A Feiticeira 07 – A Viagem no Tempo

Da série A Feiticeira
Um conto erótico de Ryu
Categoria: Lésbicas
Contém 2318 palavras
Data: 03/11/2025 00:50:49

O bairro onde estão hospedados é o mesmo onde, anos atrás, Iryna e Natália viveram. A paisagem, embora modificada pelo tempo, ainda guarda vestígios do passado.

A pé, Arabel e Marcos deixam a vila silenciosa e adentram uma trilha. O caminho é abafado, entrecortado por matagal sons distantes de bichos e insetos. Após cerca de setecentos metros de caminhada, chegam mais uma vez ao local onde o assassinato ocorreu.

Arabel para. Seus olhos percorrem o chão coberto por folhas, como se tentasse ver o sangue ainda ali. Ela fecha os olhos e inspira profundamente, sentindo o peso da dor que paira no ar. Marcos a observa em silêncio, e quando vê uma lágrima escorrer, a envolve num abraço contido, respeitoso.

Mais adiante, alcançam novamente o que resta da casa onde Helena — a feiticeira, como era chamada — viveu. Arabel se ajoelha lentamente. Desta vez algo a chama. Passa a mão pelo chão coberto de musgo, depois toca os restos de uma parede que ainda resiste em pé. No instante em que seus dedos encontram a superfície fria, o tempo parece se rasgar.

Um sussurro atravessa o ar. Depois outro. Depois um grito.

— Mata a bruxa! —

Arabel congela.

— Feiticeira! Ela enfeitiça nossas crianças!

As vozes vêm de todas as direções, distorcidas, coléricas, como se o passado estivesse sendo berrado por dentro das paredes ruídas.

— Enforca! Queime a feiticeira!

Arabel sente como se seu corpo estivesse sendo pressionado contra o chão. Uma dor na garganta. Um medo profundo. Seus olhos se enchem de lágrimas — mas não são suas lágrimas. Ela sente a agonia, a humilhação, o pavor da mulher que viveu ali. Sente mãos invisíveis a puxando e empurrando. O cheiro de fumaça, o ódio fervendo!

Ela vê rostos. Rudes. Rígidos. Enlouquecidos.

Ela é julgada. Condenada. Atacada. Sozinha.

— Isso... isso aconteceu aqui... — murmura, trêmula, tentando se desvencilhar da visão.

Marcos corre até ela, ajoelha-se ao seu lado.

— Arabel? Ei... tá tudo bem? O que houve?

Ela respira fundo, como quem volta à tona depois de muito tempo submersa. Ainda trêmula, apenas balança a cabeça, sem conseguir falar. Ela não tem palavras para o que viu — ou sentiu.

Pouco depois, o som do rio os chama. Um barulho constante, hipnótico. Eles percebem que estão próximos das margens. Seguem o som lentamente, com cuidado. A superfície da água está calma, quase imóvel, refletindo o céu opaco da manhã.

Arabel para abruptamente. Seus olhos se fixam no rio.

— Ela está aqui — sussurra, com uma convicção que surpreende até a si mesma.

Marcos hesita, mas se junta a ela. Os dois começam a chamar por Mavka. Suas vozes rompem o silêncio como ecos trêmulos, ansiosos. Cada palavra parece desaparecer no ar, sem resposta.

O tempo passa. Uma hora. Nada. O sol já se ergue alto, castigando a pele. Decidem sentar-se à sombra rala de uma árvore. Estão cobertos de picadas, suados, cansados — mas não derrotados.

Arabel se recusa a desistir. Ela se levanta primeiro e volta à margem. Marcos a acompanha. Voltam a chamar, agora com menos força, mas mais fé.

Mais quarenta minutos. Nenhum sinal. Começam a considerar voltar. A floresta parece observá-los, e o rio permanece impassível.

Então, o ar muda.

Uma vibração tênue percorre o chão, imperceptível à visão, mas sentida na pele. Um arrepio percorre os corpos dos dois ao mesmo tempo. A luz do dia parece perder intensidade.

Do centro do rio, uma névoa começa a emergir. Primeiro fina, depois espessa, branca como leite, azulada nas bordas. Ela se ergue como uma cortina viva, ondulando com uma inteligência própria.

Marcos recua um passo. Arabel, ao contrário, avança um pouco, hipnotizada.

A névoa gira sobre si mesma, e então se molda — aos poucos — à figura de Mavka.

Desta vez, ela se mostra por completo. É como ver algo que não pertence a este mundo: seu corpo translúcido pulsa em tons de verde e azul, como se contivesse dentro de si o reflexo das águas profundas. Seus olhos são pura luz, sem pupilas, como dois faróis suaves que penetram a alma.

Ela flutua acima da água, com movimentos lentos. A gravidade não a prende. O ar ao redor dela se torna gélido, cortante. A neblina se espalha ao seu redor, como se o rio respirasse junto com ela.

Arabel sente um nó na garganta. Está prestes a cair de joelhos, mas permanece de pé. Seus olhos estão marejados, não de medo — mas de reverência.

Mavka se aproxima. Quando ergue um braço feito de vapor, algo em Marcos se rompe.

— Arabel, não! — grita ele, e recua, apavorado, correndo mata adentro.

Arabel não o escuta. Ou escuta, mas não liga. Ela está em outro lugar.

O "braço" de Mavka a toca — ou melhor, a envolve, lentamente, como um manto de névoa sagrada. Arabel não resiste. Seus olhos permanecem abertos, fixos. Seu corpo inteiro é envolvido pela entidade, como se fosse tragada por uma memória viva.

O som do rio se intensifica — como uma voz sem palavras, um cântico antigo.

Mavka vibra levemente, como se estivesse em êxtase ou dor. Um pulso atravessa seu corpo, e Arabel sente — não pensa, não vê, mas sente — tudo: um fluxo de lembranças, emoções, imagens desconexas, dores enterradas no tempo.

Agora, não há mais dúvidas. Iryna e Mavka são a mesma. Uma alma que se partiu. Uma entidade nascida de dor, luto e mistério.

A mente de Arabel é aberta como um livro. E ela vê.

Ela vê 1966.

E o que aconteceu naquela manhã esquecida.

NOVA CRACÓVIA – ANO DE 1966

A névoa se dissipou devagar diante dos olhos de Arabel, revelando uma clareira iluminada por um sol suave. No centro da cena, imponente como um guardião do tempo, estava O Grande Pinheiro. Arabel o reconheceu de imediato — aquele mesmo pinheiro sob o qual ela própria acampou com os amigos. Mas agora, ele parecia mais jovem, mais vivo. O tronco não trazia ainda as marcas do tempo, e seus galhos se estendiam no céu claro de 1966.

Foi então que ela a viu.

Uma jovem loira, com os cabelos presos de forma simples. Sabia, sem precisar pensar duas vezes: era Natália. Sua avó. Com apenas dezoito anos.

Natália sorria, sentada na grama, ao lado de outra menina.

A nova figura tinha o corpo franzino e elegante. Seu nariz arrebitado dava-lhe um ar sensual. Os olhos brilhantes, atentos. Os cabelos negros e lisos desciam como um véu de seda pelas costas, emoldurando um rosto de princesa.

“Iryna”, pensou Arabel, mesmo sem nunca tê-la visto daquela forma.

Iryna estendeu a mão, tocando com cuidado a bochecha de Natália, as duas se entregaram uma à outra em um beijo apaixonado.

Foi nesse instante que a memória da conversa com a avó voltou:

"Iryna... nós nos amamos, sabe? Mas naquela época... era impossível."

Elas estavam ali, escondidas sob a sombra do grande pinheiro, para amar em segredo.

Natália segurou as mãos de Iryna, apertando-as com carinho. As duas riram de algo que só elas entendiam. Começaram a trocar carícias, que iam se tornando mais íntimas

As mãos de Natalia deslizaram pelas costelas de Iryna, subindo devagar. , começou a abrir a blusa dela. Os botões se recusavam a cooperar ... Natalia puxou o tecido com força, sentindo um ou dois botões voarem para o chão.

Com um movimento apressado, feroz, ela afastou o sutiã, revelando os seios expostos da amante.

Bem redondinhos, durinhos, os biquinhos salientes.

Sentindo o calor da pele e as batidas do coração acelerado, Natália começou a sugar os mamilos com voracidade.

Iryna fechou os olhos, inclinou a cabeça para trás e se entregou ao prazer, ao mesmo tempo que começava a acariciar os cabelos de Natalia.

As mãos sedentas de Natalia percorriam o corpo de Iryna. Arrancou-lhe a saia e afastou a calcinha. Suas mãos chegaram na virilha.

Tateou com cuidado, explorando primeiramente o entorno da vagina

Em seguida apalpou o centro da xoxotinha, quente e molhada.

Sentiu o fluido vaginal, levemente pegajoso ao toque. Ela a apalpou, apertando levemente. Sentiu novamente o gozo de Iryna. Denso. Espesso.

Ela encolheu a mão instintivamente, o líquido descendo pela palma, colando os dedos uns nos outros. Levou a mão à boca. Assim que a língua tocou o gozo, seus sentidos se acenderam.

Sem pensar duas vezes, arrancou-lhe de vez a calcinha e começou a explorar a boceta com a boca, mordiscou em volta da xoxotinha.

Em seguida introduziu a língua, imediatamente sentiu o gosto da xavasca. O “mel” de Iryna escorreu— quente, delicioso.

O sabor da buceta deixou Natalia ainda com mais tesão. Sem pudor, agarrou as duas coxas da amante, levantando-lhe o quadril, para que a xavasca ficasse ainda mais acessível.

Começou a chupar com mais força, sugando o gozo como se estivesse tentando extrair vida de dentro daquela buceta.

Ao chupar, fazia barulhos úmidos e pegajosos a cada pressão que exercia.

Depois vieram os dedos. Natalia colocou um primeiro, para experimentar, depois o outro.

O corpo inteiro de Iryna estava tomado pelo prazer — Ela estava suando. Os cabelos colados à testa, o rosto contraído numa expressão de prazer intenso.

Deitada sobre a toalha, suas mãos buscavam qualquer coisa que pudesse conter a intensidade daquele momento. Agarrou a toalha com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. Quanto mais forte Natalia metia os dedos na sua buceta, mais seu punho se fechava.

Seu corpo se curvava involuntariamente, os músculos da barriga endurecendo, o quadril se erguendo levemente. As coxas tremiam de prazer, firmes e tensas, e ela soltava um grito abafado, seguido por respirações rápidas e irregulares, gemia de prazer.

— Vai Natalia ... não para ... — gritava de prazer, a voz falha, como um apelo ou uma ordem.

Estavam deitadas sobre um cobertor rústico, mas o mato em volta insistia em se intrometer — pequenos galhos arranhavam as pernas nuas, a grama seca coçava as costas, e os insetos zumbiam impacientes

O cheiro da terra era forte. Havia o aroma de pinho, de suor, de folhas esmagadas sob seus corpos. Um mosquito zumbia perto do ouvido de Iryna, mas ela nem se mexeu. O mundo inteiro poderia ruir — naquele instante, só havia Natalia metendo na sua buceta;

Natalia tirou a roupa, deitou sobre Iryna, com o corpo no sentido oposto ao dela. Fazendo a posição 69, para que Iryna também pudesse brincar com sua buceta, enfiar os dedos nela.

Ambas estavam entregues uma à outra com uma intensidade que fazia o resto desaparecer. A ausência de um quarto fechado, de uma cama limpa, de lençóis brancos — tudo isso era irrelevante. Elas tinham o céu como teto, o pinheiro como testemunha.

As duas continuam metendo os dedos e lambendo a buceta uma da outra, até que Natalia chegou ao orgasmo. Fechou os olhos, um gemido alto, quase um grito. O corpo parece desabar, desfalecer.

Ela solta Iryna, ofegante, e se deixa cair ao seu lado, ofegante.

Natalia caiu ao lado dela sem nenhuma elegância, como se o chão fosse a única salvação possível naquele instante. Ficaram ali, deitadas, os peitos subindo e descendo em esforço desesperado, as bocas entreabertas tentando puxar o ar denso e úmido da floresta

.

O suor escorria por seu rosto, misturando-se à poeira fina do chão. Seus olhos ainda fechados enquanto ela tentava recuperar o fôlego, o corpo completamente entregue ao cansaço e ao orgasmo.

Iryna virou o rosto para ela, sorrindo entre respirações pesadas.

Por um instante, nenhuma palavra foi dita — só o som do rio, os suspiros cansados, e a satisfação silenciosa entre duas.

Sem dizer nada, Iryna esticou a mão e pousou-a suavemente nas costas da amante.

Com gestos lentos, começou a massagear os músculos tensos, primeiro os ombros, depois descendo pelas costas.

— Ah... isso... — murmurou entre dentes, ainda arfando, a voz rouca, quase desfeita. — Obrigada...

Iryna sorriu. — Ainda tô... sem ar... — respondeu entre uma respiração e outra, ofegante, a fala entrecortada. — Mas... não podia deixar... você assim... toda... travada.

Elas riram, baixinho. Um riso cansado, entrecortado pela respiração ainda irregular, mas cheio de calor. A tensão do corpo parecia aos poucos se dissolver sob o toque da outra, numa troca silenciosa de cuidado. Sem pressa. Sem pressões.

As árvores ao redor dançavam levemente com o vento. E ali, deitadas no meio da floresta, suadas, exaustas e felizes, elas existiam — uma cuidando da outra, sem necessidade de palavras.

Suas peles, salpicadas por picadas de mosquitos, vermelhas de calor e arranhões, não incomodavam. Ao contrário — eram marcas do instante, do real. O incômodo físico tornava tudo mais vívido, mais verdadeiro.

A floresta ao redor murmurava sons baixos — o estalo de um galho, o sussurro do vento, o zumbido insistente de um inseto que rondava o ouvido de Natália. — mas não importava.

Ali, sob o pinheiro, entre a poeira e os espinhos, com os corpos suados, marcados, e os corações expostos, nada tinha mais força do que o prazer de estarem juntas. O toque, o beijo, o riso abafado, o calor das mãos e das xoxotas.

A natureza as envolvia, sim, mas não as interrompia.

Deitadas, com os corpos ainda aquecidos pelo sexo, Iryna começou a perceber os sinais do ambiente ao redor: o sol estava forte, alto no céu, aquecendo a pele já sensível. Algumas picadas de insetos deixaram marcas vermelhas, e arranhões finos riscados pelos galhos revelavam o quanto a natureza não foi apenas cenário, mas parte do sexo.

Ela se sentou e olhou para o rio que corria ali perto, o som constante da água quase convidativo.

— Tá muito quente. Bora pro rio? — disse Iryna, com um sorriso cansado, mas animado.

Antes que Natalia pudesse responder, Iryna já estava de pé, sacudindo a grama dos braços e das pernas, e caminhando em direção à margem. Sem hesitar, ela correu os últimos passos e mergulhou, completamente nua, de cabeça na água, um salto leve e preciso.

Natalia, ainda sentada, soltou um suspiro longo. Sem muitas opções, ou vontade de resistir, ela se levantou devagar e caminhou até o rio também. Abaixou-se e encostou a mão na superfície da água — os dedos se arrepiam com o frio.

Continua ...

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Comentários

Foto de perfil de Giz

Mds… Eu acho que sei o que vem a seguir….

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Foto de perfil de Ryu

Sabemos que Iryna e Ivan irão morrer, e que Helena/Feiticeira vai sofrer uma tentativa de homicídio.

Os próximos capítulos devem ser tensos (pelo menos é minha intenção).

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