O tempo passou, e o que antes parecia apenas um jogo de lembranças se transformou em vida real. Pietro prosperava cada vez mais em sua empresa de TI, acumulando contratos, prestígio e, acima de tudo, dinheiro. Do lado de fora, era visto como um empresário de sucesso. Dentro do apartamento, porém, não passava de um escravo obediente, nu, sempre pronto para servir.
Ana, fiel à promessa, decidiu cursar Psicologia. Pietro arcou com todas as mensalidades, livros, transporte e qualquer coisa que ela precisasse. Para ela, estudar não era uma obrigação, mas um luxo — mais um mimo que ele lhe proporcionava.
A cada dia, Ana se tornava mais plena em sua condição. Comprava roupas, perfumes, viagens, tudo sem jamais olhar o preço. E, quando não estava na faculdade, passava horas no apartamento, sendo servida como uma verdadeira deusa. Pietro aceitava tudo com devoção: era tapete, massagista, criado, apoio, confidente.
Até que Ana apareceu com um namorado. Um rapaz mais novo, atlético, seguro de si. Pietro engoliu a novidade sem hesitar. Na verdade, nem poderia — já tinha dito que não se importava. O que importava para ele era continuar servindo a sua rainha, mesmo que tivesse de estender sua servidão a mais alguém.
Foi assim que, pouco tempo depois, Pietro passou a servir os dois. Preparava jantares, limpava a casa, trazia café, e obedecia sem questionar quando Ana mandava que ele massageasse seus pés enquanto o namorado assistia TV ao lado dela. Houve momentos em que foi humilhado, outros em que foi simplesmente ignorado, mas em todos eles Pietro sentia a mesma coisa: plenitude.
Porque, no fundo, era isso que ele sempre quis: estar de joelhos, oferecendo tudo de si à mulher que dominava seu mundo.
E Ana também estava exatamente onde sempre sonhou. Tinha alguém para sustentá-la, satisfazer cada capricho, garantir-lhe uma vida de luxo e liberdade, e ainda assim a deixava completamente livre para viver, amar e fazer o que bem entendesse.
Ela: uma rainha servida, idolatrada, sem amarras.
Ele: um escravo feliz, dono de tudo lá fora, mas nada dentro de casa.
Era perfeito.
Era tudo o que sempre quiseram.