Memórias pós-guerra

Um conto erótico de O Bem Amado
Categoria: Heterossexual
Contém 2449 palavras
Data: 03/10/2025 17:56:14

Muito tempo se passou até meu filho voltar da guerra; e ele voltou trazendo consigo uma mulher que ele disse ser sua esposa; eu o recebi com gratidão e afeto de pai e fiz o mesmo com ela cujo nome era Aisha, embora tivesse a impressão de que ela era mais velha que meu filho; de qualquer maneira agradeci aos céus seu retorno incólume. Tentamos retomar a vida de antes de sua partida, entretanto não demorei a perceber que meu filho não era mais o mesmo, os horrores que havia presenciado em batalha tinham lhe causado um mal irreparável e apenas Aisha era capaz de tranquilizá-lo nas sucessivas crises que o o assolavam restando a mim apenas a resignação.

O tempo foi passando e a situação somente piorava me fazendo beirar o desespero, sendo que Aisha também se preocupava comigo e procurava me alentar dizendo que meu filho vivia um dia após o outro e que ela cuidava para que os dias fossem suportáveis tanto para ele quanto para nós; suas palavras eram proferidas com um tom dócil e suave que de alguma maneira inexplicável trazia um certo alívio como um entardecer de outono após uma borrasca. Seguimos em frente até o dia em que meu filho acabou tirando a própria vida; e durante o enterro Aisha continha o choro copioso cujas lágrimas teimavam em escorrer pelo seu rosto carregado de aflição.

Eu me senti destruído por dentro, me culpando por todo o mal que a vida causara ao meu filho e desejando que a morte também se incumbisse de me levar, mas mais uma vez foi Aisha que procurou me tranquilizar e isso nos aproximou ainda mais do que antes. Em uma noite chuvosa de outono com raios furiosos riscando os céus e trovões aterrorizando nós mortais, Aisha irrompeu dentro do meu quarto suplicando para ficar comigo, pois aquele som retumbante a deixava muito assustada e eu aquiesci com seu pedido; e foi então que ela teve um gesto surpreendente. Aisha despiu-se da grossa camisola de algodão e nua deitou-se aninhando seu corpo ao meu causando uma enorme estupefação; com seu rosto próximo do meu ela confidenciou em sussurros que era daquela maneira que ela se deitava com meu filho desde quando ele a resgatou de sua aldeia e também da morte certa.

Aisha era viúva quando encontrou meu filho ferido após um combate e o trouxe para sua aldeia onde cuidou de seus ferimentos, alimentou e protegeu, mas tão logo os anciões da aldeia descobriram sua traição se prepararam para castigá-la e também para matar meu filho que já bastante recuperado fugiu levando-a com ele; por fim contou que jamais tiveram algum envolvimento físico e que o casamento foi a única forma encontrada para que ela pudesse retornar com ele. Ouvindo suas palavras não consegui esconder minha gratidão pelo que fizera e disse que ela poderia permanecer ao meu lado enquanto vivesse; Aisha sorriu enquanto segurava meu rosto aproximando seus lábios dos meus selando um beijo que começou tímido, porém ganhou uma devassidão voraz; tive vontade de tocá-la de sentir a maciez de sua pele, porém faltou coragem e me limitei a saborear os doces e lascivos beijos de Aisha até adormecermos aquecidos por termos nossos corpos colados um ao outro.

Na manhã do dia seguinte acordei sozinho na cama e quando saí em busca de Aisha encontrei-a na cozinha preparando nosso desejum; o sorriso iluminava seu rosto e eu pude pressentir que embora trágica e irreparável a morte do meu filho lhe trouxe algum alento e talvez um pouco de felicidade, o que também me deixou feliz; foi a partir de então que eu e ela passamos a ter uma vida em comum e com o passar do tempo senti um desejo de tê-la crescendo em meu interior, mas ainda assim, eu não ultrapassava um limite que supunha existir entre nós.

Dormíamos em quartos separados, e Aisha vinha até mim apenas em dias de tempestade que lhe afligiam a beira do desespero, porém com o passar dos dias essa visita tornou-se habitual, sempre com ela se despindo antes de deitar ao meu lado. E após um bom tempo ela perguntou se também eu poderia tirar a roupa, pois queria sentir a comunhão do calor de nossos corpos; embora ainda me sentisse um pouco acanhado ao seu lado acabei atendendo ao seu pedido e a partir de então dormíamos nus e abraçados; uma noite antes de adormecermos ela me beijou com uma volúpia incontrolável ao mesmo tempo que sua mão cingia meu membro cuja rigidez era avassaladora provocando intensos arrepios que percorriam minha pele como pequenas ondas de eletricidade viva tornando aquele momento algo especial.

Com o desejo vibrando no corpo e também na mente tomei as mamas de Aisha nas mãos apertando-as suavemente sentindo textura e firmeza não demorando a saborear os mamilos intumescidos fazendo com que ela reagisse de imediato acariciando meus cabelos entre suspiros e gemidos e ainda manipulando o membro com gestos instigadores e excitantes; a certa altura ela se desvencilhou de mim serpenteando o corpo até que minha vara estivesse ao alcance de sua boca que não demorou a abocanhá-lo com uma fome lasciva; eu não conseguia controlar minhas reações já que há muito tempo não compartilhava de um ardente conclave carnal em especial com uma fêmea dotada de habilidades impressionantes.

Ela então girou seu corpo sobre o meu até conseguir que sua gruta estivesse ao alcance de minha boca num luxurioso convite para retribuir seu gesto; um tanto desajeitado procurei me apetecer daquela vulva quente e úmida e logo a experiência incumbiu-se de me reabilitar na doce tarefa oportunizando um primeiro gozo caudaloso com o néctar de Aisha vertendo em minha boca estimulando que eu prosseguisse; os gemidos abafados e suspiros engasgados que me deixaram em estado de regozijo eram a prova contundente do meu êxito em proporcionar a Aisha todo o prazer de que fora privada por muito tempo.

Com movimentos açodados e impacientes, Aisha tornou a girar seu corpo sobre o meu pondo-se de cócoras sobre meu ventre e tomando o membro em sua mão e esfregando a glande em sua gruta num gesto alucinante antes de descer lentamente sobre ele operando um encaixe de assombrosa perfeição; Aisha aquietou-se naquela posição como se estivesse em uma espécie de transe sensorial e em seguida inclinou-se para frente apoiando suas mãos sobre meu peito e iniciando uma série de movimentos cadenciados para cima e para baixo com o auxílio de sua cintura e pélvis ora engolindo, ora sacando o bruto desfrutando de uma delirante onda orgásmica que fazia seu corpo estremecer involuntariamente.

O êxtase conduzia nossos olhares numa cumplicidade não apenas carnal, mas também sensorial e emocional enquanto meu desempenho superava qualquer expectativa possível ou imaginável propiciando que Aisha pudesse saciar seu desejo como merecia; após algum tempo meu corpo sinalizou que o gozo se aproximava inexorável me forçando a segurá-la pela cintura impedindo que prosseguisse enquanto meu corpo experimentava um retesamento muscular acompanhado de espasmos espontâneos que culminaram em minha capitulação sob a forma de um jorro profuso de sêmen sendo esguichado dentro de Aisha que imediatamente reagiu se contorcendo sobre mim entre gritos insanos e gemidos eloquentes enquanto eu podia sentir seu derradeiro gozo lambuzando meu ventre. Suada e ofegante ela desabou sobre mim beijando meu rosto incapaz de conter um choro que depois soube se tratar de um agradecimento.

Exauridos acabamos por adormecer na mesma posição em que estávamos e pela manhã fui acordado pelos beijos carinhosos de Aisha cujo rosto parecia possuir luz própria emanando um brilho que jamais havia visto antes. Mais tarde ela preparou um desejum matinal farto que saboreamos entre sorrisos e beijos; a mais uma vez Aisha não conteve as lágrimas quando me pus de joelhos ao seu lado pedindo para que me aceitasse como seu marido pelo resto de sua vida; entre sorrisos e lágrimas ela aceitou e naquele mesmo dia procuramos um pastor amigo que celebrou nossa união alheio ao fato de que ela já fora casada com meu falecido filho.

A partir daquele dia usufruímos de uma vida comum repleta de amor e desejo com minhas noites jamais voltando a ser solitárias e tristonhas, pois Aisha se incumbia de reacender meu desejo sempre que estávamos dentro do nosso ninho de amor. Uma noite ela me confidenciou o desejo profano de ser sodomizada perguntando se eu teria coragem de fazê-lo já que era uma prática tão pouco aceitável que ela temia parecer devassa ou vulgar aos meus olhos; fitei seu rosto com uma expressão enigmática sem saber muito bem o que responder e diante do meu silêncio ela pediu perdão rogando que eu esquecesse o assunto.

Por alguns dias fiquei sopesando o assunto até criar coragem para explorar suas possibilidades; quando perguntei a Aisha a razão desse seu desejo libidinoso ela tentou se esquivar baixando o olhar e adotando uma posição submissa; naquela noite estávamos deitados quando tornei a tocar no assunto mais uma vez e ante a minha insistência Aisha acabou cedendo; me contou que se tratava de um tabu tribal que precisava ser transposto para que ela se sentisse livre de qualquer elo com seu passado insistindo em que não havia vulgaridade em seu pedido, pois como eu me tornara seu homem e também, segundo ela, seu dono tinha o dever de satisfazê-la sob todos os aspectos selando em nossa carne o laço definitivo de nossa união.

Diante daquela resposta me senti como alguém que recusava um mimo concedido com imenso carinho, uma dádiva irrecusável que somente seria plena se eu aceitasse a incumbência e por conta disso disse a Aisha que minha existência ganhou razão de ser após tê-la ao meu lado e em razão disso faria qualquer coisa não apenas para vê-la feliz, mas também e principalmente para mantê-la para sempre ao meu lado. Combinamos então que a aquela noite seria nossa noite especial; após um jantar frugal enchi a banheira com água morna e chamei-a para vir até mim. Tirei sua roupa com gestos carinhosos pedindo que ela entrasse na banheira.

Em seguida acompanhei-a me colocando atrás dela envolvendo seu corpo com meus braços e pernas acariciando seus mamilos e beijando seu pescoço ouvindo seus gemidos suaves; levei a mão até sua gruta e passei a esfregar o clítoris até fazer com que ela experimentasse um gozo repleto de lascívia que foi seguido por outros; saímos da banheira, nos secamos e fomos para o quarto onde pedi a Aisha que se deitasse em decúbito ventral apoiando-se sobre os joelhos e pousando seu rosto no travesseiro; tomei posição atrás dela abrindo um pouco as suas pernas e separando suas nádegas até desvendar o rego entre elas.

Afundei o rosto até minha língua encontrar-se com a região acetinada desferindo longas lambidas de cima a baixo fazendo Aisha tremelicar tomada por um açodamento descontrolado e somente me dei por satisfeito no momento em que pude sentir a língua cutucando o minúsculo orifício causando enorme alvoroço na fêmea que chegou a soltar um gritinho histérico; salivei sobre o membro enrijecido passando a usá-lo para pincelar o rego num velado anúncio do que estava por vir e antes que ela esperasse golpeei com força provocando desmedido estardalhaço.

Diante da resistência oferecida pelo selo anal insisti com estocadas ainda mais vigorosas até obter êxito em romper o orifício deflorando-o impulsivamente; Aisha soltou um grito tenso, mas ao mesmo tempo se manteve firme esperando pelo que estava por vir; aos poucos fiz o bruto invadir as entranhas da fêmea preenchendo-as com determinação e comemorei o momento em que pude senti-lo desaparecer dentro dela consumando o ato inicial; permanecemos naquela posição por alguns minutos a fim de fazer com que nossos corpos se acostumassem àquela nova situação, e antes do esperado comecei a movimentar minha cintura e pélvis para frente e para trás sacando e enfiando o membro profanando as carnes de Aisha cujas reações eram alucinantes demonstrando todo o prazer que experimentava graças ao meu ato luxurioso.

Naquele momento fomos tragados por uma cópula sem precedentes que ao mesmo tempo em que atendia aos anseios de Aisha me concediam uma indescritível sensação de cumplicidade que jamais experimentara em toda a minha vida; era como se minha vida fosse dividida em dois momentos distintos: um em que a dor da perda me consumia e outro em que a minha existência ganhasse um novo destino e uma nova razão de ser ... Aisha se tornava mais que minha mulher, ela era a única razão para continuar vivendo sobrepujando todo o infortúnio que outrora havia fustigado minha alma.

E foi nesse clima que me vi atirado em um êxtase absoluto consumado pelo gozo sucessivo desfrutado por Aisha e também pelo meu êxtase exuberante com o qual selei nossa conjuração carnal plena e que fora tecida no emaranhado do destino, esse desconhecido que sempre surpreende. Quando nos desvencilhamos, Aisha fez questão de usar suas próprias mãos para manter as nádegas separadas exibindo o rego e também o selo rompido do qual escorria um filete de sêmen que era expulso lentamente mediante as contrações esfincterianas levadas a efeito pela fêmea em uma espécie de comemoração visual.

A partir daquele dia usufruímos de uma vida repleta de amor, dedicação e prazer que somente foi usurpada quando recebemos a visita de um oficial do exército. Esse coronel, um rapazote de uns trinta e poucos anos, apresentou-se como enviado do serviço reservado trazendo uma carta na qual dizia que meu filho havia realizado um feito que salvou a vida de quase uma centena de soldados, mas, ao mesmo tempo, matou um oficial que se recusou a permitir que ele trouxesse uma mulher consigo. Nesse momento Aisha surgiu na porta portando uma pequena mala, a mesma que havia trazido quando de sua chegada ao lado de meu filho. O oficial mirou o rosto de Aisha e depois o meu exibindo uma hesitação repentina.

-Olhe …, quer saber …, isso tudo é uma grande besteira! – disse ele após um breve silêncio rasgando o documento que tinha nas mãos – se eu estou vivo aqui hoje foi graças ao seu filho! Vamos fazer o seguinte …, esqueça que eu estive aqui …, vou inventar uma história qualquer e fazer esse assunto desaparecer! Tome, procure o sujeito desse cartão, ele vai ajudá-los no que estiver ao seu alcance ...

Em seguida o oficial me abraçou sem conter as lágrimas que rolavam por sua face; depois ele foi até Aisha e se ajoelhou perante ela proferindo algumas palavras em um dialeto que eu desconhecia; depois que ele partiu perguntei o que ele havia dito a ela; Aisha me fitou com uma expressão doce antes de responder. “Ninguém pode ser punido por ter feito aquilo que achava certo”, respondeu ela entre lágrimas e soluços.

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