Capítulo 1
Olá, pessoal. Meu nome é Márcio, mas todo mundo me chama de Marcinho. Tenho 42 anos e trabalho como gerente numa fábrica de confecções, um emprego que consome boa parte do meu tempo. Vivo com minha filha, Clara, que acabou de completar 18 anos na última semana. Ela é estudante de medicina veterinária, uma garota brilhante, dedicada, que ajuda nas tarefas de casa e é extremamente responsável. Clara é a luz da minha vida. Sou viúvo há 16 anos, então criei minha filha sozinho, sempre colocando o bem-estar dela em primeiro lugar. Trabalhei duro para garantir que ela tivesse tudo de melhor, e, com isso, nunca sobrou tempo para relacionamentos ou qualquer outra coisa além dela.
O que vou contar aconteceu há algum tempo. De vez em quando, eu e os caras do trabalho saíamos para tomar umas cervejas depois do expediente. Era algo leve, uma forma de relaxar. Mas, numa certa sexta-feira, os colegas sugeriram algo diferente: ir a um bordel. Falei que não tinha grana pra gastar com isso, mas eles insistiram, dizendo que era só pra tomar umas, ver as meninas dançando, sem compromisso. Acabei cedendo. Avisei Clara por mensagem que ia tomar umas cervejas e que chegaria um pouco mais tarde. Quando cheguei ao lugar, o ambiente era um verdadeiro desfile de mulheres deslumbrantes, seminuas, rebolando no palco com uma sensualidade que incendiava o ar. A visão daquelas curvas expostas, se movendo ao som da música, me deixou completamente excitado, o pau pulsando na calça. Passamos a noite rindo, bebendo e curtindo o show, mas quase ninguém do grupo “aproveitou” as meninas. Eu, pelo menos, não. Só que, naquela noite, exagerei na bebida como nunca. Fiquei tão bêbado que mal me lembro de pedir um carro por aplicativo às 4 da manhã. Depois disso, minha memória é um borrão.
Acordei no sábado, por volta das 16h, com Clara me olhando, preocupada, perguntando se eu estava me sentindo melhor. Sentei na cama, a cabeça explodindo de dor, a ressaca me castigando sem piedade. Abri os olhos lentamente, tentando me situar, quando ela disse, com um tom meio brincalhão:
— Toma, pai. Tenta colocar a cueca agora.
Peguei a cueca que ela me entregou, confuso, até olhar para baixo e perceber que estava completamente pelado. Pior: meu pau estava duro como pedra, apontando pro teto. O constrangimento me acertou como um soco. Eu, pelado na frente da minha filha, ainda por cima com uma ereção daquelas. Nunca, em toda a minha vida, algo assim tinha acontecido. Levantei cambaleando, o álcool ainda zumbindo no meu corpo, e vesti a cueca quase caindo no chão.
— Desculpa, filha... eu não sei como me descuidei tanto... desculpa por estar assim, sem roupa... e ainda por cima, nesse estado... — murmurei, tentando justificar a ereção matinal, vermelho de vergonha.
Clara deu uma risadinha, sem parecer incomodada.
— Relaxa, pai. Ele tava assim ontem também.
— Como assim, Clara?! — Meu coração disparou.
— O senhor não lembra de *nada* mesmo, né? — ela disse, rindo mais ainda.
— Meu Deus, filha, o que eu fiz? — perguntei, já em pânico.
Clara não parava de rir, como se achasse tudo uma grande piada, mas não respondia diretamente.
— Não foi nada demais, pai. Só chegou em casa bêbado pra caramba.
— Fala logo, filha, o que o pai fez? — insisti, desesperado.
— Tá bom, tá bom. Vou contar, mas não fica com vergonha, porque não foi nada de mais, juro — disse ela, ainda com um sorriso travesso. — Primeiro, o senhor não conseguia nem abrir a porta de casa. Sorte que eu ouvi o barulho e vi pela janela que era você. Quando abri, tava com a camisa toda suja, sei lá de quê. Tentei perguntar o que aconteceu, mas o senhor não falava coisa com coisa.
— Meu Deus... — murmurei, imaginando a cena.
— Falei que o senhor precisava de um banho frio pra melhorar da bebedeira e limpar aquela sujeira. Mas você disse que não conseguia nem se mexer direito. Então, eu te ajudei.
— Tu não me deu banho, né, Clara? — perguntei, com um frio na espinha.
— Não, pai, calma! — Ela riu alto. — Não toquei no senhor, fica tranquilo. Só te ajudei a tirar a roupa, fiquei fora do box enquanto você tomava banho. Mas antes de entrar no chuveiro, eu... bem... vi que o senhor tava... humm... — Ela hesitou, rindo.
— O quê, filha?
— De pau duro, pai! — Ela caiu na gargalhada. — Tava todo empolgado!
— Meu Deus, Clara, que vergonha... — Cobri o rosto com as mãos, querendo sumir.
— E o que será que te deixou tão excitado assim ontem, hein? — perguntou ela, ainda rindo, com um tom provocador.
— Olha, filha, eu nunca te contaria isso, mas, pra me justificar... ontem meus colegas me levaram pra um bordel.
— Nossa, pai! E mesmo depois de comer uma puta, o senhor chegou assim, todo ouriçado? — perguntou ela, surpresa.
— Não, Clara, eu não comi ninguém! — respondi, rápido. — Não tenho dinheiro pra isso. Tudo que eu ganho é pra pagar teus livros da faculdade, tu sabe.
— Pai, o senhor tem que pensar em você de vez em quando! — disse ela, rindo. — Só você pra ir num puteiro e não aproveitar nada!
— Só ficamos lá, bebendo e vendo as dançarinas — expliquei, ainda envergonhado.
— Peladas? — perguntou ela, com um brilho curioso nos olhos.
— Sim, Clara. Peladas — admiti, sentindo o rosto queimar.
— Aaaah, agora entendi por que chegou tão aceso! — Ela riu alto. — Mas, continuando... depois do banho, te entreguei a toalha e te levei pro quarto. Só que nem a água gelada fez esse teu amigão aí sossegar! — Ela apontou pro meu colo, rindo ainda mais.
Eu estava morrendo de vergonha. Sempre fui o pai mais respeitoso do mundo, sempre cuidei dela com todo o carinho e responsabilidade. Um episódio desses? Nunca passou pela minha cabeça.
— Tentei te convencer a vestir alguma coisa, mas o senhor não queria de jeito nenhum. Jogava todas as roupas que eu te dava pra longe! — continuou ela, achando graça.
— Desculpa, filha. Agora entendi por que acordei pelado. Obrigado por me contar — falei, tentando me recompor.
— Mas a história não acabou, pai! — disse ela, rindo ainda mais alto.
— Do que tu tá rindo tanto, Clara?
— O senhor deitou na cama, de pau duro apontando pro teto, e disse que queria ver pornô! — Ela caiu na gargalhada. — Tentou mexer na TV, mas tava tão bêbado que não conseguia nem segurar o controle direito. Ficava xingando, irritado. Adivinha o que eu fiz? Tive que colocar o pornô na TV pra você, senão ia ter um ataque! Quando coloquei, fui te passar o controle, mas o senhor já tava... humm... se aliviando! — Ela riu tanto que quase perdeu o fôlego. — Aí saí do quarto correndo e te deixei aí!
— Meu Deus, Clara, me perdoa. Perdoa o pai, por favor. Que vergonha... — Eu queria cavar um buraco e me enfiar dentro.
— Relaxa, pai, foi até engraçado. O senhor parecia um adolescente bêbado, todo desajeitado! — disse ela, tentando me tranquilizar.
— Me perdoa mesmo, filha. Não sei onde enfiar a cara. Mas, pelo jeito que tava bêbado, nem devo ter feito nada, devo ter apagado antes de... terminar qualquer coisa — falei, tentando me consolar.
— Acho que terminou sim, pai — disse Clara, apontando pra umas manchas secas no lençol, com um sorriso malicioso.
— Minha nossa... Perdão, filha, perdão mesmo — murmurei, completamente derrotado.
— Tá tudo bem, pai. O senhor só tava bêbado. E, mesmo que não tivesse, não foi nada de mais. Não quero que se sinta mal. Foi só engraçado, porque nunca te vi assim!
Eu não sabia onde meter a cara. Um homem da minha idade, tendo que ser cuidado pela filha por causa de uma bebedeira idiota. Que vergonha. Ainda assim, Clara parecia levar tudo na esportiva, e isso, de alguma forma, aliviava um pouco o peso da culpa que eu sentia.