Paixões de Guerra: Honra (Capítulo 10)

Um conto erótico de JustMe00
Categoria: Homossexual
Contém 978 palavras
Data: 24/10/2025 06:36:23

✧ A Corda Esticada da Autoridade ✧

A semana seguinte transformou a vida de Tiago em um paradoxo de dores musculares e uma tensão psicológica insuportável. O treinamento físico se intensificara, mas, estranhamente, o Sargento Rick o submetia a uma pressão menos pública. Os gritos de Rick não eram mais dirigidos a ele com o mesmo desprezo humilhante. Em vez disso, o sargento o observava de longe, um olhar azul intenso que era uma promessa silenciosa de dominação.

A ausência de humilhação pública, contudo, não significava alívio. Tiago agora era alvo frequente dos olhares lascivos e dos sussurros ameaçadores de outros soldados, como Fredy e Miguel. Eles o viam como uma peça de carne disponível, e a única coisa que os impedia de agir abertamente era a sombra de Rick, que pairava sobre Tiago como um cão de guarda silencioso. Ele sabia que o favoritismo secreto do sargento era uma arma de dois gumes: uma proteção e uma coleira.

Certa tarde, após um exercício exaustivo de marcha sob o sol escaldante, Rick chamou Tiago para sua tenda. O galpão de suprimentos e a Torre Sete eram para os outros; a tenda do sargento era o santuário de Rick.

Tiago entrou. A tenda estava excepcionalmente organizada, o cheiro de Rick — suor, madeira, e um toque de ferro — forte e envolvente. O sargento estava sentado em uma cadeira dobrável, revendo papéis em uma mesa improvisada. Ele vestia seu uniforme de combate, impecável, sem um único fio de cabelo fora do lugar.

— Você está demorando para pegar o ritmo, Tiago. — Rick disse, sem levantar os olhos. A voz era baixa, monótona, mas cada palavra carregava o peso de uma ameaça.

Tiago ficou em posição de sentido, mesmo que não tivesse sido ordenado. O corpo tremia ligeiramente de fadiga.

— Desculpe, Sargento. Estou me esforçando.

— Esforço não paga a conta, Soldado. Resultados pagam a conta. — Rick finalmente ergueu os olhos azuis, e a intensidade do olhar perfurou Tiago. — Seus tempos de marcha são péssimos. Sua força é lamentável. Você é o elo mais fraco do meu pelotão.

O sargento se levantou, a altura e a musculatura fazendo Tiago se sentir pequeno e insignificante. Rick andou lentamente ao redor da mesa, a presença dominadora enchendo o espaço. Ele parou bem na frente de Tiago.

— Você acha que eu não vejo os olhares dos outros? Acha que sou idiota? — Rick se inclinou, a voz quase um sussurro perigoso. — Eu sei quem você é e sei para quem você tem se curvado.

O rosto de Tiago corou violentamente. Ele não conseguiu falar, a boca seca. O coração batia tão forte que ele temia que Rick pudesse ouvi-lo. Ele sabia que Rick sabia de Fredy, Miguel, e até de Julio. O sargento era onipresente na ilha.

— Eu não fiz nada, Sargento. Fui... forçado.

Rick soltou uma risada curta e amarga, um som que não chegava aos olhos.

— Não minta para mim, Tiago. Não finja ser uma vítima inocente. Você é meu. Eu te peguei primeiro. Os outros são cachorros farejando o que é meu. E você permite isso porque é fraco. Você não tem controle.

Rick tocou o queixo de Tiago com dois dedos, a pressão firme. O contato era de autoridade, não de carinho.

— Preste atenção no que vou dizer. Você vai parar com isso. Agora. Você vai me obedecer, e a mais ninguém. Eu sou seu escudo, mas também sou seu dono. Se você continuar a permitir que eles o toquem, eu não vou apenas te quebrar. Eu vou garantir que sua vida nesta base seja um inferno que vai fazer você implorar para que eles o atirem da torre. Entendeu a hierarquia, Tiago?

A ameaça era clara, fria e completamente aterradora. Tiago balançou a cabeça, incapaz de proferir uma palavra.

— Diga. — Rick ordenou.

— Entendi, Sargento. Apenas o senhor.

— Bom. — Rick retirou a mão, voltando a se sentar. Ele pegou um pano de limpeza e uma garrafa de óleo de arma sobre a mesa. — Sua próxima tarefa é manter meu rifle de assalto impecável. Limpe-o. Você vai passar a noite aqui, no meu chão, limpando esta arma. Quero cada peça brilhando como espelho até o amanhecer.

Rick entregou o rifle e os suprimentos para Tiago.

— Pense em quem você pertence enquanto você trabalha, Soldado. Sua lealdade é a única coisa que o mantém seguro aqui.

Tiago se ajoelhou no chão de lona, sob o olhar constante e frio de Rick. Ele começou a desmontar o rifle, o cheiro de óleo e metal invadindo suas narinas. O som do clique das peças e o raspido do pano era o único som na tenda. Rick permaneceu sentado, observando, mas não lendo os papéis.

Tiago trabalhava por horas. Ele sentia o peso do olhar de Rick. O sargento não se movia, apenas respirava, a respiração forte e ritmada na escuridão crescente. Tiago sabia que cada peça do rifle era uma extensão da autoridade de Rick, e ele estava limpando a própria arma de seu dono.

A tensão era quase sexual, embora não houvesse toque. Era a tensão do controle absoluto. Tiago era uma corda esticada, e Rick a estava apertando até o limite da ruptura. Ele tinha que escolher: a submissão dispersa a vários mestres, ou a submissão total ao seu único e verdadeiro dono.

Quando a primeira luz do amanhecer começou a invadir a tenda, Tiago terminou. O rifle estava impecável. Ele o montou, e a arma reluziu sob a luz fraca.

Rick se levantou, pegou o rifle e o inspecionou, correndo o dedo sobre o metal frio.

— Perfeito, Tiago. Agora, fora daqui.

Rick nem sequer o olhou quando Tiago se levantou, exausto e sujo de graxa, e saiu da tenda. A única coisa que sobrou para Tiago foi a certeza de que a autoridade de Rick era o seu inferno particular, mas também o seu único refúgio na Ilha da Fortaleza. O preço era a sua alma.

Continua...

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