500km para te limpar (Parte 3 de 3)

Um conto erótico de Shaka de Virgem
Categoria: Heterossexual
Contém 3278 palavras
Data: 21/10/2025 10:05:10

Capítulo 8: A Viagem do Corno

Na sexta-feira, logo após o almoço, eu estava na estrada. Larguei o trabalho mais cedo, inventando uma desculpa qualquer para o meu chefe. A verdadeira urgência, a verdadeira entrega pendente, estava a 500 quilômetros de distância. Entrei na Fiat Toro que a empresa tinha me dado, um carro novo, e peguei a estrada, o ar-condicionado no máximo para tentar combater o calor que vinha de fora e o que queimava dentro de mim.

Eu gosto de mensurar meu tesão por ela dizendo que meu pau ficou duro 500km por ela. E foi a mais pura verdade. Foi a viagem mais longa e, ao mesmo tempo, mais rápida da minha vida. O carro roncava na BR, devorando o asfalto, mas minha mente estava ainda mais veloz. A tortura, dessa vez, foi maior, porque não era apenas a minha imaginação. Era interativa. Quando saí de João Pessoa, ela ainda iria começar a se arrumar. E ela fez questão de que eu participasse de cada segundo.

Uma hora depois de eu ter pegado a estrada, meu celular apitou no suporte do painel. Era uma foto dela. Apenas as pernas, abertas sobre uma toalha na cama, e uma mão com a unha vermelho-putinha segurando uma gilete.

Ana ❤️: Começando a me depilar pra ele. Deixar tudo lisinho. Pensando em você. 😈

Meu pau latejou. Eu estava a 120km/h numa rodovia, com uma ereção latejante, imaginando aquela lâmina deslizando na pele dela. A humilhação de saber que ela estava se preparando, se limpando para ser sujada por outro, era quase insuportável. Eu gemia sozinho no carro, apertando o volante com força, a ereção dolorida roçando na calça jeans. Eu aumentava o som do forró, tentando abafar os sons que minha mente criava.

Continuei dirigindo, a mente a mil. O sol da tarde castigava o asfalto. Outra notificação. Desta vez, uma foto do body preto e minúsculo jogado sobre a cama.

Ana ❤️: Acho que vou com esse. O que você acha, amor? Será que ele vai gostar?

Eu era o consultor de estilo da traição da minha própria esposa. Respondi, os dedos tremendo.

Eu: Perfeita. Ele vai rasgar.

A medida que o dia foi passando, ela foi me dizendo o que acontecia. Cada mensagem era um prego no meu caixão e um estímulo no meu pau. Ela me contou da escolha da roupa: uma minissaia jeans verde, bem curta; um body preto novo que ela comprou especialmente para a ocasião, cavado na virilha; e uma sandalhinha baixa que, segundo ela, a deixava com "ar de menina". Uma "novinha" extremamente sexy, pronta para o abate. Contou do perfume que passou na nuca e entre os seios.

O sol começou a se por, pintando o céu do sertão de cores que eu mal conseguia apreciar. Eu estava chegando perto da cidade. E então, a mensagem final.

Ana ❤️: Tô pronta. Cabelos loiros soltos. Perfumada, gostosa e muito, muito molhada. Saindo pra encontrar com ele agora. O próximo contato vai ser do motel.

Eu li aquilo e pisei fundo no acelerador. A loucura era total. Eu estava correndo para chegar logo, para esperar ansiosamente pela minha mulher, que, naquele exato momento, estava indo para um motel nos braços de outro.

Capítulo 9: A Espera

Cheguei à cidade no início da noite, exausto e elétrico. Fui direto para a casa da minha sogra. Ela me recebeu com um abraço e um sorriso que não alcançava os olhos. "Que bom que chegou bem, meu filho. A Ana saiu com umas amigas, mas não deve demorar", ela disse, a mentira tão fina quanto papel de seda. "Sem problemas, sogra. Eu espero", respondi, entrando no jogo.

Enquanto ela me servia um café, a primeira coisa que fiz foi ir ver meu filho. Entrei no quarto silencioso. Ele dormia, ressonando suavemente no berço. O cheiro de bebê, de inocência. Fiquei ali por um instante, um nó na garganta. O contraste entre a pureza daquele quarto e a podridão excitante que me aguardava era quase demais. Dei um beijo em sua testa e voltei para a sala, para o meu posto de vigília.

Sentei-me no sofá. O relógio na parede era meu inimigo. Cada tique-taque era uma martelada na minha ansiedade. Comecei a ligar para ela. O celular chamava, chamava e caía na caixa postal. De novo. Caixa postal. A cada tentativa fracassada, o aperto no meu peito aumentava. "Ela não atende, meu filho?", minha sogra perguntou, a preocupação genuína em sua voz. "Não, sogra. Deve estar sem área ou com o celular no silencioso por causa do barulho", menti, a desculpa soando fraca até para mim.

A angústia dela alimentava a minha. Decidi mandar uma mensagem.

Eu: Amor, atende o celular. Sua mãe tá surtando aqui. Me dá uma posição, por favor.

A resposta demorou, mas veio. Curta, fria e brutal.

Ana ❤️: Quer minha buceta cheia de porra ou não??? Resolve isso aí. Me deixa em paz!

A mensagem me atingiu como um soco. A crueldade, a falta de qualquer pingo de consideração, a forma como ela colocou a minha fantasia acima da preocupação da própria mãe... tudo isso me deixou com um tesão tão violento que fiquei sem ar.

"Vou tomar um banho, sogra. A viagem foi longa", disse, precisando escapar do olhar dela. No banheiro, me despi e olhei no espelho. Meus olhos estavam fundos, injetados. Meu pau estava inchado, dolorido de tanto ficar duro por horas a fio. A ponta, roxa, vazava um líquido pré-ejaculatório que havia melado completamente a frente da minha cueca. Eu era a imagem da depravação.

Tomei um banho gelado, uma tentativa fútil de acalmar os nervos e o corpo. Não adiantou. Voltei para a sala de bermuda e camiseta, mas a excitação era tão grande que era impossível disfarçar o volume na minha roupa. Sentei-me, tentando me ajeitar de forma discreta, mas eu sabia que era inútil.

Minha sogra continuava a andar pela sala. E eu comecei a pensar. Será que ela sabia? Não a verdade toda, claro. Mas ela conhecia a filha. Sabia das histórias do passado. Será que ela suspeitava que a "saída com as amigas" era um eufemismo para algo mais? A ideia de que ela, a mãe de Ana, pudesse estar me vendo ali, patético, esperando pela filha que estava transando com outro, e que ela talvez soubesse disso... a humilhação em múltiplos níveis me deixou ainda mais duro.

"Você está bem, meu filho? Está suando", ela disse, parando na minha frente. "Tô bem, sogra. Só... ansioso pra ela chegar", minha voz saiu rouca, falhando. O olhar dela, antes focado no meu rosto, desceu por um instante. Vi seus olhos se arregalarem minimamente ao notar o volume inconfundível na minha bermuda. A expressão dela mudou de preocupação para uma profunda e desconfortável confusão. Ela não disse nada. Apenas se afastou, voltando a se sentar na outra ponta da sala, em silêncio. Ela tinha visto. Ela sabia que a minha "ansiedade" não era apenas saudade.

Naquele momento, ouvi o barulho do carro parando em frente. O coração disparou. A porta se abriu. Era ela.

Capítulo 10: O Cheiro do Sexo

Ana entrou em casa e correu na minha direção, me dando um beijo quente e profundo na frente da mãe. Um beijo de atriz, de performance. O rosto dela cheirava a pinto, a buceta, a sexo, a saliva de outro homem.

"Filha, que bom que chegou! A janta tá pronta, fiz pra vocês", disse minha sogra. "Ah, mãe, obrigada, mas a gente tem outros planos", Ana respondeu, o olhar fixo no meu. "Eu e o Aécio vamos sair."

Eu, pego de surpresa, achei que iríamos direto para o quarto. Mas Ana era mais cruel. "Vou só tomar um banho rápido e a gente vai", ela anunciou, se virando para ir ao corredor. A palavra "banho" disparou um alarme de pânico em mim. A prova, a sujeira, o prêmio, tudo iria pelo ralo. "Não!", eu disse, a voz mais alta e desesperada do que eu pretendia. "Você não vai tomar banho." Minha sogra me olhou, chocada. Ana se virou, um sorriso de inocência fingida nos lábios. "Por que не, amor? Eu tô suada..." "Porque... porque eu quero sair agora", gaguejei, sentindo o olhar confuso da minha sogra queimar minha pele.

No carro, assim que a porta se fechou, a Ana doce desapareceu. "Dirige", ela ordenou. "Pra onde?" "Eu te guio. E para de me olhar com essa cara de cachorro pidão."

No caminho, ela se ajeitou no banco, colocando as pernas dobradas em cima do painel. A minissaia jeans verde subiu. Ela desabotoou a parte de baixo do seu body preto. "Tá curioso, amor?", ela provocou. Ela pegou minha mão direita e a guiou até sua bucetinha. Estava quente, inchada e completamente encharcada. Ela esfregou meus dedos ali, sujando minha mão com a prova da traição dela. "Cheira", ela ordenou. Sem hesitar, como um cão treinado, eu obedeci. Levei a mão ao meu nariz e inalei profundamente. "Não prova", ela disse, a voz cheia de uma autoridade cruel. "Se quiser, vai ser com a língua direto na minha bucetinha... Se chupar os dedos, eu te mato."

Continuei dirigindo, seguindo as coordenadas dela, até pararmos em frente à guarita de um motel. Era o mesmo. "Tomara que não me reconheçam", ela riu, falando com o atendente. "Acabei de sair daqui em outro carro com outro cara, rsrsrs."

O atendente, constrangido, nos deu a chave de um quarto vago. O que ela usara com ele já estava ocupado.

Descemos do carro no estacionamento mal iluminado. E ali, sob a luz amarelada de um poste, eu a vi de verdade. Ana estava deslumbrante. O cabelo loiro, a maquiagem, o corpo perfeito. Mas havia algo mais. Um brilho de satisfação, uma aura de quem tinha sido completamente virada pelo avesso e adorado cada segundo. Ao subirmos as escadas para o quarto, eu não conseguia tirar os olhos das pernas dela. A minissaia curta revelava marcas vermelhas em suas coxas, marcas de dedos, de apertões, talvez de tapas. A prova de que ela tinha sido possuída com força. Ela caminhava na minha frente, ciente do meu olhar, me conduzindo. Abriu a porta do quarto e entrou, não como quem chega, mas como quem desfila em uma passarela, tomando posse do ambiente. Tenho essa imagem na memória como se tivesse durado horas: ela, o cheiro de sexo, as marcas na pele, entrando no quarto que seria o palco do meu banquete.

Capítulo 11: O Banquete

Assim que a porta do quarto se fechou, ela se deitou na cama e abriu as pernas. Eu me ajoelhei diante dela. A bucetinha dela, suja, usada, gozada. A depilação era perfeita, um "bigodinho" desenhado que apontava para seus lábios vermelhos e inchados pelo sexo recente. A porra dele, branca e espessa, escorria lentamente, manchando suas coxas.

Eu me aproximei para afundar o rosto ali, mas ela me parou. "Calma, bebê", ela disse. "Antes, você vai limpar a bagunça." Com a ponta do dedo, ela tocou uma pequena mancha branca perto do seu tornozelo. "Pingou aqui. E eu pisei. Limpa." Eu me arrastei e lambi o pé dela. Ela me guiou, me fazendo lamber cada vestígio dele em suas pernas, uma peregrinação humilhante até que finalmente cheguei ao topo. "Muito bem. Agora pode provar o prato principal."

Afundei meu rosto entre as pernas dela. E, enquanto minha boca a devorava, o interrogatório começou.

"Me conta... desde o começo", eu pedi. "Desde o começo?", ela gemeu. "Ok... Ele tirou meu body novo com cuidado, amor... aquele que você pagou... Me jogou na cama e me chupou com tanta vontade... Ele disse que estava morrendo de saudade, que achou que nunca mais ia comer a buceta mais gostosa que ele tinha provado." Ela fez uma pausa, me olhando. "Aí eu perguntei: 'mais que a buceta da sua esposa?'. E ele disse que sim, sem nem hesitar." Ela puxou meu cabelo, me forçando a olhá-la. "Amor, ele acha minha bucetinha mais gostosa que a da esposa dele... ele pensa na minha bucetinha até hoje..."

A imagem, a confissão, a humilhação... eu a chupei com mais força. "Fala mais...", minha voz saiu abafada. "Ele me deixou de quatro na cama e me fodeu com força... O pau dele é do mesmo tamanho que o seu, mas é muito mais grosso... Me preencheu inteira... Eu gozei duas vezes com ele. Na primeira, ele me comendo por trás. Na segunda, cavalgando nele. Ele sempre soube me fazer gozar, amor."

A comparação, a maestria dele... era a tortura perfeita. "Ele pediu pra me ver de novo semana que vem", ela soltou. "Ficou super chateado pois eu disse que iria embora com você." "E o banho?", perguntei, lembrando da desculpa dela. "Ele pediu pra gente tomar um banho junto, mas eu não quis. Não expliquei o motivo pra ele, claro", ela riu. "Fingi que me limpei no banheiro, mas deixei a buceta vazando a porra dele. Guardei tudo pra você, meu amor. Queria muito que você me limpasse usada."

Aquelas palavras me fizeram sentir ela gozar na minha boca, um orgasmo provocado pela imagem da minha própria humilhação. Quando terminei, a virei de quatro. Pude ver as marcas de tapas na bunda dela e o cuzinho vermelho. "Você deu o cuzinho?", perguntei, a voz rouca. "Dei", ela arfou. "Doeu muito, mas foi muito gostoso."

Eu a penetrei, tentando comer com a mesma força, com a mesma raiva. Mas meu pau, que ficou horas e quilômetros duro, já não tinha o mesmo vigor. Eu estava exausto, física e emocionalmente. Depois de algumas estocadas fracas, eu gozei, frustrado. Sentei-me na beira da cama, a cabeça entre as mãos.

Ela voltou a incorporar a crueldade. Sentou-se ao meu lado, pegou meu pau mole em suas mãos e começou a me masturbar lentamente. "Sabe, amor...", ela começou, a voz doce e venenosa. "Eu sentia muita saudade dele. Do pau grosso dele. Sempre desejei dar pra ele de novo, desde que a gente começou a namorar. E hoje, enquanto ele me comia, eu só pensava em como seria delicioso te contar cada detalhe depois."

Meu pau, que estava morto, começou a responder. A confissão dela, a imagem dela me traindo por desejo e não por acidente, era o maior dos afrodisíacos. Rapidamente, fiquei duro de novo em suas mãos, e enquanto ela continuava a confessar seus desejos mais secretos por ele, eu gozei de novo, uma ejaculação fraca e patética, o clímax da minha total submissão.

Capítulo 12: O Dia Seguinte

Na manhã de sábado, de volta à casa da mãe dela, a atmosfera era estranha. Estávamos tomando café na cozinha, os três, tentando fingir uma normalidade que não existia. Ana, com uma naturalidade assustadora, terminou seu café e empurrou a xícara para o meio da mesa. "Amor, tira a mesa pra mim, por favor. E depois lava a louça que ficou de ontem." Minha sogra interveio imediatamente. "Deixa, minha filha. O Aécio é visita, veio de longe, está cansado. Eu lavo." Ana olhou para a mãe, um sorriso doce e venenoso nos lábios, e disse, em alto e bom som: "Não se preocupa, mamãe. Ele gosta. O Aécio adora limpar as coisas sujas." O olhar que minha sogra me lançou foi de pura confusão e pena. E eu, em silêncio, levantei-me, recolhi os pratos e fui para a pia, o pau endurecendo violentamente dentro da calça. A humilhação agora era doméstica, familiar.

Assim que a mãe dela saiu para o mercado, a libido de Ana, despertada pelo ex, estava incontrolável. "O que você tá esperando?", ela disse, me puxando pela camisa molhada de lavar louça em direção ao quarto dela. Transamos de novo ali mesmo, na cozinha, um sexo selvagem, rápido e sujo, alimentado pela cena humilhante de minutos antes.

Passamos o resto do dia na casa, em um jogo de gato e rato. Trocávamos mensagens de putaria de um cômodo para o outro, enquanto minha sogra assistia TV na sala, alheia a tudo. À tarde, quando ela tirou um cochilo e ficamos sozinhos de novo, Ana veio até mim com o celular na mão e um sorriso diabólico.

"Tenho uma surpresa pra você. O Daniel foi fofo e fez uns vídeos pra gente."

Ela me mostrou a tela. Era um vídeo curto, uns 30 segundos, gravado por ele, do ponto de vista dele. A imagem era dela, cavalgando nele, os seios balançando, o rosto contorcido de prazer. Mas o áudio, o áudio era a verdadeira tortura. Por baixo dos gemidos e do som de pele batendo, era possível escutar a voz dela, ofegante, provocadora. Ela olhava diretamente para a câmera e perguntava para ele: "Tava com saudades da SUA bucetinha?"

A pergunta, o "sua", era exatamente para ele. Era ela, na frente da câmera que sabia que eu assistiria, entregando a ele a escritura do seu corpo, dizendo que ele, o primeiro dono, ainda tinha a posse. Era a crueldade dela em sua forma mais pura, uma performance feita de propósito, porque ela sabia que era exatamente assim que eu gostava.

"Lindo, né?", ela disse, a voz rouca. "Agora deita na cama e quero que você chupe a bucetinha do meu ex-namorado..."

E assim foi. Deitado na cama da mãe dela, morrendo de tesão, eu segurava o celular com uma mão, assistindo ao vídeo da minha esposa sendo comida por outro homem em loop, ouvindo-a entregar verbalmente seu corpo a ele, enquanto minha boca trabalhava para dar prazer a ela, ali, ao vivo. O som do vídeo, os gemidos dela gravados, se misturava com os gemidos dela, reais, no meu ouvido. Era uma sinfonia da minha submissão.

Era a cena mais perversa e excitante da minha vida. Eu já tinha experimentado várias coisas com namoradas, ficantes e putas. Mas Ana conseguia causar em mim o que nenhuma outra tinha conseguido. Era uma dominação envolta por amor e um toque de crueldade. Ela fazia as coisas exatamente como eu gostaria que acontecessem, como se nossas mentes estivessem conectadas e ela estivesse lendo cada pensamento meu. Era como se o mesmo poder que Mel Gibson tinha no filme "Do que as mulheres gostam" existisse no filme que Ana estrelava na minha vida, um filme chamado "Do que o Corno do Aécio Gosta".

Capítulo 13: O Retorno

Aquele fim de semana foi, de todas as formas possíveis, espetacular. No domingo de manhã, arrumamos nossas coisas. A atmosfera na casa era leve, quase normal. Nos despedimos da minha sogra na porta. Eu a abracei, agradecendo a hospitalidade. O olhar dela sobre mim era indecifrável, uma mistura de carinho e pena. Até hoje, eu tenho quase certeza de que ela sabia. Não os detalhes sórdidos, claro. Mas ela conhecia a filha que tinha. E sabia, no fundo, o que Ana estava fazendo.

Na viagem de volta na Fiat Toro, o silêncio não era de tensão, mas de cumplicidade. Estávamos exaustos e, de uma forma doentia, renovados. Aquela viagem, aquela série de humilhações e confissões, não nos quebrou. Pelo contrário, ela nos soldou, nos uniu em um nível de intimidade perversa que poucos casais conheceriam. A viagem fez com que novas e incontáveis histórias acontecessem depois em nossas vidas.

No meio do caminho, enquanto o sol da tarde entrava pela janela, Ana, que mexia no celular, virou-se para mim com um sorriso casual. "Amor, falando em se divertir... a Júlia tá me chamando pra ir numa baladinha com ela semana que vem em João Pessoa. Parece que vai ser boa."

Júlia. Eu ainda não conhecia o furacão que esse nome traria para as nossas vidas. Mas, naquele momento, olhando para o sorriso satisfeito de Ana, eu entendi. A viagem para limpá-la não tinha sido um ponto final.

Tinha sido apenas o recomeço.

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