GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ [85] ~ ACORDOS

Um conto erótico de Lucas
Categoria: Gay
Contém 2491 palavras
Data: 20/10/2025 10:31:55
Assuntos: conto, Gay, Historias, Romance

Carlos continuou metendo no meu cú enquanto ouvimos o anúncio. E estranhamente, saber que Luke tinha chegado tornou tudo mais intenso entre nós naquele banheiro, a adrenalina do proibido, a urgência do tempo limitado, a consciência de que aquilo poderia explodir na nossa cara a qualquer segundo.

O Carlos gozou dentro de mim em segundos, e então a gente se ajeitou, mãos trêmulas e respirações ainda irregulares. Me olhei no espelho, cabelo bagunçado, lábios inchados, olhos brilhando com algo que era parte culpa, parte satisfação. Arrumei a roupa o melhor que pude e respirei fundo.

Quando saí do banheiro, Luke estava lá no meio do salão com seus padrinhos e alguns amigos que tinham vindo junto. Ele me viu e sorriu, aquele sorriso genuíno, sem malícia, apenas feliz de me ver. Meu coração apertou com culpa.

Fui até ele e o puxei para um beijo, tentando não pensar que minutos atrás tinha beijado outra pessoa. Ele retribuiu com carinho, me abraçando forte como sempre fazia.

— Perdeu a melhor parte! — gritou Matias bêbado — tinha uma competição de limbo e o Lucas perdeu FEIO!

Todo mundo riu, incluindo Luke. A banda começou a tocar uma música romântica e Luke me puxou para dançar. Ficamos ali, colados, balançando no ritmo da música. E então ele fez uma declaração de amor improvisada ali mesmo, na frente de todos, dizendo como estava feliz de casar comigo, como eu era a melhor coisa que tinha acontecido na vida dele.

Cada palavra era uma facada de culpa no meu peito.

Quando a música terminou e tudo ficou um tanto mais calmo, com as pessoas se dispersando para conversar ou pegar mais bebida, puxei Luke para um canto mais reservado.

— Preciso te contar uma coisa — sussurrei no seu ouvido.

— Diga — ele respondeu, passando o braço pela minha cintura — aproveitou bem sua despedida de solteiro, pelo visto, não é?

— Digamos que um pouco — respirei fundo, preparando-me — acabei de ficar com o Carlos. Ele estava aqui e... bom, rolou. Não preciso explicar os detalhes.

Esperei pela explosão. Pelo grito, pela cena, pelo surto que vivíamos no passado. Mas Luke apenas me olhou calmamente e perguntou:

— E foi bom pra você?

A pergunta me pegou completamente de surpresa.

— Hmm... ficar com Carlos é sempre bom, você sabe — admiti honestamente — mas estou sendo sincero com você e com nosso relacionamento. Eu poderia muito bem omitir isso, fingir que não aconteceu. Mas acho que a gente não deve esconder nada um do outro. Eu fiquei sim com o Carlos, e foi bom. Fazia tempo que não ficávamos, sei lá... não quero que as coisas entre a gente sejam baseadas na mentira.

— Eu sei, amor — Luke disse, acariciando meu rosto com ternura — não tô com raiva. É sua despedida de solteiro. E da mesma forma que você aproveitou, eu também aproveitei e quero aproveitar ainda. Tenho uma pequena sugestão pra fazer, para que possamos aproveitar melhor esse dia livre.

— O que você tá pensando? — perguntei, genuinamente curioso e ainda processando a reação dele.

— Você pode passar a noite com o Carlos hoje, e eu passo com alguém — ele disse naturalmente, como se estivesse sugerindo um filme para assistir.

— Eu acabei de transar com o Carlos — confessei, assumindo de forma natural o que tinha feito, testando até onde ia sua tranquilidade.

Luke riu baixinho.

— Você não presta, Lucas. Juro, eu aqui achando que tinha sido só um beijo. Mas não tô com raiva, juro. E acho que essa sinceridade que temos é a melhor coisa que aconteceu entre a gente — ele pausou, pensativo — então vamos lá: baseado que Carlos é seu ex e você já amou muito ele, ele tem um certo peso emocional. O que garante que meu vale-night seja um pouco melhor em partes do que o seu...

Ele sorriu maliciosamente.

— Os gêmeos Theo e Thomas — continuou, e meus olhos se arregalaram — acabei de ficar com eles. E bom, você termina sua noite com Carlos, eu termino minha noite com os dois gêmeos, e amanhã a gente conversa. Decidimos se cada um quer ouvir como foi a despedida do outro, ou se seguimos o baile sem querer saber de nada.

— Por mim, negócio fechado — falei sorrindo e puxando Luke para um beijo profundo, aliviado e surpreendido em igual medida.

— Só vamos tentar ser discretos — ele disse quando nos separamos — pro povo não achar estranho, ou sei lá. Se bem que eu tô pouco me importando com a opinião dos outros sobre nosso relacionamento, mas acho que seria bacana se fôssemos discretos quando cada um seguir seu rumo.

— Com certeza — concordei, puxando-o novamente para mais um beijo.

Logo depois, procurei Carlos. Ele estava num canto com um olhar meio preocupado, ou sei lá, talvez ansioso. Fui até ele e fiz a proposta:

— Acabei de contar ao Luke que a gente ficou.

— E aí? — Carlos disse surpreso, o rosto empalidecendo ligeiramente.

— Tá tudo bem. A gente tem uma relação aberta, eu não escondo nada dele e ele não esconde nada de mim. Mas não saio ficando com geral, não é assim. E o Luke sugeriu que a gente passasse a noite juntos, eu e você. E ele vai terminar a noite dele do jeito dele.

— Sério isso? — Carlos perguntou incrédulo.

— Aham.

— Nossa... devo dizer que estou surpreso com o Luke — ele balançou a cabeça — não esperava isso dele. Nunca.

— Já eu não posso dizer o mesmo — admiti — eu meio que já esperava essa reação dele, por isso não tive tanto medo de te beijar aqui na frente de todos. Mas precisa ser somente essa noite, é minha despedida de solteiro. Eu amo o Luke, e não acho nada mais justo do que sair dessa vida de solteiro em grande estilo passando uma última noite com você.

— Por mim podíamos ir agora — disse Carlos sorrindo como quem acabou de ganhar na mega-sena.

— Vamos tentar ser discretos, ok? — pedi — acho que vamos dar mais um tempinho aqui juntos, vou ficar ali com o Luke um pouco, e já já a gente começa a ir embora sem alarde.

Sei que muitos devem ter me julgado no capítulo anterior. "Porra, lá vai ele errar de novo. Não amadurece nunca. O Lucas é isso, o Lucas é aquilo." Mas calma. Respira fundo e me deixa explicar.

Todo esse livro, toda essa jornada que venho compartilhando com vocês, é sobre amadurecimento. É sobre como evolui em diversos aspectos da minha vida - profissionalmente, emocionalmente, relacionalmente. E meu relacionamento com Luke tinha acordos específicos que cabiam somente a mim e a ele.

Há muito tempo Carlos deixou de ser uma sombra ameaçadora, uma tempestade prestes a destruir tudo. Deixou de ser algo ruim para virar algo neutro no nosso relacionamento, uma pessoa importante do meu passado que ainda tinha espaço no meu presente, mas sem ameaçar meu futuro.

Luke não tinha mais ciúmes doentios do Carlos. E eu sabia exatamente o que estava fazendo quando o beijei, quando transei com ele no banheiro, quando aceitei passar a noite com ele.

Foi por erros que cometi no passado, mentiras, omissões, traições escondidas, que dessa vez não fiquei com Carlos e escondi do Luke. Eu poderia sim ter escondido facilmente. Ninguém precisava saber. Poderia ter sido meu segredo sujo levado para o túmulo.

Mas optei por falar na mesma hora porque já sabia que Luke iria aceitar. Claro que talvez no fundo eu tivesse um medinho remoto de que algo desse errado, de que fosse o Luke do passado explodindo em surto. Mas sabe quando você tem tanta confiança em algo que a possibilidade de dar errado é quase inexistente?

No fundo, eu confiava no meu amor e no meu relacionamento com Luke. Porque era algo nosso, construído por nós, com nossas regras. Não queríamos saber sobre opinião de terceiros, sobre o que a sociedade acha certo ou errado, sobre moralidade tradicional.

Sei que alguns podem julgar eu ficar com Carlos enquanto Luke ficava com os gêmeos. Podem achar imoral, errado, desrespeitoso. Mas eram nossos acordos. A gente tinha encontrado uma maneira de saciar nossas vontades e curiosidades com outras pessoas sem que isso diminuísse o amor que sentíamos um pelo outro.

E estava tudo bem. Porque era algo nosso.

Eu não ia deixar de amar Luke por passar uma noite com Carlos. Luke não ia deixar de me amar por passar a noite com os gêmeos. A gente era sincero um com o outro, transparente de uma forma que a maioria dos casais monogâmicos não consegue ser. Tínhamos criado nossos próprios acordos e, acima de tudo, prometido ser honestos com qualquer coisa que acontecesse.

Como já disse, eu poderia ter escondido do Luke que fiquei com Carlos. Mas não quis porque não achei justo. Nossa relação era baseada em confiança mútua, em comunicação aberta, em respeito por desejos individuais dentro de um compromisso conjunto.

E pronto. Foi bom com Carlos. Luke sugeriu que eu passasse mais uma noite com ele, e assim eu iria fazer. Quanto a possíveis problemas ou julgamentos externos, eu não queria saber de nada ali. Só queria aproveitar meu passe livre ao lado de Carlos, sem culpa, sem medo, sem peso na consciência.

Porque eu tinha feito tudo certo dentro das regras do MEU relacionamento. E isso era o que importava.

Começamos nossa despedida pouco a pouco. Abraços prolongados nos amigos, agradecimentos aos que organizaram, promessas de se ver em breve. E então, eu e Carlos saímos juntos de maneira discreta, sem alarde, sem chamar atenção desnecessária.

Luke fez o mesmo com os gêmeos em direção oposta.

E lá estava eu, indo passar uma noite de amor com Carlos. Uma noite onde tinha o aval completo do meu futuro marido. Não havia traição, não havia mentira, não havia culpa. Apenas dois homens que se amaram intensamente no passado, compartilhando uma última noite antes de eu me casar.

Enquanto estávamos no Uber, sentados no banco de trás, trocávamos beijos apaixonados sem nos importar com o motorista que fingia não ver nada pelo retrovisor. Minha mão no cabelo dele, dele na minha coxa, nossas bocas se encontrando repetidamente como se não conseguissem ficar separadas.

— Motel? — Carlos sussurrou entre beijos.

— Motel — concordei.

Fomos para um dos melhores da cidade. Carlos pediu a suíte mais cara - aquela com hidromassagem, luzes personalizáveis, espelhos estrategicamente posicionados, cama enorme. Nada menos que o melhor para nossa última noite.

E ali a gente se entregou como nunca antes em nossas vidas.

Se eu já tive vários sexos memoráveis com Carlos ao longo dos anos - e tive muitos -, aquele com certeza seria o melhor de todos até então. Porque não tinha pressa, não tinha culpa, não tinha medo de ser pego. Era apenas nós dois, uma noite inteira pela frente, e anos de química acumulada explodindo.

Carlos pediu champanhe. Enquanto esperávamos chegar, me beijava com aquela intensidade que só ele tinha. Suas mãos exploravam meu corpo por cima da roupa, tocando, apertando, relembrando cada lugar que ele conhecia tão bem.

Quando a champanhe chegou, ele serviu duas taças e me ofereceu uma. Brindamos - "ao passado que nos trouxe aqui, ao presente que estamos vivendo, e ao futuro onde sempre seremos importantes um para o outro".

Bebemos olhando nos olhos um do outro, e então Carlos colocou sua taça de lado e me puxou para o banheiro.

— Vamos tomar banho juntos — disse, já tirando minha camisa.

Sob a água quente do chuveiro, nos ensaboamos mutuamente. Não era sexual naquele momento - era íntimo de outra forma. Ele lavava meu cabelo com cuidado, massageando meu couro cabeludo. Eu ensaboava suas costas em movimentos lentos e circulares. Era carinho puro, atenção plena, presença total.

Mas claro que o clima esquentou. Impossível não esquentar quando você está nu debaixo do chuveiro com alguém que te conhece tão bem. As mãos começaram a vagar para lugares mais íntimos, os beijos ficaram mais urgentes, a água quente apenas intensificando cada sensação.

— Cama — Carlos sussurrou no meu ouvido, a voz rouca de desejo — quero você na cama.

Saímos do banho e mal nos secamos antes de cair na cama enorme. Carlos me deitou de costas e ficou por cima, me olhando com uma intensidade que me fazia tremer.

— Você é tão lindo — disse, beijando meu pescoço, descendo para meu peitoral, cada beijo deixando uma marca invisível mas permanente — sempre foi. Desde o primeiro dia que te vi.

Suas mãos exploravam cada centímetro de mim enquanto sua boca fazia o mesmo caminho. Quando finalmente ele me chupou, gemi alto sem me importar quem pudesse ouvir.

— Gosta assim? — ele perguntou, aquele sorriso malicioso que eu conhecia tão bem.

— Você sabe que sim — respondi ofegante.

E Carlos sabia. Conhecia meu corpo como um mapa memorizado, sabia exatamente o que fazer para me levar ao limite. Usou boca, mãos, corpo - cada parte dele dedicada a me dar prazer.

Quando finalmente fodi o Carlos, ele já tinha me comido na festa, e agora era a minha vez, de meter, coloquei o Carlos de quatro e comecei a meter, comecei devagar e logo já estava metendo forte no meu ritmo, foi com uma intensidade que tirou meu fôlego. Movimentos sincronizados perfeitamente, como se tivéssemos ensaiado por anos, o que tecnicamente tínhamos. Eu sussurrava coisas no seu ouvido, como ele era perfeito, como eu tinha sentido falta daquele buraco daquele pau, como aquela noite seria guardada na memória para sempre.

— Eu te amo — ele disse no auge do momento — sempre vou te amar.

— Eu também te amo — respondi honestamente, porque era verdade.

Eu amava Carlos. E amava Luke. E não via contradição nisso. Eram amores diferentes, ocupavam espaços diferentes, mas eram igualmente verdadeiros.

Terminamos juntos, nossos corpos tremendo em sincronia, nossos gemidos se misturando. E depois ficamos ali deitados, entrelaçados, recuperando o fôlego.

Mas a noite estava apenas começando. Tínhamos horas pela frente, e aproveitamos cada segundo. Transamos mais vezes, experimentamos posições diferentes, usamos a hidromassagem, os espelhos, cada canto daquela suíte.

Entre as sessões de sexo, conversávamos. Sobre tudo - nosso passado, como chegamos ali, o que aconteceria depois. Carlos me fez prometer que continuaríamos amigos, que ele não seria apagado da minha vida depois do casamento.

— Você sempre vai ter um lugar na minha vida — prometi — sempre.

Nas primeiras horas da manhã, exaustos e completamente satisfeitos, finalmente paramos. Carlos me puxou para seu peito, passando os dedos pelos meus cabelos em movimentos repetitivos e relaxantes.

— Obrigado por essa noite — ele sussurrou — sei que foi sua despedida de solteiro, mas para mim foi... foi um presente. Uma despedida do que poderíamos ter sido, um fechamento, sabe?

— Eu sei — respondi, já sentindo o sono me puxar — obrigado por ter sido você. Por ter estado aqui comigo nessa jornada toda.

— Sempre — ele beijou minha testa — vou sempre estar aqui de alguma forma.

E assim adormeci no peito de Carlos, embalado por sua respiração, sentindo-me completo de uma forma estranha. Não arrependido, não culpado. Apenas em paz.

Amanhã voltaria para Luke. Amanhã seria noivo novamente. Amanhã começaria a contagem regressiva final para o casamento.

Mas essa noite tinha sido minha. E de Carlos. E tinha sido perfeita.

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Comentários

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Estou realmente surpreso com esses dois...estava esperando misérias, mas estou feliz que eles finalmente amadureceram e se entenderam. Já estou sentindo o gostinho do fim chegando🙃.

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Sim reta final! E já tenho um novo conto pronto! Rs

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Amo que sua mente não para rsrsrs! Estarei aqui pra lê-lo.

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É pq preciso pensar como vai ser a cena “pós final” vai ser no mesmo ambiente dos contos! E acho que com alguns personagens! Pra aparecer mais! Tipo Raul, os pais de Luke e a carlos! Vai ser um conto mais pé no chão, mais realista e tmb quero fazer algo curto tipo 40 cap no máximo

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Não esperava essa reação de Luke, mas adorei. Eles bem que poderiam se tornar um trisal, agora com todos evoluídos.

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Gente 😳😳😳😳 Tô chocado com essa reação do Luke, sinceramente. Ele realmente mudou muito. O arco de redenção veio aí ahahahahah. Mas ele bobo nem nada decidiu que não seria só o Lucas que ia putiar antes do casamento 🤣🤣. Fico feliz que dessa vez o Lucas resolveu ser honesto e não se afogar em mentiras. Única coisa que eu realmente achei uó foi eles terem ficado na frente da festa inteira. Aposto que o Luke foi discreto quando ficou com os gêmeos, mas ok já foi kkkkkkk Ótimo capítulo, Lukas! Não demore a atualizar, pfvr ❤️ Bjs

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