O novinho da academia - Parte 7

Um conto erótico de Taylor
Categoria: Gay
Contém 945 palavras
Data: 16/10/2025 10:42:15

Os dias que se seguiram foram um nevoeiro de ansiedade e repetição mental. A imagem dele saindo, o gosto dele na minha boca, a humilhação e aquela faísca secreta de satisfação perversa – tudo se misturava em um coquetel tóxico que me mantinha em alerta constante. Eu não saía desnecessariamente, cada toque de telefone me fazia pular. Vivia esperando, temendo, e talvez, no fundo mais sombrio de mim, desejando a próxima aparição.

Ela veio uma semana depois. Sem batidas raivosas, apenas uma mensagem curta no celular, um número que eu não tinha, mas sabia ser dele: "Porta. 5 minutos."

O pânico foi imediato, mas a obediência já estava gravada em mim. Destranquei a porta e esperei, o coração martelando. Ele apareceu pontualmente, a mesma postura casual e dominante, mas sem a fúria da última vez. Seus cabelos loiros estavam penteados para trás, revelando a testa larga, e ele vestia uma camiseta azul lisa que acentuava os ombros largos, combinando com uma calça moletom clara e tênis brancos, um visual simples, mas que exalava uma confiança inabalável. Havia uma calma controladora, quase um tédio, em seu rosto, mas seus olhos azuis, por um breve momento, pareceram me escanear, buscando algo que eu não conseguia identificar. Entrou sem dizer palavra, fechou a porta atrás de si com um clique suave, quase imperceptível.

O ritual começou quase em silêncio. Um olhar, um gesto de cabeça na direção do quarto. A ordem explicita para tirar a roupa. Ajoelhar-me ao lado da cama. Ele se sentou na beirada, os músculos das coxas tensos sob a calça. Abaixou-a junto a cueca e puxou o membro para fora. "Boca."

Obedeci. O sexo oral foi eficiente, quase mecânico. Ele não parecia com raiva, mas também não havia qualquer traço de prazer além do físico. Usou minha boca como uma ferramenta conveniente, ditando o ritmo com movimentos da mão na minha nuca, até atingir o clímax rapidamente. Gozou na minha boca, como da última vez, mas sem a mesma violência. Retirou-se, recompôs-se e saiu. Tudo sem trocar meia dúzia de palavras, deixando para trás o cheiro de sua pele e um rastro de desolação.

E então, começou a acontecer com mais frequência. Às vezes, passavam-se três dias, às vezes cinco. A mensagem curta, a chegada, o ritual rápido e silencioso, a partida. Sempre iniciado por ele, sempre focado nele. Eu me tornei um autômato da submissão, meu corpo respondendo aos comandos não ditos, minha mente presa em um ciclo de medo e antecipação.

Mas comecei a notar coisas. Ou talvez minha mente desesperada estivesse criando padrões onde não existiam. Uma vez, após terminar, ele não se levantou imediatamente. Ficou sentado na cama por talvez trinta segundos a mais, apenas olhando para a parede oposta, a respiração ainda um pouco ofegante, e eu jurei ter visto um leve franzir de cenho, como se estivesse ponderando algo. Outra vez, enquanto eu estava ajoelhado, esperando ele se recompor, senti seu olhar em mim. Não era o olhar frio de desprezo, nem o de raiva. Era... diferente. Indecifrável. Durou apenas um instante antes que a máscara de indiferença voltasse, e ele se levantasse com um suspiro quase inaudível.

Esses momentos eram migalhas, mas minha mente faminta se agarrava a eles. Seria tédio? Curiosidade? Ou apenas minha imaginação me torturando? A esperança era uma erva daninha perigosa, crescendo nas frestas do meu medo. Será que ele estava mudando? Será que eu estava me tornando algo mais que um objeto conveniente?

A resposta vinha sempre rápida e brutal. Na vez seguinte em que hesitei por um milésimo de segundo antes de obedecer ao comando implícito para ajoelhar, seu olhar endureceu instantaneamente, e a linha de sua mandíbula se contraiu. "Algum problema?" a voz fria cortou o ar, e eu senti um arrepio na espinha.

O medo me engoliu. "Não! Me desculpe!" Ajoelhei-me apressadamente, a esperança estúpida se desfazendo. A dinâmica não havia mudado. Eu ainda era o cachorro, e ele, o dono.

No entanto, em um encontro mais recente, algo diferente aconteceu no final. Após o ritual, após ele gozar e se recompor, ele ficou parado na minha frente enquanto eu permanecia ajoelhado, limpando o canto da boca com as costas da mão. O silêncio se estendeu, mais longo que o habitual. Eu não ousava levantar o olhar.

Então, senti seus dedos no meu queixo. Não com força, não com raiva. Apenas um toque leve, erguendo meu rosto devagar, forçando-me a encará-lo. Seus olhos me estudaram por um momento, a expressão ainda indecifrável, mas havia uma profundidade neles que eu nunca tinha visto, um lampejo de algo que parecia... cansaço? Não havia desprezo, nem raiva, nem desejo claro. Apenas... observação. Então, tão rápido quanto começou, ele soltou meu queixo, quase como se tivesse tocado em algo sujo, e eu vi um leve tremor em seus dedos antes que ele os afastasse.

Virou-se e caminhou até a porta. Antes de sair, parou e olhou por cima do ombro. "Sua planta está morrendo," ele disse, indicando com a cabeça um vaso esquecido no canto da sala, e eu notei a forma como ele evitou meu olhar direto. Ele não estava me olhando, mas sim a planta, como se o comentário fosse mais para si mesmo.

E saiu, fechando a porta suavemente desta vez, o som quase um sussurro.

Fiquei ali, ajoelhado, o coração batendo descontroladamente. O toque. O comentário banal. Tão fora do padrão, tão inesperado. O que significava? Era um teste? Uma distração? Ou era... outra coisa? A incerteza era uma nova forma de tortura. A rotina havia sido minimamente quebrada, e essa pequena fissura era o suficiente para me deixar completamente perdido, obcecado em decifrar um enigma que talvez nem existisse.

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Comentários

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Obcecado esta ficando eu por este conto!!! Ansioso para amanhã, por favor escreva capitulos maiores, esta muito bom. To amando essa tentativa de aproximação,tomara que ease loiro safado gostoso fica apaixonadinho por ele hahaha

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