Capítulo 7 - O Veneno e o Suspiro

Um conto erótico de Dominus Codex
Categoria: Heterossexual
Contém 4110 palavras
Data: 10/09/2025 23:52:10

As Crônicas da Luxúria - O Veneno e o Suspiro

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Este é um universo de ficção erótica adulta.

Todos os personagens presentes nas histórias são maiores de 18 anos. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência.

O objetivo é criar um espaço de fantasia erótica intensa, onde desejo e poder se confundem em rituais de luxúria. A leitura é indicada apenas para adultos que compreendam e aceitem seu caráter simbólico e imaginário.

Esta obra foi desenvolvida com auxílio de Inteligência Artificial, em colaboração criativa com o autor, para expandir e estruturar o universo narrativo.

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Amelia despertou suada, os lençóis grudados na pele como se tivesse passado a noite em fogo baixo. Respirou fundo, ofegante, e levou a mão à testa, tentando encontrar sentido.

— Será que tive febre? Acordei toda encharcada…

O corpo, porém, entregava outra coisa. A calcinha colava entre as coxas, úmida, e os seios reagiam ao tecido da blusa com pontadas sensíveis. Amelia mordeu o lábio, surpresa, e tentou se distrair, mas o calor só se espalhava, como se cada respiração fosse combustível jogado nas brasas que cresciam dentro dela.

Ergueu-se devagar e foi até o espelho. O reflexo a surpreendeu de imediato. O rosto parecia o de sempre, mas ao mesmo tempo não era. A pele estava mais corada, quase brilhando, como se tivesse sido polida pelo suor. Aproximou-se um pouco mais, inclinando a cabeça, e prendeu uma mecha de cabelo atrás da orelha.

Primeiro olhou os olhos. Estavam diferentes. Mais vivos, mais intensos, um brilho novo os atravessava, como se escondessem segredos que ela mesma não sabia nomear. Depois percorreu a linha das sobrancelhas, que pareciam mais arqueadas, realçando uma expressão quase insolente. Desceu o olhar para as maçãs do rosto, ruborizadas, cheias de calor, como se ela tivesse acabado de correr — ou de ser tocada.

Por fim, seus olhos se prenderam à boca. Os lábios estavam carnudos, úmidos, inchados de sangue correndo rápido. Amelia respirou fundo e deixou escapar em sussurro:

— Minha boca… sempre foi assim? Ou é que eu quero que alguém repare?

Pegou o gloss sem pensar muito. Passou uma vez, devagar, e observou. Não satisfeita, passou de novo, e depois mais uma vez, mordendo o lábio inferior. O brilho surgiu aos poucos, acendendo a boca como uma isca. Amelia inclinou o rosto para um lado, depois para o outro, aproximou-se, afastou-se. Testava ângulos, sorrisos, expressões.

O olhar então desceu para as mãos apoiadas na penteadeira. As unhas curtas, sem esmalte, destoavam da boca brilhante e chamativa. Amelia corou sozinha com o pensamento e segurou um pequeno frasco esquecido entre os dedos.

— Será que deveria pintar? Vermelho chamaria atenção demais… mas claro demais parece infantil…

Passou a tampa pelos dedos, imaginando a cor marcando as unhas, tocando livros, segurando uma taça, ou… pousando sobre alguém. O rubor subiu ainda mais.

— Se ele reparasse… iria gostar?

O frasco escapou de sua mão de leve, caindo de volta sobre a penteadeira. Amelia desviou os olhos, mas a ideia ficou presa, como uma tatuagem invisível.

A mão encontrou o perfume mais forte. Não era o que usava em dias comuns, mas o mais intenso, guardado para ocasiões que nunca chegavam. Borrifou no pescoço, nos pulsos, atrás das orelhas. O aroma espalhou-se denso, pesado, quase doce demais. Inspirou fundo, de olhos semicerrados, como se aquele cheiro fosse capaz de marcar seu corpo.

— Será que ele ia sentir esse cheiro em mim? Ia saber que escolhi por causa dele?

Abriu o armário e sentiu um arrepio de irritação ao ver as roupas discretas. Os vestidos longos, as blusas fechadas, as saias modestas — nada parecia caber na mulher que o espelho começava a revelar. Passou os olhos rápido até encontrar a saia curta esquecida e uma blusa justa. Pegou as peças e vestiu-se sem pensar duas vezes. O tecido moldou as curvas, destacou os quadris, desenhou o busto, e a saia insistia em subir a cada movimento. Tentou ajeitar três vezes, mas era inútil.

— Será que ele notaria se a saia subisse mais?

Apertou os livros contra o peito, mas o reflexo já não deixava espaço para disfarces. Os lábios brilhavam como se pedissem um beijo, os quadris estavam moldados pelo tecido, as pernas expostas além do habitual. Amelia ajeitou os cabelos mais uma vez, prendeu, soltou, prendeu de novo, até desistir. Observou-se longamente, respirando fundo, e sentiu uma vertigem de prazer e vergonha misturados.

— Será que assim eu pareço bonita?

O espelho devolveu-lhe um sorriso enigmático, quase cúmplice. Não parecia mais um reflexo, mas uma versão dela que a desafiava a continuar. Amelia virou-se rápido, antes que perdesse a coragem, e saiu do quarto. O ar fresco da manhã bateu contra a pele quente e, em vez de aliviar, só intensificou o calor entre as coxas. Um suspiro pesado escapou. Amelia sabia: não queria esconder. Queria ser vista.

Amelia caminhava depressa pelo corredor, os livros apertados contra o peito, tentando parecer normal. Mas a cada passo a saia curta subia um pouco mais, e ela era obrigada a ajeitá-la com a mão trêmula. Sentia a pele quente, o corpo inquieto, como se o ar em volta não fosse suficiente para apagar o que queimava dentro dela.

A colega a observava de lado, sorrindo maliciosa.

— Você tá andando diferente hoje… até balança mais o quadril.

Amelia arregalou os olhos, tropeçou quase sem querer, e riu nervosa.

— É só a saia… nada demais.

A amiga estreitou os olhos, inclinando a cabeça com ar provocador.

— Saia nada… isso é jeito de quem quer ser notada.

Amelia apertou os livros contra o peito, tentando se esconder.

— Besteira… não tô pensando nisso.

A amiga riu baixinho, debochada.

— Não mente, Amelia. Eu já passei por isso… quando uma mulher se arruma assim, é porque alguém entrou na cabeça dela.

Amelia desviou o olhar, mordendo o lábio, e a amiga cutucou seu braço.

— Vai, me conta… pra quem você se arrumou desse jeito?

— N-ninguém. Só… só achei essa roupa no fundo da gaveta.

— Ahã. — A amiga arqueou uma sobrancelha. — Roupa curta assim não aparece do nada. Você quis que aparecesse.

O silêncio de Amelia foi resposta. Corada, puxou a saia de novo, mas a colega não deixou barato. Puxou ainda mais a barra para cima e cochichou no ouvido dela.

— Olha isso… tá curtinha demais. Aposto que ele vai ver tudo.

Amelia arfou, o rosto vermelho, tentando afastar a mão da colega.

— Para! Alguém pode ver…

— E não é isso que você quer? — a amiga riu. — Se fosse pra esconder, tinha vindo com aquelas saias longas de sempre.

Amelia abriu a boca para responder, mas o som de passos firmes ecoou no corredor. O ar mudou. Cael apareceu, atravessando o espaço com olhar fixo à frente.

Amelia prendeu a respiração, os lábios entreabrindo-se sem perceber. As pernas se apertaram sozinhas, e a mão desceu à saia, puxando-a devagar.

A colega a observava atenta, boquiaberta, e cochichou com malícia.

— É por ele, né? Tá na cara. Nem precisa confessar.

— Não é… — tentou negar, mas a voz saiu fina, quase um gemido.

A amiga sorriu ainda mais, divertida.

— Se ele me encarasse assim, eu já estaria toda molhada na hora.

Amelia engoliu seco, sem conseguir olhar para ela. As palavras atravessaram-na com vergonha e excitação ao mesmo tempo.

— Você tá louca… — murmurou, quase sem ar.

— Louca nada. — A amiga deu de ombros. — Olha pra você, tá brilhando inteira.

— Cala a boca…

— Não vou calar. — Ela riu, aproximando-se ainda mais. — E quer saber? Relaxa… não é só você. Até eu senti alguma coisa quando ele passou.

Amelia piscou rápido, confusa, o coração batendo forte demais. Tentou rir, mas o som morreu antes de nascer.

— Então… não sou só eu?

— Claro que não. — A amiga deu um tapinha no braço dela. — A diferença é que você não consegue disfarçar.

Amelia mordeu os lábios, a saia presa nos dedos, e pensou em silêncio:

— Se até ela sentiu… por que em mim parece fogo?

O riso da amiga ainda pairava no ar quando um som distinto começou a se impor. Primeiro suave, depois firme: o eco de saltos pelo corredor. Cada batida ressoava contra as paredes, abafando o nervosismo das duas. A colega se calou de imediato, e até Amelia ergueu os olhos, o coração acelerado em sincronia com o compasso dos passos que se aproximavam.

O som dos saltos ecoava pelo corredor, primeiro distante, depois firme, impondo-se sobre qualquer outro ruído. Cada batida contra o piso parecia uma afirmação de presença, um lembrete de autoridade. Amelia ergueu os olhos, o coração acelerado, já sabendo quem se aproximava.

Vivienne surgiu com a postura impecável de sempre, passos longos e seguros, o corpo ereto como se cada gesto fosse ensaiado para exibir poder. O corte do tailleur abraçava-lhe a cintura, o tecido sem uma dobra fora do lugar. O olhar, frio e direto, varria o espaço sem pressa, consciente do impacto que causava.

Do outro lado, Cael apareceu. O encontro foi inevitável: quase se esbarraram no meio do corredor estreito. O silêncio que antecedeu o choque foi breve, mas intenso, como se o ar prendesse a respiração junto a eles.

Vivienne arqueou discretamente as sobrancelhas e, num gesto rápido, forçou um sorriso. Mas a voz que saiu não combinava com a rigidez habitual: era doce demais, carregada de algo que não deveria estar ali.

— Professor… passo mais tarde na sua sala. Precisamos conversar.

Cael não respondeu. Apenas inclinou a cabeça num gesto seco, controlado, e seguiu adiante sem ceder espaço. A ausência de palavras pesou mais do que qualquer resposta, como se seu silêncio fosse, em si, uma sentença.

Amelia assistia à cena de longe, encostada à parede, os livros ainda apertados contra o peito. O coração disparava de um jeito que a deixava zonza. Não era apenas pela presença dele, mas pelo que via na expressão da reitora.

Os olhos de Vivienne ficaram presos em Cael tempo demais. Não havia pressa em desviá-los, como se buscassem ali um sinal de aprovação, uma resposta invisível. Amelia percebeu e sentiu um arrepio de estranheza: aquela mulher, sempre inalcançável, parecia menor diante dele.

Mas foi nos detalhes que a diferença se tornou esmagadora. Amelia notou os seios da reitora, maiores do que da última vez em que a vira, firmes, saltando sob o tecido de grife. O corte de cabelo novo, elegante e moderno, dava-lhe um ar de sofisticação cruel. Os lábios estavam pintados com batom caro, cor marcante que dominava o rosto. E cada passo, sustentado por saltos altos, ecoava como marteladas de poder.

A colega, ainda ao lado de Amelia, inclinou-se com um sorriso debochado e sussurrou baixo, quase divertida:

— Olha como ela se oferece pra ele.

Amelia mordeu os lábios, o sangue queimando nas bochechas. A frase caiu como ferro em brasa. Sentia a comparação arder ainda mais: os lábios dela só tinham gloss barato, as unhas ainda nuas, enquanto Vivienne parecia saída de um desfile.

O rubor subiu-lhe ao rosto de imediato. Baixou os olhos para si mesma — a saia curta puxada às pressas, o batom ausente, as unhas sem cor. O contraste foi brutal.

A comparação era cruel: diante de Vivienne, ela se via como uma menina tentando brincar de mulher. Uma aprendiz improvisada contra alguém que parecia pronta para qualquer palco. A insegurança apertou-lhe o peito, mas junto veio algo que não esperava: uma pontada aguda de inveja.

Observou a reitora de novo, os quadris firmes, a confiança no andar, e sentiu o desejo contraditório de ser como ela e ao mesmo tempo vencê-la. As palavras da amiga ainda ecoavam em sua mente — “A diferença é que você não consegue disfarçar.” — e, de repente, esse descontrole pareceu fraqueza diante de Vivienne.

Fechou os olhos por um instante, respirando fundo, e deixou o pensamento escapar como súplica íntima, doce e carente:

— Nunca serei como ela… mas será que ele gostaria de mim assim mesmo?

Mais tarde, a aula de cael estava em andamento. A voz grave, lenta, arrastava cada palavra como se fosse uma ordem. Os alunos inclinavam-se para frente, atentos, mas sem saber explicar por quê. O ar parecia mais pesado, denso, girando em torno dele.

Amelia tentava anotar, mas os olhos teimavam em se perder. Primeiro fixaram-se no rosto sério, depois desceram ao peito largo sob a camisa, aos músculos que o tecido não conseguia esconder. A caneta escorregava em sua mão.

Por fim, o olhar caiu no volume sob as calças. O choque foi imediato: o rosto dela pegou fogo, desviou rápido, mas voltou segundos depois. E voltou de novo. Era como se houvesse um ímã ali, atraindo seus olhos, repetidas vezes, mais demoradas a cada retorno.

Ao se ajeitar na cadeira, as pernas se abriram além da medida. A saia subiu, revelando a sombra da calcinha, já marcada de umidade. Amelia mordeu os lábios, tentando disfarçar, mas o corpo se entregava sozinho.

A respiração dela vinha irregular. Um pigarro mal disfarçou o gemido preso na garganta. Os dedos tremiam tanto que borraram a tinta do caderno, manchando a página. Cruzava e descruzava as pernas em busca de alívio, mas cada movimento só aumentava a pressão no ventre.

Cael observava. Notava tudo. O jeito como ela arfava, o brilho nos olhos, as pernas inquietas. E opau endurecia sob o tecido, latejante, mas sua mente permanecia fria.

— Um frasco… e já escorre. Será cio mesmo… ou só nervosismo? Mais uma dose faria abrir as pernas diante de todos.

— Nervosismo não encharca calcinha assim, meu rei. Olha como ela morde a caneta… como se fosse tua rola.

Cael manteve os olhos impassíveis sobre Amelia.

— O corpo implora, mas a mente ainda resiste. Se for cedo demais, pode quebrar.

— Quebrar? Hah… e se quebrar, você cola com gozo. Vai ver que até chorando ela geme, pedindo mais.

Amelia ajeitou-se outra vez, cruzando as pernas com força, mas a umidade já denunciava. O cheiro leve, adocicado, misturava-se ao ar da sala.

— Talvez precise testar… mais algumas gotas. Ver até onde aguenta.

— Testa logo, professor. Faz ela estudar com a boca. Vai ser a lição que nunca esquece.

Ele percebeu outros olhares. Algumas alunas também o observavam, disfarçando mal, presas ao ritmo da voz dele. Mas nenhuma queimava como Amelia.

— As outras olham. Mas é Amelia quem arde.

— Então goza nessa. Faz dela a primeira da turma. Depois as outras vão implorar pra sentar no teu pau, fila de alunas desesperadas pra provar teu sêmen.

O silêncio da sala era de estudo. Mas para Cael e Velthara, era gemido contido. Amelia, vermelha, mãos trêmulas, já não escrevia nada. Apenas lutava contra si mesma, sem perceber que estava sendo observada, medida, desejada.

Cael ergueu os olhos para o quadro e continuou a lição. Mas a mente ardia com a imagem dela, aberta, úmida, pronta.

Após o fim da aula Amelia entrou no escritório de Cael como quem atravessa uma fronteira proibida. O gesto de fechar a porta atrás de si soou mais alto do que deveria, reverberando nas estantes de livros que cercavam o espaço. Por um instante, sentiu como se o mundo tivesse ficado do lado de fora e agora só restasse ela, ele e o silêncio denso que parecia ganhar forma própria. O coração disparava, a respiração vinha curta, e cada passo dentro daquela sala era como invadir um território sagrado.

O ar tinha cheiro de tinta, papel e madeira encerada, mas escondia algo mais: um aroma grave, quase imperceptível, que parecia emanar do próprio corpo dele. Amelia estremeceu. Sentiu que mesmo antes de falar já estava exposta, como se o ambiente inteiro a acusasse. O calor entre as coxas aumentava, e o simples fato de estar ali a fazia sentir-se nua.

Os relatórios escorregaram de seus braços e caíram no chão com estrondo suave, mas alto demais para o silêncio. Ela se abaixou depressa, mas o gesto não foi rápido como deveria. O corpo se curvou devagar, e a saia subiu pelas coxas, deixando a pele arrepiada à mostra. Os dedos demoraram-se recolhendo folha por folha, como se quisessem prolongar aquele instante.

Amelia sabia. Não era acidente. Cada segundo de demora era escolha. Sentia o sangue pulsar nas bochechas, mas não recuava, consciente de que estava se exibindo.

Quando ergueu o olhar, viu Cael imóvel atrás da mesa. Não dizia nada, não fazia nada, mas a observava. A mudez dele pesava mais do que gritos. Amelia sentiu as pernas tremerem e o coração perder o compasso. Vergonha e desejo se misturaram de forma cruel, apertando-lhe o ventre.

Levantou-se com dificuldade, os papéis agora pesavam como chumbo em suas mãos. Depositou-os sobre a mesa, mas não retirou os dedos. Deixou que roçassem a mão dele, contato mínimo e proibido, mas intenso como descarga elétrica. O calor subiu pelo braço até o peito. Ela não se afastou — hesitou de propósito, querendo prolongar o que não deveria.

— Professor… — a voz saiu baixa, trêmula, quase inaudível. — Eu pensei no senhor ontem à noite.

Cael ergueu os olhos devagar. Não respondeu. Apenas a encarava com calma fria, e o silêncio obrigava Amelia a continuar.

— Eu sonhei com o senhor. — As palavras escaparam antes que pudesse segurar. — Não foi um sonho normal… eu acordei diferente.

A garganta seca quase a fez engasgar. O rubor aumentou, mas agora não havia volta.

— No sonho… o senhor me beijava. Forte. Me segurava como se fosse sua.

Ela respirou fundo, mordendo o lábio até doer. O coração parecia querer saltar pela boca, mas ela não parava.

— O senhor… me fazia coisas… obscenas.

A palavra quebrou o ar como pecado. Amelia baixou os olhos por um instante, envergonhada, mas voltou a encará-lo logo depois.

— Eu acordei molhada. Tão molhada...

O silêncio da sala parecia vibrar. Amelia ajeitou a barra da saia, mas em vez de cobrir, realçou a curva das coxas. Os olhos brilhavam de nervosismo e excitação, e ela forçou mais uma confissão.

— Eu me arrumei assim só pra chamar sua atenção. Gostou do que viu?

A ousadia fez sua voz falhar no fim, mas o corpo se inclinava cada vez mais sobre a mesa, exigindo resposta.

— Eu escolhi essa saia só porque queria que o senhor olhasse.

A pausa foi longa demais, sufocante. O corpo inteiro queimava.

O rubor tomava-lhe o rosto, mas junto havia prazer em se confessar. O peito arfava, o ventre latejava, e cada segundo de silêncio parecia uma tortura calculada.

— Eu queria que olhasse… e que, em vez de fingir indiferença… me arrancasse um beijo.

Amelia apoiou as mãos no tampo da mesa, inclinando-se mais, o quadril projetado. O olhar fixo nele, a respiração ofegante.

— Minha bucetinha se molhou toda quando o senhor passou perto de mim… e agora eu tô quase escorrendo...

O choque da frase explodiu no ar. Antes que a vergonha a engolisse, lançou-se.

Colou a boca à dele, intensa, faminta, desesperada. Os dedos agarraram a camisa, puxando-o com força, a língua trêmula buscou a dele, e o gemido preso vibrou contra a boca dele. O calor era sufocante, o corpo pressionado com toda a urgência contida.

Cael deixou por instantes. Sentiu o tremor dela, o ritmo descompassado do beijo, a entrega cega. Mas então recuou. Afastou-se devagar, rompendo o gesto com calma cruel.

Amelia ficou ofegante, os lábios úmidos, o peito arfando. Curvada sobre a mesa, parecia incapaz de se recompor.

— Por quê? — a voz quebrou, misto de súplica e provocação. — Por que parou? Eu queria mais. Eu quero mais.

Os olhos marejados buscaram os dele, entre vergonha e desejo, incapazes de esconder a queda.

Mas cael abriu a gaveta com a lentidão de quem não tem pressa. O ranger discreto do metal cortou o silêncio, como se anunciasse um julgamento. A mão deslizou para dentro, firme, e encontrou os frascos frios no fundo. Pensou em Amelia: trêmula, vermelha, já pronta para ser tomada sem resistência. Poderia fazê-lo agora, naquele instante, e ela se entregaria inteira. Mas e se desse mais veneno? O que aconteceria com aquele olhar febril e aquela boca que mal sabia conter as próprias palavras?

Velthara sussurrou primeiro, excitada, a voz melada de luxúria:

— Ela não precisa de mais, meu rei. Uma palavra sua já a faria rastejar.

Cael manteve a mão no fundo da gaveta, calculando. “Então por que não tomar agora? Por que não quebrá-la já?”

Velthara riu, quente, provocadora:

— Porque se der mais uma… ela vai se despedaçar na sua frente quase irreconhecivel. Se der as duas… ahhh, talvez não recobre a concienca. Vai virar só uma boneca sexual, Vai virar uma putinha zumbi, só servindo pra ser fodida, sem saber se geme ou chora.

O dedo dele roçou o vidro, firme. “E se virar boneca?”

Velthara gemeu como se gozasse só de imaginar:

— Melhor ainda. Uma boneca tua. Só tua. Você poderia fode-la onde quisesse, ela não se importaria desde que tivesse seu pau enterrado nela...

O dedo dele roçou o vidro, calculando. O sussurro impregnava-lhe a mente como perfume pesado, doce demais para ser ignorado. O pensamento se arrastava como tentação: tomar Amelia agora, quente e suada diante dele, ou prolongar o jogo, alimentando a transformação até que não restasse nada da menina que entrou pela porta.

Ele retirou a mão com decisão. Trouxe os dois frascos escuros para fora, que tilintaram levemente antes de repousar sobre a mesa.

Colocou-os lado a lado, como se fossem sentenças já escritas. A luz da sala incidiu sobre o vidro, revelando reflexos opacos que pareciam pulsar, como se algo respirasse no interior das garrafas.

Amelia arregalou os olhos. O coração batia descompassado, e as mãos suadas tremiam. Os frascos a atraíam de forma inexplicável, como imãs que puxavam sua vontade. Ela estendeu os dedos, mas hesitou no último instante, recuando como se tivesse tocado fogo.

O olhar de Cael a segurava. Não havia palavra, apenas a frieza calculada que pesava sobre sua pele como uma lâmina encostada ao pescoço. Amelia estremeceu, incapaz de respirar fundo.

— Esses frascos… — murmurou, a voz quase falhando. — Eles queimam só de olhar.

A pergunta saiu como desafio e súplica ao mesmo tempo. Os olhos dela estavam fixos no vidro, mas as pernas tremiam, como se qualquer movimento fosse uma rendição.

Cael inclinou-se ligeiramente para a frente. A voz grave veio lenta, fria, carregada de domínio.

— Quer algo de mim? Então prove que merece. Esses frascos são como veneno. Eles vão destruir quem você é agora, pedaço por pedaço. Depois de beber, não haverá volta. Você vai renascer diferente... melhor...

Amelia piscou, atônita. As palavras entraram nela como ferro em brasa. O peito subiu e desceu rápido, e os lábios tremiam.

— Veneno… — repetiu num fio de voz. — Então… se eu…

— É necessário coragem para se entregar... para renascer... — Cael não levantou o tom, mas cada sílaba soou como ordem.

O silêncio voltou mais pesado, enchendo todos os cantos da sala. Amelia olhava para os frascos como se respirassem, como se estivessem vivos. O desejo de agarrá-los e o medo de tocá-los se misturavam em ondas, deixando-a imóvel.

Um arrepio percorreu-lhe a espinha. Mordeu o lábio com força, quase ferindo a própria boca. O corpo vibrava, mas ainda assim não se movia.

Deu um passo vacilante para trás, os olhos marejados ainda fixos nos recipientes. Queria avançar, mas as pernas só sabiam recuar. Cada fibra parecia dividida entre a tentação e a fuga.

Virou-se devagar, o peito arfando, como se cada gesto custasse um esforço enorme. Aproximou-se da porta, mas a mão na maçaneta hesitou. O metal frio contrastou com os dedos úmidos de suor, e ela não teve coragem de girar de imediato.

Os ombros estavam tensos, a respiração curta. Amelia virou lentamente a cabeça, e os olhos marejados encontraram os dele. A boca entreaberta deixou escapar um suspiro que quase soava como gemido.

— Se eu beber… se eu deixar isso me mudar… o senhor vai me querer?

A frase ficou suspensa no ar, mistura de rendição e desafio, tão frágil quanto perigosa.

Não esperou resposta. Girou a maçaneta com brusquidão e saiu apressada, quase correndo, como se precisasse escapar antes que fosse tarde.

O corredor a engoliu, mas o corpo dela denunciava tudo: o quadril balançava mais, a saia subia a cada passo, e pela primeira vez ela não tentou corrigir. O perfume doce espalhou-se pelo ar, impregnando o escritório como lembrança inevitável.

Nada levou consigo. Os frascos permaneceram sobre a mesa, intactos, como promessa e ameaça, como destino à espera de sua coragem.

Cael ajeitou-se na cadeira, os olhos frios repousando sobre o vidro escuro.

— Ela voltará — murmurou, não como esperança, mas como certeza.

O silêncio retomou o espaço, pesado, absoluto. Os frascos, imóveis, pareciam pulsar no centro da mesa, testemunhas mudas de um jogo já decidido. Amelia havia partido, mas o veneno já vivia nela, mesmo sem ter provado uma única gota.

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Sugestões para os próximos capítulos são sempre bem vindas, deixe um comentário.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive santosbacon93 a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil de Samas

A situação está esquentando,a primeira vitima já está quase sem raciocínio, praticamente dominada . Sensacional cada capítulo!

0 0