Capítulo 2 - UM PREDADOR

Um conto erótico de Dr. Dionísio Sintra
Categoria: Gay
Contém 808 palavras
Data: 15/09/2025 21:29:04

O som do mar na orla de Vitória era apenas ruído. Nada poético, apenas o constante lembrete de que mesmo algo grandioso pode ser reduzido a um incômodo de fundo. No meu apartamento, o silêncio era um bem caro. Espreguicei-me meu corpo nu na cama, incontáveis fios egípcios deslizando sobre a pele depilada a laser tão lisa quanto meus lençóis. Na parede me olhei no espelho gigante para meu “controle de qualidade” — investimento, meu corpo refletia-se: uma escultura viva, talhada a custo de disciplina, dinheiro e uma vaidade que jamais admitiria em voz alta. Cada músculo era uma conquista, cada veia saltada, um detalhe de um projeto perfeito. Era a minha armadura e minha arma.

O sol da manhã invade meu apartamento como um intruso luxuoso. Meu café da manhã é um ritual sagrado – proteínas calculadas ao grama, carboidratos cronometrados, tudo organizado, mastigo lentamente. Meu OnlyFans estava cheio de mensagens: “Deus, que corpo!”, “Queria ser essa cadeira”. Patético. Durante um tempo, aquilo fora meu parque de diversões — encontros com trabalhadores braçais, mendigos, viciados… gente que cheirava a vida real. Era minha maneira de sentir o mundo sem me sujar de verdade. Mas até isso cansara. Nada mais me excitava. Fechei o app abruptamente. O último gole de café está frio.

Às 10h em ponto, desci para a academia. O horário daqueles que não precisam se enfiar em escritórios logo cedo. O ar cheirava a dinheiro e suor — uma combinação inconfundível de esforço e privilégio. Eu não treino por saúde, foda-se a saúde. Treino por estética. Cada movimento é calculado para manter a imagem que construíra — a imagem que me garantia olhares de inveja e desejo. Mas naquele dia, a mente não parava. Ele. Weslley. Aquele corpo esculpido para o meu pecado. Lembrei dele no aniversário da tia Márcia, aquele peito largo, as coxas grossas que prometiam força e submissão ao mesmo tempo. Parei no meio do supino, fechei os olhos. Era ridículo — eu perturbado por um homem e ainda mais hétero. Fui para a sauna, o vapor grudou o desejo na minha pele. Deixei a toalha cair um pouco, exibindo-me para mim mesmo. Não havia mas ninguém, além de mim. Fechei os olhos e imaginei Weslley ali, nu, ofegante, com aqueles braços enormes, imaginava passar a língua naquele peito, nas axilas dele, nos mamilos, pensava em passar a boca em cada cantinho da sua barriga. Imaginava o sabor da boca dele, a boca que chupa a boceta da minha prima, encontrando a minha não com um beijo, mas com voracidade. Cuspindo minha cara. Um animal irracional e raivoso, mas obediente ao meu tesão. Eu quero que ele me domine, que use toda aquela força contida para me dobrar, me usar, me humilhar. Que me chamasse das coisas mais sórdidas e terríveis que jamais qualquer pessoa diria em voz alta. E depois… Abri os olhos. Sozinho. Sem ele. Sem ninguém.

A sauna estava vazia, mas cheia dele. O vapor carregava fantasias que nenhum perfume de luxo seria capaz de mascarar. Fechei os olhos e ali, naquele calor que grudava na pele como um segredo sujo, Weslley surgiu outra vez. Não era só o corpo — era a contradição que ele representava. Weslley não era gay. Mas todo homem tem seu preço. Senti um sorriso surgir — ácido, destrutivo, deliciosamente perverso. Ele ainda não sabia, mas já era meu. Foi então que a porta da sauna abriu. Um homem entrou — silhueta forte, mais novo que eu, devia ter uns 22 anos, olhos que me avaliaram por um segundo notando minha ereção. Era só mais um desses gays de academia. Seus olhos baixaram para meu cacete que latejava por Weslley, um sorriso quase imperceptível surgiu em seus lábios. Não trocamos palavras.

Levantei-me e fui para o banheiro, entrei numa das cabines mais distantes, ele me seguiu, agora o animal seria eu que iria descarregar todo o tesão que estava sentindo pelo macho da minha prima naquele cuinho rosado, ainda apertado, suadinho do treino, mas muito cheiroso, passei um pouco de saliva e meti a cabeça do pau no cu dele, firme e com força, na mesma metida enfiei até o talo, para que ele não esquecesse de mim. O tesão era tamanho que não demorou muito, jorrei meu leite dento do cu daquele desconhecido. Era Weslley que eu queria. Era Weslley cujo gemido abafado eu roubava em minha mente. Cada toque, cada respiração, cada movimento era para ele. E quando o gozo veio, foi seu nome que grudei em meus dentes cerrados deixando o estranho assustado e interrogativo.

O estranho se vestiu sem cerimônia e saiu. Fiquei ali, ainda tremendo, fui para o banho. O cara não era nem a metade do homem que Weslley era. Mas eu havia provado, mesmo que por um instante, o sabor da minha própria obsessão. E isso só alimentou a certeza: cedo ou tarde, ele seria meu.

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