Trai , E isso mecheu comigo !

Um conto erótico de Inventordememorias
Categoria: Heterossexual
Contém 485 palavras
Data: 29/10/2025 19:23:26

Eu nunca planejei trair. Mas às vezes a vida cria um instante tão carregado de desejo que resistir parece uma escolha contra a própria natureza.

Naquela sexta-feira, saí do trabalho exausto, com a cabeça cheia e o corpo pedindo silêncio. Liguei pra minha esposa, disse que estava indo pra casa, mas o que eu queria mesmo era fugir um pouco — da rotina, das cobranças, de mim.

Peguei o carro e deixei a cidade pra trás. Janela aberta, vento frio, estrada deserta.

Foi quando vi um carro parado no acostamento, capô levantado, luz fraca piscando.

Uma mulher estava ali, tentando entender o problema. Vestido colado, cabelo solto, expressão entre o cansaço e a surpresa. Reduzi, parei ao lado quase sem pensar.

— Precisa de ajuda? — perguntei.

Ela sorriu, num misto de alívio e desconfiança.

— Acho que sim… o carro simplesmente desistiu de mim.

Fiquei ali por alguns minutos, fingindo saber o que fazia, até perceber que não ia resolver nada. Ela contou que voltava de um evento, que o guincho ia demorar. Ofereci carona até a cidade.

Ela hesitou. Depois, assentiu.

A estrada seguiu silenciosa por alguns minutos. Mas não demorou pra o clima mudar.

O jeito que ela cruzava as pernas. O perfume leve que dominava o ar. O olhar que às vezes me encontrava, às vezes fugia.

Falamos de música, de viagens, de nada importante. Mas cada palavra carregava algo — uma faísca, um convite velado.

A cada curva, eu sentia mais o peso do desejo crescendo entre nós.

Quando paramos num posto pra ela tentar o guincho, ela desceu. Eu fiquei ali, tentando recuperar o fôlego. Quando voltou, o batom estava retocado, o olhar, decidido.

No silêncio que seguiu, nossas mãos se encontraram por acaso sobre o câmbio.

Não houve afastamento.

O ar ficou denso. O coração acelerou.

Ela soltou um riso baixo, quase um sussurro:

— Você devia tomar cuidado com o que desperta nos outros.

Aquilo me atravessou. Eu a encarei — e vi o mesmo fogo que sentia em mim.

Encostei o carro num ponto escuro da estrada, sem dizer uma palavra.

Por alguns segundos, só o som da nossa respiração preenchia o espaço.

Ela virou o rosto, o olhar convidando o que a boca ainda não dizia.

Quando me inclinei, não houve hesitação.

O beijo veio quente, intenso, como se o mundo inteiro tivesse esperado por aquilo.

As mãos exploravam, o corpo respondia, o ar se tornava espesso, impossível de respirar.

O tempo desapareceu.

Só restou o gosto do proibido, o cheiro dela na minha pele, o coração batendo forte demais.

Quando voltamos à estrada, o silêncio era outro — pesado, cheio de lembrança.

Antes de descer no posto, ela me olhou e disse:

— Eu não vou esquecer isso.

Engoli em seco, sem saber o que responder.

— Nem eu.

Cheguei em casa com a alma em conflito.

Falei, fiz, menti… tudo como se nada tivesse acontecido.

Mas lá dentro, algo tinha mudado — pra sempre.

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