A infiltrada 10 — Consequências

Da série A Infiltrada
Um conto erótico de Turin Tur
Categoria: Heterossexual
Contém 1787 palavras
Data: 02/09/2025 07:09:25

A Pauta.

Operação Surpresa do Exército Desarticula Rede de Tráfico e Prende ‘A Baronesa’ e seus Cúmplices.

Em uma operação relâmpago que chocou o setor de logística e agronegócio, a Polícia do Exército prendeu na manhã de hoje um grupo de indivíduos envolvidos em um sofisticado esquema de tráfico de armas. O principal alvo da ação foi a Logística Sul, onde as autoridades desvendaram uma rede de desvio de armamentos camuflada por uma fachada empresarial.

Eduardo, o proprietário da Logística Sul, foi surpreendido e preso em seu escritório no edifício administrativo. Em suas primeiras declarações à imprensa, ele negou veementemente qualquer conhecimento sobre a carga ilegal, afirmando que as armas foram escondidas em suas instalações sem seu consentimento. Eduardo tentou desviar a culpa, responsabilizando uma de suas assistentes, que não foi encontrada no local da operação.

Apesar da declaração de Eduardo, a reportagem de “A Pauta” investigou a fundo a relação entre a Logística Sul e a poderosa empresária do agronegócio, Elisabeth Barbosa. Investigações preliminares da polícia apontam que Elisabeth é a notória traficante de armas conhecida no submundo do crime como “a Baronesa”. Foi descoberto que, embora não constasse formalmente no quadro de sócios, Elisabeth foi a responsável por quitar as dívidas da empresa e financiar uma total renovação da frota de caminhões, injetando milhões em um negócio à beira da falência. Essa relação financeira obscura é vista como a chave para o uso da transportadora como braço logístico da organização criminosa.

A prisão de Elisabeth ocorreu em um dos galpões da empresa, junto com a esposa de Eduardo, a artista plástica Camila. O local, que também servia como ateliê de Camila, foi o epicentro da operação. As duas foram detidas em flagrante, no momento em que um caminhão era carregado com o arsenal roubado, escondido entre caixas de pinturas assinadas pela própria Camila. A prisão em flagrante da artista levanta sérias dúvidas sobre sua alegada inocência.

Além do trio principal, a operação também resultou na detenção de cúmplices importantes para a logística do esquema: o caminhoneiro Rafael, responsável pelo transporte, e o segurança César, que cuidava da vigilância no local.

O General Mendes, do Comando do Exército, se manifestou publicamente, mas com notável surpresa ao perceber que a imprensa já tinha conhecimento da operação. Apesar disso, ele concedeu entrevista e declarou que a prisão foi resultado de um trabalho investigativo exemplar conduzido pela polícia do exército, que agiu com precisão para desmantelar a rede criminosa. No entanto, quando questionado se Elisabeth era de fato a “Baronesa”, o General foi evasivo. O ponto de maior tensão na entrevista ocorreu quando a imprensa o questionou sobre a participação de soldados no desvio original do armamento. O General Mendes encerrou a entrevista abruptamente, deixando um rastro de especulações e mistério sobre a possível infiltração do esquema no próprio Exército.

***

Enquanto todo o país lia sobre a prisão de Elisabeth e seus cúmplices, um casal aproveitava uma manhã de descanso. Apesar de apertado, aquele quarto era bem iluminado. As roupas espalhadas pelo chão criavam um ar caótico que deixava aquele espaço ainda mais apertado. Na parede em frente à cama, está pendurado o quadro em que Júlia, que não era mais Kátia, foi pintada por Camila. A capitã estava na cama, nua, com o lenço cobrindo as pernas e o quadril, enquanto os seios permaneciam livres, como seu sorriso despreocupado. Seus olhos brilhavam enquanto observava Patrícia, vestindo apenas blusa e calcinha, caminhando de um lado a outro enquanto lia a sua matéria para o jornal “A Pauta”.

— E aí, gostou? — perguntou Patrícia, ao engatinhar sobre a cama.

Júlia se sentou na cama e recebeu um beijo na boca. — Ficou perfeito. Eu queria ter visto a cara do Mendes quando você apareceu fazendo perguntas a ele, mas infelizmente ele me excluiu da operação.

— Isso é um absurdo, viu? Você faz todo o trabalho, mas na hora ele dá o crédito para aqueles homens.

— Todos incompetentes. Pior é ser humilhada sempre que ele fala comigo.

— Como você consegue?

Júlia torceu os lábios, abaixando os olhos para o lençol. — Tem essa coisa do exército onde os superiores sempre pisam em você e reclamar é sinal de fraqueza, mas fica pior quando trabalhamos disfarçadas. A gente se acostuma a ter duas ou mais identidades e passamos muito tempo fingindo ser outras pessoas. Fazemos coisas de que não gostamos, enganamos pessoas e, por mais que acreditamos fazer tudo por uma causa nobre, lá, no fundo, nos entendemos como pessoas horríveis. É como se eu merecesse ser destratada.

Patrícia acariciou o rosto de Julia, lhe dando mais um beijo — Você não é uma pessoa horrível. É tão maravilhosa que conseguiu sair dessa manipulação deles.

— Obrigada, meu amor, mas não foi sozinha que saí.

— Foi graças à Camila, não foi? — perguntou Patrícia, com ironia.

Júlia sorriu — Não fique ciumenta, mas tem a ver com ela também. Me entreguei para ela de um jeito que nunca havia feito em missão, indo contra todas as minhas diretrizes. Eu realmente me apeguei a ela, mas depois vi nela o que eu fazia com as pessoas. Quando percebi que ela me enganava por prazer e não por uma missão, entendi que eu não era a pior pessoa do mundo.

Patrícia riu, acompanhada por Júlia.

— Quem esperava que se apaixonar por ela fosse o que levou você a se libertar? — disse a Jornalista, alisando o seio nu de Júlia.

Júlia sorriu e acariciou o rosto de Patrícia, lhe dando mais um beijo. — Eu não me apaixonei por ela. No início, até pensei que sim, mas meu carinho por ela me fez ter dúvidas se eu estaria certa, mas só isso. Ainda, sim, eu entreguei meu corpo como sempre faço nas missões. Com você, foi diferente, pois naquela noite, no carro, eu te entreguei meu nome verdadeiro, a coisa mais valiosa e íntima para quem trabalha disfarçado. Não fique com ciúmes, o que tive com ela nem se compara ao que sinto por você.

Lentamente, um sorriso largo se abriu no rosto de Patrícia, que puxou Júlia para si, a beijando na boca com desejo.

— Me desculpa. É que me dá raiva só de pensar no que ela fez com você.

Um sorriso sereno se fez no rosto de Júlia — se você visse a cara que ela fez quando eu disse que dei para o marido dela, nem sentiria tanta raiva assim.

As duas riram juntas mais uma vez. Patrícia se virou para o quadro na parede, onde Júlia se debruçava nua sobre o motor do caminhão.

— Pelo menos ela pinta bem. Fez você igualzinha.

— Sim, eu adorei o quadro. Só que odiei ser exibida para aquele monte de gente. Não ia deixar os homens do Mendes me olharem desse jeito para depois espalharem fotos pelo quartel. Quando saí do escritório da Elisabeth, fui lá e roubei.

— E trouxe para mim?

— Sim. Agora eu quero mostrar a minha bunda só para você.

Patrícia sorriu, maliciosamente — então me mostra agora, Kátia.

Júlia franziu o cenho. Patrícia sorriu. — Na cama, você é minha Kátia. Foi assim que te conheci.

Com o sorriso voltando aos lábios, Júlia retirou completamente os lençóis de cima do corpo e se virou de quatro, nua para a jornalista. Com o rosto encostado no colchão, ela empinou o quadril ao máximo. Ao afastar os joelhos, ela ofereceu seu corpo a Patrícia por completo, para o beijo grego de que tanto gostava. Seus gemidos, manhosos, mudaram de intensidade, guiando o ritmo e a força com a qual aquela língua deslizava em pontos tão sensíveis. As mãos quentes percorriam suas coxas e alcançavam a bunda que apertava com vontade.

— Amo esse gemido seu — disse Patrícia, ao interromper a carícia para depois retomá-la.

— Amo seu beijo no meu cuzinho — disse Júlia, entre gemidos.

Júlia apertava e mordia os lençóis, gemendo manhosa com a língua de Patrícia esfregando em seu cu. O quadril balançava sutilmente, como se ajustasse o melhor encaixe para a língua. Com os olhos fechados e um sorriso sapeca, levou uma das mãos para trás e segurou o cabelo da namorada, puxando o rosto dela para dentro da bunda. Ao sentir a língua infiltrada no cu, revirou os olhos.

Quando soltou Patrícia, virou-se para ficar de joelhos e beijá-la na boca com desejo. Retirou a blusinha dela e massageou os seios. As duas, de joelhos, ficavam bem próximas, com as coxas se intercalando e os seios espremidos entre as duas. Mais um beijo e os corpos se esfregavam, assim como as línguas. Júlia mergulhou a mão na calcinha de Patrícia e recebeu a dela em sua boceta. As mãos tinham os gemidos abafados pelo beijo lascivo. Os quadris rebolam, como se degustassem dos toques íntimos que recebiam. Com os grelos inchando entre dedos, os beijos foram interrompidos para darem vazão aos gemidos de prazer enquanto se apoiavam no corpo da outra, com os rostos colados.

Júlia e Patrícia passaram a se olhar nos olhos, enquanto trocavam gemidos. Ao se olharem, aceleraram os movimentos de suas mãos até explodirem em um prazer simultâneo. As duas gritaram e seus corpos desabaram, voltando a se apoiar entre si. Assim, se abraçaram e tombaram juntas na cama, onde namoraram por mais algumas horas.

Alguns dias depois, Patrícia publicou a matéria “Prostitutas do Estado: Como o Exército explora sexualmente mulheres em missões de espionagem”, com relatos de Júlia e outras agentes. O fato da instituição ter uma divisão secreta, exclusiva para a abordagem sexual, chocou a opinião pública e custou o cargo do General Mendes. Júlia saiu do Exército e passou a trabalhar no A Pauta com Patrícia. A jornalista percebera que os talentos de Júlia, para persuasão e capacidade de extrair informações, poderiam ser muito úteis na imprensa, mesmo sem seduzir ninguém. Foi uma época de aprendizado mútuo, onde elas se conheceram melhor como profissionais e companheiras, culminando em um casamento.

Incomodada com a traição do marido, Camila se divorciou mesmo estando presa. Ao criar suas primeiras relações com outras detentas, começou a seduzi-las, mas foi seriamente reprimida pelas facções que dividem o presídio.

Desolado, Eduardo tinha dificuldades em contratar advogados. Nenhum profissional aceitou pôr sua carreira em risco com uma tese de defesa que transfere responsabilidades para uma funcionária que não conseguia provar que existia.

Elisabeth foi a melhor assessorada por advogados, que construíram uma tese de defesa sólida para se esquivar da acusação de ser a Baronesa, assim como explicar sua presença no galpão sem envolver o desvio de armas. O que ela não contava era que seria delatada por Rafael e Camila. O motorista disse tudo o que sabia em troca de abatimento de pena. A ex-amante delatou por vingança ao provocá-la a se envolver com “Kátia”. Com todos os crimes imputados a Baronesa, ela foi quem ficou presa por mais tempo.

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Foto de perfil genéricaTurin TurambarContos: 350Seguidores: 332Seguindo: 122Mensagem Olá, meu nome é Turin Tur, muito prazer. Por aqui eu canalizo as ideias loucas da minha cabeça em contos sensuais. Além destas ideias loucas, as histórias de aqui escrevo são carregadas de minhas próprias fantasias, de histórias de vi ou ouvi falar e podem ser das suas fantasias também. Te convido a ler meus contos, votar e comentar neles. Se quiser ver uma fantasia sua virar um conto, também pode me procurar. contosobscenos@gmail.com linktr.ee/contosobscenos

Comentários

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Esses últimos capítulos me surpreenderam bastante. Terminou de um jeito muito diferente do que imaginava.

Concordo com o Neto Batista, o final foi um pouco acelerado.Mas no geral gostei muito. A personagem Julia muitíssimo interessante.

No outro comentário vc disse q vai dar uma pausa e vir com uma série maior.

Eu vou pelo caminho contrário. Pretendo publicar 3 séries curtinhas até o final do ano, entre 4 a 6 capítulos cada.

Vou fazer como vc, escrever toda série primeiro , para depois publicar.

Mais uma vez parabéns por esta série, foi muito legal acompanhar!

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Ryu, estou curioso pelo que imaginava como final.

Também pelo que imaginaria ser uma continuação das histórias de Julia.

Já são dois comentários achando o final abrupto, mas mesmo assim não sei como desenvolve-lo melhor. Mesmo depois de meses escrito.

Histórias curtas é o melhor porque você não fica pouco tempo sem publicar. Eu não deveria criar uma história de mais de vinte capítulos, mas aí você cria personagens, situações. Enfim, vou abandonar esse formato das duas últimas series e voltar a algo parecido com o que fiz em tentações cruzadas. Vai ser longo e meu pouco ânimo para escrever vai fazer essa série demorar bastante para sair.

Por enquanto vou ficar apenas lendo suas histórias e publicando nos desafios.

Abraços

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Turin,

A expectativa que criei foi de que o final daria quase toda a atenção à aventura em si — a investigação — e não tanto aos conflitos psicológicos da Júlia. Por ser uma história de investigação e “aventura”, imaginei que a personagem seria apresentada de forma mais “rasa” do ponto de vista psicológico, com maior foco na ação, no risco e na solução do mistério.

Isso não é uma crítica à sua série, nem uma tentativa de interferir no rumo dela — apenas estou respondendo à sua pergunta.

Dentro dessa imagem inicial que formei, cheguei a imaginar outras possíveis aventuras para Júlia/Kátia: investigando a morte misteriosa de um alto comandante, acompanhando acontecimentos estranhos no comando militar da Amazônia, ou até desvendando a presença de um possível espião, por exemplo.

Mas, reforço: eu gostei da série sim.

Espero que supere as dificuldades que esteja tendo, e que recupere o animo.

Aguarda para ler sua participação no desafio e sua nova serie .

A minha serie nova, talvez eu publique o primeiro capitulo hoje ou amanha.

Um abraço

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Ryu, fique tranquilo. Só perguntei por curiosidade mesmo.

De fato o meu interesse em abordar essa questão psicológica em Julia foi crescendo com o decorrer da história. Não foi planejado.

Eu já tinha comentado em algum capítulo do Código do Prazer que o serviço de "Fantasias sob encomenda" rendia histórias justamente por essa questão da dualidade, onde a pessoa passa a não saber se veste uma máscara ou se está liberando um "verdadeiro eu". Acho esse tema fascinante.

Também perguntei pelo que você imaginaria de continuação, porque o final que pensei para ela seria uma aposentadoria, pelo menos como militar. Poderia pensar em mais coisas, uma vez que Julia se torna auxiliar de Patrícia e em como essa forma delas investigarem afeta o relacionamento entre elas. Pode sair algo daí.

Agradeço muito os comentários e por ter me acompanhado. A nova série vai demorar bastante para sair, mas o texto do próximo desafio já está pronto. Amanhã eu posto ele.

Ficarei aguardando a sua série.

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Blz

Já postei o primeiro capítulo da minha nova série "A Eterna Musa".

Vai ser bem leve. Quase uma brincadeira.

Vou aguardar para ler seu conto do desafio amanhã!

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Olá Bom dia.. tudo bem por ai?

Turin, foi muito legal essa história, gostei bastante.

Bem diferente do obvio, mas com muitas cenas sensuais, sexuais explicitas e muito excitantes.

Só que sinceramente achei o final foi de uma forma muito abrupta, claro que era visível que já estava se encaminhando pro final, mas achei que poderia ter pelo menos mais um capítulo. (opinião de um simples leitor, mas muito fã do eu trabalho e sem nunca querer interferir na história).

meus parabéns...

agora esperamos a quinta feria chegar para o inicio de uma nova saga.

Grande abraço

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Bom dia neto.

Tudo bem, e você?

Muito obrigado pela leitura da série toda e pelo comentário.

É bom saber que queira mais capítulos, mas eu realmente não tinha (ou não sabia) mais o que escrever. Esse capítulo final já foi bem curto.

Talvez o final fique aquém pela história ter sido muito amarrada ao "mistério" por traz do roubo das armas. Assim que o mistério é solucionado não tem muito o que escrever.

Essa série e a anterior, eu brinquei de ter um mistério no fundo conduzindo a trama. Foi divertido de escrever, mas talvez não seja a minha melhor abordagem.

Na próxima quinta não tem série nova. Eu tenho uma estrutura montada para pelo menos uns vinte capítulos de uma série nova, algo mais no estilo das crônicas do bairro velho ou tentações cruzadas. Mas só tenho capítulos escritos e nenhum ânimo para continuar. A vida fora dos teclados tem sido um tanto desanimadora. Somando isso ao tempo que levaria para escrever tudo, não sei se teria algo novo esse ano além dos desafios.

Para o desafio 16 sim, deve ter algumas coisas.

Grande abraço, neto.

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cara eu te entendo perfeitamente, eu tenho a base para duas histórias, mas a vida particular anda tão complicada que acabo não conseguindo dar continuidade e soma a isso o quanto tempo que nos consome, isso infelizmente causa uma falta de vontade de escrever. é uma pena, mas vida que segue.

Cara um grande abraço e obrigado pela sua gentileza em responder as nossas mensagens.

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