16. Os meses

Da série Eu sou novinho
Um conto erótico de Mateus
Categoria: Gay
Contém 3169 palavras
Data: 29/10/2025 11:07:56

16. Os meses

O apartamento foi devolvido porque ele estava lá, porque sua ex era de família rica, ele voltou a morar de favor, dessa vez na casa de Tião e Bosco, casa de periferia muito bem localizada, perto de tudo e em uma rua tranquila, tio Caio fica falando de como ele estava se reabilitando e de como um momento ruim pode ferrar a vida de alguém pra sempre. A vida dele não está ferrada, só está sem mim, sem Murilo.

Antes de Joel ter alta fomos fazer uma visita a ele no hospital, Murilo lhe levou uns chocolates contrabandeando no meio de umas roupas que meu tio mandava, chegou e lhe beijou a testa, perguntou sobre a data da alta, como ele estava e tentou conversar um pouco, o assunto logo morreu e ele saiu para lavar o rosto no banheiro da suíte, eu sei com é não querer que ninguém te veja chorando. “Seu calcanhar deve ter ficado doendo depois do acidente”, “Não ficou, não. Ao contrário, meu corpo inteiro estava na instiga de matar você. Na verdade é preciso muito controle para lembrar que você desse tamanho achou que podia e tinha o direito de fazer o que fez e que ia continuar até Deus sabe onde, eu tenho muito sangue frio em não te mostrar como acontece nos lugares por onde andei, eu sobrevivi inteiro, eu posso lidar com gente escrota como você”.

Joel ficou com olhos cheios de água e pediu perdão, desculpas pelo que fez, disse que sabe que eu nunca mais iria voltar pra ele, nem ia pedir isso, mas queria que eu soubesse que eu era a pessoa que ele amava, a única pessoa que ele amou em toda a vida, que era impossível viver sem saber que eu o perdoaria, nada, ninguém importava, apenas eu. Entrei no banheiro e peguei meu melhor amigo, como eu poderia não estar com Murilo, eu ainda estava com medo da lei, maloqueiro, periférico, filho de gente preta, claro, eu estava com medo da lei. Joel e sua fixação doentia, Murilo e sua desilusão, pior que o fim de algo é o fim da esperança em algo que nunca chegou de fato a acontecer. Saí de lá amparando meu amigo, “Joel, você é um babaca escroto”, foi tudo o que consegui dizer, enquanto o escroto ficou ali pedindo perdão a Murilo.

Eu liguei para Hélio assim que chegamos em casa (tio Caio estava no seu apartamento novo e reformado, com um quarto de hóspedes onde eu fico sem data de ir embora), pois bem, chegamos e fomos direto para o meu quarto, tio Galvão estava na sala e veio ver como estávamos no fim de tarde de sábado de maio, ia chover muito, eu pedi permissão a tio Galvão para fazer uma putariazinha doméstica, disse que Murilo estava precisando, ele me beijou, e disse que a casa não era minha, mas o quarto era, e eu sorri agradecido.

Murilo não queria nem deixar eu chupar o pau dele, disse que não estava no clima, eu entendo, olhei para aquele rosto bochechudo, eu nunca pensei em Joel como bochechudo, mas olhei pra ele e minha vontade era de beijar ele e sentar no seu pau de rebolar e quicar e fazer amor com ele, sexo não, me senti mal por sempre me sentir tão bem perto daqula voz, daquela presença, mas enfim, Murilo.

Disse que ele e eu estávamos sem foder há dois meses e meio, e que mais um pouco a gente desaprende, e que eu preciso de sexo, mas Murilo precisa de um namorado, não de um príncipe encantado, só um namorado mesmo, que o trate bem, que cuide bem dele e que se preocupe com ele, “tio Nelson e tio Renato”, ele passou a chamar de tio a ambos. soltei uma risada, liguei para Hélio e disse que era hora de ele ser um bom garoto e conhecer a casa de meus tios, vir dormir comigo, ele perguntou se era verdade, eu o incentivei dizendo que era hora de ele mostrar que um pau amigo não faz tantas perguntas, ele gargalha e me soa como a de Joel, diz que está vindo.

Murilo diz que estava indo embora, eu digo que não antes de dar muito e comer gostoso Hélio, eu já estava torrando a paciência de Murilo sobre Hélio, dizendo que ele era um putão e que jurava de pé junto nunca ter dado a bunda, pois bem, pra me comer ia ter de dar para Murilo. Murilo riu, disse que nem todo mundo era flex como ele e eu, a maioria era bem taxativa: ou passivos ou ativos. Então ele falou no nome de Joel, disse que no sábado em que fui ver Fernando eles se encontraram, conversaram, ele disse que Joel lhe falou algo que foi como se caísse de joelhos sobre seu peito (fosse outra pessoa eu ia ficar muito puto com a brincadeira, mas era ele e ele pode, ele me salvou de ter matado alguém, ele salvou Joel de ser morto, naquela noite ele salvou duas pessoas e eu sou grato a ele porque ele me protegeu e por isso ele pode, ninguém pode fazer ou dizer a mim o que ele faz e fala, eu o amo).

“Joel disse que das melhores coisas que já aconteceram na vida dele foi ter terminado o relacionamento da gente, o dele comigo e o dele contigo, não porque a gente não o pudesse fazer feliz, ele disse que sabe que qualquer um dos dois tem amor suficiente para lhe dar por dez vidas, que você o faria feliz, que eu o fiz feliz, mas que ele não consegue fazer ninguém feliz. Que foi assim com a minha prima, que foi assim com você, mas que de todas as pessoas que ele tem vergonha de ter magoado o mais atingido fui eu, que sente vergonha até de me pedir desculpas.”, “E aí?”

“Aí a gente se beijou, quer dizer eu o beijei, eu pedi para Tião dar uma volta demorada e falei isso tirando a roupa e fazendo Joel me beijar, ele estava fazendo isso mais por ser minha vontade que por desejo, notei que boa parte das vezes que a gente transou ele matou uma vontade e eu fiquei feliz por ter ajudado nisso. Eu notei que às vezes, não a maioria, algumas, poderia ser eu ou qualquer outra pessoa, um homem ou uma mulher, qualquer pessoa que o atraísse, mas dessa vez fui eu a usá-lo e pensar na palavra uso, fazer dele um objeto pra meu uso me dava um prazer desconhecido.

“Mateus, eu mandei ele ajoelhar e pedir pra me chupar e ele obedeceu, ele ajoelhou e pediu para eu deixar ele chupar meu pau, coloquei três dedos na boca dele e segurei pela garganta e ele tossiu, babou e engasgou, chorou e eu senti prazer em usar Joel, meu pau estava meio mole, mandei ele me descalçar, tirar o resto de minhas roupas e depois as dele, ele tinha um tremor, ou sei lá, pode ser uma memória falsa, ele me olhava submisso, e eu não o desejei, desejei foder o cara que eu sempre amei, mas não ele, só o corpo. Eu sabia que podia fazê-lo feliz, naquele momento ele não conseguia.

“Ele nunca chupou meu pau com tanta vontade, parecia que era um banguelo, fodi a boca dele, bati com meu pau na cara dele, juro Mateus, que coisa estranha, eu senti um alívio em dar um tapa na cara dele e ele pedia mais, eu disse que estava com sede, ele foi buscar água, cerveja, eu parecia uma visita sentado no sofá, o pau dele escorria, ele sentou do meu lado, disse que sabia que eu não o queria mais, mas só o que estava acontecendo era muito foda, queria que eu o perdoasse para a gente poder ser amigo, para eu poder foder com ele, para ele se sentir vivo. Mateus, ele disse algo que eu fiquei maluco, ele olhou no fundo dos meus olhos e pediu pela vida dele para eu não descuidar de você que me amava como nunca só porque você e eu somos amigos.

“Mateus, ele ficou de quatro e pediu para eu fazer o que eu quisesse, eu caí de boca no cu daquele filho da puta e ele não falava nada, rebolava, gemia, ficava quietinho, fazia de tudo, mas ficou me olhando como se fosse a primeira vez que ele fosse fazer isso comigo, ele me olhava com uma cara linda e de um momento para outro ele manda eu colocar o dedo e ver se estava quentinho. Porra, Mateus, era o momento, eu sei, mas naquele momento tudo o que sofri, toda a desilusão parecia longe, distante demais. eu coloquei um dedo e ele perguntou se estava confortável pra mim como estava pra ele, ‘põe outro dedo, Murilo, eu quero sentir prazer, conforto eu tenho se você gozar dentro’, Mateus, Mateus, foi das melhores fodas que eu já tive na minha vida, eu estava em êxtase, e ainda nem cheguei perto de meter.

“Preliminares é o cacete, ele cuspiu nos dedos e passou na olhota quando eu tirei meu dedo, a mão dele segurando o próprio pau e ele me pedindo para eu meter e não esquecer de deixar meu leite salgado dentro do rabo dele, cuspi e fui empurrando devagar, ele disse que os estrago que fez foi no meu peito, meu pau continuava poderoso e mordeu a porra do lábio, porra, eu detonei o casamento dele, fiquei colocando pilha e dando maus conselhos, tudo voltou à tona, as pouca vezes que instiguei a insatisfação dele quando poderia ter feito o contrário e… e ele estava sozinho e eu tinha minha participação quando aceitei fazer parte de um trio, porque não consegui vê-lo feliz sem ser comigo ao lado, eu tive minha parcela no que aconteceu e quando meus ovos bateram nos dele eu o puxei para colar em meu corpo e disse que a gente não ia formar um casal, nunca mais, mas que eu o amava e que eu ia fazer o que sei fazer de melhor, protegê-lo e tentar fazer parte da felicidade dele, mas ele estava livre de mim, e eu estava livre dele.

“Pode colocar a rola pra fora e bater uma, meu jovem Mateus, eu tive a foda de minha vida até aquele momento, eu metia e o chamava de filho da puta gostoso, disse que o amava, que ele tentou me fazer feliz e fez, mais que em qualquer outra fase de minha vida, eu fui feliz quando empurravámos uns aos outros pela posse do banheiro nas manhãs antes do trabalho, e fui feliz quando por acaso ficava entre as duas pessoas que mais amo no mundo, você e ele. Bate, essa, Mateuzinho, bate direito ou me deixa te ajudar.”

O filho da puta cai de boca no meu pau e me chupa, ele passa a ponta da língua na ponta de minha pica e chupa como se fosse um canudinho, passa a barba na minha rola, de repente a porta abre, tio Caio nos olha com um sorriso, “Finalmente acabaram com a porra daquele celibato, isso, continuem”, ele fica um tempo nos observando com uma alegria, não com a alegria de um cara que observa ou que quer participar, com a alegria de quem quer ver a felicidade reaparecer em minha vida. Eu pedindo para ele ir embora, Murilo dizendo para ele me orientar a fazer como deveria, “Pegue ele pelos cabelos, puxe com força e depois relaxa, faz carinho. Tu vai comer ele?”, “Porra, tio, te manda.” Tio Caio se aproxima de mim e me beija na testa faz o mesmo com Murilo, pega meu pau e dá uma engolida e duas chupadas antes de sair, “Tio Caio, eu te amo, você é incrível, eu te amo demais.”

Com a saída de meu tio a gente voltou a conversar, deitados e eu o abraçando, minha cabeça entre o peito e o braço dele, o papo ficou parado, ele me perguntou por Fernando outra vez. Nada, a gente se viu, ele disse que se afastou para não ficar entre Joel e eu, a gente meio tímido, eu o levo para o banho, gosto de banheiro, parecia que eu ouvia Joel zombando de mim no quarto, isso eu não contei a ninguém, eu o comi contra a parede do box, fodi, meti rápido e lento, com força e suave, demorei, estava desconectado, mas fiz o putinho delirar, ele finalmente gozou e eu não, ejaculei, meu pau cuspiu porra, mas sem prazer, ejaculei sem gozar. Mas depois conversamos sobre minha futura faculdade, sobre a formatura dele, sobre planos, ele disse que tinha dois namorados que sabem sobre si, dois enrustidos com namorada e planos pra casar e o caramba, ele dá para ambos, ambos sabem sobre o outro, mas ele está meio apaixonado por um professor de endocrinologia que está vendo os hormônios de Fernando e fazendo ele chupar seu pau no hospital escola, em sua sala na faculdade e o leva para casa para o deixar arrombado, ele tem outros e não cobra nada de Fernando, e essa liberdade prende um no outro pra caralho, pedi para ver a foto (essa é a parte que diverte Murilo), Fernando está dando para o primeiro namorado de tio Renato, eu vejo Murilo gargalhar, o seu jeito másculo e o volume em seu corpo, o meu tipo de homem, alto, largo, viril, urso, com ou sem pelos, gordo, parrudo ou musculoso, eu sou uma lontra.

“E depois?”, essa era a terceira vez que eu contava essa história para Murilo, depois Nando disse que conversou com meu tio e disse para ele que iria se afastar por vergonha do que o pai dele havia feito, e do que havia feito comigo e por não querer estar entre Joel e eu, a tio Renato disse que não iria suportar se eu preferisse Joel a ele e porque eu era sem futuro, não queria também comprometer seu progresso comigo, que simulou a ligação, tio Renato começa com um “fala, ruivinho” e ele entende que eu estaria ouvindo. Murilo então pede para eu contar a parte que ele mais gosta de ouvir, eu mando ele ficar de quatro como uma cadelinha e ele obedece sorrindo, depois mandei ele ir de quatro buscar camisinha e lubrificante, ele estranhou e foi, mamou em meu cacete até deixar pronto e colocou a camisinha, meti com pouco gel e muita força, eu não queria me machucar, mas ele que se ferre. Falei para ele enquanto o mantinha preso pelo cabelo:

“Sabe, boiolinha, quando o homem que me deu todo o prazer do mundo foi folgado comigo, me desrespeitou, eu o deixei na UTI por uns dias, para pensar. Sou chavoso, sou porta de cadeia, sou um sobrevivente, estou te contando isso para que você saiba que eu tenho capacidade de me virar, você não, qual capacidade você tem? Vai ser funcionário depois de se formar, se tiver como se sustentar, claro, você não sabe se sabe trabalhar e ganhar tua grana, eu trabalhei em mercado antes de vir pra cá, sou parte da coisa que gera dinheiro, sou gerente de oficina, e em algum momento num futuro (Deus queira, distante) serei dono de oficina, você vai dizer que eu não tenho mérito nisso, qual seu mérito de ter nascido rico? teu pai podia ter gozado na boca, no cu ou fora da tua mãe, qual teu mérito de ter comido danoninho quando recusou feijão com arroz? Você é um gordo do cu bem quentinho, mas não fique triste, você ainda é jovem tem quem te coma, eu tenho Murilo, eu tenho Joel, eu acho, eu tenho moças e uns caras que me cantam na rua, eu não preciso me submeter a meios relacionamentos, posso andar de mãos dadas na rua, postar no Insta, é minha vida e eu a levo como quero. Quer saber, você é tão pouco que me fez broxar.” Murilo morre de rir, folgado que não quis ter nada comigo porque sou pobrinho? Não, nem se fosse o DiCaprio, nem se fosse Joel… nem se fosse Joel.

Abri a porta para Hélio, estava nervoso em conhecer meus tios, ele acreditou que fosse brincadeira, mas sentou na sala e conversou por uns minutos, agradou todo mundo, trabalhador, bom filho, dois empregos, ajuda os pais e os visita todo fim de semana, então eu o pego pela mão e o levo para meu quarto, tio Galvão penteia a barba com os dedos sorrindo para mim, depois pega o marido e o leva para o quarto também. Promete não, vai ter.

Hélio nunca tinha chegado a conhecer Murilo pessoalmente, mas quando ficou claro que não ia acontecer entre nós dois, ele já havia criado alguma expectativa em relação a Murilo. Ele estava surpreso e me pergunta se eu falei alguma coisa, “Nem sobre o que você me disse sobre ele, e nem sobre o que ele disse sobre você, guardei segredo para os dois, mas…”, aí eu fiz cara de que ia me calar, eles mortos de vergonha, eles tinham tudo a ver um com o outro, e mais, estavam a fim. Beijei Murilo voltando a sentar na cama para onde chamei Hélio, alternando beijo, beijo triplo, ver o beijo deles, pedir para que se beijassem enquanto beijavam meu pau.

Hélio foi se soltando aos poucos, aos poucos foram se despindo e eu também, os pelos encaracolados de Murilo no peito, barriga e nas pernas. os pelos lisos de Hélio, costas, pernas, ombros, braços e aquela linha muito mais grossa de pelos no meio do peito e descendo até o pau, que brindo com aquela barba grande e bem feita, a barba de Murilo sempre curtinha, essas barbas em meu pescoço, “Dá esse cuzinho pra gente, Mateus”, “Tô a meses sem dar a bunda, Hélio, tô louco de vontade, quero muito dar pra você, quando você estiver dando para Murilo, depois o contrário, eu dando pra Murilo e você comendo ele”, Murilo disse que ia pegar camisinha, não precisava, Hélio estava tomando PrEP, mas lubrificante sempre é bom. Chupei um enquanto o outro me fazia cunete, dedava meu rabo, batia em minha bunda e me mandava virar para eu lhe dar uma chupeta.

Estava muito bom, mas o segundo motivo de eu organizar essa pequena festinha era apresentar um ao outro, o principal motivo era que eu queria muito dar o anel, estava a meses sem dar e eu estava mal humorado, irritadiço, era falta de rola, e eu não estava certo quem iria me reinaugurar, os dois era a melhor opção, era a primeira vez de Hélio e ele quem iria decidir a posição, acontecer no tempo dele, do jeito dele, Murilo foi muito gentil, depois de uns minutos fui chamado novamente, como foi bom ser fodido por amigos de verdade. Pau no cu.

Dormiram no cansaço, sujos em minha cama, me levantei e saí.

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