Na manhã seguinte, o sol já estava alto, mas o calor ainda era suportável quando saí de casa para comprar pão. A padaria do Seu Zé ficava a pouca distância dali, e o cheiro de pão quente já tomava a rua. Eu caminhava distraído, ainda com a cabeça no dia anterior — o olhar de Creuza, o som abafado da festa, o barulho das minhas coxas batendo nas suas nádegas com força. A porta trancada do quarto. Meu corpo parecia carregar um peso gostoso, uma mistura de lembranças e antecipação.
Ao virar a esquina, quase trombei com ela. Creuza estava lá, parada em frente à padaria, segurando uma sacola de pães e uma garrafa de leite. Vestia um short jeans que deixava as pernas à mostra e uma blusa leve, solta, que dançava com a brisa. O cabelo curto estava preso num coque desleixado, mas o rosto, mesmo sem maquiagem, tinha aquele brilho felino que me desarmava.
— Ora, ora... Cláudio, tão cedo na rua? — disse ela, com um sorriso que era meio provocação, meio disfarce.
— Tô atrás de pão, mas parece que achei coisa melhor — respondi, com um sorriso de canto, já entrando no jogo.
Ela riu, balançando a cabeça, e ajeitou a sacola no braço. O movimento fez a blusa deslizar um pouco, revelando o ombro bronzeado. Meu olhar escapuliu, e ela notou. Claro que notou.
— Tá com pressa ou quer me acompanhar até em casa? — perguntou, com aquele tom que não deixava margem para dúvidas. — Tô sozinha hoje... e o café tá quase pronto.
A rua estava calma, com poucos pedestres, e o convite dela era como uma faísca no meio da gasolina. Olhei nos olhos dela, procurando algum sinal de hesitação, mas só vi aquele brilho malicioso, o mesmo que me puxara para o quarto na véspera.
— Café com você? Não tem como recusar — falei, tentando soar casual, mas minha voz saiu mais rouca do que eu queria. Porra, a Creuza nunca tinha me convidado para a casa dela. Realmente a foda que tivemos foi diferente.
Ela sorriu, virou-se e começou a caminhar, com um rebolado que parecia calculado. Fui atrás, como um imã atraído pelo metal. A casa dela ficava a poucos metros dali, numa rua estreita com muros cobertos de trepadeiras. Enquanto andávamos, o silêncio era pesado, cheio de promessas.
Chegamos à casa dela, um sobrado simples com uma varanda cheia de vasos de plantas. Ela abriu a porta, colocou a sacola na mesa da cozinha e se virou para mim, encostando-se no balcão.
— Fecha a porta, Cláudio — disse, com a voz baixa, quase um sussurro.
Fiz o que ela pediu, girando a chave com um clique que ecoou no silêncio da casa. O ar parecia mais quente ali dentro, ou talvez fosse só o meu sangue pulsando. Creuza se aproximou, devagar, como uma predadora que sabe que a presa não vai fugir. Parou a poucos centímetros de mim, tão perto que eu sentia o perfume leve dela misturado com o cheiro do café que borbulhava na cafeteira.
— Ontem foi perigoso, sabia? — ela murmurou — Mas acho que a gente não terminou o que começou.
— Terminar? Creuza, ontem foi só o começo — respondi, inclinando-me até nossos rostos quase se tocarem.
Ela riu baixo, e antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, me puxou pelo colarinho da camisa. O beijo veio com a mesma fome do dia anterior, a língua dela dançando com a minha, o sabor que já era familiar e, ao mesmo tempo, novo. Eu já estava com a rola enorme, só de shorts tactel, e ela não perdeu tempo. A mão dela deslizou até minha rola, apertando forte, como se quisesse confirmar que o desejo ainda estava lá.
— Fiquei pensando a noite toda nessa rola — sussurrou, com os olhos brilhando.
— E eu nessa sua buceta gostosa — respondi, e era verdade. Creuza não era a mulher mais bonita do mundo, mas tinha um poder sobre mim, um olhar felino que me dominava. Eu estava louco para meter com ela, como na véspera.
Puxei-a para o sofá da sala, sem paciência para subir até o quarto. Ela se deixou guiar, rindo baixo enquanto eu levantava sua blusa e desabotoava o short jeans. A calcinha preta, igual à do dia anterior, estava lá, enfiada no rego, e quando a puxei para o lado, não havia surpresa: a vagina dela estava melada, pronta. Não foi nada difícil enfiar minha rola nela, e depois de duas estocadas, ela já deslizava fácil, gemendo baixo enquanto me olhava por cima do ombro com aquele olhar safado.
— Me fode gostoso, fode — ela sussurrou, a voz carregada de urgência.
Aumentei o ritmo, puxando o corpo dela contra o meu, sentindo suas nádegas batendo nas minhas coxas, o barulho do ploc ploc enchendo a sala. Eu queria encher ela de tapas na bunda, mas me contive, sabendo que qualquer barulho poderia ecoar na casa silenciosa. Ejaculei dentro de Creuza, que fechou os olhos enquanto o leitinho entrava em seu corpo. Pressionei meu corpo contra o dela, sentindo cada tremor, e então tirei meu pau, pingando esperma. Algumas gotas caíram no sofá, outras escorreram dela. E, como na véspera, não havia saciedade — só a certeza de que aquilo não seria a última vez.
Ela se levantou, ajeitando a roupa com uma calma que contrastava com o fogo de minutos antes. Pegou a garrafa de leite e a sacola de pão, como se nada tivesse acontecido, e me olhou com um sorriso malicioso.
— O café tá pronto. Quer um pãozinho? — perguntou, com a voz leve, como se estivéssemos apenas conversando sobre o tempo.
Eu ri, ainda recuperando o fôlego.
— Você é perigosa, Creuza.
— E você gosta do perigo, Cláudio — ela retrucou, piscando antes de ir para a cozinha.
Enquanto tomávamos café, com o pão quente e o cheiro de café fresco enchendo a casa, o silêncio entre nós era confortável, mas carregado. Eu sabia que ela voltaria ao bairro outras vezes, e eu estaria lá, esperando o próximo convite, o próximo olhar, o próximo trancar de porta. Porque com Creuza, o jogo nunca terminava.