piscina esvaziou né amor — Bia diz puxando seu namorado para a piscina.

— Beleza, eu vou só dar uma olhada no Arthur — digo me levantando, o mundo está girando, mas já pilotei minha moto em um estado pior que esse.

— Eu te mostro para onde eles foram — Nicolas diz se pondo do meu lado.

— Beleza.

Nicolas me acompanha falando várias coisas que graças a bebida não consigo entender, e também só ignoro boa parte, ele é um cara legal, mas realmente precisa parar de dar em cima de mim. Quando chegamos no lugar que ele falou tem alguns amigos, mas não vejo o Arthur em lugar algum, para piorar o Nicolas vê a pessoa com quem ele estava e ela apenas diz que ele deu uma leve surtada depois de tragar o beck e que voltou correndo para casa, começo a me preocupar, mas o Nicolas parece ter outras prioridades.

— Ele deve está legal, vai ver que a gente só não viu ele voltando.

— Vou chamar o Leonardo e vamos procurar por ele, sabia que tinha algo errado.

— Não tem nada de errado Ciço, relaxa cara — Nicolas coloca a mão no meu ombro, só que não gosto da forma como ele me toca e acabo fazendo algo que nunca faço, que é falar exatamente o que eu quero, durante toda minha vida quis agradar os outros e ser amigo de todo mundo, relevo muita merda nessa vida, mas estou um pouco cansado e também já tentei ser gentil indicando que namoro e que não tenho interesse, já fui até mais firme e mesmo assim ele não se toca então tiro sua mão do meu ombro e digo é alto e bom som.

— Nicolas, eu tenho namorado!

— Ele nem está aqui, aqui na praia ninguém vai saber — jamais trairia o Dan ainda mais na praia que sempre foi nosso lugar especial.

— Coloca uma coisa na sua cabeça porra eu tenho namorado! E também já te falei que você não faz meu tipo, mesmo que eu não namorasse não ficaria com você.

— Caralho Ciço, não precisa disso também — finalmente ele parece ficar desconfortável com os foras que estou lhe dando há tempos.

— Cícero, meu nome é Cícero!

— O que?

— Você não é meu amigo, é só um colega de racha, então não te dou intimidade para me chamar de Ciço, é Cícero beleza! — Nem consigo lembrar a última vez em que explodi dessa forma, só que esse cara conseguiu me irritar de verdade com essas investidas, ainda mais comigo preocupado com meu amigo.

Na volta para casa Nicolas ficou na praia e eu voltei sozinho, meu celular descarregou para completar nem posso tentar ligar para ele, quando estou quase no portão de casa vejo ele chegar, logo me encho de alívio.

— Onde cê tava moleque? Tava te procurando.

— Oi Cícero, estou bem — Arthur não parece bem, ele parece até que viu um fantasma.

— Certo, cuidado macho quando tu for sair assim dá o toque na gente beleza?

— Tranquilo Cícero, desculpa te preocupar.

— Tá tranquilo, agora que eu sei que você está bem tô tranquilo — Arthur me lembra muito o Dan, acho que por isso tenho esse carinho fraternal com ele, é um moleque esperto, mas que foi criado no interior bem pequeno, não está acostumado com os perigos da capital, parece preconceituoso da minha parte, mas ele mesmo já comentou isso com a gente uma vez, que está fazendo muitas coisas pela primeira vez, tipo andar de escada rolante e elevador, a praia foi uma coisa que ele só conheceu quando começou a estudar em Fortaleza, por isso que também me preocupo com ele.

Dan concorda comigo até que devo ficar de olho nele e meu namorado é bom em medir caráter, pelo menos quase sempre.

— Tá bom, não vai mais sair não, aproveita que todo mundo já foi, bora fechar o portão — já deu de festa por hoje e duvido que Nicolas vai dar as caras por aqui hoje e até prefiro que não venha, tô vendo a hora acordar com ele deitado na minha cama louco do jeito que esse cara parece ser.

— Tá, eu vou já deitar também — Arthur não está legal, mas estou tão bêbado que sei que não vou conseguir ser a melhor companhia para ele agora, bem, Bia e o namorado estão ficando na piscina, se alguma coisa acontecer eu confio na Bia para resolver ou pelo menos nos chamar então deixo o Arthur na varanda e vou para o quarto. Assim que deito simplesmente apago de uma vez.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 6 estrelas.
Incentive R Valentim a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de R ValentimR ValentimContos: 122Seguidores: 68Seguindo: 3Mensagem não recebo mensagens por aqui apenas por e-mail: rvalentim.autor@gmail.com

Comentários