Desejo de Verão Entre Primos (Capítulo 5)

Um conto erótico de JustMe00
Categoria: Homossexual
Contém 1119 palavras
Data: 04/10/2025 00:52:58

✧ A Visão no Vapor ✧

O sol da manhã entrou pela janela de Tiago com uma insistência cruel, arrancando-o de um sono agitado e sem sonhos. Ele piscou, sentindo a cabeça pesada e o corpo cansado, como se tivesse corrido uma maratona durante a noite. Os eventos da noite anterior — a mão de Daniel, sua própria fantasia febril — voltaram com uma clareza desconfortável. Ele se sentou na cama, o lençol caindo e expondo seu torso nu. O ar já estava quente, prometendo outro dia sufocante.

Foi então que ele ouviu. O som inconfundível do chuveiro. A água batendo nos azulejos, um som constante e rítmico vindo do banheiro no final do corredor. Daniel.

Uma curiosidade perversa e irresistível tomou conta de Tiago. Seu coração começou a bater mais rápido, um tambor ansioso em seu peito. Ele saiu da cama em silêncio, seus pés descalços mal fazendo barulho no piso de madeira. Ele se moveu em direção à porta de seu quarto, cada passo uma batalha entre a prudência e o desejo. A prudência estava perdendo.

Ele abriu a porta com um cuidado infinito, o suficiente para espiar o corredor. A porta do banheiro, como muitas vezes acontecia naquela casa velha e úmida, não estava completamente fechada. Havia uma fresta. Uma fresta de talvez dois centímetros, uma fenda escura que prometia um vislumbre de um mundo proibido.

Movido por uma força que ele não compreendia totalmente, Tiago saiu de seu quarto e se aproximou, passo a passo, da porta entreaberta. O som da água ficou mais alto, e ele podia sentir o calor e a umidade emanando da fresta. Ele parou ao lado da porta, o corpo pressionado contra a parede fria do corredor, a respiração presa na garganta. Ele se inclinou, apenas o suficiente para que um de seus olhos pudesse ver através da abertura.

E então ele o viu.

O banheiro estava cheio de vapor, uma névoa leitosa que suavizava as bordas de tudo e criava uma atmosfera etérea, quase onírica. E no meio daquela névoa, dentro do box de vidro embaçado, estava a silhueta de Daniel. Uma forma grande e escura, movendo-se sob o jato de água.

O coração de Tiago martelava tão forte que ele temia que Daniel pudesse ouvi-lo. Ele se obrigou a permanecer imóvel, um voyeur paralisado pela cena à sua frente.

Daniel estava de costas para a porta, a cabeça baixa sob o fluxo de água, que escorria por seus ombros largos e descia por suas costas musculosas. A água parecia adorar aquele corpo, traçando os contornos de sua coluna, as curvas de suas omoplatas. Tiago observou, hipnotizado, a maneira como os músculos das costas de Daniel se flexionavam enquanto ele se ensaboava.

Então, Daniel se virou. E o fôlego de Tiago ficou preso em seus pulmões.

O vidro do box estava embaçado, distorcendo os detalhes, mas não o suficiente para esconder a magnificência do que estava sendo revelado. Tiago podia ver o peito largo, o mesmo peito contra o qual ele se lembrava de ter sido esmagado no abraço de chegada. Os pelos escuros do peito estavam grudados na pele molhada, formando padrões intrincados. A água cascateava por seu abdômen, passando por seu umbigo e descendo mais.

Tiago engoliu em seco, seus olhos famintos seguindo o caminho da água. Ele podia ver a linha escura de pelos que se afunilava para baixo, desaparecendo na névoa e na distorção do vidro. E, por um breve momento, quando Daniel se moveu, ele teve um vislumbre. Um vislumbre de algo escuro e pesado, semi-ereto na atmosfera quente e vaporosa. A visão, mesmo que fugaz e imperfeita, foi como um soco no estômago de Tiago. Fez com que seu próprio corpo reagisse instantaneamente, uma onda de calor se espalhando por sua virilha.

Daniel ergueu o rosto para a água, os olhos fechados em aparente êxtase. Ele passou as mãos pelo cabelo curto e depois pelo rosto, afastando a água. Nesse momento, ele parecia vulnerável, despojado de sua confiança habitual. Era apenas um homem sob a água, e essa simplicidade o tornava ainda mais incrivelmente atraente.

Tiago podia sentir o cheiro do sabonete de Daniel, um aroma herbal e masculino que atravessava o vapor e o alcançava no corredor, enchendo seus sentidos. Era o mesmo cheiro que ele sentira no abraço, no carro, no sofá. Mas agora, associado àquela imagem, era quase insuportável.

Ele sabia que deveria se afastar. Sabia que estava invadindo a privacidade de seu primo de uma maneira terrível. Mas seus pés pareciam pregados no chão. Ele era um prisioneiro daquela visão, daquela fresta na porta. Ele queria mais. Queria que Daniel se virasse de costas novamente, para que ele pudesse admirar suas nádegas, que ele imaginava firmes e cobertas por aqueles mesmos pelos aparados. Queria que o vidro do box fosse cristalino, que não houvesse vapor, que não houvesse nada entre seus olhos e o corpo de Daniel.

O som do chuveiro parou de repente. O silêncio que se seguiu foi abrupto e chocante. O coração de Tiago deu um salto em seu peito, e o pânico finalmente o atingiu. Ele ouviu o som da porta de vidro do box deslizando. Ele ia sair.

Com a agilidade nascida do medo, Tiago recuou, movendo-se para trás tão silenciosamente quanto se aproximara. Ele deslizou de volta para seu quarto, fechando a porta com um cuidado que beirava a reverência, parando apenas quando ouviu o clique suave do trinco.

Ele se encostou na porta, as costas pressionadas contra a madeira, o corpo tremendo. Ele fechou os olhos, mas a imagem de Daniel no chuveiro estava gravada em suas pálpebras. A silhueta no vapor, a água escorrendo pelo peito, o vislumbre de sua masculinidade.

Ele levou uma mão trêmula ao peito, sentindo as batidas descontroladas de seu coração. Estava ofegante, como se tivesse corrido. Sua própria pele estava úmida, não de água, mas de suor. E lá embaixo, sua ereção era dura e dolorida contra o tecido de sua cueca, um testemunho inegável do efeito que aquela visão tivera sobre ele.

Minutos depois, ele ouviu a porta do banheiro se abrir e os passos de Daniel no corredor, passando por sua porta e entrando no quarto ao lado. Ele estava tão perto. Apenas uma parede os separava novamente. Mas para Tiago, tudo havia mudado. A linha tênue que ele vinha tentando manter entre a admiração e o desejo havia sido completamente obliterada. O que ele viu através daquela fresta não foi apenas o corpo de seu primo. Foi a confirmação de sua própria obsessão. E ele sabia, com uma certeza assustadora, que não havia mais como voltar atrás. O desejo, agora alimentado por uma imagem real e tangível, era uma fera que não podia mais ser enjaulada.

Continua...

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