CAPÍTULO 16: A PRIMEIRA NOITE FORA
"Igor me convidou para passar a noite com ele," Fah anunciou, seus dedos tremendo levemente ao arrumar a nécessaire, não de nervosismo, mas de pura antecipação. Um rubor qugue corria por seu pescoço. "Minha primeira noite inteira com outro homem. Ele disse... disse que não vai sobrar um centímetro do meu corpo que não conheça."
Ajudei a fazer sua mala com uma mistura peculiar de ciúmes e excitação, um calor estranho e familiar ao mesmo tempo se instalando na minha barriga. "Leva essa lingerie nova," sugeri, colocando o conjunto de seda vermelha, quase da cor de sangue, dentro da bolsa. "A que ele gostou tanto na última vez, a que ele rasgou com os dões."
Enquanto eles estavam no apartamento dele, eu ficava em casa, preso na teia das minhas próprias imaginações, cada notificação do celular um choque de luxúria:
21h07 - Sua mensagem chegou com uma foto: ela de bruços na cama dele, as costas nuas arqueadas sob a luz âmbar. A ponta dos dedos dele aparecia na borda da foto, pressionando a carne macia da sua lombar. A legenda veio em seguida: "Ele está me dando uma massagem... com aquele óleo que cheira de sândalo. Seus dedos estão descendo... já passaram do limite da toalha. Estou tentando não gemer muito alto."
23h33 - Outra mensagem, desta vez apenas de voz: primeiro, sons pesados de respiração ofegante, então um gemido abafado, longo e gutural, que eu reconheci como o dela. A voz de Igor, rouca e dominadora, ecoava ao fundo: "Abre mais, toda pra mim." Ela sussurrou no áudio, a voz trêmula e embargada: "Transamos na sala... naquele sofá de couro que eu comentei. Ele me colocou de quatro tão rápido... o couro estava gelado na minha pele, mas por dentro eu estava em chamas. Ele... gozou dentro de mim. Disse que era só o primeiro."
2h18 da manhã - Uma foto turva no escuro, quase abstrata: o contorno de um corpo suado sob os lençóis desfeitos. Desta vez, a mensagem era dele. Igor havia pegado o celular dela: "Acabamos de transar de novo na cama dele... ela está tão molhada que o som envergonha. Não para de me pedir mais. Sua esposa é um tesão sem fim." Minha respiração ficou presa. Ele sabia que eu estava vendo. Fazia parte.
Pela manhã, quando a porta se abriu, Fah voltou com a mesma roupa do dia anterior, mas era uma versão transformada dela. O vestido estava levemente amarrotado, o zíper nas costas meio travado. Seu cabelo estava desarrumado de um jeito que só muitas mãos alheias penteando com força conseguem fazer, e aquele cheiro inconfundível – uma mistura de suor salgado, sexo doce e o amadeirado perfume dele – estava impregnado em sua pele como uma segunda pele. Marcas roxas, verdadeiros medalhões de posse, adornavam seu pescoço e a parte interna de seus braços.
"Ele me acordou comigo por cima dele," ela contou, a voz rouca de uma noite de uso, deixando a bolsa cair no chão com um baque suave. Seus olhos encontravam os meus, desafiadores e embaçados. "Puxou meu quadril com tanta força... Gozou dentro de mim pela quarta vez... disse que queria garantir que eu me lembrasse dele o dia todo, que sentisse ele escorrendo de mim cada vez que eu andasse."
Enquanto ela tirava a roupa, o espetáculo se desvendou. Além das marcas no pescoço, havia os contornos arroxeados de dedos nos quadris, a pele sensível das coxas internas vermelha da fricção. Ela ficou nua diante de mim, o corpo um mapa da noite anterior, orgulhosa e intoxicada.
"Sente," ela ordenou, sua voz um comando suave, guiando minha mão hesitante até o calor úmido entre suas pernas. A pele lá estava incrivelmente macia, inchada e sensitiva. "Sente quantas vezes seu namorado gozou na sua esposa esta noite. Estou cheia dele. Ainda está saindo."
E eu senti – não apenas na textura inchada e quente, nem no cheiro misturado deles que era ao mesmo tempo estranho e profundamente excitante. Senti no tremor involuntário que percorreu o corpo dela quando meus dedos tocaram seus lábios sensíveis, um reflexo ecoando as possessões da noite. Seu corpo ainda respondia ao toque como se estivesse sendo penetrada novamente, como se a memória de Igor estivesse cravada em seus nervos. Era a prova tangível, crua e visceral, de que aquela primeira noite fora havia sido apenas o prólogo de uma nova e ardente realidade. Ela se inclinou e sussurrou no meu ouvido, seu hálito quente carregado da promessa de mais histórias para contar: "Ele quer me encontrar na terça-feira de novo. Dessa vez, no almoço. Disse que vai ser rápido e sujo, que não vai ter tempo nem pra eu tirar a calcinha completamente."