Aquele último encontro... o toque no queixo, o comentário sobre a planta... reverberou em mim. A rotina das visitas dele ao meu apartamento continuou, talvez um pouco mais espaçada agora, mas a tensão era diferente. Eu ainda o temia, a submissão era automática, mas por baixo havia uma corrente de incerteza, uma curiosidade dolorosa.
Até que um dia, a mensagem foi diferente: "Meu apartamento. 8 horas. Não se atrase."
O medo triplicou. Ir até o território dele era outro nível de vulnerabilidade. Cheguei pontualmente, o porteiro já avisado. Ele me esperava na porta do apartamento, vestindo uma camiseta cinza justa que realçava os músculos dos braços e peitoral, e o mesmo short preto da Nike. Seus cabelos loiros estavam úmidos, recém-lavados, e um leve cheiro de sabonete masculino pairava no ar. A calma controladora estava lá, mas havia algo mais em seu olhar, uma sombra de expectativa ou talvez um desafio velado. Ele me observou por um instante, um leve erguer de sobrancelha, antes de se afastar para que eu entrasse.
Entrei e ele me seguiu para o quarto que eu já conhecia daquela primeira noite humilhante. O ritual começou parecido. A ordem para me despir, ajoelhar. Ele se sentou na cama, observando, seus olhos azuis fixos em mim, e eu senti o peso de seu olhar em cada movimento meu.
"Boca," ordenou, a voz baixa, quase um sussurro. Obedeci. O sexo oral foi, como sempre, focado nele, eficiente. Mas enquanto ele se aproximava do clímax, notei o tremor involuntário em meu corpo, uma mistura de nervosismo e excitação.
Ele pareceu notar. Após gozar, permaneceu dentro da minha boca por um instante extra, observando meu rosto de perto, e eu senti o calor de sua respiração em minha pele. Retirou-se devagar, seus olhos ainda em mim, e eu jurei ter visto um lampejo de algo que parecia... consideração?.
"Toca em você," ele disse de repente, a voz neutra, mas com uma curiosidade subjacente. Seus olhos desviaram para o meu membro, e eu senti um rubor subir ao meu rosto.
Surpreso, obedeci, minha mão hesitante encontrando meu membro duro. Comecei a me masturbar sob seu olhar clínico, e eu podia sentir o suor escorrendo pelas minhas costas. "Mais rápido." Obedeci, o ritmo acelerando, e eu estava quase lá. Quando estava perto, ele ordenou: "Para."
Interrompi, ofegante, o corpo tremendo de frustração e desejo. Ele se levantou, e eu o observei, cada movimento seu era calculado, preciso.
"Vira. Deita na cama. De bruços."
Obedeci, o coração trovejando, o som abafado em meus ouvidos. Ouvi o som de uma gaveta sendo aberta e fechada. Lubrificante. Ele havia pensado nisso. Senti o gel frio, depois seus dedos me preparando, rápido, mas não brutal, e eu senti um arrepio percorrer minha espinha. Então, a pressão, a entrada lenta e contínua. A sensação avassaladora – a dor inicial dando lugar à plenitude intensa, ao prazer relutante. O cheiro do lubrificante misturado ao cheiro da pele dele era quase sufocante, e eu podia sentir o calor de seu corpo se aproximando.
Ele começou a se mover. "Olha pra mim." Virei o rosto, encontrando seu olhar concentrado, e eu vi a intensidade em seus olhos, a forma como ele me estudava. O ritmo aumentou, profundo, firme. Ele estava no controle, mas explorando, e eu podia sentir cada músculo de seu corpo trabalhando. Seus quadris batiam contra mim com força ritmada, o som da pele contra pele ecoando no quarto. Suas mãos agarraram minha cintura, os dedos marcando minha pele, puxando-me contra ele a cada estocada. "Geme," ele comandou, a voz rouca, e eu senti um arrepio de prazer e submissão. Um gemido baixo escapou, mistura de dor, prazer, submissão. Ele aumentou a força, as estocadas exigentes. Seu corpo estava tenso, suor brilhando em suas costas musculosas, o cheiro forte e masculino envolvendo-me completamente. Eu estava perdido na sensação, o medo entrelaçado com um prazer inegável, humilhante e viciante. Podia sentir o calor irradiando do corpo dele, o atrito delicioso e doloroso, e eu me agarrava aos lençóis, tentando me conter.
Senti meu próprio clímax se aproximando rapidamente. "Eu vou..." gaguejei, a voz embargada.
"Espera," ele rosnou, diminuindo o ritmo, torturante, antes de acelerar novamente, levando nós dois juntos ao limite. "Agora," comandou. Gozei com um grito rouco, meu corpo se contraindo ao redor dele, enquanto ele próprio se enterrava profundamente, atingindo seu clímax com um grunhido baixo e profundo, seu corpo tremendo sobre o meu, e eu senti o peso de seu corpo me esmagando.
Ele não se retirou imediatamente. Permaneceu dentro de mim, seu peso sobre minhas costas, nossas respirações ofegantes no silêncio, e eu podia sentir o batimento de seu coração contra o meu. Retirou-se devagar e rolou para o lado, deitando-se de costas para mim, e eu senti o vazio repentino.
O silêncio era denso. Depois de minutos que pareceram eternidade, ele se levantou e foi para o banheiro. Ouvi o chuveiro, o som da água caindo, e eu me perguntei o que ele estava pensando.
Quando a porta do banheiro se abriu, ele surgiu diferente. Os cabelos loiros e úmidos caíam sobre a testa, gotas de água escorriam pelo pescoço e pelo peitoral largo e definido, descendo pelo abdômen esculpido. Ele vestia apenas uma cueca boxer branca, simples, com um elástico preto grosso na cintura que contrastava com a pele branca. A peça de algodão se ajustava perfeitamente ao corpo musculoso, mal contendo o volume pesado entre as pernas, marcando cada contorno das coxas e dos glúteos firmes. Ele parou ali, secando os cabelos distraidamente com uma toalha, a imagem crua da masculinidade, um deus grego moderno em sua beleza arrogante e poder inegável. Era de tirar o fôlego, e eu senti um nó na garganta.
Ele me olhou, ainda deitado de bruços na cama. "Levanta," disse, a voz neutra, mas com um tom de finalidade. Jogou uma toalha limpa na minha direção. "Sua vez."
Fui para o banheiro, a água quente tentando relaxar meus músculos, mas minha mente estava a mil, repassando cada detalhe do que havia acontecido. Quando saí, enrolado na toalha, ele estava deitado na cama de lado, apoiado em um cotovelo, apenas com a cueca branca. Seus olhos estavam fechados, e eu o observei por um momento, tentando decifrar a expressão em seu rosto. Comecei a pegar minhas roupas espalhadas pelo chão, meu instinto era me vestir e sair, fugir daquela situação.
"O que você tá fazendo?" a voz dele me interrompeu, e eu me sobressaltei. Seus olhos se abriram, azuis e penetrantes.
Parei, confuso. "Me vestindo...?"
Ele suspirou, um som quase de impaciência, e eu vi um leve tremor em seus lábios. "Larga isso aí." Ele se ajeitou na cama, deitando de costas e abrindo os braços ligeiramente, expondo o peito largo e a barriga definida. Bateu a mão no colchão ao seu lado, um convite silencioso. "Vem cá."
Hesitei, o choque percorrendo meu corpo. Aquilo era... inesperado. Completamente fora de qualquer roteiro que havíamos seguido, e eu senti um frio na barriga. Ele me observava, seus olhos fixos em mim, esperando.
"Anda logo," ele disse, sem a dureza habitual, mas ainda com uma nota de comando, e eu senti a urgência em sua voz.
Aproximei-me devagar, soltando a toalha e ficando apenas com minha própria cueca. Deitei-me ao seu lado, rígido, meu corpo tenso. Ele passou um braço por baixo do meu pescoço e me puxou para mais perto, até minha cabeça estar apoiada em seu peito. Senti o calor da pele dele, ouvi a batida constante do seu coração, inalei o cheiro limpo de sabonete misturado ao seu cheiro natural. Era reconfortante e aterrorizante, e eu podia sentir a tensão em cada músculo do meu corpo.
"Dorme," ele murmurou, a voz baixa, quase um ronronar, enquanto sua outra mão pousava nas minhas costas, e eu senti um leve aperto.
Fiquei ali, tenso por um momento, depois, lentamente, meus músculos começaram a relaxar. Fechei os olhos, a cabeça girando, e eu podia sentir o peso de seu braço ao meu redor. A festa, o banheiro, a humilhação, as ordens, o medo, a raiva dele, o sexo, o prazer proibido, e agora... isso. Aconchegado contra o corpo do homem que me dominava, que me assustava, que me excitava de formas que eu mal compreendia. A linha entre o algoz e... algo mais... havia se dissolvido completamente naquela noite. Adormeci ali, em seu peito, sentindo o calor dele, a respiração regular, o peso reconfortante do seu braço ao meu redor, sem saber o que o futuro reservava, mas pela primeira vez, sentindo uma estranha e perigosa paz.