GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ [67] ~ 2 MESES DEPOIS...

Um conto erótico de Lucas
Categoria: Gay
Contém 2725 palavras
Data: 15/09/2025 16:22:05

Em meio ao meu turbilhão de pensamentos, acabei adormecendo profundamente, como se minha mente precisasse processar toda aquela descoberta sobre mim mesmo. Quando acordei, a luz do sol já filtrava pelas cortinas da suíte, e meus olhos foram direto para o chão. Lá estava Guto, ainda deitado onde eu havia mandado, como um cãozinho obediente esperando ordens do seu dono.

Uma mistura estranha de poder e ternura tomou conta de mim. Eu me sentia como um rei observando seu súdito mais fiel. Havia algo viciante naquela sensação de controle absoluto, de saber que um homem de 43 anos havia passado a noite inteira no chão frio simplesmente porque eu mandei. Era melhor que qualquer droga.

— Guto — chamei com voz ainda rouca do sono — vem pra cama.

Ele se levantou imediatamente, os joelhos marcados pelo piso frio, os olhos brilhando com uma gratidão que beirava o patético. Mas quando ele se deitou ao meu lado, algo mudou completamente. A submissão da noite anterior havia se transformado numa fúria sexual quase animal. Ele me olhava como se eu fosse a única coisa que importasse no mundo, como se tivesse passado a noite inteira fantasiando com aquele momento.

— Você não imagina o que passou pela minha cabeça a noite toda — sussurrou Guto, a voz carregada de desejo reprimido — ver você com aquele cara ontem, não poder fazer nada, e depois ter que dormir no chão... Eu tô subindo pelas paredes, se você não me foder agora eu te mato.

E então ele me atacou. Não foi amor, foi fome. Fome de mim, fome de aprovação, fome de ser possuído completamente. Suas mãos exploravam cada centímetro do meu corpo com uma urgência desesperada, como se eu pudesse desaparecer a qualquer momento. Eu deixei ele tomar a iniciativa por alguns minutos, curtindo vê-lo completamente descontrolado de tesão.

— Calma, tigre — disse pegando seus pulsos e prendendo suas mãos acima da cabeça — quem manda aqui sou eu, lembra?

O gemido que saiu da garganta dele foi quase um rugido. Ele estava completamente à minha mercê, e nós dois sabíamos disso. O que se seguiu foi uma das experiências mais intensas da minha vida. Eu dominava, ele se rendia. Eu comandava, ele obedecia. O Guto tinha fome pelo meu pau, seu cú piscava, a gente trocava beijos e mais beijos, ele me chupava com vontade, eu metia nele como um animal, e ele gemia forte, pedia mais e mais, toda a vontade que ele tinha pelo corpo se rebelara ali, naquela dança perfeita de poder e submissão que nos levou ao êxtase de uma forma que eu nunca havia experimentado.

Quando terminamos, ficamos deitados em silêncio, ele no meu peito e eu alisando seu cabelo, sentindo seu coração ainda disparado contra o meu corpo. A sensação de poder ainda pulsava nas minhas veias como um veneno doce.

— Você pegou muito pesado ontem, não sabia que você era assim — disse Guto, quebrando o silêncio.

— Desculpa, também não sabia que eu era assim. Acho que acabei exagerando, me desculpa, se quiser não faço mais isso — respondi, mas por dentro torcia para ele dizer que queria mais.

— Devo admitir que gostei — ele confessou, e eu senti uma satisfação imensa — só não gostei mesmo de ver você com outro, mas entendi que você queria me castigar. Eu fiquei excitado assistindo tudo, você está despertando um lado em mim que eu não sabia que gostava.

— E você também está despertando um lado que eu não sabia — sorri maliciosamente — devo admitir que sou um ótimo dominador, né? Se não fosse isso você não teria transado comigo com tanto gás como agora há pouco.

— Pela idade que você tem, devo admitir que está de parabéns, novinho — disse Guto com admiração genuína.

— Obrigado, bb — falei puxando ele para um beijo longo e possessivo.

— Estamos namorando? Na briga com o Haroldo você disse que era meu namorado, fiquei na dúvida — perguntou Guto na lata.

— Olha, eu falei aquilo porque estamos juntos, né? Mas sei lá, não queria esse status de namoro, pelo menos não agora. Isso é problema pra você?

— Não, não, até porque o que importa é que você está aqui — disse Guto me alisando com carinho.

— Ótimo, vamos tomar um banho na jacuzzi? — disse me levantando e puxando Guto.

A jacuzzi da cobertura era um luxo que eu estava me acostumando rapidamente a ter. A água quente envolveu nossos corpos enquanto as bolhas faziam uma massagem natural. Lá, longe dos jogos de poder, fizemos amor de uma forma diferente, mais carinhosa, mais íntima. Era como se tivéssemos dois tipos de conexão: uma selvagem e dominante, outra suave e amorosa. Guto beijava meu pescoço com uma reverência quase religiosa, sussurrando no meu ouvido como eu era especial, como ele nunca havia se sentido assim com ninguém.

Naquele momento, com a vista da cidade se estendendo à nossa frente e o corpo dele colado ao meu, eu me senti verdadeiramente poderoso. Não era só o poder sexual, era o poder de ser desejado, de ser necessário para alguém, de ser o centro do universo de outra pessoameses se passaram como um borrão de prazer, poder e descobertas. Durante esse período, nada de muito sério aconteceu, apenas aproveitei minhas férias como um rei aproveitaria seus domínios. Ficava com Guto na maior parte do tempo, às vezes com Luke quando a saudade de ser comido batia, às vezes com outras pessoas quando a curiosidade falava mais alto. Mas meu fixo era Guto, meu porto seguro, meu “ficante” favorito.

Eu praticamente estava morando na cobertura dele, afinal queria me manter longe de casa e da Camille. Sempre que ela estava lá, dava um jeito de soltar alguma piada de duplo sentido ou dar em cima de mim quando meu pai não estava por perto. A vontade que eu tinha era de gravar comendo ela e mostrar pro meu pai, mas não queria nem tocar naquela cobra.

Então, muitas vezes eu só ia pra casa passear com Thanos, brincar um pouco, e voltava para a cobertura do Guto. Foi assim que passaram esses dois meses de puro hedonismo.

Quando minha segunda faculdade começou, minha rotina ficou pesada. De manhã tinha aula na UFRN, à tarde ia pra faculdade de nutrição na particular, e à noite estudava e treinava. Durante esse período apareceu um estágio num box de CrossFit, não era remunerado, mas valia hora complementar. Nas terças e quintas eu ficava lá estagiando em duas aulas, basicamente passava o alongamento e aquecimento. Era algo simples para um estudante de segundo ano de educação física, mas era gostoso, e também tinha muitos gatos no cross, o que me deixava completamente animado para ir.

O Raul também estava estagiando nesse mesmo box, ele ficava com a aula antes da minha. Então, além de ter que aturar ele na faculdade, eu tinha que conviver no CrossFit. Mas nossas conversas não passavam de coisas pontuais, pelo menos por enquanto.

Foi nesse box que aconteceram duas situações que marcaram essa fase da minha vida.

A primeira foi um encontro que parecia roteiro de novela. Guto tinha ido treinar comigo, e nesse mesmo dia encontramos Carlos também lá, o Raul havia chamado ele. Eu sabia que Raul era GP e já havia sido "cliente" do Guto, mas estava guardando essa informação para usar no momento certo, como uma carta na manga.

Quando cheguei no box com Guto, Raul e Carlos estavam lá junto com outras pessoas, incluindo Matias.

— Olá, boa noite — falei com um sorriso que não chegava aos olhos.

— Olá, boa noite — disse Matias, claramente percebendo a tensão no ar.

— Oi, Lucas — falou Carlos, o desconforto evidente na voz.

— Esse é meu namorado, Guto — falei apresentando Guto e notando Raul ficar visivelmente desconfortável, o rosto perdendo a cor.

— Prazer — disse Guto educadamente, alheio ao drama que se desenrolava.

— Guto... — comentei olhando diretamente para Raul — você conhece ele, né Raulzinho? Tenho certeza que vocês já se... encontraram antes.

Raul engoliu seco, os olhos se arregalando ligeiramente. Carlos franziu a testa, claramente perdido na conversa.

— Não sei do que você tá falando — Raul tentou disfarçar, mas a voz tremeu.

— Ah, não? — sorri maliciosamente — que coincidência então. O mundo é realmente pequeno, não é mesmo?

Matias, sempre o diplomata, tentou aliviar o clima:

— Bom, que tal a gente focar no treino? Lucas, você vai dar a aula hoje?

— Vou sim — respondi sem tirar os olhos do Raul — aliás, Raul, você não vai ficar pra assistir minha aula? Tenho certeza que você vai... gostar do que eu tenho pra mostrar.

Carlos estava cada vez mais confuso, olhando entre mim e Raul como se tentasse decifrar um código. Guto, percebendo a tensão, me puxou de lado:

— Tá tudo bem, amor? Você parece meio estranho.

— Tudo ótimo, bb. Só lembrando de uns tempos antigos — disse alto o suficiente para Raul ouvir.

Depois que Carlos e Matias se afastaram para treinar, Raul se aproximou de mim com cara de poucos amigos:

— Por que você disse essas coisas?

— Disse o quê, Raulzinho? — perguntei com a inocência de um anjo e o veneno de uma cobra — só fiz uma observação sobre como o mundo é pequeno.

— Lucas, eu não sei que jogo você tá jogando, mas...

— Jogo? — ri — eu não tô jogando nada. Só acho interessante como certas pessoas aparecem na nossa vida em... contextos diferentes. Você não acha?

Raul estava claramente nervoso, as mãos tremendo ligeiramente:

— Não sei do que você tá falando.

— Claro que não sabe — sorri — mas enfim, espero que você e Carlos sejam muito felizes. Vocês merecem um ao outro.

Acabei não fazendo nada demais nesse dia, apenas começando minha vingança contra o Raul, quem mandou ele ser talarico?

A segunda situação foi ainda mais intensa. Era uma quinta-feira, eu estava terminando minha turma quando Haroldo, o ex do Guto, apareceu.

— Olha só quem tá aqui, se não é o garotinho do meu ex — disse Haroldo enquanto eu enchia minha garrafa d'água, o tom destilando puro veneno.

— Você por aqui — falei sem demonstrar expressão, mas por dentro já estava me preparando para a guerra.

— Eu que devia falar 'você por aqui'. O que faz aqui, garoto? Cadê o Guto?

— Deve estar em casa. Bom, aqui é meu local de trabalho, então não posso bater boca com você — respondi tentando manter a classe.

— Nossa, como o quadro de funcionários daqui tá ruinzinho, hein? Esse box já foi melhor. Você faz o quê? Faxineiro?

E foi aí que a fera dentro de mim despertou. Todos os meses de descoberta do meu lado dominante, toda a confiança que Guto havia me dado, tudo veio à tona:

— Cara, cala tua boca e some daqui — falei com uma frieza cortante.

— Eu conheço o dono, acho bom você me tratar bem.

— E eu como o dono daqui também — rebati sem hesitar — além de comer seu ex. Garanto a você que ambos são viciados na minha pica. Vamos ver o que eles preferem, se é seu dinheiro ou meu pauzão grande e grosso. Por favor, dá o fora.

Saí de lá puto da vida por ter encontrado Haroldo, mas uma parte de mim estava orgulhosa. O garotinho de alguns meses atrás jamais teria respondido assim. Eu estava mudando, me tornando alguém que não abaixava a cabeça pra ninguém.

Mas eu sabia que aquilo era só o começo. Haroldo não era o tipo que engolia desaforo, e Raul estava claramente com medo do que eu poderia revelar. A tempestade estava se formando, e eu estava bem no centro dela.

E pela primeira vez na vida, eu estava ansioso pra ver o que ia acontecer.

E naquela mesma semana, para completar mais um capítulo desse dramalão mexicano que era minha vida, Juliette, mãe do Luke, me ligou. Quando vi o nome dela na tela do celular, confesso que achei um pouco estranho. Juliette nunca me ligava diretamente, quando precisava falar comigo, sempre mandava mensagem ou falava através do Luke. Meu coração deu uma acelerada instintiva, mas resolvi atender.

— Oi, tia — atendi o telefone tentando soar natural, mas já com um frio na barriga.

— Oi Lucas, boa noite, meu lindo! Tudo bem? — a voz dela soava carinhosa como sempre, mas havia algo diferente, uma tensão sutil que eu conseguia captar.

— Tudo sim, tia. A que devo a honra da sua ligação? — perguntei, tentando desvendar o motivo por trás daquela ligação inesperada.

— Liguei para falar sobre o Luke — disse ela, e na mesma hora engoli seco. Mil coisas passaram pela minha cabeça num segundo. Será que aconteceu algo com ele?

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, não conseguindo esconder a preocupação na minha voz.

— Podemos nos encontrar pessoalmente? — ela desconversou, o que só aumentou minha ansiedade.

— Tia, aconteceu alguma coisa? — falei novamente, mais preocupado ainda. O fato dela não responder diretamente estava me deixando desesperado.

— Nada muito grave, Lucas, mas preciso falar com você pessoalmente — ela pausou, como se estivesse escolhendo cuidadosamente as palavras — sei que você e o Luke ficam de vez em quando, e bom... prefiro não falar por telefone. É melhor conversarmos cara a cara.

Meu coração disparou. Ela sabia. De alguma forma, ela sabia sobre mim e Luke. Mas como? E mais importante: o que exatamente ela sabia?

— Quer que eu vá na sua casa? — ofereci, tentando soar calmo, mas por dentro estava um caos.

— Não, não — ela respondeu rapidamente — me mande seu endereço ou podemos nos encontrar num restaurante? Em alguns minutos, pode ser? Precisa ser hoje, Lucas.

A urgência na voz dela me deixou ainda mais nervoso. Que diabos estava acontecendo?

— Certo, tem aquele crepe perto do Shopping — sugeri, escolhendo um lugar neutro e público.

— Perfeito, te encontro lá em 30 minutos — disse ela, e antes que eu pudesse fazer mais perguntas, completou: — Lucas, não se preocupe demais, ok? Só preciso mesmo conversar com você. Até daqui a pouco.

E desligou.

Fiquei ali parado, olhando para o telefone como se ele fosse explodir a qualquer momento. Bom, aquela ligação... eu sabia que uma bomba estava para vir. Para Juliette me ligar especificamente para falar sobre Luke, e ainda por cima querer encontro presencial urgente, era sinal de que vinha alguma encrenca grande pela frente. Mas eu não fazia a menor ideia do que poderia ser.

Comecei a me arrumar mecanicamente, enquanto minha mente trabalhava a mil por hora. Seria sobre o nosso relacionamento? Ela descobriu que a gente volta e meia se encontra? Ou seria algo completamente diferente? Algo relacionado à família? Luke estava bem quando conversamos alguns dias atrás...

Entrei no carro com o estômago embrulhado, dirigindo no automático enquanto criava as teorias mais malucas na minha cabeça.. Talvez ela tivesse descoberto sobre meus outros relacionamentos e quisesse me dar uma bronca de mãe. Ou pior, talvez fosse algo realmente sério com Luke e ela precisasse da minha ajuda.

Os 30 minutos de trânsito até o restaurante pareceram uma eternidade. Cada semáforo vermelho era mais uma oportunidade para minha imaginação correr solta. E o pior de tudo era a incerteza. Juliette sempre foi carinhosa comigo, me tratava como um filho. Mas algo na voz dela hoje estava diferente, uma seriedade que eu nunca tinha ouvido antes.

Quando finalmente cheguei ao restaurante, ela já estava lá, sentada numa mesa no canto, mexendo nervosamente no celular. Usava um vestido azul marinho e óculos escuros, mesmo sendo noite - o que só aumentou minha paranoia. Quando me viu se aproximando, tirou os óculos e me deu um sorriso que não chegou aos olhos.

— Lucas, meu querido — disse se levantando para me dar um abraço. Mas até o abraço parecia tenso.

— Oi, tia — respondi, retribuindo o abraço, mas já sentindo que aquela conversa mudaria tudo.

Sentamos um de frente para o outro, e o silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Juliette tamborilava os dedos na mesa, claramente nervosa, enquanto eu esperava ela começar a falar. O ar estava carregado de tensão, como se estivéssemos prestes a deflagrar uma bomba que mudaria nossas vidas para sempre.

— Então... — ela começou, respirou fundo e me olhou diretamente nos olhos — preciso te contar uma coisa sobre o Luke. E depois preciso te fazer uma pergunta muito importante.

Meu coração bateu tão forte que tive certeza de que ela podia ouvir. Aquele era definitivamente o momento que mudaria tudo. E pela primeira vez em meses, eu não fazia ideia se estava preparado para o que estava por vir.

O que diabos Juliette sabia? E mais importante: o que ela queria de mim?

A resposta para essas perguntas mudaria tudo...

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Comentários

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Lucas tá sendo extremamente abusado e irresponsável com o Guto, e mesmo esse personagem sendo um chato, ele não merece isso. Já sei que vai dar uma bosta colossal

AAAAAAA KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Não aguento com o Raul se mijando todo de medo. Esse Lucas arrasa

E esse ex-panaca do Guto não vai descansar enquanto não prejudicar a vida do Lucas, né? Fdp

Porra o que essa mãe do Luke quer tanto falar? Pelo amor de Deus já tô ansioso pra saber! Não demora pra atualizar

Ótimo capítulo, como sempre! Parabéns ❤️

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