Já fazia tempo que eu refletia sobre essa possibilidade. Não foi uma decisão súbita, mas algo que se formava em silêncio, como uma ideia que insiste em retornar até se tornar inevitável. O rapaz, também professor, havia tentado algumas vezes se aproximar dela, e essa constância acabou servindo como gatilho. Quando a vida insiste, chega um momento em que não dá mais para ignorar.
A escolha pelo encontro, portanto, não surgiu do nada.
Eu já havia lido algumas mensagens que ele mandara para ela (nada explícito), mas carregadas de uma admiração quase exagerada, como se cada palavra fosse uma tentativa de atravessar uma fronteira invisível. Aquilo ficou guardado em mim, misturado às reflexões que vinham de longe. Com o tempo, percebi que não adiantava apenas observar à distância; era preciso dar forma ao que já acontecia nos bastidores. Foi assim que aceitei a ideia de marcar o encontro, não como impulso, mas como consequência natural de tudo que se acumulava.
Nos encontramos em um bar da cidade, na região dos Altos. O ambiente discreto, com luz amarelada, parecia feito para confidências. Eu já sabia, pelas mensagens que havia lido, que ele nutria uma admiração intensa por ela (nada explícito), mas sempre elogios exagerados, quase reverenciais. Por isso, quando nos sentamos juntos, não me surpreendeu ouvir de sua boca o que antes estava apenas escrito: que estava feliz pelo convite e que a achava especial.
Ele, aos 43 anos, tinha o corpo malhado, tatuagens que apareciam discretamente sob a camisa, e um jeito muito bem apresentável, seguro de si. Minha esposa, aos 60, surgia em contraste: magra, cabelos lisos, seios pequenos, bunda média, vestindo um vestido preto simples, mas elegante. Uma mulher natural, charmosa, sem artifícios apenas a beleza que o tempo molda e que se impõe pela presença.
O encontro no bar era também o encontro de duas gerações. Ele, mais jovem, admirava nela justamente aquilo que não se fabrica: a autenticidade, o charme natural. Ela, por sua vez, parecia se divertir com a atenção, recebendo os elogios com um sorriso contido, mas revelador.
Foi então que percebi o momento em que a atmosfera mudou. As mãos dele repousaram suavemente sobre as coxas dela, e os olhares se cruzaram de forma intensa, silenciosa, como se uma conversa inteira acontecesse sem palavras. Ela não recuava; ao contrário, parecia se deixar envolver. O sorriso se tornava mais aberto, os olhos brilhavam de um jeito diferente, revelando que estava seduzida pela atenção que recebia. Eu, observando, compreendi que aquilo não era apenas um gesto: era o prenúncio do que estava por vir.
Nesse instante, a tensão me tomou por completo. O bar, antes discreto, começou a me parecer arriscado demais. A possibilidade de alguém conhecido entrar e perceber o que eu já havia notado me deixava inquieto. Foi então que decidi: era hora de sair dali.
Quando nos levantamos da mesa, a cena ganhou ainda mais intensidade. Ele se aproximou por trás dela e ficou bem colado ao seu corpo, as mãos firmes em sua cintura. Enquanto caminhavam, inclinou-se e disse algo em seu ouvido. Não consegui captar as palavras, mas vi o sorriso dela surgir, espontâneo, como resposta. O gesto, a proximidade, o tom baixo da voz — tudo indicava que já não havia barreiras entre eles.
Naquele instante, senti-me sobrando. Eu estava presente, mas ao mesmo tempo deslocado, testemunha de uma cena que me deixava cada vez mais consciente do que estava por vir. A tensão se tornava inevitável, e a noite parecia se preparar para guardar segredos maiores.
Conformado de que naquela noite eu seria corno, indiquei uma praça não tão distante, um lugar silencioso onde poderíamos estacionar sem chamar atenção. Ele seguiu em seu carro, nós no nosso. O trajeto foi curto, mas carregado de expectativa.
Na praça, sob a luz fraca dos postes, os carros se alinharam. O nosso, grande e com vidros escurecidos, tornava-se refúgio. Ele entrou primeiro, e logo depois minha esposa se acomodou no banco de trás. Eu, ao volante, sentia a tensão crescer, mas também sabia que o destino daquela noite já estava traçado.
Dentro do carro, o clima já não era o mesmo do bar. O espaço fechado parecia potencializar cada gesto, cada respiração. Ele, que antes se mostrara cortês e reverente, agora revelava outra face: intensa, predadora, quase enlouquecida.
O beijo começou carregado de desejo. Suas mãos firmes deslizaram pela alça do vestido preto, que caiu, revelando os seios pequenos. Ele não hesitou: encarou por um instante, como se quisesse gravar a imagem, e logo abocanhou, fazendo-os desaparecer sob sua boca.
Minha esposa, seduzida, não recuava. Ao contrário, parecia se entregar cada vez mais, deixando-se conduzir pelo ritmo que ele impunha.
Mas não parou aí. Enlouquecido, abriu sua calça, colocou seu pau para fora e levou as mãos de minha esposa até seu membro duro enquanto ainda degustava os seios dela. Não satisfeito, pediu para que ela chupasse sua pica, sendo atendido sem mais delongas. O carro, discreto e escuro, tornava-se palco de uma cena cada vez mais intensa, marcada por respirações aceleradas, gestos firmes e a sensação de que nada poderia contê-lo.
No ar, as únicas palavras eram dele, do tipo: "estou fodendo sua boquinha".
Eu, ao volante, sentia o peso da cena. Testemunhava em silêncio, consciente de que aquela noite já havia ultrapassado qualquer limite que eu imaginara.
Quase que num instante, ele sobe o vestido de minha esposa, que ficou todo abarrotado em sua cintura, somente um amontoado de tecido. Ele a posiciona, tira sua calcinha branca, joga quase debaixo do banco com rapidez, vestiu uma camisinha e, na posição de lado, começa a fodê-la impiedosamente.
Movimentos rápidos e fortes tomaram conta, acompanhados de sons e gemidos.
Por um lado, o professor dizia "toma, toma" e, do outro lado, a professora, entre altos gemidos, respondia "isso". O tempo, ali dentro, parecia suspenso — não sei dizer se foram minutos ou mais, apenas uma sequência de instantes em que ora eu desviava o olhar para fora, tentando respirar, ora voltava a encarar a cena, tenso com tudo o que acontecia diante de mim.
Chegou a um ponto em que ele já não conseguiu conter-se.
Num movimento brusco, puxou-a pelo cabelo, conduzindo o corpo dela até a altura de sua cintura.
Aos gritos de "vou gozar", começou a jorrar seu leite por todo os seios dela.
O instante final foi marcado por um silêncio denso. Ele, ofegante, ajeitou-se rapidamente, recompôs a roupa com gestos apressados e saiu do carro sem olhar para trás. A transformação que havia tomado conta dele dentro do veículo parecia se dissipar, deixando apenas o rastro de uma noite que não poderia ser apagada.
No banco de trás, minha esposa permanecia quieta.
Antes de ajustar o vestido novamente, precisou espalhar com as mãos a enorme quantidade de leite lançado sobre os seus seios, como se fosse um gesto necessário para recompor a aparência.
O semblante, porém, continuava marcado pela intensidade do que vivera, revelando que nada poderia apagar aquele instante.
Dentro de mim, a tensão se misturava com uma estranha aceitação. Eu sabia que aquela noite não seria esquecida, mas não sabia se seria revelada, se algum dia escaparia para além de nós. O medo de que aquilo pudesse vazar se misturava ao impacto de ter testemunhado tudo.
Chegamos em casa sem palavras. O silêncio era mais eloquente do que qualquer explicação. Eu, pensativo, compreendia que não havia retorno: aquela noite marcava um ponto sem volta, e os sentimentos que carregávamos seriam companheiros inevitáveis dali em diante.
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