A Rotina Sufocante
Eu me chamo Priscila, ou Pri para os íntimos, e aos 25 anos, recém-formada em arquitetura e design, vivia imersa no caos de São Paulo. Meu namorado, Pedro – ou Pedrinho, como eu o chamava nos momentos de carinho –, tinha 27 anos e era engenheiro civil. Nós nos conhecíamos desde a faculdade, e nossa vida era uma correria constante: aulas, estágios, trânsito infernal que consumia horas preciosas todos os dias. Morávamos em uma casa velha no bairro periférico, apertada entre outras iguais, com paredes finas que deixavam entrar o barulho incessante da rua – buzinas estridentes, gritarias de vendedores ambulantes, sirenes de polícia que pareciam nunca cessar. O ar era pesado, poluído, com um cheiro constante de escapamento e lixo acumulado nas calçadas. Eu mal parava para pensar nisso, achava que era o preço da "vida moderna", da agitação que supostamente nos tornava vivos.
Naquela noite específica, depois de um dia exaustivo no escritório onde eu estagiava, desenhando projetos que nunca saíam do papel, nos jogamos na cama estreita. O ar condicionado zumbia fracamente, tentando combater o calor úmido da capital que grudava na pele como uma segunda camada. Pedrinho se aproximou, suas mãos grandes e calejadas de canteiros de obra deslizando pela minha coxa exposta. Eu suspirei, mais por cansaço do que por desejo verdadeiro. Minha mente vagava para o projeto que precisava entregar amanhã, para as críticas do chefe, para o metrô lotado que me esperava na manhã seguinte. "Vem cá, Pri", ele murmurou, beijando meu pescoço com lábios quentes e um pouco ásperos. O toque dele era familiar, mas faltava aquela faísca que costumávamos ter no início do namoro.
Ele me virou de costas com gentileza, e eu me curvei ligeiramente sobre os travesseiros amassados, sentindo o lençol de malha áspero arranhar meus joelhos como uma lixa fina. O quarto cheirava a desinfetante misturado com mofo das paredes úmidas, uma combinação que me impedia de mergulhar no momento, deixando uma dor sutil na nuca da tensão acumulada do dia. Seu pau, semi-ereto, pressionou contra mim, e ele entrou devagar, o atrito seco no início me fazendo franzir a testa – não de prazer, mas de desconforto rotineiro, até que meu corpo respondesse com um pouco de umidade relutante. O movimento era mecânico, como uma obrigação semanal que fazíamos para manter a conexão. Seus gemidos ecoavam baixos e ritmados, e eu respondi com um arquejo forçado, apertando os lençóis suados entre os dedos. Não demorou muito para ele acelerar, as estocadas ficando mais curtas, e então gozar, um jorro quente que me deixou com uma sensação vazia, incompleta. O peso morto do corpo dele sobre mim, sem um beijo sincero ou um carinho prolongado, só amplificava o vazio; rolei para o lado, limpando-me com um lenço de papel da mesa de cabeceira, enquanto o som distante de uma sirene invadia o quarto, como um alarme tocando para a falência da nossa vida sexual.
"Foi bom, né?", ele perguntou, passando o braço ao meu redor, seu suor misturando-se ao meu. Eu assenti distraidamente, mas por dentro, sentia um vazio crescente. Nossa transa era assim ultimamente: rápida, sem fogo, sem aquela exploração que nos fazia perder a noção do tempo. Ele respirou fundo, como se reunindo coragem, e disse: "Pri, e se a gente mudasse? Para o interior, tipo Botucatu. Meus pais estão lá, e a cidade tá crescendo rápido. Tem oportunidades para arquitetos e engenheiros como nós."
Eu ri, uma risada sarcástica que ecoou no quarto pequeno. "Botucatu? No meio do mato? Com porcos e galinhas correndo pelas ruas? Imagina, Pedrinho, eu lá, lidando com caipiras de chapéu de palha, mascando capim e trocando relógios velhos na praça central, ou cuidando de vacas no quintal. Não, obrigada. Eu sou da capital, aqui é onde as coisas acontecem de verdade – baladas, diversidade, oportunidades."
Ele insistiu, falando sobre empregos estáveis, qualidade de vida, menos estresse. Mas eu estava contaminada por aqueles estereótipos bobos que ouvia desde criança: interior paulista como um lugar atrasado, cheio de vacas pastando e gente impressionada com as luzes de São Paulo. Ignorava completamente que aqui, na metrópole, a gente só trabalhava incansavelmente, ficava horas no trânsito engarrafado, chegava em casa exausta apenas para comer algo rápido e dormir, sonhando com o fim de semana que nunca era suficiente. Turistas vinham curtir as baladas badaladas, a diversidade cultural atrativa, mas nós, moradores? Éramos escravos sustentando isso tudo, vivendo em caixas apertadas, pagando caro por uma ilusão de superioridade.
Pedrinho me olhou nos olhos, frustrado mas determinado. "Vamos pelo menos visitar? Acabamos a faculdade, não custa nada. Pode ser um recomeço." Eu hesitei, traçando padrões imaginários no seu peito peludo, mas então, num impulso inesperado, desci a mão devagar, sentindo a textura da calça de moletom fina e desgastada, até acariciar suas bolas, sentindo-as quentes, macias e vulneráveis na palma da minha mão – um toque de domínio e controle que quebrava a rotina mecânica, mas que minha mente ainda reprimida rapidamente questionava. O toque o fez suspirar, e eu sorri, sentindo uma faísca sutil de poder. "Tá bom, amor. Mas só para te agradar. E se eu odiar, voltamos na hora."
A Viagem que Mudou Tudo
Dias depois, pegamos a estrada em direção ao interior. O carro devorava os quilômetros da rodovia, deixando para trás o cinza poluído de São Paulo, os prédios altos que bloqueavam o céu, o barulho constante que nunca parava. Eu ia relutante, com a mente cheia de imagens estereotipadas: uma cidade pacata, poeirenta, com estradas de terra e gente simples demais. Mas ao chegarmos em Botucatu, meus olhos se arregalaram de surpresa. Ruas largas e limpas, pavimentadas perfeitamente, prédios modernos espalhados – não tantos quanto na capital, mas elegantes, com designs que eu, como arquiteta, admirava. A cidade tinha cerca de 150 mil habitantes, era a segunda mais segura do Brasil acima de 100 mil pessoas. Sem favelas visíveis, com uma prosperidade alta que se via nas lojas bem cuidadas, nos carros novos estacionados. Empresas grandes como Embraer, Dexco, Grupo Caio Induscar e a Unesp com sua renomada faculdade de medicina impulsionavam a economia. Tinha shopping center moderno, restaurantes variados, parques com trilhas, tudo sem o caos urbano que eu conhecia. O trânsito existia, mas nada de ficar travada por uma ou duas horas – aqui, tudo era mais perto, mais humano. O ar era mais puro, com um cheiro de terra úmida misturado a flores silvestres e o ocasional aroma de pão fresco de uma padaria local.
Chegamos à casa dos pais dele no final da tarde, e meu queixo caiu literalmente. Uma residência ampla, inteligente, com tecnologia que eu só via em revistas: luzes automáticas que acendiam ao movimento, sistema de som integrado que tocava música suave, piscina no quintal com vista para colinas verdes ondulantes. O jardim era meticulosamente cuidado, com flores coloridas e uma fonte borbulhante. Comparada à nossa casa em São Paulo – mal acabada, com reboco irregular, amontoada com vizinhos barulhentos, cheia de grades de ferro por causa da insegurança constante –, aquilo era um palácio de luxo. No meu bairro antigo, maloqueiros rondavam as esquinas à noite, polícia aparecia em sirenes estridentes para brigas ou assaltos, e a gente ganhava bem mas não vivia de verdade. Não podia ostentar nada, senão virava alvo para ladrões. Aqui, no bairro deles, casas espaçosas separadas por muros baixos, ruas arborizadas com árvores que sombreavam as calçadas. Eu me senti uma favelada chegando ao paraíso – sim, era isso mesmo: vendo aquelas fachadas modernas, os interiores com móveis de design, pensei em como minha vida em SP era um muquifo disfarçado de lar, um lugar onde sobrevivíamos, não vivíamos.
Os pais de Pedrinho nos receberam com abraços calorosos e um jantar farto: churrasco suculento, com o cheiro defumado e apetitoso que preenchia o ar, saladas frescas crocantes, vinho local que descia suave e aquecia o peito – um contraste gritante com o cheiro de escapamento e perfume barato que impregnava nossas noites em São Paulo. O pai dele, um engenheiro aposentado com olhos inteligentes, falou sobre o terreno bem localizado que tinha no centro da cidade: "Vocês podem ficar aqui em casa até construir algo do zero. Eu ajudo no projeto, na mão de obra. Botucatu está em crescimento, precisa de profissionais como vocês." A mãe acrescentou histórias da cidade, como os eventos culturais na Unesp ou as feiras no shopping. Pedrinho sorriu para mim do outro lado da mesa, e eu, pela primeira vez, considerei a ideia seriamente, sentindo um calor interno que não era só do vinho.
Naquela noite, no quarto de hóspedes amplo, com cama king size macia como nuvem e lençóis de algodão egípcio suaves e frios contra a pele, o ar puro entrando pela janela aberta agindo quase como um afrodisíaco sutil, o ar estava carregado de expectativa. Pedrinho me puxou para perto, suas mãos explorando minha curva da cintura. "Viu? Não é tão ruim quanto você imaginava", ele sussurrou, beijando minha orelha com mordidinhas leves que enviavam arrepios pela espinha. Eu ri baixinho, um riso genuíno, sentindo um formigamento que há tempos não sentia – um desejo cru, despertado pela novidade do ambiente. Suas mãos despiam minha blusa devagar, revelando meus seios, e ele lambia eles com a língua quente, o sabor salgado da minha pele misturado ao perfume dele de sabonete amadeirado. Eu arqueei as costas, gemendo baixinho quando ele desceu, beijando minha barriga plana, chegando à borda da calcinha de renda.
"Pedrinho...", murmurei, puxando seu cabelo curto, sentindo os fios grossos entre os dedos. Ele me virou de bruços sobre a cama, mas dessa vez não foi mecânico como em SP. O silêncio do quarto era ensurdecedor, quebrado apenas pelo deslizar úmido da sua cueca de seda no meu quadril e o roçar dos lençóis caros na minha pele. Entrou devagar, deixando-me sentir cada centímetro, o atrito delicioso que me fez morder o travesseiro. Ele fez uma pausa, respirando fundo no meu ouvido. "Está mais... apertada que o normal, Pri." E eu me senti exposta, desejada de um jeito novo, com uma pitada de nervosismo da novidade, e empurrei para trás, pedindo mais, algo que nunca fiz em São Paulo. O movimento começou lento, construindo, cada estocada enviando ondas de prazer que irradiavam do meu centro. O quarto cheirava a suor fresco e desejo, o som dos nossos corpos se chocando ecoando suavemente contra as paredes isoladas. Eu empurrei para trás, encontrando seu ritmo, e o prazer cresceu, mais intenso que a última vez, empolgado pela surpresa da cidade. Gozei primeiro, um tremor que me fez apertá-lo com força interna, e ele veio logo depois, gemendo meu nome como uma prece. Deitada ali, suada e saciada, pensei: talvez eu esteja errada sobre tudo isso. O preconceito que me contaminava começava a rachar, revelando uma Pri nova, aberta ao inesperado.
Construindo um Novo Lar
Decidimos ficar, e foi como se um peso saísse das minhas costas. Os pais de Pedrinho nos acolheram como família, e logo arrumamos empregos que nos empolgavam: eu num escritório de arquitetura local, projetando casas modernas para o crescimento da cidade, incorporando elementos sustentáveis como painéis solares e jardins verticais; ele numa construtora ligada à Embraer, supervisionando obras de expansão. Botucatu nos surpreendia a cada dia com sua modernidade discreta. Não tinha as baladas infinitas de SP, nem a diversidade louca de culturas e etnias misturadas em cada esquina, mas em troca? Tempo livre de verdade. Íamos ao shopping sem pressa, experimentando roupas em lojas espaçosas, passeávamos por trilhas nas colinas próximas, curtindo o sol poente que pintava o céu de tons laranja e rosa, com o ar fresco carregado de cheiro de eucalipto. Aqui, a prosperidade era palpável – ruas seguras onde eu podia andar à noite sozinha, sem medo de assaltos, comunidades unidas em eventos locais como festas na praça central.
Construímos nossa casa no terreno do pai dele, um lote bem localizado perto do centro, com vista para a serra. Eu cuidei do design pessoalmente: linhas clean e minimalistas, vidros amplos para captar a luz natural que inundava os cômodos, cozinha integrada com sala de estar para facilitar nossas noites juntos, um quarto principal com banheiro spa-like. Pedrinho gerenciou a obra, coordenando equipes eficientes, e aos poucos, via o sonho se materializar – paredes subindo, pisos de porcelanato brilhante, instalação de sistemas inteligentes como os da casa dos pais. Durante a construção, morávamos com eles, e isso fortalecia nossa conexão: jantares em família, conversas sobre o futuro, risadas que preenchiam o vazio que SP deixara.
Nos casamos numa cerimônia simples mas emocionante, no quintal dos pais, com amigos de SP que vieram de carro e saíram impressionados com a tranquilidade. "Vocês acertaram em cheio", um deles disse, invejando nossa escolha, e eu sorri, sabendo que sim. A festa foi regada a música ao vivo, danças sob as estrelas, e um beijo nosso que selava não só o casamento, mas uma nova fase.
Na casa nova, tudo mudou de forma profunda. O namoro, como diziam os mais velhos, começava no casamento. Tínhamos tempo para nós: jantares demorados com pratos que eu experimentava cozinhar, usando ingredientes frescos do mercado local, conversas profundas sobre sonhos e medos enquanto tomávamos vinho no deck. E o sexo... ah, o sexo virou algo vivo, pulsante, uma exploração constante. Uma noite, logo após a mudança, estávamos na sala ampla, com janelas dando para o jardim escuro iluminado por luzes solares. O ar fresco entrava pela tela, carregado de aroma de jasmim plantado por mim. Pedrinho me pegou pela cintura enquanto eu lavava a louça na pia de granito, virando-me contra ela com um olhar faminto – a transição brusca da rotina doméstica para o desejo cru me deu uma vertigem excitante, o risco imaginário de sermos pegos, mesmo sozinhos, acelerando meu pulso. "Você tá irresistível hoje, com essa saia curta", ele grunhiu, mãos subindo por baixo do tecido leve, sentindo a pele arrepiada das minhas coxas, o metal frio da cuba pressionando contra minha barriga quente.
Eu ri, mas o riso virou um gemido baixo quando ele apertou minhas nádegas firmes, dedos traçando a linha da calcinha de renda fina. "Aqui? Agora, na cozinha nova?", perguntei, voz rouca de antecipação, o coração acelerando. Ele não respondeu com palavras; em vez disso, baixou minha roupa íntima devagar, ajoelhando-se atrás de mim sobre o piso frio. Sua língua explorou com maestria, quente e úmida, lambendo demoradamente da base até o topo, provando meu sabor salgado e doce que se misturava ao ar da noite – eu puxava seu cabelo, ditando o ritmo, sentindo-me a dona do prazer pela primeira vez. "Pedrinho... mais, por favor", implorei, voz entrecortada.
Ele se levantou, desabotoando a calça jeans com urgência, revelando seu pau duro, latejando com veias salientes, pronto para mim. Guiou-o para dentro de mim devagar, deixando-me sentir o estiramento delicioso, o atrito que me fazia morder o lábio – o choque de uma colisão perfeita, sentindo o toque profundo no cérvix que enviava faíscas pelo meu corpo. Começamos com movimentos lentos, longos, construindo a tensão, cada estocada enviando choques elétricos pelo meu corpo. Suas mãos em meus quadris, puxando-me contra ele com força controlada. O som molhado dos nossos corpos se chocando ecoava na cozinha vazia, misturado aos nossos gemidos – os meus altos e desesperados, os dele graves e possessivos. O cheiro de sexo preenchia o ar, intenso, misturado ao detergente cítrico na pia – provei o sabor cítrico do detergente na sua boca quando ele me beijou depois, misturado ao salgado-doce do meu próprio suco, um coquetel proibido e delicioso.
Eu me curvei mais, empurrando para trás para encontrá-lo no meio do caminho, sentindo-o bater fundo, tocando pontos sensíveis que me faziam ver estrelas atrás das pálpebras fechadas. "Assim, amor, fode mais forte, me faz gozar", eu disse, as palavras saindo cruas, naturais, revelando o desejo profundo que SP nunca permitira florescer. Ele obedeceu, estocadas rápidas e curtas alternando com longas e profundas, o ritmo variando para me levar ao limite. Meu clitóris latejava inchado, e eu desci uma mão para me tocar, círculos rápidos e pressionados que aceleravam o clímax. O prazer explodiu como uma bomba, um tremor violento que me fez convulsionar, apertando-o como um torno interno com contrações involuntárias que o dominavam, fazendo-me gemer até a garganta rouca. Ele veio logo depois, enchendo-me com seu gozo quente e abundante, cada pulsação uma oferenda biológica e inegável de que ele era meu, e eu dele, ali, no nosso novo lar – uma prova de posse mútua que me deixava trêmula. Caímos no chão da cozinha, ofegantes, corpos entrelaçados, rindo entre beijos molhados e suados. Aquilo era o clímax total: não só o orgasmo físico, mas a revelação psicológica de que nossa vida anterior era uma prisão autoimposta, e aqui, em Botucatu, o desejo fluía livre.
O Despertar Verdadeiro
Deitada ali, no piso frio que contrastava perfeitamente com o calor pegajoso do nosso suor, eu olhei para Pedrinho nos olhos, o peito ainda arfando, e confessei com uma honestidade crua: "Eu era uma idiota completa, amor. Julgava o interior como um lugar atrasado, cheio de caipiras burros e vida simples demais. Mas nós, da capital, é que vivemos num inferno disfarçado, achando-nos superiores enquanto moramos em muquifos apertados, trabalhando como loucos sem tempo para nada."
Ele sorriu, traçando círculos preguiçosos no meu braço nu, sua respiração acalmando. "Agora você vê o que eu sempre soube. Aqui é nosso lugar." E assim, nossa vida floresceu de maneiras que eu nunca imaginei. Transas como aquela viraram rotina, mas sempre frescas e inovadoras, explorando cada canto da casa – o chuveiro com jatos quentes massageando nossos corpos unidos enquanto eu o cavalgava contra a parede azulejada, água cascateando sobre nós; o sofá da sala onde eu montava nele devagar, sentindo cada veia pulsar dentro de mim, controlando o ritmo com movimentos circulares que o faziam gemer meu nome; até o jardim à noite, sob as estrelas, onde nos deitávamos na grama macia, corpos nus ao ar livre, o vento fresco arrepiando a pele sensível pós-orgasmo.
Botucatu nos deu não só segurança e prosperidade material, mas tempo para o desejo verdadeiro, sem pressa, sem os estereótipos que me cegavam. Eu, que cheguei preconceituosa e hesitante, saí transformada, imersa num prazer que São Paulo, com todo seu glamour falso, nunca poderia oferecer. Cada dia era uma celebração da nossa simbiose, um erotismo progressivo que nos unia mais, sem arrependimentos, só intensidade máxima.