A Primeira Vez Que Ela Me Traiu (Parte 2 de 2)

Da série Saga Ana
Um conto erótico de Shaka de Virgem
Categoria: Heterossexual
Contém 1774 palavras
Data: 18/10/2025 08:45:46

Capítulo 8: A Tortura do Som

Aquele gemido. Menos de dois segundos de áudio que se tornaram a trilha sonora da minha tortura. No silêncio estéril do quarto de hotel em São Paulo, eu o ouvia repetidamente. Aumentava o volume, colocava o celular no ouvido, tentava decifrar cada nuance daquele som. Era agudo, abafado, claramente um espasmo involuntário. Era o som da minha mulher sendo fodida por outro. E o pior, o mais doentio de tudo, era que a imagem mental que aquele som criava me deixava com o pau duro feito pedra.

O domingo que se seguiu foi o dia mais longo da minha vida. Eu estava preso em São Paulo, as reuniões haviam acabado, mas meu voo era só à noite. Passei o dia inteiro trancado naquele quarto, alternando entre o desejo de ligar para ela e xingá-la e a excitação masoquista de ouvir o áudio mais uma vez. Cada play era uma facada. Cada ereção, uma prova da minha perversão. Eu não respondi mais às mensagens dela. Não adiantava. Aquele era um assunto para ser resolvido olho no olho. A confrontação precisava ser física, visceral. Eu precisava sentir o cheiro dela, tocar a pele dela, para que a confissão tivesse o peso que eu desejava.

Capítulo 9: O Voo da Antecipação

O voo noturno de volta foi uma câmara de tortura a dez mil metros de altitude. Preso na poltrona, sem ter para onde fugir, eu repassava o plano na minha cabeça. O encontro não seria em um lugar qualquer. Seria na minha casa. Ou, no que eu chamava de casa naquela época: meu quarto no Hotel Litoral, em Cabo Branco. Aquele era meu santuário, meu refúgio. E era lá que eu a confrontaria, no nosso território.

Eu comecei a roteirizar a cena. O café da manhã no restaurante do hotel. A subida para o quarto. O sexo. Sim, o sexo viria antes. Eu precisava fodê-la primeiro. Precisava marcá-la como meu território, mesmo sabendo que já havia sido invadida. Nossas mensagens para combinar o encontro foram uma obra-prima de normalidade forçada.

Eu: Meu voo é hoje à noite. Chego de madrugada. Me encontra pra tomar café da manhã no hotel, umas 8h, pode ser?

Ana ❤️: Claro, amor. Estarei lá. Bom voo. Tô com saudades ❤️

"Saudades". Li aquela palavra e um sorriso amargo brotou nos meus lábios. Eu também estava. Mas a minha saudade, agora, tinha um nome. Chamava-se vingança. Ou talvez, apenas desejo.

Capítulo 10: O Café dos Segredos

Cheguei em João Pessoa na madrugada de segunda-feira, exausto e elétrico. Mal dormi. Às 8h em ponto, eu desci para o restaurante do Hotel Litoral. Eu a vi de longe, sentada em uma mesa com vista para a praia de Cabo Branco. O sol da manhã iluminava seus cabelos. Ela usava um vestido branco, leve, que dançava com a brisa do mar. Estava deslumbrante. Um anjo. E eu sabia que anjos não gemiam daquele jeito.

Aproximei-me e ela se levantou para me beijar. O beijo foi rápido, quase burocrático. Os olhos dela me estudavam, tentando decifrar meu silêncio. Ela estava desconfiada. E eu, por dentro, era um vulcão de tesão.

"Aconteceu alguma coisa? Você tá estranho", ela perguntou, enquanto o garçom servia nosso café. A normalidade da cena – o barulho dos talheres, outras pessoas tomando café antes de começar a semana de trabalho – contrastava violentamente com o caos dentro de mim. "Só o cansaço da viagem", menti. "E saudade. Muita saudade".

Eu a encarava. Cada detalhe. Eu procurava um sinal, uma confissão não-verbal, um tique de culpa. Não encontrei nada. Ela era uma fortaleza. E aquela performance, aquela calma diante do crime, me deixava ainda mais excitado. O café descia amargo.

"Vamos subir pro meu quarto?", eu disse, a voz mais grave que o normal. Ela apenas assentiu.

Capítulo 11: O Prelúdio da Confissão

O silêncio no elevador era denso, pesado. A porta do meu quarto se fechou atrás de nós e, com o clique da fechadura, as máscaras caíram. Eu a agarrei pela cintura, prensando-a contra a porta, e a beijei com uma urgência que a assustou. Era um beijo de posse, de raiva contida. Minhas mãos rasgaram o zíper do vestido branco, expondo suas costas. Eu a queria nua, vulnerável, no meu espaço.

O sexo que se seguiu não foi sobre amor. Foi sobre afirmação. Eu a fodi com uma fúria controlada, cada estocada era uma pergunta não feita. Eu queria marcá-la, apagar o cheiro e o toque de outro homem com os meus. E ela se entregou à minha dominância, os gemidos altos, o corpo respondendo a cada comando. Eu estava tentando foder a lembrança dele para fora dela, mas a ironia era que a imagem dela com esse vulto sem rosto era o que alimentava meu pau, o que me fazia foder com mais força, com mais ódio, com mais prazer.

Capítulo 12: A Pergunta

Quando senti que ela estava no limite, o corpo tremendo de prazer e exaustão, eu mudei o jogo. Coloquei-a de quatro, a posição de submissão definitiva. A bunda dela, perfeitamente redonda, estava virada para mim. Era a mesma imagem da minha fantasia. Eu a penetrei devagar, e então, com uma das mãos, agarrei seu cabelo com força, puxando sua cabeça para trás, forçando-a a me encarar por cima do ombro. Nossos olhos se encontraram no espelho do armário. O prazer e a dor se misturavam no rosto dela.

Sem camisinha, reduzi os movimentos a quase nada, mantendo-me pulsando dentro dela. A tortura da espera. Olhando no fundo dos seus olhos através do espelho, eu perguntei, a voz um sussurro cortante.

"Você mente pra mim?"

Ela tentou desviar o olhar. Eu segurei seu rosto com mais firmeza. "Não", ela respondeu, a voz falhando.

"Então eu vou te perguntar uma coisa e quero somente a verdade. Ok?"

Ela apenas assentiu, a respiração ofegante. Ela sabia.

"OK! O que você quer saber?", ela disse, quase num desafio.

Eu aproximei minha boca do seu ouvido.

"Você estava trepando? Estava com outro? Quando mandou o áudio, ele estava dentro de você?"

Capítulo 13: "Sim Para Tudo"

O mundo parou. Uma pausa de um segundo que durou uma eternidade. Eu a senti prender a respiração. Vi seus olhos no espelho se encherem de algo que não era medo. Era poder. E com a voz clara, firme e mergulhada numa sinceridade brutal, ela respondeu.

"Sim para tudo."

Foi como uma represa se rompendo. A confissão foi o gatilho final. A imagem dela, de quatro, admitindo a traição enquanto eu estava dentro dela, quebrou tudo o que restava do meu orgulho. Uma onda de humilhação, poder e um prazer avassalador me tomou por completo. Eu gritei e gozei. Gozei mais forte e mais fundo do que jamais havia gozado na minha vida. Foi uma entrega total, a aniquilação do meu ego no altar do meu fetiche.

Caí exausto ao lado dela. O quarto estava em silêncio, exceto por nossas respirações ofegantes. Não havia raiva. Não havia lágrimas. Eu me virei e olhei para ela. Ela me olhava de volta, e em seus lábios, um sorriso mínimo, quase imperceptível. Um sorriso de quem acaba de descobrir a extensão do seu poder.

Capítulo 14: A Primeira Lição

O silêncio que se instalou entre nós não era constrangedor. Era um silêncio de assimilação. Meu corpo estava exausto, mas minha mente corria a mil quilômetros por hora. Fui eu quem quebrou o silêncio, a voz baixa, um sussurro de confissão.

"Eu nem sei como dizer que gostei de uma traição. Você me acha doido? Tenho medo de você me achar doido. Por que você fez isso?"

Ela se virou na cama, apoiando a cabeça na mão, o corpo nu exposto para mim sem nenhuma vergonha. O olhar dela não era de culpa, mas de uma calma assustadora.

"Eu estava com tesão. Estava safada. Achei que não precisava te pedir. Achei que saber assim seria melhor."

"Mas se eu não tivesse desconfiado, você iria me contar? Não sei, não..."

"Iria, sim - ela respondeu, firme. - Mas ia ser no meu tempo. Na hora certa. Quando eu achasse necessário."

A naturalidade com que ela afirmava seu controle era uma facada no meu ego.

"Você já fez isso outras vezes?"

"Não. É a primeira vez."

"Quem é o cara?"

"Você não conhece. É um casinho antigo que eu saía de vez em quando."

Enquanto minha mente girava, meu corpo reagia por conta própria. Ela olhou para baixo, entre minhas pernas, e o sorriso em seus lábios se alargou.

"Nossa... seu pau já está duro de novo."

"Estou com muito tesão - admiti, a voz embargada."

Ela engatinhou até mim e tomou meu pau em sua boca. Entre uma chupada e outra, ela olhava para mim, os olhos brilhando.

"Você não só gostou, amor... Admite. Você amou... Você amou saber que eu saí com outro... amou saber que enquanto você trabalhava, eu estava nua num quarto de motel... gemendo pra ele..."

Cada palavra era uma chicotada. Senti meu pau latejar, ficando ainda mais duro. Ela percebeu na hora, soltando-o por um segundo com um estalo molhado, e sorriu. Ela havia descoberto o gatilho.

"Amor... - minha voz saiu como um gemido. - Me chama de corno."

Ela riu, um riso genuíno, divertido.

"Sério? rsrsrsrs"

"Sim. Me chama de corno."

Ela se aproximou do meu ouvido, a boca quente roçando minha pele.

"Não preciso chamar, já que você é! Chifrudo. Gosta de saber que outro homem me comeu? Comeu sua mulher? Corninho!"

A sequência de palavras foi a chave que abriu as comportas.

"Vou gozar de novo... - avisei, quase sem fôlego."

Ela voltou a abocanhar meu pau com força, e sua voz, abafada, deu a ordem final.

"Goza, meu corno!"

E eu gozei. Não foi um orgasmo de carne, mas de alma. Naquela cama de hotel, coberto pela minha própria humilhação, eu entendi que o que tinha acontecido ali não era uma traição, mas a realização de um sonho que eu mal tinha coragem de admitir para mim mesmo por anos. Meu sonho nunca foi simplesmente ser traído. Era encontrar alguém que eu pudesse amar com uma intensidade avassaladora, e que essa mulher tivesse a coragem, a força e a cumplicidade para mergulhar comigo nas minhas mais profundas e insanas loucuras. Ana não era a chave que abria a porta da minha jaula; ela era a rainha que governava o mundo que existia dentro dela.

O que viria depois, a jornada de descobertas, os novos homens, as novas humilhações e os novos prazeres... eu não poderia imaginar nem nos meus sonhos mais febris. Naquele dia, eu não fui apenas traído. Eu fui, pela primeira vez na vida, completa e absolutamente libertado.

(Fim)

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