Dancei com a minha mãe e senti algo

Um conto erótico de Anônimo
Categoria: Heterossexual
Contém 592 palavras
Data: 24/11/2025 15:01:34

Na quinta-feira à noite, ouvi minha mãe chamando meu pai na cozinha. Ela falava animada, com uma esperança leve na voz:

— Vai ter um show amanhã lá na praça. Toca aquele grupo que a gente gostava… Vamos dançar um pouco?

Ele nem levantou os olhos do celular.

— Já marquei com os caras. Sexta é dia de jogo, cerveja e conversa. Você sabe.

Ela insistiu, tentando sorrir.

— Mas é só um pouquinho… faz tempo que a gente não sai junto.

A resposta veio seca, quase como um tapa:

— Se fosse um tempo atrás, quando você ainda tinha corpo pra dançar, até ia. Agora nem isso direito.

Fiquei parado no corredor, ouvindo tudo. Ela não respondeu. Só ficou em silêncio. E aquele silêncio doeu mais do que qualquer grito.

Na sexta-feira, saí cedo pra resolver umas coisas. Quando voltei, já era quase meio-dia. Entrei devagar, sem fazer barulho. A casa estava com as janelas abertas, o som ligado, e o chão cheirando a produto de limpeza. E ali, no meio da sala, estava ela.

De shortinho curto e um top simples, dançando enquanto passava pano no chão. Tocava um daqueles funks antigos, com batida arrastada e letra boba, mas ela dançava como se estivesse num palco — rebolando com sensualidade e leveza, como se ela fosse uma mulher jovem e segura de si novamente.

Fiquei ali parado, só olhando. Ela não me viu. E eu não quis interromper. Era bonito. Era livre e confesso que me excitava.

Quando ela se virou e me viu, levou um susto.

— Meu Deus, você tá aí? — disse, ajeitando o top que estava quase caindo, envergonhada. — Vou me trocar… já vou desligar essa música.

— Não precisa — falei, ainda parado na porta. — Eu já tava aqui faz um tempo. Tava te vendo dançar.

Ela ficou vermelha.

— Que vergonha… — murmurou.

— Vergonha por quê? — perguntei. — Você tava linda. Nunca te vi dançando assim. Tão à vontade. Com essas roupas, desse jeito… rebolando como se fosse nos bailes dessa época. As meninas da minha idade dançam tudo igual, umas dancinhas ensaiadas, meio vazias. Você não. Você dança de verdade.

Ela riu, mas com um fundo de tristeza.

— Até seu pai disse que eu não sirvo mais pra dançar…

— Se você tivesse num baile com gente da minha idade, ia ser difícil alguém não se apaixonar. Até eu… se você não fosse minha mãe.

Ela me olhou por um segundo. Não respondeu de imediato. Depois sorriu, com um brilho nos olhos que eu não via fazia tempo, e disse:

— Então talvez eu só esteja dançando pro par errado há anos.

Fiquei em silêncio por um instante. Eu sabia que era brincadeira. Mas aquilo mexeu comigo de um jeito estranho. Como se ela tivesse me dado uma chance que eu nem sabia que existia.

Estendi a mão, meio no impulso.

— Então vem dançar com o par certo.

Ela hesitou, mas pegou minha mão. E ali, no meio da sala, entre o balde e o pano, a gente dançou. Rindo, girando, tropeçando nos próprios pés e as vezes nossos corpos ficavam tão colados que eu ficava excitado na hora. Não era um show na praça, mas era o nosso. E quando a música acabou, a gente continuou limpando a casa juntos, como se aquilo tudo tivesse sido só mais uma tarefa do dia.

Mas eu sabia. Ela também sabia. Que, naquele dia, mesmo sem sair, ela tinha dançado. E, de algum jeito, eu tinha conseguido fazer minha mãe sorrir depois de ser rejeitada. E isso, pra mim, já era tudo, pois ela estava gostando e eu também.

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