GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ [73] ~ O DIARIO DE CARLOS PARTE I

Um conto erótico de CARLOS
Categoria: Gay
Contém 3557 palavras
Data: 08/10/2025 16:41:02

Abri o diário, vendo a caligrafia familiar de Carlos na primeira página, e soube que estava prestes a mergulhar na perspectiva dele sobre nossa história — uma história que eu achava conhecer completamente, mas que talvez fosse muito mais complexa do que eu imaginava…

[Por Carlos]:

Querido diário,

Bom, eu não sei exatamente onde isso vai dar. Só estou seguindo as recomendações que minha psicóloga fez, dizendo que somente assim isso iria me ajudar a processar tudo que vivi, tudo que senti, tudo que ainda sinto. Ela disse que escrever seria uma forma de organizar o caos que sempre foi minha vida emocional. Então vamos lá — onde tudo começou. Ou melhor, quem começou tudo: Lucas.

Nossa, o que falar de Lucas? Sobre meu primeiro pensamento, meu primeiro sentimento real em relação a ele?

Bom, ele foi meu melhor amigo. A gente estudou junto desde a quinta série, quando éramos apenas dois garotos tentando descobrir quem éramos naquele universo confuso que é a pré-adolescência. A gente sempre esteve junto — jogávamos vôlei no mesmo time, almoçávamos juntos, fazíamos trabalhos em dupla, passávamos horas no telefone falando sobre absolutamente nada e tudo ao mesmo tempo.

Quando entrei na adolescência e comecei a descobrir sobre desejos e sentimentos — aquela fase em que tudo se transforma e seu corpo parece ter vontade própria —, eu me vi completamente apaixonado e atraído pelo Lucas. Lucas tinha um jeito de sorrir que iluminava qualquer ambiente, um jeito de falar que me fazia prestar atenção em cada palavra, um jeito de andar com aquela confiança natural que me deixava hipnotizado.

A gente passava horas conversando sobre tudo — desde jogos e filmes até nossos sonhos e medos mais profundos. Éramos os melhores amigos um do outro, aquele tipo de amizade que as pessoas olham e dizem "esses dois são inseparáveis". E foi inevitável me apaixonar por ele.

Mas eu não me aceitava. Nunca aceitei completamente esse sentimento que crescia dentro de mim como uma planta selvagem que eu tentava arrancar pela raiz todos os dias. Foi difícil, foi uma briga constante comigo mesmo, foi uma coisa que eu não soube lidar na época, e tive que lidar com tudo isso completamente sozinho.

Como você conta para alguém que está apaixonado pelo seu melhor amigo? Como você explica que quando ele toca seu ombro casualmente, seu coração dispara? Como você admite que passa noites acordado pensando nele, imaginando cenários que nunca poderiam acontecer?

Eu tinha ***** anos quando percebi que o que sentia por Lucas ia muito além de amizade. Foi durante um treino de vôlei — a tarde estava terminando, o sol criava aquele efeito dourado sobre tudo, e Lucas estava rindo de algo que o técnico havia dito. Ele virou para mim, com aquele sorriso largo e genuíno, e algo dentro de mim simplesmente se quebrou e se recompôs ao mesmo tempo.

Naquela época, no início dos anos 2012, não era como hoje. Não havia essa abertura, essa discussão sobre identidade e sexualidade que existe agora. Ser gay era / ainda um tabu enorme, especialmente numa escola particular tradicional, num ambiente de adolescentes onde qualquer diferença era motivo de bullying. Eu via como tratavam os meninos mais afeminados, ouvia as piadas cruéis, sentia o peso do julgamento.

Então eu escondi. Escondi tão bem que às vezes até eu acreditava na minha própria mentira. Namorei meninas, falei sobre garotas que achava bonitas, fiz todos os comentários que um adolescente heterossexual faria. Construí uma persona tão convincente que ninguém jamais suspeitaria.

Mas à noite, quando estava sozinho no meu quarto, a verdade me sufocava. Eu pensava em Lucas, e me masturbava pensando nele, no seu corpo, na sua bunda, no seu peitoral, como seria beijá-lo?, tocá-lo?, ser correspondido. E então vinha a culpa, pesada como chumbo. "Isso é errado", eu repetia para mim mesmo. "Você não pode sentir isso. Isso vai destruir tudo."

O medo era constante, paralisante. Medo de ser descoberto, medo de perder minha amizade com Lucas, medo de decepcionar meus pais, medo de me tornar alvo de piadas e violência na escola. Era como viver com um segredo tóxico que queimava por dentro, mas que você não podia revelar sob pena de perder tudo que era importante.

Eu me lembro de noites em que chorava no travesseiro, sem fazer barulho para que ninguém ouvisse. Me lembro de rezar para que aquele sentimento passasse, para que eu acordasse no dia seguinte e fosse "normal". Me lembro de tentar me convencer de que era apenas uma fase, que logo passaria e eu me interessaria por garotas como todos os meus amigos.

Mas Lucas estava sempre lá. Na escola, nos treinos, nas festas, nas conversas intermináveis. E cada dia eu me apaixonava um pouco mais, enquanto construía muros cada vez mais altos ao redor desse sentimento proibido.

Eu e Lucas tivemos nossas experiências de adolescência juntos — aquelas experiências que definem quem você vai se tornar. Demos nossos primeiros beijos em meninas no mesmo dia, numa festa da escola onde todo mundo estava experimentando e descobrindo. Lembro que ficamos com duas amigas próximas, e depois comentamos sobre como tinha sido, rindo nervosamente, tentando parecer mais experientes do que realmente éramos.

Perdemos nossa virgindidade com garotas no mesmo dia também — foi quase planejado, como se precisássemos fazer aquilo juntos para provar algo para nós mesmos. Foram encontros desajeitados e rápidos, cheios daquela ansiedade típica da primeira vez. Mas o que eu me lembro com mais clareza não é do ato em si, mas da conversa que tivemos depois, quando nos encontramos e compartilhamos cada detalhe, rindo e fingindo uma confiança que nenhum de nós realmente sentia.

E então, com o passar de algum tempo, aconteceu nossa "brotheragem" — aqueles toques entre amigos que começam como brincadeira mas que se transformam em algo mais. Começou inocentemente: lutinhas que duravam mais tempo do que deveriam, abraços que ficavam apertados demais, olhares que se prolongavam além do confortável.

Para mim, aquilo foi o ápice, o pico do meu prazer adolescente. Porque eu sempre desejei Lucas com uma intensidade que me assustava, mas não podia me apaixonar abertamente ou falar para ele sobre meus sentimentos verdadeiros. Aquilo seria errado demais, seria arriscar demais. Então quando acontecia algo entre a gente — mesmo que disfarçado de brincadeira, de "curiosidade" —, era a coisa mais mágica do mundo para mim.

Cada toque casual era tesouro que eu guardava na memória. Cada vez que dormíamos na casa um do outro e acordávamos abraçados, eu fingia ainda estar dormindo só para prolongar aquele momento. Cada comentário que ele fazia sobre meu corpo quando estávamos no vestiário do time era analisado exaustivamente na minha cabeça, procurando sinais de que talvez, só talvez, ele sentisse algo parecido.

Mas eu não quero entrar muito nesses detalhes agora. O ponto de virada, o momento em que tudo mudou de verdade, foi quando estávamos no segundo ano do ensino médio.

Foi naquele ano que tudo desabou. E digo isso literalmente — minha vida, meus planos, minhas ilusões sobre um futuro com Lucas, tudo começou a desmoronar ali.

Naquele ano, entrou na nossa turma um garoto novo: Luke. Ele chegou como bolsista, usando roupas velhas e desgastadas, com uma aparência que gritava "pobre" em uma escola onde todo mundo ostentava marcas caras e tênis importados. Eu, sendo o adolescente idiota e cruel que era, pegava no pé dele constantemente. Tirava piadas sobre suas roupas, fazia comentários sarcásticos sobre sua condição financeira, liderava o bullying sutil que acontecia nos corredores.

Mas Lucas? Bom, Lucas se apaixonou por ele. Talvez por pena, talvez por ver algo que ninguém mais via, ou talvez porque Lucas sempre teve esse dom de enxergar além das aparências. Ele começou a defender Luke, a sentar-se ao lado dele na sala, a tentar incluí-lo em nosso grupo. E eu odiava cada segundo daquilo.

Então veio a reviravolta dramática que parecia roteiro de novela: Luke não era pobre coisa nenhuma. Ele era, na verdade, um dos garotos mais ricos da nossa escola — filho de uma família extremamente abastada que estava "fingindo" ser pobre por algum motivo que nunca entendi completamente. Quando a verdade veio à tona, foi como uma explosão que transformou toda a dinâmica social da escola.

E Lucas e Luke se apaixonaram perdidamente. Foi rápido, intenso, devastador — pelo menos para mim. Eu tive meu coração partido em mil pedaços enquanto assistia o garoto que eu amava se entregar completamente para outra pessoa.

Lucas namorava Camille naquela época — nossa amiga doce e apaixonada que não tinha culpa de estar no meio daquela confusão. Ele meio que terminou com ela para ficar com Luke, causando um drama imenso que dominou os corredores da escola por semanas.

E eu? Bom, eu me juntei a Camille logo depois. Não porque eu gostasse dela romanticamente, mas porque queria me vingar de Lucas de alguma forma. Queria que ele sentisse o que eu estava sentindo, queria machucá-lo da mesma forma que ele estava me machucando sem nem saber.

Aquele ano foi intenso demais. Eu seduzi Lucas intencionalmente em vários momentos, armei situações para que Luke descobrisse e ficasse com ciúmes, manipulei, menti, fiz muita coisa da qual não me arrependo — porque na época parecia a única forma de lidar com a dor que estava sentindo. Eu fui sim o vilão de novelas das nove, o antagonista que faz de tudo para separar o casal principal. Talvez eu tenha errado muito ali, mas eu era imaturo e estava agindo com base na dor e no desespero.

Na real, eu sou uma pessoa imatura até hoje — algo que minha psicóloga gosta de pontuar frequentemente. Ter perdido Lucas para Luke é algo extremamente difícil de superar. Eu tenho uma raiva, um ódio visceral por Luke, porque tenho essa sensação constante de que ele roubou Lucas de mim. Roubou não apenas meu amor, mas meu melhor amigo, minha pessoa, meu futuro imaginado.

Durante minhas sessões de terapia, tratei muito esse meu sentimento de posse em relação a Lucas. Por muitas vezes, tratei Lucas como se ele fosse minha propriedade — como se ele me devesse algo por sermos melhores amigos desde sempre, como se nossa história juntos me desse direito sobre seus sentimentos e escolhas.

Levou muito tempo, muitas sessões dolorosas e muita autorreflexão para eu entender que pessoas não podem ser posses de ninguém. Que amor não é propriedade, não é controle, não é direito adquirido. Que por mais que você ame alguém, por mais história que vocês tenham juntos, essa pessoa tem o direito de escolher outra pessoa, de te rejeitar, de seguir um caminho diferente do seu.

Foi uma das lições mais duras que aprendi: você pode amar alguém com toda sua alma, mas esse amor não te dá propriedade sobre essa pessoa. Lucas não era meu, nunca foi, mesmo quando eu achava que era. E Luke não roubou ele de mim — porque Lucas nunca foi meu para ser roubado.

Mas entender isso intelectualmente é uma coisa; aceitar emocionalmente é completamente diferente. Até hoje, quando vejo Luke, sinto aquele aperto no peito, aquela raiva irracional que sei que não deveria sentir. Porque no fundo, uma parte de mim ainda culpa ele por ter destruído o futuro que eu havia imaginado com Lucas.

Durante minha trajetória com Lucas no ensino médio, tivemos altos e baixos e momentos absolutamente maravilhosos. A gente meio que teve um breve namoro — algumas semanas roubadas onde finalmente pude beijá-lo abertamente, tocá-lo sem medo, chamar ele de meu. Foi um dos períodos mais felizes da minha vida.

Mas novamente fui trocado por Luke. Lucas terminou comigo dizendo que ainda tinha sentimentos pelo ex, que não conseguia superá-lo, que não era justo comigo continuar um relacionamento quando seu coração ainda pertencia a outra pessoa. Foi maduro da parte dele, eu reconheço isso agora. Mas na época, doeu como se alguém tivesse arrancado meu coração com as próprias mãos.

Tivemos também um ménage muito incrível com Chanel — nossa amiga gay afeminada que estudava com a gente e que sempre foi um furacão de energia e autenticidade. Foi uma experiência libertadora, onde finalmente pude expressar minha sexualidade sem medo, onde os três nos entregamos completamente ao prazer sem julgamentos. Chanel tinha esse dom de fazer tudo parecer natural, de criar um espaço seguro onde podíamos ser quem realmente éramos.

E bom, existe um ponto extremamente delicado nessa nossa história, algo que nunca contei para ninguém — nem mesmo para Lucas, embora eu suspeite que ele saiba mais do que demonstra.

Eu e meu pai começamos a ter um relacionamento sexual secreto.

Começou como uma punição, uma dinâmica de poder totalmente distorcida, e depois virou um jogo perigoso e viciante. Meu pai era uma figura de autoridade, mais velho, experiente, e havia algo imensamente excitante e proibido naquela relação, afinal um pai e filho soa com um absurdo para muitas pessoas.

Certa vez, tinha acabado de transar com meu pai em seu carro na frente da escola, ele gozou dentro de mim e mandou eu assistir aula com o seu leite, eu ainda estava meio tonto da experiência, com as pernas tremendo e a adrenalina correndo nas veias.

Nesse dia, Lucas estava me esperando com uma fúria no olhar que eu nunca tinha visto antes. Ele me puxou para um banheiro da escola com uma força violenta, trancou a porta, e então transamos loucamente — foi sexo raivoso, possessivo, desesperado. Ele me fodeu contra a parede do banheiro como se estivesse marcando território, como se estivesse punindo e reivindicando ao mesmo tempo.

Não sei por quê, mas desde esse dia suspeito fortemente que meu pai e Lucas tiveram alguma coisa também. E mais: acho que meu pai contou para Lucas que tinha transado comigo, talvez como uma forma de provocação ou manipulação. É claro que isso pode ser apenas uma fic que sempre idealizei na minha mente. Mas a ideia de que Lucas e meu pai já transaram, e a ideia de um dia eu, meu pai e o Lucas transarmos os três juntos me deixa completamente excitado. Não quero entrar muito no assunto do meu pai agora. É uma caixa de Pandora que prefiro manter fechada por enquanto, porque envolve questões complexas de abuso de poder, manipulação e uma dinâmica completamente doentia que levei um tempo para processar na terapia.

Na metade daquele ano, eu e Lucas tivemos uma briga feia — uma das piores de toda nossa história. Estávamos discutindo no meu quarto, gritando um com o outro, quando meu pai apareceu. Ele tinha escutado tudo, tinha descoberto sobre meus sentimentos por Lucas, sobre nosso relacionamento, sobre tudo que eu havia escondido dele.

Meu pai me bateu. Me bateu forte, com uma violência que eu não esperava. Me espancou ali mesmo, enquanto gritava que eu era um "viado", um "seboso", um ser desprezível. Me disse coisas horríveis que ecoam na minha cabeça até hoje. E me separou fisicamente de Lucas, arrastando-me para longe enquanto eu sangrava e chorava.

Aquilo foi um dos momentos mais traumáticos e tristes da minha vida. A humilhação, a dor física, a rejeição brutal — tudo junto criou uma ferida que levaria tempo para começar a cicatrizar.

Dois dias depois, meu pai veio me pedir desculpas. Apareceu no meu quarto, visivelmente arrependido, tentando explicar que havia perdido o controle, que estava lidando com seus próprios demônios internos. Ele tentou entender o que estava acontecendo comigo, com Lucas, com toda aquela situação complexa.

E acabamos fazendo uma viagem — só eu e ele, para um chalé isolado nas montanhas. Foi uma viagem estranha, tensa, cheia de conversas difíceis e momentos de silêncio desconfortável. Mas também foi uma viagem onde acabei esquecendo Lucas temporariamente, nos braços do meu pai, onde o sexo entre pai e filho era explorando sem limites algum.

Não havia sentimento romântico ali — pelo menos não da minha parte. Era algo completamente carnal, algo proibido e excitante exatamente por ser errado, algo que me fez curar (ou pelo menos anestesiar) as feridas profundas que Lucas havia causado em mim.

Quando retornei daquela viagem, tomei uma decisão drástica: decidi que queria ficar longe de Lucas. A dor de estar perto dele, de vê-lo com Luke, de querer algo que eu nunca poderia ter completamente — tudo isso estava me destruindo por dentro.

Então pedi para sair da escola. Disse aos meus pais que queria uma mudança, que precisava de um novo começo. Não queria me formar ali, não queria assistir à formatura vendo Lucas e Luke juntos, não queria mais nenhuma lembrança daquele lugar que tinha se tornado sinônimo de dor.

E essa foi, sem dúvida, a pior decisão da minha vida.

Porque eu fui para longe de todos os meus amigos, deixei de me formar com as pessoas que conhecia desde sempre para ir para uma escola totalmente nova, sem conhecer ninguém, sem histórico, sem raízes. Foi como arrancar uma planta do solo onde ela cresceu e tentar replantá-la em terra estrangeira.

Eu me arrependo profundamente dessa escolha. Me culpo por ter sido fraco, por não ter tido coragem de enfrentar e encarar a situação com Lucas e Luke. Fugi como um covarde, e isso me custou experiências importantes, amizades valiosas, memórias que deveria ter feito.

Consegui me manter distante durante um tempo, focando nos estudos, tentando construir uma nova vida. Mas no final do ano, na festa de formatura da minha antiga turma, eu e Luke nos encontramos.

E acabamos ficando.

Sim, meu inimigo número um e eu ficamos. Foi inesperado, intenso, confuso. Acho que finalmente entendi o porquê Lucas se apaixonou por ele.

O que falar de Luke? Ele é intenso de uma forma que poucas pessoas são. Gostoso, beijador excepcional, transa incrivelmente bem, tem um pau grande e macio, e fode como um animal. Fisicamente, ele não tem nenhum defeito — é bonito de uma forma quase irritante, com aquele corpo atlético e rosto que parece esculpido. Mas emocionalmente e internamente, a vida dele é uma completa bagunça.

Luke tem problemas psicológicos profundos que nunca consegui entender completamente. Ele é dono de uma bipolaridade sem limites, oscilando entre extremos de felicidade eufórica e depressão devastadora. Num momento ele é carinhoso e doce, no próximo está frio e distante. Tem crises de ciúmes possessivo que beiram o obsessivo, momentos de paranoia onde acredita em coisas completamente irreais.

E eu acho que Lucas deve amá-lo muito profundamente para conseguir aguentar todas essas coisas. Porque conviver com Luke é como andar numa corda bamba — você nunca sabe quando ele vai desabar, quando a próxima crise vai acontecer, quando o lado sombrio vai emergir.

Tivemos um encontro altamente constrangedor no pós-formatura — uma situação tão absurda que parece roteiro mal escrito de novela mexicana. Eu estava num quarto com Luke, transando, enquanto Lucas estava em outro quarto com Paul, o irmão de Luke. Quando descobrimos, foi um caos total de gritos, acusações e drama.

Parece coisa de ficção, mas essa era a nossa vida real. Na verdade, toda nossa história se parece com uma grande novela cheia de reviravoltas impossíveis e coincidências improváveis. Se eu pudesse dar um nome para essa novela da vida real, seria "Garoto, Eu Odeio Amar Você" — porque resume perfeitamente esse sentimento contraditório de amar alguém enquanto odeia o quanto você o ama.

Passamos no vestibular — eu para Direito, Lucas para Educação Física. E sabe? Finalmente aconteceu o que eu sempre sonhei: a gente se apaixonou de verdade. Na verdade, Lucas finalmente se apaixonou por mim da forma que eu sempre quis.

Em meio a tantas idas e vindas, ficadas ao acaso, beijos roubados em festas e encontros secretos, a gente finalmente deu certo. Era como se tivéssemos finalmente alcançado nosso final feliz depois de anos de sofrimento e obstáculos. Lucas me amava, ele se apaixonou perdidamente por mim, e eu estava vivendo o sonho que cultivei desde os ***** anos.

E eu simplesmente joguei tudo isso fora.

Mas antes de continuar com essa parte dolorosa da história, preciso falar sobre ele: Thanos, o golden retriever de Lucas. Eu sou apaixonado por cachorros em geral, mas especialmente por Thanos. Ele é um cachorro incrível — carinhoso, leal, energético, sempre feliz. Eu amo cuidar dele, amo passear com ele pelas manhãs, amo brincar enquanto Lucas ainda está dormindo.

Lucas adora dormir até tarde — é uma das suas características mais marcantes. Quantas vezes fiquei deitado ao lado dele, acordado, apenas observando-o respirar profundamente, tentando imaginar com o que ele estava sonhando? Tentando adivinhar se nos seus sonhos estávamos juntos, se ele era feliz, se não havia Luke ou qualquer outra complicação — apenas nós dois.

Meu amor por Thanos é genuíno e profundo, quase tão grande quanto meu amor por Lucas. Porque Thanos representa algo puro e incondicional, algo que não trai, que não machuca, que simplesmente ama sem complicações.

Mas voltando à história: Lucas estava completamente apaixonado por mim. A gente estava vivendo nosso "felizes para sempre" — cada beijo era especial, cada transa era intensa e conectada, cada dança na sala era um momento de pura felicidade. Era algo novo e incrivelmente bom para mim, depois de anos desejando exatamente aquilo.

A gente estava longe de Luke — ele estudava em outro campus, eu em outro, e Lucas em outro ainda. Essa distância física foi fundamental, porque nos deu espaço para construir nosso relacionamento sem a sombra constante do passado. E isso ajudou muito nosso namoro a fluir naturalmente, sem as complicações e ciúmes que sempre nos perseguiram antes.

Mas nem tudo que é bom dura para sempre, não é mesmo?

Então uma tempestade chamada Raul apareceu em minha vida...

[Continua...]

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Comentários

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Amoooooooo!!!!! Depois de duas semanas sem, ele voltou!! Tô tão feliz

Capítulo maravilhoso, como sempre, Lukas!

Adorei ler esse pov do Carlos e saber que as respostas das nossas perguntas vão ser respondidas! Ansioso pra parte 2! Não demora ahahaha

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Ele deveria ter falando " então uma tempestade chamada diabo kkkkkkk". Cara, pense um conto que mexe com nossas emoções rsrsrs, amo sua escrita....ela me faz sentir como se estivesse dentro da historia. Amo o casal Lucas e Carlos...espero que o Satanás do Luke desapareça de vez, ele não vai fazer falta nenhuma...até o irmão dele tem mais graça que ele.

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