— Sabe, amor. Eu pensei bastante. Acho que deveríamos tentar fazer sexo sem camisinha a partir de amanhã... o que você acha? — disse, Daniela, deitada na cama, nua e cansada do sexo que cabará de acontecer.
— Sério, amor? Mas do nada? Tem certeza? — Indagou Samuel, incrédulo, olhando fixamente para sua mulher.
— Sim. Somos marido e mulher. Acho que deveríamos fazer sem camisinha, né? Acho que fui muito idiota com você, né? Mas só tem uma coisa... não é para gozar dentro... tudo bem para você?
— Claro, amor. Combinado. Você é a melhor mulher do mundo.
Daniela se sentiu mal com a frase do marido. Ela havia imaginado um outro fazendo sexo com ela. Ela se sentia suja naquele momento. Aquela não era ela. — Sou nada, amor. Você que é o melhor marido do mundo.
O marido foi para a sala, e Daniela foi tomar banho. Ela deixou a água cair pelo corpo dela, Daniela tentava não somente lavar o corpo, mas também a alma. A esponja percorreu cada parte do corpo dela, deixando um rastro de espuma para mostrar à ela que aquela parte já estava limpa, mas para seu desânimo, a limpeza era somente fisica. Daniela nunca havia olhado para um outro homem de forma diferente depois que conheceu seu marido, então, essa confusão na mente dela fazia ela se sentir cada vez pior. Daniela não tinha nenhum desejo por Lucio, e ainda não tem de fato. Mas naquele dia que ela ficou descontrolada fez algo mudar dentro dela. Ela ainda era a mesma, mas parece que agora o certo certinho já não era tão excitante. Ela precisava mudar o relacionamento com o marido... ela sabia disso. Ela queria correr mais riscos com o marido, talvez seja isso que ela precisava. Mas Daniela ainda estava confusa. Não sobre o relacionamento dela com o marido... isso era o que ela mais tinha como verdadeiro agora. Mas o jeito que ela foi desejada por Lucio... aquilo balançou ela. Claro que ela não pensava em trair... mas não podia negar que havia ficado balançada. Aquele pensamento que ela teve com Lucio metendo nela e depois gozando dentro dela... seria uma forma do corpo dela dizer que quer evoluir as coisas, ser mãe talvez... e Lucio ter aparecido na cena fazia com que a cena se tornasse fictícia, se fosse Samuel na cena, seria algo muito real... e a assustaria... Daniela queria entender o que ela queria de verdade, mas algumas coisas continuam nebulosas. Daniela desligou o chuveiro e começou a se secar. Daniela se sentiu mal usando o consolo, mas ao mesmo tempo, ela gostou de experimentar algo diferente, e isso fazia ela se sentir mal. Era algo confuso... ela sabia disso. Quando ela foi ao quarto, viu que havia uma notificação da Emily no celular dela.
"Oi, amiga. Olha, me desculpa por aquele dia. Eu fui uma idiota com você. Eu só queria que você se soltasse um pouco, se divertisse um pouco, mas acho que exagerei. Vou entender se você não quiser ser mais minha amiga. Mas por favor, dê uma chance para nossa amizade. Prometo me comportar."
Daniela não sabia o que responder. Ao mesmo tempo que ela sentia raiva de Emily, ela se lembrava dos momentos bons que elas passaram juntas. Ela não sabia se a perdoaria ou se mandaria ela para as Barramas para nunca mais voltar.
"Preciso pensar um pouco. O que você fez foi uma merda tremenda. Foi muita sacanagem, mas vou pensar se ainda te dou uma chance... quando eu decidir, eu te falo." — Daniela derrubou algumas lágrimas, pois mesmo estando com ódio dela, ela era a melhor amiga dela há anos. Havia um peso.
Daniela colocou o celular na cômoda, e foi colocar o pijama para dormir.
No dia seguinte, Daniela chegou à empresa, e Lucio e Emily já haviam chegado. Daniela cumprimentou os dois com educação e depois começou a trabalhar. Na hora do descanso, Daniela, Emily e Lucio foram para o patio aberto. Lucio acendeu um cigarro, e Emily caminhava com a cabeça baixa. Daniela tomou coragem para falar, respirou fundo e disse:
— Lucio, olha... não gostei daquilo que você falou para mim, ontem. Eu não sou uma puta para você falar aquelas coisas para mim. Pode ser que você tenha achado muitas mulheres casadas babacas que toparam fazer sexo com você, mas eu não sou assim, entendeu?
Lucio deu uma tragada, soltou levemente a fumaça e olhou fundo para os olhos de Daniela e disse: — Tanto faz. Não ligo. Se você não quiser, tudo bem. Você não está sendo obrigada a nada. E para de dar um show... você não é a última bolacha do pacote. Falei que estava afim de te comer, mas você não é nada especial para mim. Se liga, mulher. — Daniela ficou com os olhos marejados e com o corpo travado. Ela havia ficado perplexa e confusa com o monólogo de Lucio. "Ela não era especial, afinal de contas" — pensou Daniela.
Emily, colocou as mãos nos ombros da amiga, e fechou a cara para Lucio. — Não fala assim com minha amiga. Você é doido? Vai pra lá, seu idiota. — Lucio caminhou para longe, deixando as duas sozinhas. — Amiga, você está bem?
— Estou sim. Obrigada...
— Por nada, amiga. É para isso que servem as amigas. Como você está?
— Não muito bem desde aquele dia, Emily...
— Olha, amiga... desculpa de verdade. Só queria te soltar um pouco — disse Emily, com os olhos lacrimejados. — Mas não queria que você se sentivesse mal.
— É... me soltou até demais... afff
— Pelo menos, você se divertiu. Eu levei uma baita bronca do Lucio.
— É, ele me falou, ontem. E falando sobre ontem, o que aconteceu com você?
— Ah, amiga. Eu fiquei mal da barriga. Fiquei em casa o dia todo. Foi um sufoco, nem te conto.
— Pelo menos, você teve o castigo por ter me deixado daquele jeito insano — disse Daniela, com um olhar penetrante.
— É... verdade... mas e ai gostou do meu presente? — indagou Emily, com um leve sorriso.
— Joguei fora.
— O que, Daniela? Você jogou meu preciosinho fora? É sério isso? Poxa, amiga, era só devolver. — Emily inclinou o corpo, colocando a cabeça nos joelhos. — Poxa, agora fiquei sem o presente do Lucio...
— Como assim presente do Lucio? — indagou Daniela, levantando a voz.
— Ele tinha me dado de presente, mas dai resolvi emprestar para você, sabe...
— Afff, Emily. Você é uma doida varrida. — Daniela esfregou o cabelo de Emily.
— Mas pelo menos, você gostou de usar?
— Não vou falar sobre isso — disse Daniela, cruzando os braços. — Isso é pessoal.
— Oxe, amiga. Sempre te conto tudo. E, amiga, é somente um pinto de borracha. Você não traiu ninguém o usando.
— Eu sei, mas não vou te contar.
Emily deitou no colo de Daniela, e ficou olhando para os olhos da amiga. — Vai amiga, me conta. Não vou contar para ninguém. Nem para o Lucio. Eu juro.
— Afff, está bem... eu gostei. Tá satisfeita? E sai do meu colo, sua doida.
— Você havia falado que não colocou tudo, mas foi mais da metade?
— Acho que sim.
— E posso saber o motido de você não ter ido até o fim?
— Não sei, só achei que não era certo. E também tinha aquela outra parte que entrava lá atrás. E lá vai ser virgem até eu morrer.
— Ah, entendi. Mas que medo é esse de dar o cu? Por que você tenta deixar seu marido fazer um dia com você? Pelo menos para experimentar, se não gostar, deixa pra lá, ué. — disse Emily, enquanto fazia gestos com as mãos.
— Isso é inegociável, Emily. — disse Daniela, fechando a cara.
— E quando você estava brincando, você estava pensando no seu marido...?
Daniela desviou o olhar... — Sim...
— Hum, não parece convincente... será que você não pensou no Lucio?
Daniela ficou vermelha. — Claro que não... imagina — gaguejou.
— Tá toda vermelha. Você não vai me enganar, não. Você tava imaginando o Lucio metendo em você.
— Xiuuu. Fala baixo. — Daniela colocou a mão na boca de Emily.
— Não tem ninguém perto, mulher. E não tem nada de errado imaginar fazendo sexo com outro... só é errado quando faz de verdade.
— Não acho isso... mas ok — balbuciou Daniela.
— Mas se você não fosse casada, você daria uma chance para ele?
— Depois da conversa que tivemos mais cedo, acho que não. — As duas riram. — Mas não vou pensar mais sobre isso. Eu acho errado e pronto. Ele pode ter um pauzão, mas não vai conquistar essa casada.
— Se você tá falando. — Emily riu.
— Infelizmente, agora, Lucio não vai querer falar mais com você, né?
— Que nada. Logo mais a gente faz as pazes com um bom sexo.
— Falando em sexo, resolvi que a partir de amanhã, eu e Samuel vamos começar a fazer sexo sem camisinha. Mas falei para ele não gozar dentro.
— Ah, que bom. Sexo sem camisinha, com quem você conhece, é tudo de bom. É mais gostoso. É perigoso, é instigante — disse Emily, sorrindo. — Você vai gostar. Só toma cuidado para não ficar gravidinha.
— Tá louca. Não quero ficar barriguda, não.
— Ah, amiga. Eu pelo contrário, tenho sonho de ser mãe. Mas antes preciso arranjar um marido bom e que me ame muito. Seu marido não tem um irmão, não? — Emily riu.
— Não, e se tivesse, eu não apresentaria para você. Emily, você é uma safada.
— Mas eu sei que ele iria gostar. A gente iria fazer muitas besteirinhas juntos. E faria tudo o que ele quisesse. — Emily balança os pés enquanto falava. — Ele se apaixonaria cada dia mais por mim. E eu por ele.
— Nossa, nunca pensei que você tivesse coração, mulher. — Daniela riu. — Bem, ta na hora de voltarmos ao trabalho. Vamos lá.
— Mais uma coisa... você apagou a foto que mandei do Lucio para você?
— Claro, né, sua louca. Não iria ficar com a foto de outro homem no meu celular — disse Daniela, enquanto empurrava Emily.
— A rola dele é grande, né?
— É...
— E bem gostosa, né? — indagou Emily, olhando para a amiga.
Daniela não respondeu.