Um assunto que eu achava que seria delicado e complicado se tornou até fácil. Fernanda aceitou minha ajuda bem mais fácil do que eu esperava, e isso me deixou muito feliz. Ela impôs suas condições, mas concordou em ficar com meu carro. Durante nossa conversa, no entanto, surgiu algo que eu pensava ter ficado para trás: a insegurança da Fernanda em relacionamentos. Eu tentava entender, mas, ao mesmo tempo, aquilo me feria, às vezes eu sentia que meu amor por ela não era o suficiente.
Eu conhecia seu passado; ela sempre foi muito honesta comigo, me contou tudo sobre sua ex, o quanto a amou e o quanto sofreu quando foi abandonada. Não havia como isso não afetar sua vida e seus futuros relacionamentos. Toda essa parte eu compreendia. O problema era que eu me doava de corpo e alma para alguém que não se sentia totalmente segura com o nosso relacionamento. Não era algo muito visível, mas eu sabia que estava lá, escondido no seu subconsciente. Eu não queria viver assim; não era saudável ter aquela pequena rachadura entre nós, algo que poderia, em algum momento, acabar com o que tínhamos construído.
Como ela já havia sugerido procurar um psicólogo, decidi apoiar a ideia e ajudar a escolher um bom profissional. Perguntei a algumas amigas e conhecidas, além de conversar com a Marina. Um nome em comum surgiu algumas vezes nessas conversas: Drª Márcia Alcântara. Fiz algumas pesquisas sobre ela e fiquei bem satisfeita com o que encontrei. Falei com Fernanda, e ela concordou em marcar um horário. Eu, claro, fui com ela. Tudo correu bem; tanto eu quanto Fernanda gostamos da psicóloga, e Fernanda já agendou sua primeira sessão para a semana seguinte.
Meu pai voltou para casa depois de quase dois meses fora. Ele resolveu dar outra chance ao casamento depois de minha mãe insistir muito. Nunca me meti nesse assunto; era algo que eles precisavam resolver, e qualquer decisão que meu pai tomasse eu apoiaria. No fundo, fiquei feliz com sua decisão, não por causa da minha mãe, mas por causa dele. Ele sempre deixou claro que amava muito minha mãe e que eles eram felizes antes de ela começar a fazer algumas escolhas erradas, ouvi isso da boca dele.
Meu pai me contou que decidiu tentar de novo porque notou que minha mãe realmente havia mudado, não apenas com palavras, mas com atitudes. Ela parecia ter voltado a ser a mulher por quem ele se apaixonou. Fiquei feliz de ouvir isso; lembro-me bem dos momentos felizes que passei com minha mãe quando era criança. A gente se dava muito bem e ela era uma mãe maravilhosa. Nossos problemas começaram depois que cresci e comecei a ter minha própria opinião. Infelizmente dali em diante foi só ladeira abaixo.
Nos dias seguintes, pensei em algo para deixar claro para Fernanda que o que eu sentia por ela era verdadeiro, que à queria para sempre ao meu lado, que nosso relacionamento era algo sólido e que eu jamais a abandonaria como sua ex fez. Eu sabia que ela acreditava em mim e em nosso relacionamento, mas parecia que seu subconsciente não. Provavelmente, a terapia ajudaria a melhorar isso, mas eu queria fazer algo para que até seu subconsciente soubesse o quanto eu a amava.
Fiquei pensando em como poderia demonstrar meu amor de uma forma marcante. Fiquei ali pensando por um tempo, mas não tive nenhuma boa ideia. Isso me frustrou, mas não iria desistir fácil. Enquanto não encontrava a resposta, decidi colocar em prática algumas ideias que tive, mas descartei como resposta definitiva. Eram boas ideias e eu não queria desperdiçá-las.
Na quinta-feira daquela semana, saí mais cedo do trabalho. Passei no mercado e comprei todos os ingredientes para fazer uma torta de frango; o prato preferido da Fernanda. Também comprei uma garrafa de Malbec argentino; seu vinho preferido. No caminho para o nosso apartamento, comprei um buquê de rosas vermelhas; suas flores favoritas. Assim que cheguei, liguei para minha sogra e pedi ajuda para preparar a torta. Fiquei quase uma hora no celular com ela; provavelmente, ela ficou enjoada de ouvir minha voz, mas eu não podia correr o risco de errar justo o prato principal. Depois de terminar a torta, preparei o restante da comida: arroz, feijão e batata frita. Preparei tudo a tempo e esperei que Fernanda chegasse. Era um pouco estranho preparar aquele tipo de comida para um jantar romântico, mas não me importei; era o que ela amava comer, e sinceramente, eu também gostava muito.
Quando Fernanda chegou do trabalho, me encontrou parada na sala com o buquê de rosas nos braços. Ela abriu um lindo sorriso e veio ao meu encontro. Me deu um selinho, pegou o buquê, me agradeceu e já foi perguntando qual era o motivo das flores. Eu disse que não tinha um motivo especial, que queria apenas um momento especial com ela. A peguei pela mão e a arrastei para o nosso quarto. Ao passar pela copa, ela viu a mesa arrumada e perguntou se eu tinha preparado um jantar romântico para nós duas. Eu disse que sim, e perguntei se ela tinha gostado. Ela sorriu e disse que, claro, que tinha gostado.
Do quarto, levei-a para o banheiro e pedi que tomasse um banho rápido, enquanto eu preparava a mesa para a gente jantar. Ela disse que logo estaria lá, e eu saí com um sorriso no rosto por ela ter gostado da surpresa.
Fernanda não demorou muito; quando saiu, já estava tudo preparado. Ela se sentou e eu servi uma taça de vinho e seu prato, vi seus olhos brilharem ao ver a comida que eu à servia. Jantamos sem conversar muito, ficamos a maior parte do tempo apenas trocando olhares e sorrisos bobos. Perguntei se ela estava gostando e, ela disse que estava ótimo, isso me deixou ainda mais feliz. Quando terminamos, Fernanda quis me ajudar a tirar e lavar as louças, mas não deixei. Disse que no dia seguinte faríamos isso e a arrastei para a sala para assistirmos a um filme e tomarmos um copo de sorvete de chocolate; seu preferido.
A ideia era assistir "Um Quarto em Roma", mas não terminamos o filme nem o sorvete. Fernanda me arrastou para o nosso quarto na metade do filme e praticamente me jogou na cama. Ela começou a tirar a roupa antes de subir na cama, e eu, para não perder tempo, fui tirando a minha também. Quando terminei, ela já estava subindo na cama com um olhar faminto. Colocou seu corpo sobre o meu, e nossas bocas se encontraram em um beijo quente, cheio de desejo.
Nossas mãos começaram a explorar nossos corpos, e logo senti a dela procurar espaço entre nós para alcançar minha intimidade. Senti seus dedos massageando meu clitóris enquanto ela me beijava, às vezes na boca, outras vezes no pescoço. Eu já estava gemendo de prazer com aquelas carícias atrevidas. Em um movimento rápido, ela se virou e deitou ao meu lado, aumentando a intensidade da sua mão em minha menina. Eu segurei seu pulso, fazendo-a diminuir o ritmo e me olhar com curiosidade. Virei um pouco de lado e levei minha mão até sua intimidade, começando a acariciá-la. Ela voltou a me beijar e a movimentar os dedos com suavidade em mim. Nossos gemidos se misturavam em uma melodia de puro desejo.
Eu já estava quase chegando ao orgasmo, então aumentei a intensidade dos meus movimentos. Não demorou muito para que ela começasse a tremer, e isso foi o ápice do meu desejo. Meu corpo foi tomado por uma sensação maravilhosa que se espalhou do meu útero para todo o corpo. Gozamos juntas, gemendo na boca uma da outra. Quando consegui falar, disse que a amava muito e ela respondeu o mesmo. Ali naquele momento mágico e prazeroso, eu me senti totalmente realizada. Tudo que eu fiz e planejei para nossa noite, tinha valido apena.
Nos beijamos novamente, e eu estava muito feliz por ter vivido aquele momento com ela. Mas ela parecia insatisfeita e, em um movimento rápido, virou-se ao contrário, com o rosto para baixo e as coxas na altura do meu rosto. Logo senti sua língua na minha intimidade, e minhas pernas se abriram automaticamente com aquele toque. Ela apoiou a cabeça na minha coxa e começou a me lamber devagar. Não iria ficar para trás e levei meu rosto entre suas pernas, que se abriram assim que senti minha língua tocando sua intimidade. Fiz o mesmo que ela e apoiei minha cabeça em sua coxa, lambendo-a gostosamente.
Não sei quanto tempo ficamos assim, mas percebi quando seu corpo começou a tremer novamente. Ela afastou a boca da minha intimidade, e senti o ar quente na minha pele quando ela soltou o ar e alguns gemidos. Ela estava prestes a ter outro orgasmo, e não parei um segundo de lamber sua menina. Aos poucos, sua respiração foi voltando ao normal, e eu continuei a lambê-la, saboreando seu mel. Não demorou muito para que sua boca se encaixasse novamente sobre meu clitóris, e ela parecia ainda mais faminta do que antes. Sua boca me devorava, e logo meus gemidos se tornaram mais altos. Não demorou para eu gozar mais uma vez naquela noite.
Depois dos orgasmos, ficamos abraçadas por um tempo, esperando nossos corpos descansarem. Em seguida, seguimos para o banheiro, onde tomamos um banho demorado. Fiz ela gozar de novo com meus dedos, e eu gozei outra vez em sua boca. Já exaustas, saímos do banho e voltamos para a cama. Antes de fechar os olhos pela última vez, ela olhou diretamente dentro dos meus olhos e disse que eu era tudo para ela, que nunca mais queria sair do meu lado. Eu respondi que sentia o mesmo e também a queria ao meu lado para sempre, mas acho que ela não ouviu tudo, pois adormeceu em meus braços, e eu me senti a pessoa mais feliz do mundo com ela ali dormido com um anjo.
A semana seguiu, e no final de semana não consegui fazer nada de especial para ela, pois a boate consumia meu tempo e o seu trabalho o tempo dela. No domingo, levei-a para passear no shopping e, na volta, peguei um caminho diferente. Ela ficou curiosa, perguntando onde estávamos indo. Eu disse que era uma surpresa, e ela continuou desconfiada, me enchendo de perguntas. Eu só ria e a enrolava. Quando dirigi meu carro para a entrada de um motel, ela entendeu tudo. Passamos a noite lá, e foi incrível. Aproveitamos ao máximo, mas fiquei triste quando chegamos em casa às seis da manhã e ela se arrumou para ir ao trabalho. Tentei convencê-la a ficar, mas, como sempre, ela era muito responsável e não consegui convencê-la.
Depois que ela saiu, fiquei pensando na noite incrível que tivemos e no quanto a amava. Também ri sozinha, lembrando que ela não gostou quando ri dela, porque ela me contou que nunca tinha ido a um motel antes, e achei engraçado. Ela ficou brava, mas desfiz sua cara de brava com muitos beijos e pedidos de desculpas.
As coisas estavam ótimas entre nós, mas eu ainda não tinha encontrado minha resposta. Sinceramente, pensei que não havia mais o que fazer, a não ser continuar amando e cuidando dela como sempre fiz. Ela já estava fazendo terapia e, provavelmente, esse pequeno detalhe que me incomodava iria desaparecer. Decidi desistir de quebrar a cabeça com aquilo e deixei a terapia fazer seu trabalho. Acabei dormindo pensando sobre o assunto e só fui acordar depois do horário de almoço. Procurei meu celular em cima da mesinha e mandei uma mensagem para Fernanda avisando que tinha acordado e perguntando se ela estava conseguindo trabalhar direito. Ela só me respondeu no horário do café, dizendo que estava morrendo de sono, mas conseguindo fazer seu trabalho sem maiores problemas. Eu pedi desculpas por tê-la deixado sem dormir a noite toda. Ela disse que valeu a pena e que faria tudo de novo. Aquilo me deixou mais tranquila.
Fiquei de bobeira o resto do dia e, às dezesseis horas, ouvi batidas na porta. Quando abri, dei de cara com a Marina. Falei para ela entrar e nos sentamos no sofá para colocar o papo em dia. Eu gostava muito da Marina; acho que, tirando o Diego, ela era minha amizade mais confiável. Eu falava de tudo com ela e, pelo que eu sabia, ela falava de tudo comigo. Eu não fazia ideia, mas naquela conversa descontraída, consegui minha resposta; era algo tão óbvio que não percebi até então.
Marina ficou rindo de mim e eu, toda eufórica com a descoberta, pedi conselhos e ajuda à ela. Ela estava animada com a ideia e disse que podia contar comigo com certeza. Nós duas tínhamos muito o que conversar e planejar nosso plano em detalhes, para que nada desse errado.
Continua..
Criação: Forrest_gump
Revisão: Whisper