Ela me via só como amigo - Cap. 5

Um conto erótico de Bruno (por Carlos_Leonardo)
Categoria: Heterossexual
Contém 13099 palavras
Data: 24/11/2025 10:13:12

Antes de mais nada, estou muito grato por todos comentários. Eu leio todos, fico me coçando para responder, mas evito para não dar spoilers.

Por fim, esse capítulo ficou MUITO maior do que eu esperava e me desculpem por isso. A primeira versão tinha 17 mil palavras. Chocante! Pensei até em dividi-lo em duas partes, mas em vez disso, resolvi fazer várias revisões e refinamentos, e deixá-lo por inteiro mesmo, num bloco só, para que vocês aproveitem a experiência como um todo. Acredito que o impacto será melhor assim.

Boa leitura!

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Adriana passou a ocupar boa parte do meu foco desde a sua contratação. Não era raro eu me distrair para observá-la com mais atenção. O seu jeito de trabalhar, ora olhando para a tela do computador ora para os papéis em cima do teclado, me deixava cativado. Quando vinha em minha mesa entregar algum relatório ou tirar relutantemente alguma dúvida, eu precisava me concentrar para não divagar com pensamentos obscenos.

Nas reuniões com clientes, quando precisava que ela participasse, eu torcia para ela não vir com aquele decote que realçava as curvas do seu belo busto. Por vezes, quando ela estava me encarando, prestando atenção na minha argumentação, eu perdia o fio da meada, travando nas palavras e quase suando frio.

Certa vez, numa chamada por telefone com a participação de Trajano, ele pediu licença ao cliente, silenciou momentaneamente a conversa e me questionou:

- Tá tudo bem, Bruno?

- Tá sim, Seu Trajano. Por que a pergunta?

- Você parece... nervoso. Disperso!

- Eu? – engoli em seco – Não! Não! Só estou mais concentrado que o normal mesmo.

- Sei.

Mas a verdade era que ela estava tirando meu juízo. Não era algo platônico, mas carnal, um desejo de possuir e de se perder ardentemente em seus braços. À noite, antes de dormir, passei a imaginar como seria nós entre quatro paredes. E quase sempre terminava isso numa bela masturbação.

Não foi só eu que a percebi, entretanto. Ela atraiu atenções de outros funcionários, até mesmo aqueles de setores distantes e mesmo àqueles que faziam os serviços gerais. Todos eram educados e carinhosos com ela. Até mesmo os sócios de Trajano davam desculpas para passar perto de sua mesa perguntando pelo Trajano, ou por mim, sendo que eu estava no campo de visão deles.

Denis foi outro que a notou e me encheu de perguntas e comentários, sempre enfatizando o quanto eu tinha sorte de ter uma secretária gostosa como ela. Ele levou sua tara até o grupo de mensagens com nossos amigos.

> Denis: vcs precisam ver a nova secretária do Bruno

> Remo: secretária? ele já virou dono do trampo?

> Denis: ele diz que a secretária é do seu trajano, mas só vejo ela trabalhando pra ele

> Remo: hahaha olha aí... é conhecida a história de sexo entre chefe e secretaria... será?

> Denis: será? hahaha

> Erika: meninos, mais respeito pela moça

> Denis: estamos respeitando… e admirando kkkk

> Remo: kkkkk

> Erika: safados kkkk quero fotos, vc tem?

> Denis: vou tirar uma do bruno pegando ela no fundo, pera

> Denis: <foto>

> Erika: mal deu pra ver, ela é isso tudo mesmo?

> Denis: sim, muito gostosa

> Remo: vi e gostei kkkkk

> Erika: bruno parece tenso

> Denis: e quem não ficaria kkkkk

> Bruno: vai trabalhar, denis !!!!!

Em um almoço com Trajano e seus sócios, ele nos falou mais sobre o processo de contratação de Adriana.

- Eu já a conhecia de vista, pois ela é conhecida do meu genro, mas só soube que era ela quando chamei as três finalistas do teste de seleção para uma entrevista comigo e a reconheci.

Eu inclinei meu corpo para frente, querendo prestar atenção nisso.

- Ela ficou nervosa quando me reconheceu e eu tive que acalmá-la. Disse que ela não precisaria temer nada por me conhecer e que tudo seria tratado com extremo profissionalismo. Ela me agradeceu e depois me contou que estava com dificuldades para pagar as mensalidades do curso de Administração, e por isso precisava muito daquele emprego. Ela adicionou a grade curricular já concluída ao seu currículo, o que me chamou muita atenção, mas mais que isso, enxerguei potencial nela.

- Sei que potencial você enxergou – falou um dos sócios, aos risos.

- Belo potencial, inclusive – respondeu o outro, rindo também.

- Vocês são uns tarados – retrucou Trajano, sério – mas voltando, vocês sabem que sei enxergar potencial quando ninguém vê. Veja o Bruno aqui – ele apontou para mim – a atuação dele me dá razão quando digo isso.

Os sócios assentiram e eu fiquei lisonjeado.

- Então – ele continuou – Adriana tem potencial para muito mais futuramente. Uma secretaria executiva ou mesmo uma gerência administrativa. Veremos o que o futuro nos reserva.

- Só que agora – um dos sócios falou – mal vejo você em sua sala. Você está quase sempre em reunião externa. Vejo sua secretária sendo tomada pelo Bruno. Abre o olho, Traja!

Olhei espantado, mas Trajano deu de ombros, reforçando as atribuições dela.

- Ela tem feito bem o seu trabalho, rapazes. Fiquem tranquilos quanto a isso. Ela está organizando minha agenda e concluindo minhas demandas com eficiência. E eu lhe dei ordens explicitas para fazer o mesmo com Bruno também. Tudo certo quanto a isso. Quero que ela se integre completamente a cultura da nossa empresa. Quem melhor para fazer isso se não o Bruno, o nosso workaholic?

- Ela tem sido de muito ajuda mesmo – assenti.

Uma vez, tive um dia particularmente difícil quando aconteceu o rompimento da barragem de Brumadinho. As ações da Vale caíram bastante. E semanas antes, eu tinha aconselhado três clientes a fazer um grande investimento nas ações dessa empresa. Com a tragédia, eles estavam com mais de 10% de prejuízo. A cobrança não foi pouca, por mais que eu explicasse que a estratégia adotada era pensando no longo prazo e que outros ativos em lucro estavam compensando a perda.

Foi cansativo, mas surpreendentemente Adriana esteve comigo durante todo tempo, não arredando o pé da sala de reunião em nenhum momento. Quando terminamos, eram quase 20h. Eu estava mentalmente cansado. Ela, por outro lado, nunca tinha ido embora nesse horário.

- Você não vai embora? – ela parou ao lado da minha mesa, segurando sua bolsa, ajustando sua roupa social.

- Agora não. Preciso descansar um pouco. Minha mente está borbulhando.

- Tá bem, vou indo. Até amanhã, chefe! Boa noite!

Depois que ela saiu, ainda passei um tempo no escritório, esparramado na cadeira, de olhos fechados. Um tempo depois, escutei o som de algo sendo colocado em minha mesa. Abri os olhos e a vi colocando um copo de plástico branco, aparentemente quente, algo denunciado pelo vapor que saía.

- O quê? – ajeitei-me na cadeira, surpreso – O que é isso?

- Nunca te vi tão esgotado, chefe – ela me respondeu com doçura – Acho que um chocolate quente pode ajudar a acalmar sua mente.

Intercalei meu olhar entre o chocolate quente e ela por um breve momento.

- Que foi? Não gosta de chocolate quente? – ela me perguntou já querendo ficar preocupada.

- Gosto sim, não é isso – peguei o copo e dei um pequeno gole. Estava quente demais – Não está tarde para você?

- Está sim.

- Você vai de carro para casa?

- Eu? De carro? – ela ironizou – Eu ainda estou no início da carreira, chefe.

- Primeiro, me chame de Bruno. Não me acostumo com essa de chefe. Seu chefe é o Seu Trajano.

- Desculpa.

- Não é isso. É que Bruno é mais legal e nos deixa mais casual. Não acha?

- Acho, mas não quero faltar com respeito.

- Não faltará, fique tranquila quanto a isso.

- Tudo bem. Será Bruno agora. Até mesmo no horário do expediente?

- Sim, por favor.

Ela me deu um sorriso com os olhos.

- Segundo – continuei – vou te deixar em casa.

- Oi? Por que? Não precisa se preocupar, chefe… digo, Bruno.

- Não me sentirei bem em te deixar ir sozinha para casa depois de ter encarado o dia inteiro de reuniões comigo. É questão de justiça.

- Mas eu moro longe. No Tatuapé.

- Não importa, faço questão.

Ela assentiu um pouco temerosa, mas eu estava decidido, talvez por estar sozinho com ela no escritório. Tomei o chocolate inteiro e, então, fui levá-la em casa.

Durante metade do caminho, ela manteve a bolsa sobre as pernas, como se precisasse de algo para se ancorar. Quando finalmente relaxou os ombros, sua voz saiu baixa e sincera:

- Obrigada pela carona. De verdade!

- Eu que agradeço pelo companheirismo de hoje, Adriana. Te deixar em casa, é o mínimo que posso fazer.

Notei que ela ficou um pouco vermelha, com um sorriso contido.

- É difícil acompanhar o seu ritmo, mas eu tento.

- Eu acho que você está se saindo muito bem.

- Sério? Às vezes, sinto que estou te atrapalhando, principalmente quando não entendo algum termo. Já cansei de pesquisar no Google, muitas vezes sem sucesso.

- E por que nunca me perguntou nada?

- Ah, eu, eu... – ela gaguejou – eu não sei. Talvez por você ser meu chefe. E você é tão novo e, ao mesmo tempo, tão... experiente. Isso me encanta… digo, me intimida. Às vezes, vou tirar dúvidas com outros funcionários do escritório por medo de te perguntar coisas básicas, gastando seu tempo à toa.

Eu quase dou uma freada brusca, mas consegui me controlar. Quando paramos no sinal, eu a encarei.

- Por favor, não seja assim. Procure-me quando tiver dúvidas. Qualquer tipo de dúvidas.

- Eu tenho vergonha.

- Não tenha. Vamos fazer assim, você tem investimentos?

- Não.

- Quero te ajudar a ter investimentos e planejar seu futuro, sua aposentadoria.

- Mas já? Sou tão nova.

- Isso é um pensamento errado. Quero que você mude. Vamos reservar uma hora do expediente para trabalhar no seu planejamento financeiro. Começamos do zero. Você vai construir seu futuro e ainda desenvolver habilidades importantes para o trabalho. Os dois ganham. O que acha?

- Não sei o que dizer. Parece… interessante. Isso sempre foi tão inacessível para mim. Nossa! Não sei se posso. De graça?

- Não vai ser de graça. Bem, você não vai precisar pagar por nada, obviamente, mas o conhecimento que você adquirir vai me ajudar daqui pra frente. Eu e você só temos a ganhar.

Ela concordou. Eu percebi um misto de empolgação e surpresa em seu semblante. E meu coração bateu acelerado, ansioso pelo que viria. Chegamos em sua residência, um casa simples, acanhada, mas que ainda assim, se destacava na rua pela pintura nova.

- Obrigada, Bruno! – ela me deu um beijo na bochecha e rapidamente saiu do carro – Até amanhã!

- Até amanhã, Adriana!

No dia seguinte, assim que cheguei no escritório, encontrei uma barra de chocolate na minha mesa, em cima de um cartão dobrado. Quando abri, tinha escrito “Os clientes foram difíceis, mas você foi incrível mesmo assim. Hoje vai ser melhor. Ass: Adriana!”. Eu a procurei e a vi em sua mesa no exato momento em que dava um sorriso tímido, fingindo olhar para a tela do computador, querendo disfarçar que não estava prestando atenção em mim. Aquela barra de chocolate parecia dizer mais do que qualquer palavra que ela pudesse pronunciar. Sorri por dentro.

Nossas reuniões aconteciam diariamente, sempre nas primeiras horas do expediente. Ela era uma aluna dedicada e rapidamente entendeu a importância de investir desde cedo. O próximo salário que recebeu, cerca de 20% já foram para investimentos que indiquei.

Quando alguns clientes expressaram o desejo de ter aconselhamento antes do mercado abrir, várias das nossas reuniões foram abreviadas ou mesmo canceladas. Incomodada com a situação, mas sem querer transparecer, ela me questionou:

- Será que não podemos noutro horário?

- Que horário temos? As demandas do escritório estão aumentando e você tem as cadeiras da faculdade. Só sobra a noite, mas fica ruim para você.

Ela desanimou, de cabeça baixa, mas pude jurar que também fez um biquinho que parecia implorar por uma solução. Eu ri por dentro, achando sua expressão fofa, até que tive um estalo proposital, fruto de claríssimas segundas intenções.

- Podemos fazer à noite, no dias em que você não tiver que ir pra faculdade. Que tal?

- Pode ser, mas... – ela baixou os olhos, pensativa.

- Nada de “mas”. Eu vou te deixar em casa se é isso que te preocupa.

- Não quero te atrapalhar, Bruno.

- Não vai. E o trajeto até sua casa poderá ser bem aproveitado também. Podemos continuar conversando sobre investimentos. Tenho muito para te passar.

Seus olhos brilharam e seu sorriso foi de orelha a orelha – Combinado.

Essa nova dinâmica aumentou nossa intimidade. Aos poucos, as conversas no carro foram se tornando mais casuais, passando a ocupar boa parte do tempo que deveria ser dedicado ao estudo sobre investimentos. Não imaginávamos, ali, que aqueles momentos seriam o início de algo que nenhum de nós tinha coragem de admitir ainda.

Tempos depois, uma situação fez aumentar ainda mais nossa proximidade. Trajano nos chamou em sua sala. Ele aparentava excitação pela nova demanda a ser passada:

- Adriana, teremos uma visita institucional de gerentes da XP em duas semanas. Quero que você coordene a recepção. Bruno te ajudará nas partes técnicas.

Vi-a respirando fundo, ciente do desafio.

- Pode contar comigo, Sr Trajano – ela respondeu, decidida.

Nos dias seguintes, ela mergulhou no desafio, alinhando suas tarefas de forma metódica, praticamente militar: confirmou número de visitantes, checou a agenda de todos os sócios, reservou a sala, mapeou necessidades logísticas como coffee break, material de divulgação e equipamentos, além de ter organizado o cronograma. Nossas reuniões diárias sobre investimentos ficaram suspensas por motivos óbvios.

Ela ficou uma pilha de nervos, sempre se questionando e demonstrando pequenas inseguranças.

- E se o fornecedor atrasar? E se faltar comida? Será que a mesa estará elegante o suficiente para os gerentes da XP? – ela costumava se perguntar.

Apesar disso, eu sentia confiança na sua organização e dedicação para entregar uma tarefa perfeita. Eu precisei de pouca intervenção, mesmo nas partes técnicas.

A preparação da sala começou no dia anterior. Verificamos equipamentos como projetor, caixa de som, notebook e cabo HDMI. Posicionamos cadeiras e blocos de anotação. Organizamos as placas de identificação dos participantes. Tudo estava OK. Ficamos até tarde nesse dia. Mesmo exausto, fui levá-la em casa, algo que já era padrão no nosso relacionamento até então profissional.

O dia do evento transcorreu como se esperava. Ela fez os ajustes finais com muita antecipação e nenhum fornecedor atrasou. Durante a recepção, ela deu as boas-vindas aos visitantes, conduzindo-os até a sala, oferecendo água e café, além de informar o local onde deviam se sentar. Sua fala era clara, educada, numa execução impecável. E ela estava um espetáculo para o mundo corporativo, vestindo uma calça social preta, de linho, uma blusa de botão num tom vermelho vinho, além de usar salto. Em muitos momentos, ela procurava meu olhar, como se quisesse transmitir diversos sentimentos distintos, e eu assentia, validando tudo que ela tinha feito. Trajano tinha razão: ele sabia reconhecer potencial onde ninguém via.

Ao final do evento, um dos gerentes da XP elogiou Adriana quando passou por ela:

- Excelente organização. Parabéns.

Adriana ficou nitidamente lisonjeada e Trajano, acompanhando os gerentes, reforçou que ela era uma das profissionais mais capacitadas da PHX, uma engrenagem importante que fazia a empresa funcionar. E eu estava orgulhoso por vê-la crescer, cada vez mais imersa no mundo dos investimentos.

Indo para sua casa, ela estava muito aliviada e eufórica também. Eu sorria, deixando que ela extravasasse sua alegria.

- Sabe o que eu queria? – ela me olhou, com um olhar de súplica, mas de muita cumplicidade entre nós.

- O quê?

- Comer sushi pra comemorar. Faz tempo que não como.

- Eca!

- Quê? Você não gosta de sushi?

- Nunca experimentei.

- Não acredito, Bruno! Ah, não! Agora, você precisa ir comigo corrigir esse terrível erro…

- Terrível é? – ri – Não gosto da ideia de comer peixe… cru.

- Isso é bobagem. Você vai gostar. Vamos? Por favor? – ela juntou as mãos, quase implorando, com um carinho que me derreteu por dentro.

Desviamos de destino e fomos em um restaurante famoso no Jardins, que segundo ela, tinha o melhor sushi da cidade. Sentamos numa mesa pequena, apenas para dois. Ela pediu uma combinação de sushi que me parecia grego (ok, japonês!) e para mim, pelo que entendi, pediu hot. Enquanto esperávamos, eu a observei olhando o ambiente, aparentemente pensativa.

- No que tá pensando? – perguntei.

- Pensando no quanto estou feliz com o trabalho que realizei nessa recepção. Me sinto orgulhosa. Mas e você? Acha que fui bem?

- Bem? O gerente da XP te elogiou, moça. Eu concordo com ele. Você foi excelente, magnífica.

Ela corou.

- Obrigada, Bruno. Você esteve comigo todos os dias até tarde. Me deu carona pra casa… Não sei como agradecer.

- Foi importante para todos nós… E você já está me agradecendo agora.

- Estou? – ela me olhou confusa.

- Sim, saindo comigo.

- Isso é uma saída?

- Pra mim é, mas agora fiquei com dúvida se pra você também é?

- Eu que te chamei para sair – ela riu de leve, mas tranquila e expansiva – Se quer saber, eu já queria sair contigo faz tempo, mas você nunca me convidou.

Agora foi minha vez de corar, liberando mais sorrisos da parte dela.

O sushi chegou, comemos e continuamos conversando bastante. O hot não era ruim, admito. E falamos sobre família, gostos pessoais, hobbies, projetos futuros e muito mais. Nem vi o tempo passar. Num dado momento, tocou a música Blank Space, da Taylor Swift. Uma lembrança quis capturar minha atenção, me fazer perder em pensamentos, mas Adriana, sem querer, não permitiu.

- Tenho uma conhecida que adora essa música. Ela sempre escuta e canta baixinho para lembrar que não deve se entregar de corpo e alma ao namorado.

- Curioso. Por que ela continua namorando então?

- Talvez porque não tenha encontrado ninguém melhor.

- Ficando preso ao namorado é que não vai encontrar mesmo.

- Verdade, mas vai entender as mulheres.

- Opa, você não é mulher?

- Sou sim, por isso te digo que nem eu me entendo as vezes.

Rimos. Uma risada gostosa, de confiança mútua.

- Tinha uma menina, que eu gostava, e ela também curtiu essa música – prossegui com cuidado – Mas ela voltou pro namorado, partindo meu coração.

- Você ainda gosta dela?

- Eu? Não, faz muito tempo. É passado.

- E vocês ainda se falam?

- Não, nos afastamos por completo. É melhor assim.

- Você namora, Bruno?

A pergunta repentina me pegou desprevenido.

- Não. Pensei que você soubesse.

- Eu? Como eu saberia? Eu suspeitava, mas não tinha certeza.

- Se eu tivesse uma namorada, ela jamais deixaria eu dar caronas para uma mulher linda e competente como você.

Ela corou novamente.

- Vai ver ela permite... nunca se sabe.

- Só se elas forem a mesma pessoa.

E ela corou mais uma vez, me arrancando um sorriso genuíno.

- E você? Tem alguém? – minha vez de saber.

- Não. Não tenho ninguém. Eu tive um namorado, mas terminamos a mais de um ano. Ele era muito possessivo e muito… não sei dizer a palavra certa… muito avançado pro que quero para vida.

Franzi o cenho – Avançado como?

- Queria fazer coisas que eu não gostava.

- Como o quê?

- Ah... – ela relutou um pouco – como eu posso dizer? Ele queria festas até amanhecer, raves, estimulantes e por aí vai.

- O término deve ter sido complicado, não foi?

- Um pouco, mas tive a ajuda de um casal de amigos dele, acredita? Eles conversaram com meu ex e ajudaram ele a seguir em frente. A última que soube é que ele estava namorando.

- Ainda bem. Imagino ser muito ruim estar numa relação com sofrimento. Que bom que se livrou. Sabe? Já não gostei dele, quero nem saber o nome.

Ela riu – Tá bom. É melhor mesmo. Nome ruim, a gente esquece.

- Concordo.

- Há quanto tempo você está solteiro, Bruno?

- Desde que nasci, eu acho…

- Não acredito. Sério? Como pode?

- Como assim “como pode”?

- Pensei que você tivesse namorado a menina que disse que gostava.

- Não namoramos. Ela me via só como amigo. Como melhor amigo do mundo. E eu, bem, eu fui o melhor amigo dela esperando que ela me enxergasse, mas ela nunca me enxergou.

- Talvez ela estivesse esperando você se declarar. Tem mulheres que esperam a iniciativa. Você confessou seus sentimentos?

- Não, mas… aliás, no dia que fui confessar, ela me confessou primeiro que tinha voltado a namorar o ex.

- Isso deve ter sido muito cruel.

- Sim, mas… bom, passou. Serviu de aprendizado.

- Faz quanto tempo?

- Uns quatro ou cinco anos já, não sei ao certo.

- Muito tempo já. Não consigo acreditar que um homem como você está solteiro.

- Eu não tenho nada demais. Eu que não sei como essa linda mulher está num date comigo…

Ela riu – Bobo. Eu que não entendo com melhor investidor da PHX está me dando atenção.

- Na realidade, eu me sinto vitorioso por isso.

No caminho até sua casa, a conversa continuou prazerosa. Quando chegamos, ainda ficamos conversando um pouco.

- Obrigada por hoje. Obrigada por tudo.

- Não agradeça. Eu fiz por você.

- Por mim?

- É, eu, eu... – balbuciei, mas tudo que consegui foi me enrolar com as palavras, o que a fez rir.

Sem mais palavras, uma tensão palpável era nítida entre nós, uma expectativa que arrebatava o peito, um desejo contido que não aguentava mais esperar. E, então, num ato inesperado, mas urgente, eu a beijei. Um beijo delicioso, retribuído de forma intensa. Ela segurava meu rosto, me puxando mais para perto, querendo nos fundir em um só sentimento. Não sei por quanto tempo ficamos assim, mas teria ficado até o amanhecer se pudesse. Porém, tivemos que nos despedir.

Na minha cama, horas depois, eu poderia explodir de tanta empolgação. Se pudesse me olhar no espelho, certeza que eu veria meu sorriso bem aberto. No celular, uma notificação me tirou do transe. Era uma mensagem dela.

> Adriana: Só passando para te desejar um boa noite. Obrigado pela noite maravilhosa.

> Adriana: Durma bem!

> Bruno: difícil dormir bem :(

> Adriana: Por que? :((

> Bruno: difícil dormir quando tudo que penso são em seus beijos

> Adriana: <envergonhada>

> Adriana: rsss

> Adriana: Foi muito bom.

> Bruno: vamos sair amanhã? Na nossa segunda saída oficial…

de ônibus ou metrô

> Adriana: pra donde?

> Bruno: o roteiro fica comigo.

> Bruno: há muitas possibilidades para um sábado à noite. O que me diz?

> Adriana: eu aceito

> Bruno: vc tem hora pra voltar?

> Adriana: <envergonhada>

> Bruno: que foi? Hehehe

> Adriana: não tenho hora para voltar :)

> Bruno: :)

> Bruno: combinado, então!

Conversamos por mais um tempo, uma conversa gostosa, daquelas que alimentam a paixão e, secretamente, o tesão, além de nutrir o corpo e a mente de expectativa pelo que virá em seguida. Nos despedimos após muita relutância de ambas as partes.

Não dormi de imediato. Ainda estava muito elétrico, afinal, eu tinha vivido uma noite inédita na minha vida. Era um passo a mais que estava cogitando em minha vida. No grupo de mensagens com os amigos, a noite estava movimentada também.

> Denis: eu tenho ZERO dúvidas de que algo está rolando entre bruno e adriana

> Erika: a secretária?

> Denis: sim

> Remo: como é que é? vamos perder um soldado mesmo? Kkkk

> Denis: confie em mim, aquela relação é muito mais que profissional

> Denis: tá todo mundo com inveja do bruno kkkk

> Remo: rapaz, quero conhecer essa deusa

> Denis: ela não dá bola pra qualquer um, mané… só pro bruno kkkkk

> Remo: não sou talarico, fdp… só quero ver quem destruiu nosso parceiro de batalha hahaha

> Denis: meu amigo!!!! ela é um espetáculo

> Erika: vcs podia fazer como bruno, sabiam?

> Denis: xiii

> Remo: namora comigo, Erika?

> Erika: dml

> Denis: kkkkkkkkk

> Remo: magoei :(

> Bruno: :x

> Denis: olha ele ai kkkkk

> Erika: o bruno, quando não quer dizer nada mas já chega dizendo tudo rsss

> Remo: meu ex-soldado tá amarrado, minha nossa, nunca imaginei kkkk

> Bruno: vou dormir :)

Sábado veio e uma ideia se formava em minha mente. Tão logo anoiteceu, me arrumei e fui para sua casa. Eu suava frio em expectativa pela nossa segunda saída. Ela demorou um pouco a aparecer, me deixando esperar por um tempo que parecia uma eternidade. “Um charme dela”, eu pensei.

Quando a vi, não pude deixar de ficar espantado. Ela vestia uma saia preta, justa, colada ao corpo. Sua blusa, na cor vinho, exibia um decote provocante, numa mistura entre social e rebeldia. Seu cabelo, enrolado em um coque, abria espaço para um intrigante colar dourado. Seus lábios, num batom vermelho, sorriam com lascívia prometida. Seus olhos, fixos em mim, exalavam luxúria enquanto o som do salto entrava em ressonância com as batidas do meu coração.

- Você está… linda! – foi o que me limitei a dizer assim que ela entrou no carro.

Com uma timidez claramente falsa e totalmente ciente do impacto que causara, ela apenas sussurrou – obrigada.

No restaurante de comida italiana, havia uma excitação no ar, um diálogo quase silencioso regido por trocas de olhares, sorrisos contidos e mais gestos aparentemente simples, mas carregados de significados implícitos.

Depois, caminhamos por uma praça, andando devagar, divagando por assuntos que apenas preenchiam o tempo enquanto o momento inevitável não chegava. Quando ela tropeçou levemente, caindo sobre mim, com suas mãos apoiadas em meu peito, pude sentir seu perfume enebriante, seu sorriso envergonhado, escondendo com um morder de lábios, a vontade que nos consumia por dentro de forma avassaladora.

E eu roubei um beijo seu. E ela me beijou de volta. E não conseguimos parar. Sua língua enterrava-se na minha, com uma vontade e uma habilidade que jamais experimentara antes. Suas mãos acariciavam meu cabelo, minha nuca, meu rosto, não com carinho, mas com desejo, com entrega. E suas costas arqueavam, arrepiadas pelo meu toque cada vez mais descendente. Sua respiração ofegou quando, involuntariamente, meu pau latejou, forçando em sua barriga. Ela se inclinou mais ainda, ficando de ponta de pé, mesmo de salto, caprichando mais ainda no beijo quente, carregado de tesão. E então ela parou, me encarando com tesão, mordendo os lábios, como se me autorizasse a possuí-la por inteiro, o que era meu maior desejo.

Saímos da praça e fomos de carro a um motel. Eu dirigia devagar, de mãos dadas com ela. Era como se esse toque fosse um plugue necessário para nos manter excitado, o tesão latente. Eu a queria logo, mas também comecei a ficar inquieto enquanto não chegávamos ao nosso destino. Seria minha primeira vez, mas não a dela. Algumas dúvidas começaram a surgir na minha mente, mas procurei descartá-las em troca de sentir a presença dela.

Entramos no quarto aos sussurros. Eu sabia o que queria fazer, ao mesmo tempo em que não sabia por onde começar. Ela também me pareceu um pouco desconfortável de inicio, como se tivesse travando alguma batalha mental. Porém, quando me percebeu um pouco vacilante, ela relaxou mais e começou se divertir com isso.

Com um sorriso lascivo e carregado de desejo, ela se aproximou de mim, me dando outro beijo ardente, demorado e molhado. Depois, ela deu um passo para trás, desabotoou um pouco sua blusa, realçando ainda mais seu decote, atraindo toda minha atenção, me fazendo esquecer do resto.

- Você parece tenso – ela disse, com um olhar devorador diante de mim, a sua presa.

Então, ela veio em minha direção e colocou suas mãos em meu peito, me empurrando para trás, devagar, até eu desabar num sofá, que estava estrategicamente posicionado em frente a um espelho. Depois, ela ficou de joelhos e veio caminhando lentamente até mim, com uma gatinha manhosa.

Subindo pelas minhas pernas, acariciando minhas coxas, ela desceu meu zíper, desabotoou minha calça, desfivelou meu cinto, puxando tudo pra baixo junto com minha cueca box, revelando meu pau em riste, duro como uma pedra, como eu nunca vira antes.

Ela segurou a base do meu pau com delicadeza, se aproximou e deu uma lambida cuidadosa na listrinha que vem do meu saco até a glande, de baixo até em cima, reconhecendo aquele pedaço de carne como seu. Eu arfei. Satisfeita com minha reação, ela repetiu de novo, e mais outras vezes, sempre com olhos vidrados em mim.

Então, ela parou e passou a me punhetar de leve bem na base do pau, com a sua mão esquerda. Com a mão direita, ela se concentrou minha glande. Ela puxou a pele que a cobria com extrema destreza, reforçando para mim que aquilo não era, nem de longe, sua primeira vez. A cabeça do meu pau, bem babada, revelou-se para sua boca apetitosa que a abocanhou de leve, depois soltando.

Ela olhou para mim e passou a língua entre os lábios, saboreando o sabor. Ela abocanhou mais um pouco, repetindo o saborear. E fez isso mais algumas vezes, me deixando nas nuvens, e meu pau também, enquanto continuava com a punhetinha de leve bem na base. Eu só fechei os olhos e passei a gemer de forma contida e involuntária, mas cada vez mais incontrolável.

Ela me deu um alívio daquela “tortura” quando soltou meu pau por inteiro e passou a segurá-lo com a mão direita, enquanto recomeçava a me punhetar, agora num ritmo cada vez mais intenso. Ela acelerou o movimento quando, de repente, senti uma dor dilacerante, abaixo da minha glande, me fazendo perder a excitação instantaneamente. Ela se afastou assustada e eu fechei as pernas, trêmulo. A pele que sempre cobria meu pau, agora parecia presa, sem conseguir voltar. E doía muito. Com algum esforço, consegui fazê-la voltar ao que era, me trazendo alívio físico. Porém, a minha vergonha era total.

Levantei-me do sofá, ignorando-a por completo. Fui ao banheiro, tranquei a porta e me encostei na parede mais distante, me segurando para não chorar enquanto tentava entender o que tinha acontecido. Naquele momento, eu não fazia ideia do que se passara comigo.

Alguns minutos depois, escuto batidinhas na porta do banheiro.

- Bruno? – ela falou com a voz mansa – Sou eu.

Eu hesitei por um momento. Tudo que queria era sumir, mas não podia fazer isso. Ela estava comigo, eu a busquei em casa, então eu tinha que deixá-la de volta. Isso me parecia um deja vu, mas era o mínimo que eu deveria fazer, independente da noite já arruinada e da vergonha que me consumia.

Abri a porta do banheiro com relutância, procurando não encarar seus olhos e sem querer parecer um chorão. Ela me abraçou forte, mas não disse nada. Pedimos a conta e saímos em silêncio.

No carro, a caminho de sua casa, o clima era bizarramente silencioso. Não conversamos e não houveram toques. Cada qual estava imerso em seus próprios pensamentos. Eu tentava manter alguma postura, sem saber qual. Quando chegamos, o silêncio continuou desconfortante e ela não fez nenhuma menção de sair do carro de imediato. Algum tempo passou, minutos talvez, até que ela tomasse a coragem que eu não tinha naquele momento:

- Bruno, essas coisas acontecem. – ela virou-se para mim – É só fazer uma cirurgia que resolve.

Olhei-a assustado – Cirurgia, você disse?

- É, eu acho. Você tem... – ela desviou o olhar de mim agora – fimose. Eu acho que é isso. Meu primo teve e fez cirurgia. Normalmente, isso se resolve quando criança... – ela parou de repente, como se tivesse arrependida de ter falado. Eu baixei a cabeça. – isso não muda em nada os meus sentimentos por você. Eu juro.

Ela puxou me rosto para perto de si, me dando um selinho. Eu estava me controlando para não chorar, não sei se ela percebeu. Nos despedimos de uma forma tão melancólica que sequer gosto de lembrar.

Cheguei em casa numa mistura de vergonha, raiva e revolta. Invadi o quarto da minha mãe com fúria, acordando-a de um sono profundo. Ela levantou-se da cama aflita, ligando a luz e me olhando com profundo pavor. Foi a primeira e única vez que vi minha mãe com medo de mim.

- Por que a senhora não me levou no médico pra fazer a cirurgia de fimose, mãe? – minha voz foi falhando a medida que falava – Por que, mãe? Por que? – e caí num choro intenso, baixando minha cabeça.

Ela me olhava atônita, incrédula.

- Eu passei – continuei, minha voz trêmula – pela noite mais vergonhosa da minha vida. E tudo isso poderia ter sido evitado, mãe. Por que? Só me diz por que, por favor?

- Filho…

Ela se aproximou de mim, com relutância. Ela tocou meu braço de leve, observando minha reação, mas eu estava inerte, completamente entregue a minha tristeza. No fim das contas, ela era minha vida, a única a quem eu poderia recorrer no fim do mundo. Aos poucos, ela foi me acolhendo em seus braços, fungando. Quando percebi, ela chorava também.

- Me desculpe, Bruno! Me desculpa do fundo do meu coração. Eu errei e eu nunca vou me perdoar por isso.

Não sei quanto tempo ficamos ali, abraçados e chorando. Depois, mais calmos, sentamos na mesa da cozinha enquanto ela preparava um chá para nós.

- O pediatra tinha preocupação com sua fimose, sim. Isso não foi um assunto ignorado. Porém, com o passar do tempo, o pediatra chegou a conclusão de que você quebraria o cabresto no começo da sua adolescência e que eu poderia ficar tranquila quanto a isso. Então, eu acreditei. Fui burra, mas acreditei. E esqueci de confirmar isso com você, o que é pior. Pra mim, isso era um assunto resolvido.

Ela terminou a preparação do chá, colocou em dois copos e pôs na mesa, esperando esfriar. Ela se recostou na pia e continuou:

- Quando você me falou em vergonha, você dilacerou meu coração em mil pedaços. Não por culpa sua, mas por minha mesma, pela minha omissão em acreditar no pediatra e não ter procurado saber da verdade quando você entrou na adolescência. Eu sinto muito pela vergonha que você passou.

Seus olhos ficaram marejados. Eu continuava de cabeça baixa, sem conseguir encará-la. A vergonha pela forma como agi, acordando-a daquela forma abrupta, também me consumia.

- Posso saber quem é ela?

- É a Adriana, secretaria do Seu Trajano.

- A Adriana? – pelo seu tom de voz, ela pareceu mais surpresa que o normal.

- Você a conhece?

- Sim – ela pareceu hesitar, mas continuou – Trajano comentou sobre a contratação dela. Não sabia que vocês tinham um relacionamento.

- A gente ficou e hoje… hoje seria o começo do nosso namoro.

Percebi que ela engoliu em seco.

- Eu sinto muito, filho. Lamento o que aconteceu, me culpo pela sua vergonha. Até onde sei, a cirurgia é simples, lembro do pediatra ter comentado. A recuperação levaria algumas semanas.

- O problema não é esse. Como eu vou ficar ausente do trabalho por algumas semanas? Como vou justificar isso? A vergonha disso tudo está apenas no começo. Eu não sei onde enfiar a cara, mãe. Na segunda, eu não sei como vou olhar para a Adriana. – respirei fundo antes de continuar – Eu fico pensando no que ela achou disso tudo, se tem zombado de mim, se está desabafando com uma amiga, rindo do que aconteceu…

- Calma! Ela gosta de você?

- Ela parecia gostar sim. Agora, não sei mais...

- Se ela gosta de você, ela não te humilharia com isso. Pelo contrário, ela estará do seu lado. Ela mandou alguma mensagem?

Tinha esquecido do meu celular, que estava no bolso. Quando abri, havia mensagens dela:

> Adriana: Eu tenho tanta coisa para te dizer, mas não encontro palavras.

> Adriana: Eu vou tentar…

> Adriana: Eu estou apaixonada por você, Bruno. E não falo do que iríamos fazer. Eu falo de sentimento que foi construído dia após dia, com seu cuidado, seu carinho, seu sorriso, seu olhar protetor sobre mim.

> Adriana: Lembro das noites em que você me ensinou sobre investimentos, quando eu precisava me concentrar nas suas palavras, enquanto eu queria mesmo era ficar te admirando.

> Adriana: Ah, lembro de tanta coisa…

> Adriana: Das caronas, das nossas conversas, você comendo sushi pela primeira vez, nosso primeiro beijo, nossos beijos de hoje...

> Adriana: Eu estou com você, Bruno. A noite não terminou do jeito que queríamos, mas isso reforça em mim o desejo de estar contigo nas horas ruins também.

> Adriana: A minha certeza é tanta agora, mas tanta, que eu vou fazer algo que nunca pensei em fazer.

> Adriana: Quer namorar comigo, Bruno?

Mostrei a minha mãe e ela deu um sorriso aliviado.

- Tá vendo, Bruno? Até mesmo nos piores momentos, coisas boas acontecem.

- O que a senhora achou?

- Achei linda a declaração dela. De verdade. Ela realmente gosta de você, me convenci. Entendo que esteja envergonhado, mas não queira deixar esse sentimento maior do que já é. Você terá a mim para superar esse pequeno contratempo. E terá a Adriana também.

Minha mãe sentou-se a mesa e começamos a tomar o chá em silêncio. Depois, ela continuou:

- Gostei da Adriana, ela me surpreendeu.

- A senhora fala como se a conhecesse.

- Não, não a conheço. Só soube dela pelo Trajano.

- É que a senhora pareceu relutante a ela no começo e agora, age como se tivesse sua total autorização – forcei um sorriso.

- Não é isso, Bruno. Nada a ver. Na realidade, me preocupo com relacionamentos íntimos no trabalho.

- E qual é o problema?

- Empresas costumam ter código de ética que regem como relacionamentos entre funcionários podem acontecer. Há regras a serem seguidas. Na PHX não deve ser diferente. E eu sou sua mãe, logo me preocupo com possíveis problemas.

- Não acho que teríamos problemas com isso. Adriana e eu nos damos muito bem. E falo isso profissionalmente mesmo. Agimos com total respeito com nossos cargos. Pode acreditar, mãe.

- Eu acredito. O problema não é agora. No começo, tudo é incrível. Meu medo é se terminarem.

Engoli em seco.

- Ah, mãe, nem comecei a namorar ainda e a senhora já está pensando em término. Tem certeza que gostou dela?

- Gostei sim, menino. Calma. Agora se vocês namorarem mesmo, eu sugiro que vocês comuniquem ao RH da empresa ou mesmo ao Trajano. Seja claro sempre e evite problemas. Promete?

- Prometo. Porém, não sei se vamos namorar.

- Por que não? Você não gosta dela?

- Gosto demais. Tô fissurado nela, mãe. Só que… - relutei um pouco – tenho que fazer essa cirurgia. Não sei como lidar com isso. Não sei qual médico procurar, não sei quanto tempo dura a cirurgia, não sei quanto tempo de recuperação e, pior, não sei como vou avisar na empresa que vou fazer uma cirurgia de… fimose. Quando penso nisso, me causa mais vergonha ainda.

- Você não tem férias para usufruir?

- Até tenho, mas veja, mesmo de férias, duvido que o Trajano me deixe em paz. Ele vai querer me ver pra falar de trabalho. Você sabe, não é? Eu e ele não tratamos investimento como um trabalho maçante. Pelo contrário, nos empolgamos como um hobby.

- Mas por que o Trajano seria um problema?

- Porque não quero que ele saiba do meu problema. Nem ninguém. Só a senhora e a Adriana.

- Hum, entendo.

- Meus amigos fariam muita gozação comigo. No trabalho, alguns funcionários ririam de mim às escondidas. Eu seria piada sussurrada pelos cantos da PHX. Não, não quero isso. Uma coisa é ignorar um apelido como Butt Head, outra coisa é ter um apelido que remeta a fimose. Isso seria muito humilhante, mãe.

- Então, eu tenho uma solução.

- Qual?

- Você tira férias e vamos passar um mês em Belo Horizonte, com a desculpa de que vamos visitar meus pais. E lá, você faz a cirurgia. Para todo mundo, seria uma viagem de reconciliação com nosso passado familiar. Para você, a resolução de um problema. O que me diz?

- Meus avós, mãe? Tem certeza disso? Vocês estão brigados e sem se falar desde antes de eu nascer. E por mim, a senhora quer reconciliação? Não acho justo.

- Calma, Bruno – ela riu – Isso é o que diremos a todos. Lá em Belo Horizonte, nos hospedamos em um hotel, ninguém vai saber. E meus pais não precisam saber. Seremos só nós. Além disso, você pode ficar tranquilo porque eu vou procurar o melhor médico para resolver a questão da fimose com o máximo de cuidado possível. É o mínimo que eu lhe devo. Só peço que confie na mamãe mais uma vez.

Era impossível negar quando ela me oferecia ajuda. A forma como acalentava meu coração e acalmava meus pensamentos me convencia do quanto eu era louco por aquela mulher. Ela era minha vida e cuidou de mim desde muito pequeno, sem nenhuma ajuda externa, sendo apenas nós. Uma onda de culpa se apoderou de mim. E me senti mal pela forma como a tratei quando cheguei em casa. Quis voltar a chorar, mas antes, precisava externar meu arrependimento.

- Me desculpa, mãe. Eu cheguei em casa com muita raiva e quis descontar tudo na senhora. Independente de qualquer coisa, eu jamais poderia esquecer de tudo o que a senhora fez por mim ao longo dos anos. E que foi tudo para o meu próprio bem. Eu sou muito grato por ter a senhora em minha vida. A senhora é meu mundo e eu não sei o que seria de mim seu sua presença. Mil perdões! De verdade!

Ela se levantou, com olhos marejados também e veio ao meu encontro, me abraçando por trás, seus braços envoltos em meu pescoço, me dando muitos beijos na cabeça.

- Eu te amo, Bruno. Você também é meu mundo. Em um mês, tudo estará resolvido. Você vai ver. E você vai dar a melhor noite da vida da sua nova namorada Adriana.

Já no quarto, resolvi responder Adriana, mesmo sabendo que era de madrugada. Considerei a hipótese dela estar acordando, ainda esperando minha resposta.

> Bruno: Sim, eu quero namorar você :)

> Bruno: Mas eu quem deveria ter te pedido em namoro, não você. Agora, estou um pouco envergonhado, mas feliz por namorar você ;)

> Adriana: Não fique com vergonha, Bruno. A ordem dos fatores não altera o produto final.

> Bruno: Eita…

> Adriana: Tô aprendendo com meu professor de investimento.

> Bruno: Ok, mas isso aí é matemática kkkk

> Adriana: Hahahaha bobo, me dá um minuto de fama? Por favor...

> Bruno: Minha resposta é sim, mas…

> Adriana: Mas? :o

> Bruno: Vou tirar férias de um mês para resolver meu problema. Quando eu voltar, vou te pedir em namoro também. Serão dois pedidos. O seu, que já aceitei, e o meu. Espero que você aceite.

> Adriana: Um mês passa rapidinho. E gostei da ideia, mas só posso dar minha resposta quando você pedir rsrsrsrsrs

> Bruno: Acabei de pensar o momento certo

> Adriana: E qual é?

> Bruno: :x

> Adriana: Tá bem, vou aguardar rs

> Bruno: Você vai me esperar?

> Adriana: Ainda me pergunta?

> Bruno: hehe nós vamos ter que namorar dobrado, um para cada pedido de namoro. Você vai aguentar?

> Adriana: Você não tenha dúvida disso :)

> Adriana: Vem me ver amanhã?

> Bruno: Adoraria, mas amanhã já preciso resolver algo da cirurgia. Não quero perder tempo.

> Adriana: Eu entendo

> Bruno: Mas posso te levar pro trabalho na segunda?

> Adriana: Eu adoraria

> Bruno: Combinado. Agora preciso ir.

> Adriana: Tudo bem.

> Bruno: Boa noite, namorada!

> Adriana: Boa noite, namorado!

Na segunda-feira, não tive dificuldades para conseguir um mês de férias. Trajano foi surpreendentemente compreensivo, suspeito até, quando eu disse que queria aproveitar esse tempo para acompanhar minha mãe na viagem que ela faria para Belo Horizonte, por ocasião da reunião com meus avós.

- Sua mãe me falou ontem dessa viagem de última hora. Relação complicada com seus avós, né? Entendo a importância. E mais importante ainda é que você esteja presente, dando apoio a Marluce. E tente aproveitar suas férias também, rapaz. Nada de ficar preso no quarto analisando ações.

Diferente de Trajano, Adriana foi mais manhosa quando contei dos meus planos. Eu poderia tê-la informado por mensagens, no fim de semana mesmo, mas preferi comunicar olhando em seus olhos, para reforçar que tudo aquilo também era por ela.

- Pensei que você resolveria tudo por aqui mesmo. Eu queria estar ao seu lado – ela falou com certa tristeza no olhar.

- Acho melhor resolver isso em outro lugar. Eu quero evitar rumores e comentários desnecessários. Espero que me entenda.

- Entender, eu entendo, mas já estou morrendo de saudade. É isso que me pega. Um mês parece muito tempo agora.

- Eu também vou morrer de saudade, mas não ficaremos sem nos falar e nem de trabalhar juntos. Você tem muita coisa para se reportar a mim, esqueceu? Eu não sairei de perto do celular e seu contato estará na ponta dos dedos.

- Eu vou te encher o saco, você vai ver.

- É o que eu espero.

A estadia em Belo Horizonte seguiu conforme o planejado. Minha mãe organizou tudo com a precisão e o carinho de sempre. A cirurgia (circuncisão) foi feita por um urologista especialista, escolhido a dedo. Não economizamos dinheiro para ter o melhor pré e pós-operatório. O acompanhamento foi rigoroso, uma exigência minha para evitar passar por outra vergonha como aquela. Porém, mesmo assim, momentos vergonhosos continuaram a acontecer. Eu tive que lidar com a presença da minha mãe fazendo o curativo no pênis circuncidado durante os primeiros dias. Eu não sabia onde enfiar a cara, mas superamos isso. Nós prometemos nunca mais tocar no assunto e fingir que nada disso aconteceu.

Durante esse período, é importante frisar, aproveitei para refletir e estudar bastante, não apenas sobre investimentos, diga-se de passagem. Sentia-me em dívida com Adriana e queria a todo custo apagar a péssima impressão que ela teve em relação a nossa primeira vez. Eu tinha um mês para aprender, mesmo sabendo que não seria suficiente.

Além disso, mantive contato constante com Adriana, o que nos permitiu aprofundar mais ainda nossa relação. Trajano também esteve em contato comigo, sempre me perguntando pelas férias e, claro, falando sobre investimentos. Meus amigos queriam saber mais sobre meu estado civil, mas eu disfarçava com respostas evasivas, enfatizando o quanto estava ocupado com o trabalho.

Meu retorno aconteceu numa sexta, embora eu tenha dito para Adriana que seria dois dias depois, num domingo. Foi lindo ver sua reação de espanto quando cheguei em sua casa, no dia seguinte, para chamá-la para almoçar com um buquê de flores. Enquanto ela se arrumava, pude conversar um pouco com seus pais, que me pareceram pessoas bem simpáticas e confortáveis com o fato de sua filha sair comigo.

Adriana apareceu vestindo um vestido vermelho, justo na cintura e um pouco acima do joelho. Sua maquiagem me passava, por incrível que pareça, uma ideia de cumplicidade. Ela usava uma sandália rasteira e uma bolsa pequena, ambas nas cores bege. Antes de sairmos, ela sentou-se ao meu lado, me dando aos mãos:

- Pai e mãe, esse é meu namorado Bruno, que tinha falado a vocês.

Reagi com surpresa e um pouco envergonhado, mas os pais dela foram absurdamente agradáveis comigo, deixando o clima bem leve. Adriana, então, estava radiante, não escondendo a satisfação por me namorar.

- Você é o segundo namorado dela e o primeiro que ela nos apresenta – comentou o pai dela.

- O primeiro nem conta, pai. Para todos efeitos, sinto como se Bruno fosse meu primeiro namorado de verdade – ela me deu um sorriso, exalando felicidade.

Para surpresa dela, eu a levei direto para um motel chique da grande SP, que é reconhecido também pela sua bela culinária. Escolhi uma suíte com hidromassagem. E certifiquei-me também do sofá e de haver muitos espelhos.

- Acho que agora quem está tensa sou eu – ela brincou enquanto entrava pelo quarto – O que você fará comigo, Bruno?

- Tudo.

Eu sabia que ainda passava por um período que o urologista chamou de readaptação sensorial, algo normal em que faz a circuncisão. Porém, eu não deixaria o medo comandar o que eu sentia por ela. Eu tinha pressa e desejo de tê-la para mim. A necessidade de substituir memória ruins era urgente. Tive que respirar fundo, torcendo para que ela não percebesse minha hesitação inicial. Havia chegado o momento. Era hora de colocar tudo em prática.

Aproximei-me dela e começamos a nos beijar com vontade, relembrando aquele dia na praça, mostrando o quanto a saudade era latente. Eu me tremia um pouco, meu toque ainda era vacilante, muito ansioso para colocar em prática o que aprendi no meu mês de férias.

Ela tentou tomar a iniciativa, mas não deixei. Eu a sentei na beirada da cama e tirei suas sandálias. Depois, levantei-a com calma, tirando seu vestido, revelando um sutiã e uma calcinha sedutora nas cores vermelhas, a mesma do vestido.

- Minha dama de vermelho – sussurrei, com safadeza.

Ajoelhei-me e enchi sua barriga de beijos, enquanto massageava suas coxas, seu quadril e sua cintura. Ela acariciava meus cabelos e gemia baixinho, já arfando, de olhos fechados, murmurando alguma coisa inaudível para mim.

Depois, virei-a de costas, colocando delicadamente seu cabelo para frente para poder desamarrar seu sutiã, que em seguida caiu no chão. Puxei-a pela cintura para ir de encontro ao meu corpo, meu pau amassando sua bunda, para um gemido mais alto dela.

Passei a beijar seu pescoço e minhas mãos começaram a subir perigosamente em direção aos seus seios, para então segurar com vigor e também com delicadeza enquanto ela me entregava mais gemidos e começava a rebolar sentindo meu pau.

Dei-lhe um chupão gostoso e ela gritou com manha. Dei-lhe outro, ela contorceu-se dessa vez. Sua mão direita veio para trás, pousando em minha nuca, me acariciando. A outra, arrepiada, ficou em cima da minha, permitindo-se ser guiada pelos meus movimentos coordenados em torno do bico dos seus seios.

Virei-a de frente novamente. Puxei com força para vir de encontro a mim. Ela deu um gritinho e um sorriso safado, mas eu não estava para “brincadeira”. Dei-lhe mais um beijo potente, nossas línguas lutando por espaço. Depois me ajoelhei novamente e comecei a remover vagarosamente sua calcinha. Quando fiz isso, levei aquele tecido diminuto e encharcado ao meu nariz, sentindo seu cheiro nada menos que viciante.

Sua bocetinha estava raspadinha, bem diminuta, eu poderia jurar que ainda era intocada. Levei-a até a cama e fiz ela se deitar na beirada, de pernas abertas, deixando sua intimidade completamente exposta para mim. Olhei-a e seus olhos estavam carregados de luxúria. Ela mesma segurou suas pernas, como se me desse autorização para o que eu quisesse fazer.

Sentei no chão e comecei a chupar sua bocetinha. Era a primeira vez que fazia isso e torcia para que aquelas dezenas de horas perdidas naqueles vídeos, que ensinavam como fazer uma mulher gozar, me ajudassem nessa hora derradeira.

Me guiei pela sua respiração ofegante, pelas suas falas abafadas.

- Sim… ai… é ai mesmo… não para… continua… ai, assim… assim… assim… isso, faz assim… vai, amor!

Quando escutei “amor”, senti como uma descarga elétrica em meu corpo, me fazendo chupá-la com mais afinco. Passei a me concentrar em seu clitóris e com dois dedos, em desbravar sua vagina completamente molhada.

- Continua, amor. Não para, por favor. Eu vou… eu vou goz… eu vou gozaaaaar!

Ela começou a se contorcer. Suas pernas se cruzaram, prendendo minha cabeça, mas ainda assim, não parei. Ela gritou, esperneou e gemeu de forma obscena como uma verdadeira gata no cio. Os espasmos da sua vagina em meus dedos, que continuavam lá, me deixaram louco só de imaginar a sensação que teria se fosse com meu pau. Não me mexi mais, esperando ela se acalmar.

Ela ficou de olhos fechados, respirando pesadamente. Seu semblante era de pura satisfação. E eu estava em êxtase. “Primeira parte concluída com sucesso”, eu pensei. Caminhei e me sentei no sofá, ainda vestido. Não tinha tirado qualquer peça de roupa ainda. Quando a sensação do orgasmo diminuiu, ela se virou de bruços na cama, realçando suas curvas e sua bela bunda, bem arrebitada.

- Tem certeza que essa é sua primeira vez? – ela me perguntou um tanto desconfiada, ainda arfando.

- Sim. Eu me preparei para você, Adriana. – respondi com confiança, para não deixar qualquer dúvida da verdade.

Ela assentiu satisfeita. Seus olhos passaram a ser puro tesão.

- Agora é minha vez de retribuir.

Mordendo os lábios, Adriana veio até mim como daquela vez, de joelhos, engatinhando, toda manhosa. Ela tirou minha roupa devagar, cada peça sendo jogada distante. Eu a encarava com desejo, meu pau em riste, a glande sempre livre, sem nenhuma pele para atrapalhar.

Quando fiquei completamente nu, pude nos admirar pelo espelho. Eu, um corpo em forma, com algum músculo, sentado e de pau duro como pedra, e ela de quatro, arrebitada, bunda avantajada, os cabelos lisos e longos escorrendo pelas suas costas, prestes a me abocanhar, para continuar de onde paramos naquele dia.

Ela começou devagar, com sua língua deliciando-se pela listrinha do meu pau. Depois desceu até meus ovos, apenas com a língua. Depilar 100% essa região se tornou uma decisão acertada, pensei na hora. Ele voltou a subir, deliciando-se por cada centímetro, aos poucos deixando bem babado. E sempre me olhando.

Então, ela abocanhou a glande de leve, me punhetando na base. Nesse momento, temi um pouco a tal “readaptação sensorial”, mas tudo que senti foi um imenso prazer. E sem tirar a boca, ela começou a sugar, produzindo um som característico, que me obrigou a ter muito autocontrole para não gozar ali mesmo. Tive que colocar minha cabeça para trás, pois não conseguia “aguentar” aquela sensação deliciosa.

Aos poucos, ela foi deixando meu pau penetrar mais ainda em sua boca, mantendo ainda o ato de sugar. A pressão que ela fazia no meu pau era delirante, me fazendo revirar os olhos. Ela percebeu meu prazer e parou por um instante, me encarando satisfeita com seu “trabalho”.

Ela voltou a me abocanhar, mas dessa vez, ela passou a me punhetar com a própria boca. Um vai e vem gostoso, quentinho, deixando meu pau bem agasalhado entre seus lábios, sua língua e sua boca. O som que fazia agora é obsceno, um “glup-glup-glup” que já me viciava, algo que eu iria querer para sempre.

Passei a gemer e ela apressou mais ainda o movimento. Sua mão abraçou a base do meu pau e passou me punhetar junto com sua boca. Eu estava gemendo, balbuciando palavras entrecortadas, sem mais controle sobre meus atos.

- Eu vou gozar – foi o máximo que consegui dizer em meio a minha respiração ofegante.

E enchi sua boca com meu sêmen. E ela se fechou em torno do meu pau, que latejava e expulsava jatos e mais jatos dentro da sua garganta. Eu só conseguia gemer e me contorcer. Quando terminei de gozar, ela largou meu pau e mostrou a boca com meu sêmen branco, volumoso, fruto de dias sem me masturbar, numa preparação feita exclusivamente para ela.

Então, ela engoliu tudo e mostrou sua boca limpa, comprovando que engolira tudo. Depois, ela começou a limpar meu pau, abocanhando e lambendo cada parte. Quando terminou, fomos sinalizado de que nosso almoço tinha chegado.

Comemos com calma, conversando com cumplicidade e desejo. Fizemos coisas apaixonadas como dar comida na boca do outro, cruzar os braços para beber vinho, essas coisas. Depois, sentei na cabeceira da cama e ela aninhou-se em meu colo. Ficamos trocando beijos de leve em meio a conversa e sorrisos apaixonados. O clima foi esquentando aos poucos e não demorou para eu estar de pau duro novamente.

- Eu tenho um pedido – ela parou, de repente, encarando-me com desejo – Eu sou tua namorada, Bruno, mas aqui, eu quero mais. Eu quero que você me coma como uma puta, que faça o que quiser e que tenha todo prazer do mundo. Eu quero me entregar a você, pois um mês foi tempo demais para segurar esse desejo. Não quero que tenha pena de mim e goze onde você quiser, quantas vezes você quiser. Não vou engravidar, pois isso não tem como acontecer. Eu tomo anti. Então, não tenha medo de nada. Tome posse de mim e me tenha de um jeito que só você poderá ter, e mais ninguém.

O pedido me surpreendeu. Claro que eu desejava transformá-la em minha putinha com o passar do tempo. Os vídeos pornôs que me davam mais tesão eram aqueles em que a mulher se tornava uma putinha devassa e submissa. Não esperava que ela quisesse isso já na nossa primeira vez. Isso só reforçava o quanto sua vida sexual era muito mais madura que a minha.

Até quis refletir mais sobre isso, mas tudo que fiz foi respondê-la com beijos. Minha segunda cabeça voltou a dominar minhas ações. Do jeito que ela estava, eu ajustei seu posicionamento para que ela sentasse no meu pau. Ela estava muito molhada, o que fez a entrada não ser tão sofrida para ela, apesar do gemido forte.

Ela ficou de cócoras e eu pus minhas mãos por baixo da sua bunda, segurando com firmeza. Ela começou a se movimentar forte, mas seguindo a cadência que eu fazia com minhas mãos. O som da sua bunda batendo no meu quadril me deixava louco, me fazendo inclinar meu pau mais ainda pra cima, pra que a cada enterrada, eu a penetrasse mais fundo.

Seus gritos foram aumentando à medida que ela quicava no pau. Ela balançava a cabeça, ora pra frente, ora pra trás, com seus cabelos voando. Ela revirava os olhos, gemendo. Então, ela caiu com os seios em me rosto, balançando de um lado para outro, e eu procurava os bicos para mordiscar e chupar, fazendo ela delirar de prazer.

Então, deitei-a na cama e comecei um papai e mamãe intenso. Enquanto me movimentava dentro dela, beijei-a com intensidade. Suas mãos arranhavam minhas costas, as minhas prendiam seus cabelos, segurava seu rosto, posicionava sua boca ao alcance da minha. Ela ofegou, quis procurar ar, mas não deixei. Estoquei quase até o ponto de gozar.

Depois coloquei ela de quatro, na beirada da cama. Tive que me afastar um pouco, pra admirar aquela visão do paraíso. Ela me olhou por cima dos ombros, com uma cara de safada, e me provocou.

- Que foi? Já cansou?

Mordi os lábios e encaixei meu pau em sua bocetinha. E estoquei com força. Sua bunda batia violentamente em meu quadril, minha mão em seus ombros a puxava mais ainda para perto de mim, encurvando sua coluna, deixando-a empinada. Seus gritos aumentaram e eu aumentava a velocidade.

Veio a vontade de gozar, pensei em segurar, mas a pose estava tão incrível, junto com aquela visão, que eu preferi deixar seguir. Bombei forte, com vontade, suor espalhado pelo meu corpo, pingando na bunda dela.

- Não queria ser minha puta? Pois eu vou gozar, minha putinha safada. Eu vou te marcar. Depois de hoje, você será só minha.

- Serei só tua. Goza em mim. Me marca, por favor.

Estoquei mais uma pouco e enchi a bocetinha dela com meu sêmen. Era a segunda vez que eu gozava e agora parecia ter saído mais ainda.

Soltei seus ombros, mas continuei dentro dela, arfando e respirando com dificuldade. Ela enterrou a cara no colchão, de olhos fechados, ainda delirando de prazer. Quando pensei em sair, ela me pediu, ofegante, pra continuar como estava.

- Não sai, fica aí mais um pouco, a sensação está boa.

Ela passou a se masturbar de leve. Percebi isso quando sua mão deslizava da boceta e encostava no meu saco. Ela fez isso até falar que ia gozar novamente.

Então, senti sua vagina se contrair mais uma vez, só que dessa vez com meu pau dentro. A sensação foi indescritível e meu pau, que estava amolecendo, voltou a ficar duro novamente enquanto ela se contorcia. Eu tive que segurá-la pelo quadril para ela não sair da posição em que estávamos. Ela não apenas gemeu, mas gritou violentamente.

Quando ela se acalmou, ela pediu para eu gozar novamente naquela posição. Ainda sem tirar o pau, fui movimentando devagar, com cadência. Até aquele momento, a gente mais agia que conversava, mas aos poucos, fomos falando obscenidades também, muito disso sendo incentivado por ela.

- Fala para mim, gostoso. Fala, vai. Diz o que tu sente. Tá gostando de comer tua putinha, tá?

- Muito! Você não sabe o quanto te desejei, Adriana.

- Pois aproveite porque eu seria tua para sempre.

- Para sempre?

- Sim, somente tua. Quero que você me coma todo dia…

- Eu vou te comer todo dia, eu vou te fazer gozar sempre, eu vou te viciar no meu pau

- Eu acho que já estou viciada.

- E como sabe?

- Porque não quero tirá-lo de dentro de mim, nunca mais.

- Ah, safada. Vou te dar meu sêmen novamente, vou te marcar sempre, minha marca vai estar em você todo dia sem ninguém saber, nem suspeitar, só eu e você, minha putinha.

- Ai, amor… já estou toda arrepiada só de imaginar trabalhando toda gozada pelo seu leite.

- Eu quero isso, putinha. Você é minha puta e eu vou fazer o que eu quiser.

- Faz o que quiser comigo, eu me entrego totalmente a ti. Você não sabe o quanto esperei alguém como você.

Aumentei as estocadas e não demorei muito para gozar dentro dela novamente. Em seguida, deitamos na cama, exaustos. Ela se aninhou nos meus braços, procurando acalmar sua respiração. Eu fiquei massageando suas costas enquanto isso. Acabamos dormindo um pouco.

Quando acordamos, voltamos a ter carícias e preliminares, o fôlego estava nas alturas.

- Adorei essa ideia de você me marcar – ela confessou, entre beijos – Eu fiquei louca quando você disse isso. Quero que você me marque em todos os buracos possíveis.

Então, ela se levantou, foi até uma mesa e pegou um frasco de lubrificante.

- Para ficar completo, falta você comer meu cu. Quero que goze dentro e me marque completamente como sua mulher.

Meu pau endureceu mais ainda.

Ela veio com o frasco e ficou de quatro, na beirada da cama novamente. Ela pegou um pouco de lubrificante com as mãos e começou a passar no seu cuzinho, inicialmente enfiando um dedo e depois dois. Em seguida, ela olhou para mim, como uma safada:

- Não vai me ajudar?

Fui até ela, peguei o frasco de sua mão, rememorando um vídeo que vi sobre como fazer um sexo anal bem feito. Esse foi um dos primeiros que vi enquanto estava de férias. Adriana tinha uma bunda grande e arrebitada. Comer seu cuzinho era um dos meus desejos mais profanos envolvendo ela, o que quase sempre imaginava quando me masturbava pensando nela.

Comecei enfiando dois dedos de uma vez, o que fez ela dar um grito de dor, me fazendo parar:

– Vai com calma com esse dedo, safado. Me arromba devagar...

Um pouco frustrado pelo meu erro de principiante, engoli em seco, mudando a abordagem. Passei a enfiar um dedo, até ela se acostumar. Depois enfiei o outro e segui o processo até ter três dedos no seu cuzinho. Dessa vez, fui devagar, com calma, sem ser afoito, alargando seu orifício. Ela gemia baixinho, ofegante. Quis perguntar se ela já tinha feito anal antes, mas optei por ficar quieto. Quando achei seu cuzinho bem relaxado, retirei meus dedos e lubrifiquei bem o meu pau, tanto que pingava.

- Mete esse pauzão no meu cuzinho, amor. Eu não aguento mais esperar.

Ela ajeitou o corpo, ficando mais empinada ainda, com os cotovelos apoiados na cama e o rosto para baixo.

Posicionei meu pau no seu cuzinho e fui entrando vagarosamente. Apesar de relaxado, a entrada foi difícil e dolorosa. Ela levantou a cabeça e pude ver sua expressão pelos espelhos. Ela fechava os olhos com força e apertava os lábios. Por um momento, me preocupei.

- Quer que eu pare?

- Não. Continua entrando devagar, logo me acostumo.

Fui penetrando com cuidado, pedacinho por pedacinho. Ela fazia um esforço tremendo, seu corpo suando bastante. Ela arfava e dava gritos a cada centímetro que eu adentrava dentro do seu rabo.

- Pronto, safada. Entrou tudo. Meu pau está todo dentro do seu cuzinho.

Ela ainda não conseguia falar, fazendo um esforço grande para acostumar-se àquela penetração. Achei que aquela era sua primeira vez dando o cuzinho, de tão apertado que estava.

Passei a massagear seu clitóris. Aos poucos, ela foi relaxando, sua postura deixando de ficar tensa. Ela começou a rebolar a bunda devagarinho, bem tímida ainda. Com minha outra mão, derramei mais lubrificante no seu rego e também em sua bunda, espalhando em seguida, como se fizesse uma massagem.

Então, ela começou um vai vem mais intenso, controlando a entrada e a saída do meu pau no seu cuzinho. E quando ela vinha, eu empurrava meu pau mais pra frente, para penetrá-la mais fundo, fazendo-a dar uma gritinho de susto e de tesão.

Aos poucos, passei a eu mesmo bombar em seu cuzinho. Fui aumentando o ritmo a medida que ela reagia com gritos e gemidos. Ela começou a pedir mais forte, eu perdi a noção, me entregando completamente ao prazer e a sodomia.

- Arregaça meu cu, Bruno. Toma ele todo para ti. Mostra pra mim que meu cuzinho é somente teu.

Passei a estocar com força. Coloquei novamente minhas mãos em seus ombros, deixando-a cravada em mim, empalada pelo meu cacete duríssimo. Ela empinava mais ainda, como se quisesse facilitar o caminho para o meu pau.

Comecei a enlouquecer e bati na sua bunda uma vez. E outra. E mais outra. E mais forte. Ela gritava e pedia mais.

- Bate mais… bate mais forte… arregaça essa puta, Bruno. Vai...

- Eu vou gozar no teu cuzinho, puta – e dava outra palmada em sua bunda.

- Isso, goza, marca meu cuzinho também

Bombei como um louco até que gozei profundamente. Ela enterrou novamente o rosto no colchão, em êxtase.

- Ai, amor, ai... leitinho quente no meu cuzinho… que delícia! Que gostoso! Acho que vou viciar nisso também. Acho que vou ter que dar meu cuzinho toda hora agora…

- PQP, eu não sabia que isso seria tão bom.

Ela deitou na cama, de bruços, e eu caí em cima dela, ainda com meu pau engatado em seu cuzinho. Nessa posição, começamos a nos beijar e trocar carícias. Foi engraçado lembrar pois eu e ela tentamos a nos rastejar para o meio da cama sem que meu pau saísse do seu cuzinho, mas não conseguimos. Rimos da situação.

Ela continuou de bruços, rebolando a bunda bem arrebitada e provocativa.

- Mete de novo no meu cuzinho, mete!

Meu pau tinha perdido um pouco da dureza, mas ainda estava duro. Me posicionei atrás dela e meti novamente em seu cuzinho, ficando em cima dela. A entrada foi facilitada pelo meu gozo prévio. Ela posicionou suas mãos ao lado da cabeça, em posição de rendição. E passou a apertar meu pau com o cuzinho, me deixando louco.

Meu tesão era tremendo e não durou para meu pau ficar totalmente em riste mais uma vez. Segurei suas mãos, deixando-a completamente presa abaixo de mim.

- Arrebita essa bunda, vagabunda. Bota esse cu lá pra cima.

Ela empinou e eu voltei a estocá-la com profundidade. Eu sentia meu pau lá dentro e ela apertava o cuzinho, me deixando mais alucinado. Ora eu aumentava a velocidade, ora cadenciava. E ela me enchia de obscenidades. Passamos um bom tempo assim, pois eu tinha gozado quatro vezes, mas ela não me deixou parar.

Então, meio que inesperadamente, ela gozou com meu pau no seu cu, sem qualquer estímulo na sua bocetinha. Senti uma sensação única e inexplicável no meu pau, com ela apertando com o cuzinho também. Ela pediu pra eu parar um pouco, mas eu fiz o contrário, e aumentei a velocidade, deixando-a louca. Não resisti com tamanho tesão e gozei mais uma vez, mas dessa vez em menor quantidade.

Ficamos um pouco na posição de bruços, ainda ofegantes, mas logo deitamos de costas, procurando acalmar nossa respiração.

- Foi incrível – ela riu – Não sabia que você tinha tanto pique.

- Passei um mês guardando tudo para você, meu amor.

- “Meu amor” é?

- Escutei você me chamando assim e gostei. Agora retribuí.

- Gostei. Meu amor!

Ainda passamos mais algumas horas no motel. Ficamos na hidromassagem, apenas namorando por um bom tempo. Depois, fizemos um 69 delicioso e calmo, que demorou bastante também, principalmente porque já tínhamos gozado várias vezes. Houve mais penetração, experimentamos novas posições, mas só gozei mais uma vez, dentro da sua bocetinha, com ela toda aberta em cima da mesa, com suas pernas em cima dos meus ombros.

Ainda quis fazê-la gozar mais uma vez, mas ela disse que não aguentava mais por estar muito sensível. De todo modo, foi tudo uma delícia e sentia que tinha superado as expectativas, compensando aquela noite péssima. Essa seria a minha verdadeira primeira vez, inesquecível para mim e tomara que para ela também.

Ao sair do motel, apesar de exaustos, a levei na mesma praça, aquela antes da nossa primeira vez frustrada. E lá, eu a pedi em namoro.

- Quer namorar comigo, Adriana?

- Quero! Claro que quero!

Nos beijamos muito. Então, ela brincou:

- Agora vamos ter que namorar em dobro, hein? – e rimos.

Eu estava nas nuvens, verdadeiramente feliz. No dia seguinte, eu a levei à minha casa, para apresentá-la a minha mãe. Ela e minha mãe se deram bem de imediato, logo estavam trocando figurinhas. Eu olhava em silêncio, admirado, enquanto elas conversamos com uma intimidade que chegava a me assustar às vezes, por ter sido repentino. Porém, fiquei feliz com isso, era como se minha mãe me desse sua benção para meu relacionamento.

Nosso namoro foi muito intenso nos próximos meses. Sempre estávamos juntos e toda oportunidade que tínhamos, transávamos sem parar. Podia ser no motel, no meu carro, na casa dela quando os pais saíam ou na minha casa, quando minha mãe saía. Apesar disso, mantínhamos uma postura estritamente profissional dentro da PHX, pois não queria ultrapassar limites.

Porém, para evitarmos qualquer tipo de problema, eu comuniquei ao Trajano e ao RH da empresa sobre meu relacionamento com Adriana, o que foi bem recebido por todos. Eu ter pleno conhecimento das regras de conduta e de ética da empresa facilitou todo processo.

- Nem precisava de tanto formalismo, Bruno – enfatizou Trajano em sua sala, com Adriana ao meu lado – mas eu entendo a necessidade de seguirmos o processo. Você é parte inerente da PHX, sei que está tão focado no crescimento da nossa empresa quanto eu e meus sócios. Sei que você e Adriana agirão com extremo profissionalismo, tenho certeza disso. Você, Adriana – ele se virou para ela – é uma menina competente, a quem enxergo muito potencial. Que vocês sejam felizes!

Não demorou muito e combinamos uma saída com meus amigos. Fomos em uma balada e Remo e Erica foram bastante amigáveis com Adriana, deixando-a bem confortável. Denis também estava lá, mas ela já o conhecia. Tivemos outras saídas juntos, mas não tanto. O que realmente funcionava para nós eram as saídas somente a dois. Era a preferência dela, inclusive.

E tivemos muitas saídas: restaurantes, exposições, parques, baladas, etc. E viagens, fizemos várias, incluindo Gramado, que ela tanto sonhara. A primeira vez no cinema foi marcante. Quando terminou o filme, lembro dela ter tirado uma foto nossa em frente a um espelho. A foto ficou ótima, mas ela não tinha mais Instagram, por traumas do seu namoro antigo, então não postou. Eu também não insisti e nem postei no meu Instagram, que não era acessado fazia anos. Provavelmente, nem tinha mais conta.

Veio a pandemia e foi um choque para todo mundo. Na primeira onda, eu fiquei em casa com minha mãe e Adriana ficou com seus pais. A PHX passou a trabalhar remotamente. Foi um momento difícil, pois a saudade e o tesão nos maltratavam diariamente.

Quando a situação melhorou, a PHX voltou parcialmente, sendo dois dias na semana presencialmente, com várias regras de proteção a serem seguidas. Quando eu e Adriana nos vimos pessoalmente pela primeira vez em muitos meses, não resistimos e transamos no meu carro antes de deixá-la em casa.

Na segunda onda, o arranjo foi diferente, fruto da confiança da minha mãe e dos meus sogros no nosso relacionamento. Eles optaram por ficarem sozinhos e Adriana ficou enclausurada comigo, na minha casa. Minha mãe, por outro lado, disse que ficaria na casa de Trajano e de Cecília. Eu estranhei demais e questionei, obviamente. Ela fez pouco caso disso.

- A filha deles pegou covid, mas já está curada. Ela está com umas sequelas, mas o médico disse que ela vai se recuperar. Então, vou para ajudá-los. Vai ficar tudo bem. Além disso, sei que você adorará ficar sozinha com sua namorada. Não derrubem a casa, por favor – e me deu uma piscadela.

Eu quis me perder em pensamentos antigos sobre qual filha tinha contraído covid, mas Adriana, com seus beijos, não me deu tempo para isso.

Os meses enclausurados com Adriana foram de sexo sem parar. Eu a comi em todas as posições possíveis, em todos os locais possíveis da casa, em todas as horas possíveis também. Fiz até reunião com um cliente enquanto ela me chupava embaixo da mesa da cozinha, tamanha loucura que foram aqueles dias. O tesão era imenso e tínhamos uma química absurda. Ela era minha putinha, sempre deixando claro o quanto era minha “propriedade”, nesses termos.

A segunda onda se foi, as pessoas começaram a sair de casa e nós começamos a voltar para o presencial. A terceira onda foi branda, pelo menos para mim. Não lembro de termos feito nada de diferente do que as proteções habituais como usar máscaras e álcool em gel.

O final de 2021 encaminhava bem para sairmos daqueles tempos sombrios. A vacina era uma realidade e os casos diminuíam em gravidade. A confiança aumentava de forma generalizada. E meu desejo de querer algo a mais com Adriana também.

Secretamente, passei a imaginar uma vida a dois com ela, um casamento, filhos, essas coisas. Eu ia formulando a ideia aos poucos, procurando sanar minhas próprias dúvidas. Quando achei que estava convicto de que realmente queria isso, passei a projetar como faria o pedido de casamento. A vida, porém, estava preparando um roteiro diferente para nós.

Era um dia normal na PHX quando Trajano me chama em sua sala. Em suas mãos, um convite, que ele me entregou com pompas. Quando abri, havia um texto feito especialmente para mim.

“Querido Bruno,

Eu te tenho como um filho e espero que você nunca se esqueça disso. Por isso, estou te convidando para meu aniversário de 60 anos, a ser realizado no jardim de minha casa. Eu conto com sua presença e de sua namorada, minha queridíssima Adriana.

Sua presença é fundamental. Minha celebração não estará completa sem você.

Cordialmente,

Trajano!”

Um nome veio em meus pensamentos, algo que eu jurava ter esquecido, enterrado no fundo das minhas lembranças mais antigas. Senti um frio na barriga, mas mantive-me firme.

- O que foi? Não gostou? – me perguntou Trajano, curioso.

- Não é isso – pigarreei, querendo disfarçar a confusão dos meus pensamentos – É que fiquei abismado com tamanha honraria. Suas palavras me emocionaram. Muito obrigado por toda esse consideração, Seu Trajano. Tenho pelo senhor o maior respeito. Com certeza estarei em seu aniversário.

Quando contei a Adriana sobre o convite, ela hesitou um pouco.

- Ai amor, eu fiquei nervosa agora.

- Por que?

- Porque eu acho que eles são chiques, ricos. Não sei o que devo vestir, nem como me portar em ambientes assim.

- Que bobagem, Dri – dei de ombros – Você estará lá comigo, como minha namorada, a mulher mais linda daquele local. E sou de casa, tudo ficará bem. É uma celebração ao Seu Trajano, a quem devemos muitos.

- Verdade! Não podemos faltar. Eu sei. – ela resignou-se, ainda desconfortável.

O aniversário seria num sábado, algumas semanas depois, mas até lá, uma inquietação foi crescendo dentro de mim. Eu evitava nomear e dizia a mim mesmo que tudo era uma grande bobagem, uma ilusão criada para me autossabotar. Mas foi difícil disfarçar.

- Você está bem? Tô te achando mais pensativo nos últimos dias – Adriana me questionou enquanto ia deixá-la em casa.

- Ah, é esse sobe e desce do mercado brasileiro, essa imprevisibilidade, a crise política, essas coisas – menti, mas acho que ela acreditou.

No dia do aniversário, Adriana se arrumou em minha casa. Ela usava um vestido longo e rosa. Minha mãe usava um vestido na cor de pêssego. Ambas estavam com coque no cabelo e uma maquiagem belíssima, feita por uma profissional que as atendeu em casa. Eu estava ajustando meu paletó na cor azul escuro em frente ao espelho de corpo inteiro no quarto da minha mãe. Eu me via agradável, bastante diferente de anos antes. Porém, minha mente estava polvorosa como nunca. De todo modo, era algo que eu tinha que encarar. Era suportar algumas horas, sem esquecer que eu tinha namorada e ela se chamava Adriana, minha futura noiva e esposa, muito embora ela ainda não soubesse disso naquele momento.

Fomos a casa do Trajano praticamente em silêncio. Dirigindo meu carro, na ânsia de controlar minhas emoções, eu apertava forte o volante e torcendo para que Adriana não percebesse minha ansiedade. Felizmente para mim, ela parecia estar vivenciando sua própria inquietação, fruto da sua inexperiência em lugares chiques. Pelo menos, era o que eu acreditava. Minha mãe não ficou alheia aquele clima, porém.

- Vocês estão tão calados. Está tudo bem entre vocês?

- Sim mãe, está tudo bem. Tô calado porque estou pensando num balanço que li hoje pela manhã – procurei desconversar – Sabe como é, né? Às vezes, não consigo me desligar completamente do trabalho – e ri, procurando seus olhos pelo retrovisor interno do carro.

- Tô bem também, Dona Marluce – limitou-se a responder Adriana, enquanto olhava a paisagem.

- Tudo bem, então – ela deu de ombros.

Quando chegamos, já havia muita gente presente no aniversário. Eu esperava menos gente, mas isso não deveria me surpreender, afinal, Trajano é uma pessoa conhecidíssima, além de muito querida. Estacionei meu carro um pouco distante e fomos caminhando até a recepção, com Adriana de braços dados comigo e minha mãe, ao meu lado.

Na recepção, na entrada daquele imenso jardim tão conhecido por mim, havia uma espécie de portal com os dizeres “Bem Vindo ao Aniversário de Trajano – 60 anos”. Parei um pouco, respirei fundo e atravessei. Senti Adriana apertando meus braços, talvez tentando controlar seu próprio nervosismo. Minha mãe falou algo próximo a meu ouvido, murmurando algo, mas eu só consegui liberar uma risada nervosa.

Depois, um pouco recomposto, levantei os olhos, tentando me situar naquele ambiente tão familiar e, ao mesmo tempo, tão distante de mim. Procurei Trajano entre as mesas, mas quem encontrei fez meu corpo inteiro gelar.

Era ela.

De costas. Sozinha. Estática por um instante, como se aguardasse alguém que ainda não tinha chegado.

Aquela cujo nome eu evitava pronunciar, mas que agora invadia meus pensamentos sem pedir permissão.

“Wanda…”

O nome saiu apenas para mim, num sopro que nem ar tinha.

O vestido azul-turquesa caía em ondas lentas até o chão, abraçando curvas que eu admirei por tantos anos. O coque alto deixava à mostra a nuca que um dia sonhara beijar como promessa. As argolas brilhavam sob a luz suave do jardim, balançando levemente quando ela mexeu o rosto.

E eu paralisei.

O peito afundou, o ar sumiu, e meus pés simplesmente pararam, como se o chão tivesse prendido meus tornozelos. O som ao redor se dissolveu num zumbido distante.

Então ela se virou, apenas o suficiente para que nossos olhares se encontrassem por cima do ombro, como se já soubesse que eu estava ali.

Seus olhos cor de mel me alcançaram com a mesma intensidade de antes, faiscantes.

E, sem que ela dissesse nada, uma memória antiga, abafada há anos, rasgou o silêncio dentro de mim:

“A mulher da sua vida… sou eu”.

Continua...

Espero que gostem. Desde já, ficarei grato com qualquer comentário, crítica ou elogio. Próximo capítulo em alguns dias.

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Comentários

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Pior que a Adriana é amiga do Vitor… Trajano não tem muitos Genros.

Bruno já deveria ter superado, ou vai acabar gerando confusão para os dois casais, já que a Adriana deixou claro que a Wanda não está feliz.

Mas que o cara que ela gostava nunca se confessou.

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PS: aconteceu comigo o que aconteceu com a Adriana, namorado com fimose. Mas sangrou e sangrou muito.

Derepente dois adolescentes em pânico, por que achei que tinha aleijado o menino.

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Afinal não tinha o conhecimento de uma mulher adulta, era só uma menina.

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