GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ [84] ~ 2021 DESPEDIDA DE SOLTEIRO

Um conto erótico de Lucas
Categoria: Gay
Contém 2522 palavras
Data: 19/10/2025 21:04:12
Assuntos: conto, Gay, Historias, Romance

2021, eu diria que sim, foi o ano talvez decisivo da minha vida - aquele que iria moldar meu final feliz, definir meu destino, escrever o último capítulo da minha história. Talvez ali fosse o início, o despertar de uma realidade que eu vinha ignorando, o acordar de uma ilusão de felicidade que eu vivia desde minha volta com Luke.

Já haviam se passado dois anos desde o perdão. Dois anos que estávamos numa relação mais que estável, ou pelo menos era o que eu dizia para mim mesmo todas as manhãs quando acordava ao lado dele. A gente tinha nossas brigas - pequenas, controláveis, nada que se comparasse ao passado. A gente tinha pequenas crises ocasionais, mas estávamos juntos. Sempre juntos.

Luke esteve comigo em todos os momentos importantes. Me apoiou na morte devastadora do Thanos, segurou minha mão durante os dias mais sombrios da quarentena quando o mundo inteiro parecia estar desmoronando, me acalmou durante meus surtos de estresse da faculdade quando eu achava que não ia conseguir. Ele esteve presente em diversos aspectos da minha vida, preenchendo espaços que eu nem sabia que estavam vazios.

E a gente se completava de alguma forma. Pelo menos era o que eu repetia para mim mesmo, para meus amigos, para minha família. Luke era especial. Luke sempre seria especial para mim, independente de qualquer escolha que eu fizesse ou viesse a fazer. A gente estava vivendo um momento de romance e companheirismo de forma única, algo que nunca vivemos antes - nem nas nossas outras tentativas, nem nos nossos melhores dias do passado.

Era perfeito. Ou quase perfeito. Ou talvez eu apenas quisesse tanto que fosse perfeito que fingia não ver as rachaduras.

E talvez, somente talvez, eu poderia colocar tudo a perder mais uma vez.

Mas não vamos adiantar essa parte.

Eu fiquei genuinamente encantado com o pedido de casamento do Luke. Fiquei surpreso porque não esperava - não daquela forma, não naquele lugar mágico, não com toda aquela produção cinematográfica. Fiquei emocionado de uma forma que não sentia há anos, as lágrimas caindo sem controle enquanto ele se ajoelhava na areia.

E claro, minha resposta foi sim.

Ali naquele momento, era Luke que eu amava. Era Luke que eu queria passar o resto dos meus dias. Naquele momento específico, congelado no tempo como uma fotografia perfeita, nada mais importava. O passado estava enterrado, o futuro era uma promessa dourada, e o presente era tudo que existia.

Puxei Luke para um beijo forte, quente, intenso ali naquela ilha sob os olhares discretos das poucas pessoas que trabalhavam no buffet e dos músicos que tocavam nossa trilha sonora. Foi algo mágico, daqueles momentos que você sabe que vai lembrar para sempre com aquela nostalgia agridoce.

Luke, a cada dia que se passava, me fazia ficar mais e mais apaixonado por ele. Cada gesto pensado, cada toque cuidadoso, cada movimento calculado para me fazer feliz - íamos construindo algo novo pouco a pouco, tijolo por tijolo, beijo por beijo.

Naquela manhã voltamos para nosso quarto no hotel e transamos como se o mundo fosse acabar. Com urgência, com paixão, com a certeza de que ele seria meu marido e eu seria o marido dele. Pelo menos era o que eu esperava ali naquele momento, sem pensar em absolutamente nada do mundo externo, sem permitir que dúvidas invadissem aquela bolha perfeita que tínhamos criado.

Quando voltamos de Fernando de Noronha, contamos as novidades para nossos amigos próximos e familiares. As reações foram efusivas - gritos de alegria, abraços apertados, lágrimas de felicidade. Passamos as festas de fim de ano juntos, eu e Luke grudados como sempre, mostrando nossas alianças de noivado para quem quisesse ver.

Em janeiro de 2021, começamos a pensar seriamente em organizar o casamento. Decidir data, local, padrinhos, banda, decoração - todas aquelas decisões que transformam um sonho em realidade concreta. Seria uma nova jornada, e estávamos embarcando juntos.

Luke tinha um local específico em mente desde o início. Ele queria que nos casássemos no lago onde era a casa dos seus pais, aquele lago que era mágico para nós dois de tantas formas. Representava bem o início da nossa história, o dia que descobri que Luke não era o menino pobre que fingia ser, mas sim um milionário escondido. O lago onde passamos tantas tardes apenas olhando a água, conversando sobre tudo e nada, nadando, remando, construindo memórias.

Ele queria fazer algo simples, mas grandioso ao mesmo tempo - uma contradição típica do Luke. E nossas mães ficaram absolutamente eufóricas, querendo dar palpite em absolutamente tudo, desde a cor das toalhas até o sabor do bolo.

Estávamos animados. Pelo menos eu fingia estar.

Meus padrinhos seriam Yan, Taty, Matias e Lucas Rodrigues - as pessoas que tinham estado comigo em todos os momentos importantes. Os padrinhos de Luke seriam Isaac, Letícia, Rafael e Leonardo - seu círculo íntimo de apoio.

Íamos fazer uma coisa que não seria nem simples nem discreta, apesar de dizermos isso para todo mundo. Uma cerimônia que seria memorável, com data marcada para 22 de janeiro de 2022. Teríamos quase um ano inteiro para organizar tudo, para garantir que cada detalhe fosse perfeito.

Após definir a data, demos início aos preparativos reais. Chamar os padrinhos oficialmente, fazer a lista de convidados - que crescia a cada dia -, organizar fornecedores, provar comidas, escolher flores. Era simultaneamente excitante e exaustivo.

Naquele mesmo ano de 2021, tive minha festa de formatura de Educação Física. Foi massa - curti, bebi com meus amigos, dancei até meus pés doerem. E por incrível que pareça, não teve nenhuma briga com Luke. Nenhum surto de ciúmes, nenhuma cena, nenhum drama. Confesso que estava com certo medo de que algo acontecesse, aquele medo residual que mora no fundo da alma de quem já foi machucado antes.

Mas depois aprendi a não conviver mais com esse medo constante. Aprendi, ou pelo menos tentei aprender, a viver um dia de cada vez sem me preocupar obsessivamente com o futuro, sem pensar em nada que não fosse nosso presente.

Logo depois também me formei em Nutrição. Minha vida profissional finalmente começava a andar de verdade. Já tinha alguns clientes de personal training, estava começando a pegar clientes de nutrição, e tinha até aberto um negócio próprio - uma escolinha de vôlei de praia que unia minha paixão pelo esporte com oportunidade de trabalho.

Minha rotina estava crescendo, se expandindo, ficando preenchida com trabalho e propósito. Estava construindo uma vida. Nossa vida.

Carlos estava de volta a Natal também naquela época. E por incrível que pareça, começamos a ter uma relação mais saudável, mais madura, mais... segura. O ciúme do Luke, que eu sempre temi, simplesmente não existia mais. Eu diria que Luke era uma pessoa completamente equilibrada agora - ou talvez estivesse tão confiante em nosso relacionamento que não via Carlos como ameaça.

Talvez finalmente tivéssemos amadurecido de verdade. Éramos agora pré-adultos, pessoas diferentes daqueles adolescentes tempestuosos que se conheceram no ensino médio. Pelo menos era o que eu queria acreditar.

Aquele ano de 2021 ficou marcado especialmente pelo final de dezembro, quando teríamos as nossas despedidas de solteiro. Yan ficaria responsável pela minha, Isaac pela do Luke. Seria no final de dezembro, uma contagem regressiva para nosso casamento em 30 dias. E claro que eu estava animado - despedida de solteiro era aquela última celebração de liberdade antes de assumir compromisso para sempre.

Yan me sondou sobre alguns detalhes. Queria saber se eu preferia que fôssemos para a festa do Luke, ou se Luke e seus padrinhos viriam para nossa festa, ou se faríamos separado e depois juntaríamos.

— Tanto faz — disse com sinceridade — teremos nosso momento só com nossos padrinhos e amigos próximos, e depois juntamos as duas festas. Vai ser divertido de qualquer jeito.

Eu só não sabia que aquela despedida iria mudar absolutamente tudo.

Naquela manhã de sábado, acordei cedo com barulho de campainha insistente. Quando abri a porta, lá estavam Yan, Matias, Taty e Rodrigues com sorrisos enormes e uma garrafa de champanhe já aberta.

— ACORDA, NOIVO! — gritaram em coro, invadindo o apartamento como uma força da natureza.

Luke, que dormia ao meu lado, acordou sobressaltado com a algazarra. No quarto ao lado, Isaac, Leonardo e Letícia faziam o mesmo com ele. Era aquela festa caótica de manhã cedo, onde começamos a beber champanhe ainda de pijama, rindo de tudo e de nada.

Yan tinha preparado camisetas personalizadas para todo mundo - a minha dizia "GAME OVER" em letras garrafais, e as dos padrinhos diziam "EQUIPE DO NOIVO". Era brega, era perfeito, era exatamente o que eu precisava.

— Vamos, se arruma! — Matias me empurrou para o banheiro — temos um dia LONGO pela frente.

Saí de olhos fechados com Matias e Yan me guiando, Luke saiu com Isaac e Leonardo. Entramos em carros separados, seguindo para destinos que eram surpresa. A ansiedade boa de não saber o que vinha pela frente me deixava animado como criança.

Quando chegamos no salão que seria minha despedida, fiquei boquiaberto. Era um espaço que alguém tinha emprestado especialmente para a ocasião - amplo, bem decorado, perfeito para uma festa.

Havia um bar completamente montado com bartender profissional fazendo drinks coloridos. Uma banda ao vivo se preparava no canto do salão. E a decoração... a decoração era simultaneamente hilária e perfeita.

Balões em formato de pênis espalhados por todo canto - alguns dourados, alguns prateados, alguns cor de rosa. Banners com fotos minhas desde criança até agora, mostrando minha evolução através dos anos. Um painel instagramável gigante com luzes de LED que dizia "GAME OVER LUCAS - LUCAS VAI CASAR!" em letras garrafais. Mesas decoradas com centro de mesa que eram... bem, também pênis decorativos. Era uma despedida de solteiro GAY em sua essência - sem vergonha, sem moderação, celebrando tudo que éramos.

— Gostou? — Yan me abraçou por trás, sorrindo.

— Tá PERFEITO — respondi honestamente, rindo dos detalhes absurdos.

Comecei a cumprimentar os convidados que já estavam chegando. Eram todos amigos próximos - da faculdade, do CrossFit, do vôlei, pessoas que fizeram parte da minha jornada. E então meus olhos fitaram em uma única pessoa.

Carlos.

Ele estava no canto do salão, já bebendo e conversando com alguns amigos em comum, vestido casualmente mas lindo como sempre. Quando nossos olhares se cruzaram, ele sorriu - aquele sorriso que conhecia tão bem, que tinha poder de desarmar todas minhas defesas.

Eu sabia que ele viria. Yan tinha me perguntado o que eu achava de convidá-lo, e eu claro disse que não tinha problema nenhum. Éramos amigos agora, maduros, superados. Não havia motivo para não convidá-lo.

Pelo menos era o que eu dizia para mim mesmo.

Falei com todos os convidados, abraçando, rindo, bebendo os drinks coloridos que o bartender preparava. E deliberadamente deixei Carlos para ser um dos últimos. Quando finalmente me aproximei, nos olhamos com aquele olhar de cumplicidade, aquele olhar que dizia tudo e nada ao mesmo tempo.

— E aí, noivo — Carlos disse, me puxando para um abraço que durou um segundo a mais do que deveria.

— E aí — respondi, sentindo meu coração acelerar daquela forma traiçoeira que só ele provocava.

Se seria minha despedida de solteiro, que fosse com Carlos presente de alguma forma. Afinal, ele tinha sido parte tão importante da minha história. Seria estranho ele não estar ali naquele momento, não seria?

A festa começou oficialmente. Tivemos brincadeiras bobas típicas de despedida - jogos de bebida, karaokê constrangedor, desafios ridículos. Bebi muito, ri mais ainda, me permiti ser apenas feliz sem pensar nas consequências.

Quando a banda começou a tocar de verdade, todos foram para a pista de dança improvisada. E o clima de tensão entre eu e Carlos ia crescendo gradualmente, criando uma atmosfera carregada que não sei nem descrever. Era como eletricidade no ar, palpável mas invisível.

Ali estavam meus amigos mais próximos, pessoas que me conheciam bem demais. E por isso não teria vergonha de fazer qualquer coisa - não havia julgamento entre aquelas paredes, apenas aceitação.

Estava dançando forró com Taty quando Carlos se aproximou.

— Posso? — perguntou, estendendo a mão.

Taty sorriu de forma conhecedora e me entregou para ele sem hesitar.

E então estava dançando com Carlos. Colados, seus braços ao redor da minha cintura, meu rosto perto do dele, sentindo seu corpo que conhecia tão bem. Ele alisava minhas costas de forma que poderia ser inocente mas não era, sussurrando no meu ouvido enquanto cantava junto com a música que a cantora no palco interpretava; “mas você fugiu de mim, como se eu fosse nada, acabou com a minha vida”

A música falava sobre fuga, silêncio e outras coisas. E cada palavra parecia ter sido escrita especificamente para nós.

E então aconteceu.

Nos beijamos.

Não sei quem iniciou - talvez tenha sido simultâneo, inevitável como gravidade. Mas nossas bocas se encontraram ali mesmo, na frente de todo mundo, na minha despedida de solteiro.

Aquele beijo carregava anos de saudade reprimida. Carregava tudo que não foi dito, tudo que foi perdido, tudo que poderia ter sido. Nossas línguas duelavam entre si como se estivessem tendo uma conversa que nossas palavras nunca conseguiram ter. Suas mãos percorriam meu corpo com aquela familiaridade de quem já memorizou cada centímetro. E seu gosto, seu beijo, era exatamente o mesmo - como se não tivessem passado anos desde a última vez.

Parecia que tinha sido ontem nosso último beijo. E lá estava eu, mais uma vez, me entregando completamente a Carlos. Me afogando nele, esquecendo onde estava, esquecendo meu noivado, esquecendo tudo que não fosse aquele momento.

Não sabia se aquele seria apenas um beijo de despedida - um último gosto antes de fechar aquele capítulo para sempre. Ou se seria o começo de algo que mudaria completamente o rumo da minha história.

Quando nos separamos, ofegantes, nossos amigos estavam olhando com expressões variadas - alguns surpresos, outros não tanto, Yan com cara de preocupação.

— Vem comigo — Carlos sussurrou no meu ouvido.

E como um idiota hipnotizado, eu fui.

Ele me puxou pela mão e fomos até o banheiro que ficava mais afastado do salão principal, numa área mais isolada. Yan tentou me impedir no caminho.

— Lucas, o Luke pode chegar a qualquer momento — ele disse, segurando meu braço.

— É rápido — respondi, embora soubesse que estava mentindo — não vou fazer nada demais.

Yan me olhou com aquela expressão de "você vai se arrepender disso", mas me soltou. Afinal, não podia me prender. Não podia tomar decisões por mim.

Eu e Carlos entramos no banheiro e fechamos a porta. Trocamos beijos mais intensos, mais urgentes, mais desesperados. Minhas mãos no cabelo dele, dele na minha cintura, nossos corpos se pressionando como se quisessem se fundir.

Suas mãos foram para meu cinto, as minhas para o dele. E eu sabia onde aquilo ia dar, sabia que estava cruzando uma linha que não poderia voltar, sabia que em minutos iria cometer o maior erro - ou acerto - da minha vida.

E então, o Carlos começou a me foder, com rapidez, com tesão, com fogo, fazia muito tempo que eu só dava para o Luke, e bom fui as estrelas com toda a situação, a adrenalina correndo nas veias, sentindo o pau do Carlos me penetrando, e então quando estavamos prestes a gozar juntos, ouvimos a voz da cantora no microfone, ecoando mesmo até onde estávamos:

— Cadê o noivo? Gente, o NOIVO CHEGOU! O Luke tá aqui!

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Comentários

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Ele tá viajando nesta versão kkkkk. Lucas não merece ninguém

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Ainnnn calma! Rssss estamos na reta final e de fato tá tudo mto diferente da primeira inclusive o final rs

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MEU DEUS!!!!! QUE GANCHO FOI ESSE PQP

É estranho dizer que eu tô com dó do Luke? Caralho pqp

Os dois idiotas se beijando na frente de todo mundo KKKKKKKKKKKK Ai mds

Enfim, capítulo maravilhoso Lukas! Muito bem feito

Acho que o gancho desse capítulo acabou de se tornar o melhor de toda a série, sinceramente. Que capítulo incrível

Não demora a atualizar, pfvr ❤️ Bjs

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