A Feiticeira 03 – Ecos do Passado

Da série A Feiticeira
Um conto erótico de Ryu
Categoria: Heterossexual
Contém 2094 palavras
Data: 20/10/2025 09:37:47

Quando estavam prontos para sair, Arabel sentiu um vento gelado, como se anunciasse que a menina estava perto. Olhou para Marcos e percebeu que ele também sentira algo, pois se arrepiou.

— Você sentiu algo também? — perguntou Arabel.

— Com certeza — respondeu Marcos.

Arabel foi embora com a certeza de que voltaria a encontrar a menina.

O sol brilhava forte quando Arabel e Marcos deixaram Nova Cracóvia.

Iniciaram o retorno por uma estrada de asfalto irregular que cortava o interior do Paraná.

No carro, apenas os dois — os outros quatro amigos que haviam acampado com eles estavam voltando em outro veículo, mais atrás.

Arabel permanecia inquieta, tirou o celular do bolso e ligou para Natália. Sentia um aperto no peito que só a presença da avó era capaz de aliviar.

O sinal de celular era fraco, mas estável o suficiente para completar a chamada.

— Alô? — atendeu Natália, com a voz doce. Ao fundo, dava pra ouvir o som leve do rádio tocando alguma música antiga.

— Vó, sou eu. — Arabel sorriu instintivamente ao ouvir a voz da avó. — A gente tá voltando do acampamento. Eu tava pensando... posso passar aí amanhã?

— Ah, minha querida, que saudade de ouvir sua voz! — respondeu Natália, com ternura. — Mas amanhã cedo eu embarco pra Manaus. Vou realizar o sonho de navegar no rio Amazonas, lembra?

Arabel mordeu o lábio inferior, frustrada.

— É verdade... tinha esquecido disso. Mas vó... eu preciso falar com você. De verdade. É importante.

Natália não hesitou.

— Então vem hoje, meu amor. Se precisa de mim, é claro que pode vir. A casa tá aqui, de portas e braços abertos.

Arabel olhou o relógio no painel do carro: Eles tinham acabado de entrar na BR 277.

— Eu passo aí até 13h30, prometo.

— Tá certo, minha menina. Vou esperar vocês para almoço ... hoje tem barreado que você adora!

Arabel soltou uma risadinha, emocionada. Desligou o telefone e respirou fundo. Virou-se para Marcos, que mantinha as mãos firmes no volante, os olhos atentos na estrada.

— Vamos direto pra casa da minha avó, tá? — disse, com a voz firme, mas calma.

Marcos a olhou rapidamente, surpreso.

— Ela ainda mora no Abranches. Perto da Ópera de Arame?

— Mora, desde que se separou do vô Antônio. Já faz uns bons anos.

A separação dos avós foi estranha, nunca ninguém nunca viu eles brigando. Eles eram de Nova Cracóvia também. Se casaram novinhos, se mudaram pra Curitiba... e um dia, do nada, se separaram. Sem escândalo, sem grito, sem drama. Só cada um foi pro seu canto. E nunca explicaram o porquê.

Exatamente as 13h28 Arabel e Marcos estacionaram diante da casa de Natália.

Uma casa, antiga e charmosa. Janelas de madeira branca com molduras trabalhadas à mão. Era uma típica residência polonesa. O jardim bem podado, repleto de flores coloridas, temperos frescos e roseiras antigas.

A porta da frente já estava entreaberta. Ao tocarem a campainha, Natália surgiu rapidamente no corredor, de avental florido e um sorriso cheio de vida.

— Arabelzinha! Que bom que chegou, meu amor! E trouxe o Marcos!

A casa por dentro era tão aconchegante quanto por fora: móveis de madeira escura, toalhas de crochê, santos nas paredes e fotografias antigas em molduras douradas.

Na cozinha, uma mulher de aparência serena e braços fortes mexia uma panela com cuidado. Usava um lenço amarrado na cabeça e sorriu ao ver os visitantes.

— Arabel, esse é a Teresa — apresentou Natália, com orgulho na voz. — Minha amiga de longa data. De Morretes, sabe? Ela que preparou o barreado pra gente hoje.

— Prazer, Teresa — disse Arabel, sorrindo com sinceridade. —O cheiro tá maravilhoso.

Natália puxou uma cadeira para a neta e continuou, animada:

— A Teresa vai dormir aqui hoje. Amanhã bem cedinho, nós duas embarcamos rumo ao Amazonas.

— Vamos navegar um trecho do rio sim. Uma aventura! — disse Teresa, rindo. — Mas antes, todo mundo vai almoçar bem.

Natália olhou para Arabel com um brilho nos olhos, percebendo que havia algo mais por trás da visita inesperada. Mas não disse nada ainda. Apenas serviu um pouco de barreado numa tigela de barro e colocou na frente da neta, como quem oferece colo em forma de comida.

— Como foi o acampamento?

— Foi tudo bem - diz Arabel despretensiosamente (resolve ocultar a história da menina) – adoro acampar com meus amigos.

— Só tome cuidado com esses amigos, eu sei que tem uns que gostam de fumar maconha – falou com uma voz séria.

— Pode deixar vó – respondeu se segurando para não rir – Lá no acampamento o pessoal comentou sobre histórias antigas de Nova Cracóvia: A Iryna, o Ivan, a Feiticeira...

A expressão de Natália mudou, ficou mais séria e se inclinou levemente para trás, desviou o olhar para cima como se buscasse lembranças do passado. Após alguns momentos de concentração falou:

— O povo era muito ignorante naquela época, Helena não era feiticeira – era excêntrica sim – mas apenas isso. Ela morava sozinha em uma casinha isolada, ficava a aproximadamente 1 Km da vila que morávamos. Mas era um direito dela, morar onde quisesse.

— Iryna morreu perto da casa da feiticei ... quer dizer, da casa de Helena, e depois o namorado Ivan a acusou de ser a assassina!

Lore ficou tensa, segurou o copo de suco apertando-o com força:

— Ela nunca foi namorada do Ivan! Iryna era incrível, meiga, delicada, cheia de vida, audaciosa, muito diferente de mim, que era tímida e vivia com medo de tudo.

—Ué? Mas então o Ivan mentiu? Tem certeza disso?

— Ele bem que queria, mas Iryna jamais iria namorar um sujeito como o Ivan. Muita arrogante, pergunte ao seu avô, ele foi empregado na fazenda da família do Ivan! Além disso ela era comprometida com outra pessoa!

— Caramba, você era amiga íntima da Iryna! – fala Arabel surpresa

Natália engoliu seco, os dedos tremiam levemente enquanto apertava o copo de suco. O olhar fugia, perdido em algum lugar distante, onde só ela podia enxergar.

— Ivan... — murmurou ela, com a voz quase falhando —... era um piá do Djanho.

Arabel percebeu a tensão aumentando no rosto da avó e decidiu mudar a abordagem.

— Vó... você era próxima da Iryna, né? Como era a relação de vocês? — perguntou, agora com cuidado.

Natália apertou os lábios, desviou o olhar para o chão, e seu rosto ficou vermelho como se carregasse uma vergonha antiga e profunda.

— Arabel, eu... — pausou, engolindo em seco — eu nunca falei sobre isso para ninguém. Na verdade, só falei anos depois, somente para seu avô.

— Pode confiar em mim. — Arabel se aproximou, a voz doce e firme.

Natália levou as mãos ao rosto, como se tentasse esconder a emoção que começava a transbordar. O corpo tremia, os olhos marejavam, e a voz saiu quase num sussurro, entrecortada.

— Iryna... não era só minha amiga. Ela era muito mais. Ela era... minha namorada.

O silêncio tomou conta da sala. Por um instante, parecia que o tempo parou.

Arabel não hesitou. Com delicadeza, envolveu Natália num abraço apertado, como se quisesse proteger aquela história, aquele segredo que finalmente saía da escuridão.

— Eu... eu entendo, vó. Deve ter sido muito difícil.

Natália suspirou fundo, encostando a cabeça no ombro da neta.

— Eu nunca fui tão corajosa quanto ela. Iryna enfrentou tudo com uma força que eu jamais teria. Aquela época... era outra vida, outro mundo. Ser quem éramos não era permitido. E, no fim, foi isso que nos condenou.

Ela afastou-se um pouco, enxugando os olhos com o dorso da mão, mas com um brilho de respeito e saudade.

— Nós nos amávamos muito, mas era um amor escondido, um segredo. Naquela época, não tínhamos coragem de sonhar com uma vida juntas. Era perigoso até pensar nisso.

— Vó... Eu nunca imaginei! Você sempre falou que o vô foi seu primeiro namorado, achei que ele erai seu único amor...

— Seu avô foi e continua sendo um bom homem, e eu o amei à minha maneira, de fato ele foi meu primeiro e único homem. Com ele tive filhos e netos. Mas com Iryna... era diferente.

— Minha nossa! Deve ter sido tão difícil. Guardou isso por esse tempo todo, nunca falou disso com ninguém?

— Somente com seu avô, quando pedi o divórcio, depois de anos de casados ele merecia saber o motivo pelo qual queria me separar dele.

Arabel fica estupefata:

— Nossa vó, que surpresa, agora que conheço a história, como Eu queria que você tivesse tido a chance de ser feliz com Iryna

— Mas seu tivesse ficado com ela, e não com seu avô, você não teria nascido. Para tudo há uma razão. Eu não sei por que, mas tenho certeza de que um dia encontrarei Iryna de novo.

— Você nunca a esqueceu, né? Mas e a Tereza? Vocês vão viajar juntas ...

— A Tereza é apenas uma boa amiga – fala Natália rindo.

— Obrigada por me contar tudo isso, que incrível!

As duas se abraçaram.

Durante esse longo abraço Arabel sentiu um frio percorrer lhe o corpo.

Neta e avó não sabiam que aquele seria o último abraço entre elas, pelo menos em vida ... ou talvez até soubessem ...

Ao saírem da casa de Natália, com o estômago ainda satisfeito pelo almoço caseiro e o coração aquecido pelas lembranças recém-compartilhadas, Marcos abriu a porta do carro para Arabel e, já ao volante com o carro em movimento, lançou a pergunta com um meio sorriso:

— E aí, como a gente vai aproveitar o resto das férias? Um cineminha, descanso em casa, barzinho… ou aquele plano clássico de namorar com privacidade?

Arabel suspirou, ajeitando o cabelo preso de maneira displicente. Seu olhar, no entanto, não parecia estar em Curitiba.

— Eu quero voltar amanhã pra Nova Cracóvia — disse, sem rodeios. — Preciso tirar umas dúvidas sobre o que a vovó contou… e também quero reencontrar aquela menina misteriosa que vi no rio.

Marcos virou o rosto devagar, arqueando uma sobrancelha.

— Sério, Arabel? A gente acabou de voltar de lá. Você não se cansa?

Ela inclinou a cabeça, adotando uma voz doce, quase infantil, e fez aquele olhar pidão que sempre tentava desmontá-lo.

— Maaarcos… não é só curiosidade, é importante pra mim. — O tom meloso se prolongou, acompanhado de um leve roçar dos dedos dela em seu braço.

Ele riu pelo nariz e balançou a cabeça.

— Eu sei exatamente o que você tá fazendo. Não adianta, dessa vez não vou cair nessa.

Arabel não desistiu. Aproximou-se mais, passando a mão pela nuca dele, desenhando pequenos círculos com a ponta dos dedos. Seus olhos brilhavam de malícia e ternura ao mesmo tempo.

— Tem certeza? — murmurou, agora ainda mais perto, o sorriso insinuando que a batalha estava só começando.

Marcos suspirou fundo, tentando manter a firmeza. Mas o rubor leve em suas bochechas denunciava que sua resistência já não era tão sólida assim.

Ela sorriu de canto, como quem escuta, mas não aceita. Deixou a mão deslizar sobre a perna dele, primeiro num gesto inocente, depois mais demorado, desenhando círculos invisíveis sobre o tecido da calça. Marcos se remexeu no banco, tenso.

— Isso é covardia — murmurou, tentando soar firme, mas a voz traiu uma hesitação.

Arabel se aproximou, o rosto a poucos centímetros do dele, os lábios quase roçando sua orelha.

Começou a beijar seu pescoço, ao mesmo tempo que começou a masturbá-lo por cima da calça.

— Covardia... ou estratégia? — sussurrou. — Me diz... você não está gostando?

Marcos apertou mais o volante, os nós dos dedos embranquecendo. O carro deu uma leve guinada antes que ele o corrigisse.

— Eu estou, claro que estou... — confessou — Mas eu estou dirigindo, Arabel. É perigoso.

Ela riu baixinho, musical, satisfeita com a confissão.

— Então para o carro — provocou. — Assim você não corre nenhum risco... e eu continuo a te convencer.

Marcos respirou fundo, buscando firmeza.

— Eu vou continuar dirigindo, Arabel. — A frase saiu quase como um decreto, mas a tensão no maxilar revelava a luta interna.

Arabel apenas sorriu, não contrariando em palavras.

Ao invés disso, inclinou-se, com um gesto cuidadoso, abriu o zíper da calça dele lentamente.

Arabel se inclinou mais um pouco, ansiosa, como uma criança prestes a descobrir um presente escondido.

Arregalou os olhos, a boca entreaberta numa mistura de surpresa e encantamento.

— Nossa ... Marcos! Como está duro! — exclamou, pegando o pau dele com delicadeza.

Ela começou a balançar a piroca com as mãos. Os olhos brilhando de alegria infantil, em contraste com o clima de sedução que dominava o carro.

Marcos respirou fundo, e falou com dificuldade:

— Arabel, Arabel, ... desse jeito eu vou gozar – A voz já saindo com dificuldade.

— Bom nesse caso é melhor eu colocar minha boquinha nele — Disse, mordendo o lábio, antes de soltar uma risada leve.

Com um brilho safado nos olhos Arabel começou a se inclinar ainda mais, a boca indo em direção ao pênis de Marcos.

Continua ...

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Comentários

Foto de perfil de Giz

Nossa super tensa a história da avó. Mas a cena do carro chega a dar um calorzinho na barriga muito sexy e perfeita parabéns três merecidíssimas estrelas.

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