A liberdade que nos une capítulo 22 - CRS

Um conto erótico de Corno da Fah
Categoria: Heterossexual
Contém 1196 palavras
Data: 14/10/2025 08:37:15

CAPÍTULO 22: O PORTAL DOS DESEJOS - O CONVITE DO CRS

As semanas que se seguiram ao encontro na piscina foram impregnadas de uma nova intimidade. A amizade com Eleonora e Rafael aprofundou-se, tornando-se uma cumplicidade que ia além do sexo ocasional. Havia jantares, conversas francas sobre vida, amor e, é claro, desejo. A confiança era o alicerce que permitia que todos os temas, por mais ousados, fossem abordados sem julgamento.

Numa dessas noites tranquilas, na varanda da casa de Eleonora com uma vista deslumbrante para a cidade, a conversa fluiu para as ferramentas do mundo liberal. Foi quando Eleonora, girando o vinho no copo, soltou a pergunta com naturalidade.

"Vocês têm CRS?"

Fah e o marido trocaram um olhar vago. "Já ouvimos falar, claro," ele respondeu, "mas não temos. Na verdade, nem sabemos ao certo como funciona. Aquele primeiro aplicativo que usámos pareceu-nos suficiente."

Eleonora soltou uma risada suave, doce e um pouco condescendente. "Queridos, aquele aplicativo é o jardim de infância. O CRS... o CRS é a universidade completa. É a rede social definitiva para quem leva este lifestyle a sério."

O interesse deles foi imediato e palpável. "Conta mais," pediu Fah, inclinando-se para a frente, os olhos brilhando de curiosidade.

"Com prazer," disse Eleonora, colocando o copo na mesa. "Imaginem uma plataforma que é ao mesmo tempo Facebook, Tinder e um clube exclusivo. O 'Conhecer, Relacionar, Socializar' – CRS – não é só para marcar encontros. É para construir uma vida social dentro do mundo liberal."

Ela começou a descrever, e suas palavras pintavam um mundo de possibilidades.

"Primeiro, o perfil," ela explicou. "Não é anónimo como noutros apps. É verificado. Vocês precisam de fornecer documentos, comprovativos de que são um casal real. Isso elimina fake profiles, curiosos e garotos. A segurança é a prioridade máxima. O perfil é detalhado: fotos (que podem ser trancadas para apenas membros verificados verem), descrições dos vossos gostos, limites, fantasias, experiência... É como o vosso cartão de visita neste universo."

Rafael completou, com sua voz calma: "Podem criar álbuns privados para certos grupos de amigos, partilhar vídeos... é uma verdadeira rede social. Nós, por exemplo, temos um álbus só com fotos de viagens com outros casais que conhecemos através da plataforma."

"Segundo, a busca," continuou Eleonora, animada. "Os filtros são incríveis. Podem procurar por localização, idade, tipo de corpo, nível de experiência... mas também por interesses específicos. Querem encontrar um casal que também goste de roleplay? Ou que esteja interessado em voyeurismo? Ou que partilhe o vosso fetiche por lingerie? Tudo é pesquisável. Podem até buscar por 'palavras-chave' nos perfis."

Fah imaginou aquela barra de busca. Ela poderia digitar "beijo feminino" ou "praia" ou "dominação suave" e o algoritmo traria perfis de pessoas reais, verificadas, que partilhavam da mesma linguagem secreta do desejo.

"Terceiro, os eventos," disse Rafael. "Esta é a parte mais social. Membros premium podem criar eventos privados. Já fomos a jantares temáticos, fins-de-semana em resorts de nudismo, festas em clubs fechados com piscina e DJ... tudo organizado e frequentado apenas por pessoas da comunidade. É a forma perfeita de conhecer várias pessoas num ambiente seguro e controlado."

A imaginação de Fah voava. Ela via a si mesma e ao marido num desses eventos, todos elegantes, todos com um segredo em comum, a tensão sexual no ar tão espessa que se poderia cortar.

"Quarto, os grupos e fóruns," acrescentou Eleonora. "Há grupos de discussão para tudo: casais iniciantes, solteiros liberais, grupos por orientação sexual, fóruns para partilhar experiências e até para marcar encontros de 'amizade colorida'. É uma comunidade. Vocês podem fazer perguntas, ler as experiências dos outros, aprender."

"E a privacidade?" perguntou o marido de Fah, prático como sempre.

"Total," garantiu Eleonora. "O perfil principal pode ser discreto. A foto pode ser de uma paisagem, se quiserem. Só partilham informações e fotos mais ousadas com quem sentirem confiança. Há controlos de privacidade em tudo. E, claro, a app em si é discretíssima. No vosso celular, o ícone e o nome podem ser algo como 'App de Calendário CRS'."

O casal ficou em silêncio, absorvendo a informação. Aquilo não era um simples aplicativo de encontros; era um ecossistema completo, um país secreto com as suas próprias regras, cultura e linguagem. Aquele primeiro app que usaram parecia agora um brinquedo de criança.

"Parece... incrível," admitiu Fah, sua voz um pouco trémula de excitação. "E um pouco assustador."

"É assustador no início para todos," disse Eleonora, com um sorriso compreensivo. "Mas não precisam de entrar sozinhos. Se quiserem, nós seremos os vossos padrinhos."

"Padrinhos?" repetiu Fah.

"Sim. No CRS, os membros mais experientes podem 'apadrinhar' casais novos. Nós enviamos o convite, ajudamos a preencher o perfil, apresentamos a outros casais da nossa rede. Dá-vos uma credibilidade instantânea e um grupo de amigos desde o primeiro dia. É como ter um passe VIP."

O olhar que Fah e o marido trocaram foi de pura sincronia. Era um sim. Um sim silencioso e ansioso.

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Poucos dias depois, o convite chegou por e-mail. Sentados no sofá da sua própria casa, com o portátil aberto no colo de Fah, eles criaram a sua conta no CRS. O processo de verificação foi minucioso, mas isso, em vez de os assustar, transmitiu-lhes uma sensação de segurança.

O nome de perfil deles foi uma decisão conjunta, após muita risada e sugestões: "Casal_Querendo_Aventuras". Era direto, despretensioso e capturava perfeitamente o seu espírito.

Quando o perfil ficou activo, foi como abrir a porta para um baile de máscaras onde todos partilhavam o mesmo segredo. A interface era limpa e profissional.

"Olha este filtro," sussurrou o marido de Fah, clicando nas opções de busca. "Podemos selecionar 'Interesses: Troca de Casais' e 'Buscar por: Casais com Mulheres Bi-curiosas ou Bi-sexuais'."

Fah ficou sem fôlego quando os resultados apareceram. Dezenas de perfis. Casais de todas as idades, etnias e estilos. Alguns com fotos ousadas, outros discretos. Todos verificados. Todos reais.

"E este aqui," disse ela, clicando num perfil de um casal com um ar desportivo e amigável. A descrição dizia: "Amamos praia, bons vinhos e noites inesquecíveis. Procuramos amigos para explorar a química entre os quatro, sem pressões." Havia um álbum público com fotos deles num pôr-do-sol.

Eles passaram horas a navegar. Viram perfis de solteiras que procuravam casais, de homens solteiros discretos, de grupos que organizavam festas temáticas com códigos de vestuário específicos.

"Imagina," disse Fah, sua voz um sonho, "irmos a uma festa dessas. Num penthouse, todos de preto e branco... a tensão, a expectativa..."

"Imagina," respondeu o marido, puxando-a para mais perto, "conhecermos um casal numa sexta-feira para jantar, e no sábado já estarmos a planear um fim-de-semana na praia com eles."

A cada perfil que viam, uma nova possibilidade se abria. Não eram apenas corpos; eram histórias, personalidades, estilos de vida que se alinhavam com os seus desejos mais profundos. O CRS não era apenas um aplicativo; era um catálogo infinito de fantasias potencialmente realizáveis.

Eles não estavam mais a brincar às escondidas num aplicativo genérico. Eles tinham sido formalmente apresentados ao coração pulsante da comunidade libertina. E, com Eleonora e Rafael como seus guias, sentiam-se seguros, excitados e prontos para as verdadeiras aventuras que estavam por vir. O mundo, subitamente, tornara-se muito maior e infinitamente mais promissor.

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