Sofia intensificou seus “cuidados”. Levou Felipe ao salão para “dar só uma aparada” no cabelo, mas voltou com mechas discretas, iluminando os fios. Pintou suas unhas das mãos com um vermelho provocante e sensual. Comprou roupas mais ajustadas, blusas que marcavam o peito em crescimento, shorts que realçavam os quadris.
— Você devia experimentar isso… — dizia sempre, entregando-lhe uma peça nova.
Felipe não relutava mais, já estava entregue. quando se via no espelho com as roupas, sentia uma onda de prazer que não conseguia esconder.
Sofia sorria, satisfeita.
— Viu? Eu sabia que ficaria perfeito.
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O próximo passo foi fora de casa.
Numa tarde de calor, ela sugeriu:
— Vamos sair para caminhar. Quero te ver com essa blusinha nova.
Felipe arregalou os olhos. — Sofia, não. As pessoas vão reparar.
— Reparar o quê? — ela provocou, segurando o tecido contra o peito dele. — É só uma camiseta, mas olha como cai bem no seu corpo… ninguém vai achar estranho.
Ele resistiu, mordeu os lábios, tentou negar. Mas, diante da firmeza dela, acabou cedendo. Saiu de casa com a blusa justa, o sutiã discreto por baixo, o cabelo solto balançando no ombro. Cada passo na rua era um misto de nervosismo e prazer, como se estivesse nu diante do mundo.
Sofia caminhava ao seu lado, orgulhosa, apertando-lhe a mão.
— Eu disse que ficaria lindo.
Felipe sorriu de canto, envergonhado, mas não respondeu. No fundo, já sabia que não havia volta.
Na manhã seguinte ao passeio, Sofia entrou no quarto com uma sacolinha da farmácia. Tirou de dentro um pequeno estojo de maquiagem.
— Só um corretivo e um rímel — disse, como se fosse a coisa mais natural do mundo. — Vai realçar seus olhos.
Felipe arregalou os olhos, nunca tinha experimentado maquiagem.
Ela se aproximou, segurando-lhe o queixo. — Vamos destacar o que você já tem de bonito. Confia em mim.
Felipe logo sentiu os dedos dela espalhando o corretivo suave sob seus olhos, depois o leve toque do rímel alongando os cílios. Quando abriu os olhos diante do espelho, quase não se reconheceu. O rosto parecia ainda mais feminino.
— Viu? — Sofia sorriu, satisfeita. — Uma beleza delicada. A sua beleza.
Ele desviou o olhar, mas não conseguiu conter o sorriso tímido.
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Foi numa noite, após o banho, que ela deu o próximo passo. Felipe saía do banheiro apenas de toalha, o corpo já completamente moldado pelas mudanças: seios pequenos mas firmes, cintura fina, quadris largos, pele lisa, cabelos soltos e macios. Sofia o observava em silêncio, mordendo os lábios.
— Você sabe que não é mais Felipe, não é?
Ele parou, confuso. — Como assim?
Ela respondeu. — Não posso continuar usando esse nome com você assim.
Felipe continua. — Mas eu nunca pensei sobre outro nome, o que sugere?
Ela se aproximou, encostando os lábios no ouvido dele. — Você é minha Helena.
Felipe estremeceu. O nome ecoou como um segredo revelado.
— Helena… — repetiu, quase num sussurro.
— Isso mesmo. — Sofia sorriu. — Minha menina linda.
A partir daquela noite, nunca mais o chamou de Felipe. Apenas Helena. Apenas no feminino. E, mesmo sem nunca ter concordado em voz alta, ele não corrigiu. Pelo contrário: cada vez que ouvia o nome, o coração batia mais forte.
Com o tempo, o feminino deixou de ser provocação para virar rotina.
— Helena, passa o batom antes de sairmos.
— Helena, experimenta esse vestido, vai ficar perfeito no seu corpo.
— Helena, você está cada dia mais linda.
Sofia, sempre no controle, via diante de si não mais o namorado que conhecera, mas a mulher que sempre desejara — e que, passo a passo, estava moldando com suas próprias mãos.
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Já haviam se passado quase oito meses desde que Sofia começara a transformar Felipe em Helena. O tempo tinha corrido rápido, e cada semana deixava marcas novas e irreversíveis em seu corpo.
Os hormônios tinham feito sua parte: os seios cresceram firmes, arredondados, já enchendo as mãos de Sofia. A pele era macia, sensível ao toque, quase sem pelos. A gordura se redistribuíra de forma generosa nos quadris e nas coxas, suavizando as linhas masculinas e criando curvas femininas. A musculatura, antes rígida da academia, agora era discreta, moldada pelos treinos voltados a alongamentos, abdômen e glúteos. O rosto, emoldurado por cabelos longos e sedosos, estava delicado, iluminado por sobrancelhas arqueadas e cílios longos. Até a voz parecia mais suave, menos grave, acompanhando a transformação.
A libido masculina quase não existia mais, substituída por uma sensibilidade difusa que percorria todo o corpo: um toque no pescoço, um beijo nos ombros, e Helena estremecia inteira. As unhas estavam sempre cuidadas, discretamente polidas e pintadas. O perfume suave de flores acompanhava seus passos.
Já não havia sinal de resistência. Helena era dela — e sabia disso.
Em uma noite, Sofia preparou algo especial.
Deixou um vestido sobre a cama: preto, justo, com alças finas. Ao lado, um par de sandálias delicadas e um batom vermelho.
— Vem cá, minha Helena — disse com um sorriso. — Hoje quero te ver completa.
Helena obedeceu em silêncio. Vestiu a lingerie rendada, depois o vestido. O tecido deslizou sobre o corpo curvilíneo, moldando os seios e marcando a cintura fina. Calçou as sandálias, que alongaram suas pernas lisas. Sofia então fez a maquiagem: um toque de base, rímel, blush e, por fim, o batom vermelho intenso.
Quando terminou, levou-a até o espelho de corpo inteiro.
Helena parou, imóvel.
O reflexo devolveu a imagem de uma mulher jovem, bonita, com curvas suaves e rosto delicado. O peito projetado pelo vestido, os quadris cheios, a pele radiante, o olhar brilhando de emoção.
Sofia abraçou-a por trás e falou baixo, apontando cada detalhe.
— Olha só esses seios, firmes e redondos… tão lindos. — Beijou-lhe o ombro. — Essa cintura fina, esses quadris generosos. — As mãos desceram pelas curvas, acariciando. — Essa pele macia, sem um pelo. Esse rosto delicado, sobrancelhas arqueadas, cílios longos… e esse cabelo solto, maravilhoso.
Helena arfava a cada palavra, sentindo-se despida e ao mesmo tempo celebrada.
— Você não é mais Felipe. — Sofia sussurrou em seu ouvido, mordendo-lhe o lóbulo. — Nunca mais. Você é minha Helena. Linda, perfeita, feminina.
Helena deixou escapar um gemido suave, as lágrimas escorrendo sem tristeza — apenas emoção.
— Eu sou a sua Helena… — repetiu, quase sem voz.
Sofia sorriu diante do espelho, orgulhosa da obra que moldara com paciência e desejo.
Naquela noite, Helena não se vestiu apenas como mulher. Ela se viu, pela primeira vez, como mulher.
Helena ainda estava paralisada diante do espelho, absorvendo a imagem que Sofia moldara com tanto cuidado. O vestido marcava as curvas femininas, o batom vermelho brilhava em seus lábios, os seios pequenos projetavam-se com orgulho sob o tecido. Era uma mulher — e finalmente via isso.
Sofia a puxou pela mão, sem pedir permissão, conduzindo-a até a cama. Empurrou-a suavemente para trás, fazendo-a cair sobre os lençóis. O vestido subiu um pouco, revelando as coxas lisas, perfeitamente femininas.
— Olha pra você… — Sofia murmurou, deslizando as mãos pelo corpo rendido. — Linda, delicada, feminina. Tudo o que sempre esteve escondido, agora é real.
Helena fechou os olhos, sentindo o corpo inteiro vibrar.
Os lábios se encontraram num beijo intenso, manchando de vermelho a boca de Sofia. As mãos dela exploravam sem pudor, apertando os seios sensíveis, mordendo os mamilos até que Helena soltasse gemidos curtos, delicados.
— Eles estão crescendo tão lindos… — Sofia provocava, lambendo o contorno dos botões rígidos. — Seus seios já me enlouquecem.
Helena arfava, contorcendo-se sob o peso dela. Cada toque parecia elétrico. Já não existia mais a libido dura e urgente de antes; o prazer vinha em ondas suaves, espalhadas pelo corpo inteiro. O arrepio de uma unha arranhando sua coxa, o calor da boca sugando seu colo, a pressão firme das mãos nos quadris.
A noite parecia não ter fim. Sofia explorava cada detalhe do corpo feminizado que moldara com tanta paciência. Beijos, arranhões suaves, sussurros possessivos. Helena, entregue, já não pensava em nada além do prazer difuso que a atravessava.
Foi então que Sofia abriu a gaveta e retirou um consolo preso a um cinto de tiras. Helena arregalou os olhos ao ver o arnês preto, firme, e o que ele sustentava. O coração disparou. O material negro, liso e brilhante, projetava-se firme, sustentado pelo arnês ajustado à cintura. Quando Sofia ajustou o conjunto de tiras, o consolo tornou-se sua extensão natural. Não era plástico, não era borracha: era Sofia. Era o corpo dela prolongando-se em domínio, em desejo, em promessa.
Sofia agia com naturalidade, como se tivesse esperado por aquele momento desde o início. Helena, deitada na cama com o vestido erguido até a cintura, tremia de ansiedade e desejo. O olhar era um misto de medo e rendição — mas não havia recusa, apenas entrega.
— Sofia… — murmurou, corada, sem saber se recuava ou implorava.
Ela apenas sorriu, ajustando o strap ao corpo. A silhueta dela se completou de uma forma que fez Helena estremecer.
Sofia se aproximou devagar, passando a mão pelos seios pequenos, agora duros e sensíveis, beijando-os como se os abençoasse.
Helena abriu as pernas sem resistência, quase que instintivamente. O vestido se amarrotava, a lingerie rendada ainda cobria o sexo, úmida, marcada de excitação. Sofia explorava cada curva como se estivesse revelando um tesouro.
— Você sente isso, não sente? — provocou, pressionando mais forte. — Está pronta para ser minha por inteiro.
Sofia encostou a ponta do strap na renda molhada da calcinha, esfregando devagar, arrancando gemidos contidos.
Helena mordeu os lábios, tremendo, mas não resistiu. Deixou-se virar, os seios esmagados contra o lençol, o corpo arqueado em submissão.
O primeiro avanço foi lento, atravessando o tecido antes que Sofia o afastasse com firmeza. Quando finalmente penetrou, Helena gemeu alto, surpresa com a invasão e tomada pelo prazer. O corpo reagiu instintivamente: as pernas se abriram mais, os quadris se ergueram, os dedos se cravaram no colchão. Cada investida não era apenas física — era simbólica. Cada avanço a afastava mais do passado, enterrava mais fundo o corpo antigo, trazendo à superfície a mulher que sempre estivera escondida.
A cada investida mais profunda Helena chorava e ria ao mesmo tempo. Não era apenas sexo: era confirmação. Cada estocada parecia apagar de vez qualquer resquício de Felipe, gravando em sua pele a certeza de ser mulher, de ser Helena.
Sofia a observava com um sorriso de vitória, aumentando o ritmo a cada gemido. Helena já não se continha — gritava o nome de Sofia, suplicando por mais, perdida entre lágrimas e orgasmos difusos que percorriam cada nervo de sua pele.
— Me diz de quem você é… — ordenou, a voz grave contra sua pele.
— Sua… — Helena gemeu, arqueando-se ainda mais. — Eu sou sua, Sofia!
Sofia não parava de provocá-la, mordendo-lhe o pescoço, descrevendo seu corpo enquanto a possuía.
— Esses seios lindos balançando… essa cintura tão fina… esses quadris deliciosos… você nasceu para ser assim.
Helena gemia em resposta, sem conseguir falar, o corpo entregue em espasmos de prazer.
Sofia aumentou a força, o corpo dela batendo contra o colchão a cada investida. O quarto se enchia de gemidos, do som úmido da penetração, da respiração ofegante.
Helena já não era capaz de pensar. O prazer não vinha de um único ponto: espalhava-se por toda a pele, pelos seios apertados, pelos quadris dominados, pela mente entregue. O orgasmo subia como uma onda inevitável, e ela chorava enquanto sorria, perdida na sensação de ser finalmente completa.
Sofia, dominando cada segundo, se inclinou sobre ela, prendendo-lhe os pulsos contra o colchão, e penetrou mais fundo, até que o corpo de Helena explodisse em espasmos. Ela gritou, gemendo o nome da amante, com lágrimas escorrendo pelo rosto.
Helena soluçava entre gemidos e risos, abraçando Sofia com toda a força que lhe restava. A noite seguiu em ondas de prazer, domínio e entrega, até que os corpos se misturassem em exaustão e cumplicidade. Helena fechou os olhos, um sorriso cansado e feliz nos lábios vermelhos borrados. Não havia mais dúvidas, nem medos. Apenas a certeza de que estava completa — inteira — no corpo e no amor da mulher que a moldara.
E naquele instante, não havia dúvidas, nem passado, nem futuro. Apenas duas mulheres, completas uma na outra.