Enfrentando o Mecânico e correndo para o meu namorado.

Um conto erótico de Cl@r@
Categoria: Heterossexual
Contém 1289 palavras
Data: 23/11/2025 09:27:16

— É pegar ou largar, Clara. O vídeo pro seu pai, ou um showzinho particular pro Mauro. O que me diz?

A pergunta pairou no ar pesado da oficina, misturada com o cheiro de graxa e malícia.

Meu coração batia tão forte que doía nas costelas. O medo estava lá, gelado, paralisante. A imagem do meu pai decepcionado, a vergonha... tudo isso passou pela minha cabeça em um segundo. E, sim, houve aquele tremor traidor nas pernas, aquela curiosidade sombria que o Mauro tentava despertar.

Mas então eu pensei no Lucas.

Pensei no sorriso dele quando me via. No jeito que ele segurava minha mão na frente de todo mundo, sem vergonha de quem eu era. Pensei em como ele me tocava como se eu fosse preciosa, não como um pedaço de carne para ser "testado". O Lucas não merecia isso. E eu... eu, a Clara, que estava descobrindo minha força, também não merecia.

Eu não era uma moeda de troca.

Respirei fundo, engolindo o choro e o tremor. Levantei a cabeça e olhei bem nos olhos sujos do Mauro.

— Não — eu disse. Minha voz saiu trêmula, mas a palavra foi firme.

O sorriso dele vacilou.

— Como é que é?

— Eu disse não — repeti, sentindo uma onda de raiva substituir o medo. — Pode mandar. Manda o vídeo pro meu pai. Manda pro papa, se você quiser.

Mauro descruzou os braços, a postura mudando de arrogante para agressiva.

— Você tá maluca, garota? Seu pai vai te matar.

— Meu pai vai ficar furioso, sim — eu disse, dando um passo para trás e segurando o guidão da minha bicicleta com força, os nós dos dedos brancos. — Mas eu resolvo com ele. Ele é meu pai. Agora, você... se você me ameaçar de novo, ou se chegar perto de mim com essas conversas nojentas...

Eu apontei o dedo para ele, ignorando o quanto eu parecia pequena perto dele.

— ...eu vou na delegacia. Eu conto pra todo mundo que você atraiu uma garota de 18 anos pra dentro da sua oficina pra chantagear. Assédio, Mauro. Isso é crime. Vamos ver o que os clientes do bairro vão achar do "mecânico de confiança" quando souberem disso.

O rosto dele ficou vermelho de raiva, mas ele não se mexeu. Ele sabia que eu tinha razão. O escândalo seria pior para ele do que para mim.

— Sai daqui — ele disse bravo, cuspindo no chão. — Sai da minha oficina antes que eu me arrependa.

Eu não esperei ele falar duas vezes.

Girei a bicicleta e saí empurrando-a para a rua, sentindo o sol queimar meu rosto. Minhas pernas pareciam gelatina. Assim que virei a esquina e saí do campo de visão dele, eu montei na bicicleta e pedalei. Pedalei como se minha vida dependesse disso, o vento secando as lágrimas de nervoso que finalmente escorreram.

Parei três quarteirões depois, ofegante, com as mãos tremendo tanto que mal consegui tirar o celular do bolso.

Disquei o número do Lucas.

— Oi, linda! — A voz dele atendeu no primeiro toque, alegre, leve. — Já tá com saudade?

O som da voz dele quebrou a barragem. Eu solucei.

— Lucas... — minha voz falhou.

— Clara? — O tom dele mudou instantaneamente para preocupação pura. — O que foi? O que aconteceu? Você tá chorando?

— Eu... eu preciso de você. Posso ir praí?

— Claro! Agora! Onde você tá? Quer que eu vá te buscar?

— Não, eu tô de bike. Tô chegando.

Desliguei e pedalei até a casa dele. Cheguei lá em cinco minutos, suada, descabelada e com o coração na boca.

Lucas já estava no portão me esperando. Quando ele me viu, ele não fez perguntas idiotas. Ele viu meu estado — pálida, trêmula, com os olhos vermelhos — e abriu os braços.

Eu larguei a bicicleta na calçada de qualquer jeito e me joguei nele.

O abraço dele foi um escudo. O cheiro dele — amaciante, desodorante suave, pele limpa — limpou minhas narinas do cheiro de óleo queimado. Ele me apertou forte, beijando o topo da minha cabeça.

— Shhh... tá tudo bem. Eu tô aqui. Entra.

Entramos na casa dele. A mãe dele não estava. O silêncio da casa era acolhedor, seguro. Ele me levou para o quarto, me sentou na cama e me trouxe um copo d'água.

— Alguém mexeu com você? — ele perguntou, ajoelhando na minha frente e segurando minhas mãos geladas. Havia uma dureza nos olhos dele que eu raramente via. Proteção.

— Um cara... na rua. Falou umas coisas nojentas. Me assustou — eu disse. Era uma meia-verdade. Eu não queria falar do vídeo agora. Eu não queria dar poder ao Mauro no nosso santuário. — Eu só queria sair de lá. Eu só queria vir pra você.

— Você tá segura agora — ele disse, beijando as palmas das minhas mãos. — Ninguém vai tocar em você. Ninguém.

Ele subiu na cama e me puxou para o colo dele. Ficamos ali abraçados por um longo tempo, apenas respirando juntos. Aos poucos, o medo foi dando lugar a outra coisa. Gratidão. Amor. E uma necessidade profunda de conexão.

Eu precisava sentir o toque dele para apagar a memória da oficina. Eu precisava sentir o toque de amor.

Levantei o rosto e o beijei. Foi um beijo salgado pelas minhas lágrimas, mas doce pela entrega.

— Me ama, Lucas — eu sussurrei contra a boca dele. — Por favor. Me faz esquecer o mundo lá fora.

Ele entendeu. Ele sempre entendia.

Ele começou a tirar minha roupa, mas não teve pressa. Não houve puxões, não houve botões estourados. Ele tirou minha regata com cuidado, beijando cada pedaço de pele que revelava, como se estivesse me benzendo, me limpando com os lábios.

Quando tirou meu sutiã, ele olhou para os meus seios pequenos com aquela adoração de sempre.

— Perfeita — ele disse baixinho, e dessa vez a palavra bateu no fundo do meu coração. — Você é a coisa mais linda do mundo, Clara.

Ele me deitou na cama. O toque dele era firme, mas gentil. Ele desceu os beijos pelo meu pescoço, pelo meu peito, pela minha barriga. Ele parou no meu umbigo e me olhou.

— Eu te amo — ele disse, sério.

— Eu te amo — respondi, e nunca tinha sido tão verdadeiro.

Ele tirou meu short e minha calcinha com uma reverência. E então, ele se dedicou a mim.

O sexo que tivemos naquela tarde não foi selvagem. Não foi uma busca por orgasmos rápidos. Foi uma cura.

Ele fez sexo oral em mim com uma paciência infinita, focando no meu prazer, ouvindo cada suspiro meu, ajustando o ritmo para me deixar flutuar. Quando eu gozei na boca dele, foi um alívio que me fez chorar de novo, mas de felicidade.

Depois, ele subiu e entrou em mim.

A sensação de tê-lo dentro de mim, me preenchendo, olhando nos meus olhos, entrelaçando os dedos nos meus... foi a confirmação de que eu tinha feito a escolha certa. Não havia frieza, não havia sujeira. Havia calor. Havia lar.

Nos movemos juntos, num ritmo lento e profundo, sentindo cada centímetro de pele colada. Eu me agarrei às costas dele, sentindo os músculos dele sob meus dedos, e sussurrei o nome dele repetidas vezes, como uma oração.

Quando chegamos ao final juntos, foi suave. Foi uma onda de luz dourada que nos envolveu.

Caímos no travesseiro, exaustos e em paz. Lucas me cobriu com o lençol e me puxou para dormir de conchinha, a mão dele protetora sobre o meu seio, o corpo dele fazendo uma barreira entre mim e o resto do mundo.

Eu fechei os olhos, sentindo o coração dele bater nas minhas costas. O vídeo? O Mauro? Eu resolveria depois. Eu enfrentaria qualquer coisa. Porque ali, nos braços do Lucas, eu sabia exatamente quem eu era e a quem eu pertencia. E não era a nenhum mecânico sujo. Era a mim mesma, e ao amor que a gente construía.

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