Bom, o que eu vou contar, é uma história que me causa calafrios, mas é a minha história, e não posso deixar de conta-la para que outras mulheres não caiam na mesma armadilha.
Me chamo Maiara, sou uma mãe divorciada, com um casal de filhos adolescentes, que sempre foram o motivo da minha vida. Separei do meu ex-marido, e virei uma mãe solo, cuidando das crias. Sempre fomos muito unidos, e sempre houve muito amor dentro de casa.
No aniversário de dezoito anos da minha filha, como estava carente, e o pai estava ausente na vida dela, e que sempre foi um homem rico e influente, que havia arrumado outra mulher, que estava grávida, ela ganhou uma viagem para compensar. E como a Laysa, sim, esse é o nome da minha filha, sempre foi uma amente da natureza, ela me convidou para ser a sua acompanhante, e escolheu como destino, um dos safaris mais completos na África. Com direito a tudo pago, e todos os passeios que ela sonhou um dia.
Fizemos planos, compramos roupas, compramos as malas, pesquisamos lugares, renovamos as câmeras, sonhamos com cenários, tudo com uma alegria imensa, e com ela falando sobre a viagem o tempo todo. A ansiedade estava tomando conta, ela estava mais feliz do que eu já tinha visto na vida, e a melancolia da ausência do pai, virou uma alegria contagiante. O seu irmão, que não quis ir na viagem, pois fala que quem gosta de bicho é pulga, estava feliz porque iria ficar só em casa por um tempo, e com certeza, iria levar os amigos e aproveitar a liberdade.
Quando chegou o grande dia, fomos para o aeroporto, o voo foi tranquilo, e com um voo noturno, dormimos bem, só acordamos quando o piloto informou que estávamos chegando nos aeroportos de escala.
Chegamos! Estava mais ansiosa que a Laysa, pois quero muito ver a alegria dela, sentir seu amor pelos animais, e aproveitar o seu sorriso. Essa são as férias perfeitas para a gente. Mãe e filha juntas, aproveitando a vida. Não vejo a hora de sentir a brisa tropical do continente africano, e todas as cores e alegrias desse povo que tanto me chama a atenção, e me atrai pela alegria.
Descemos do avião, e já na alfandega, percebi um olhar estranho, homens armados que nos seguiam com os olhos, como se nos comecem com o olhar. Me senti desconfortável, mas compreendo que mulheres brancas, e corpos como o meu e da Laysa, não sejam visões que possam ser despercebidas por onde andam. Mesmo me sentindo desconfortável, me senti atraente, e não dei bola para os olhares de animais no cio, que estavam vindo em direção ao meu avantajado bumbum.
Pegamos nossas malas, Laysa estava sorridente e saltitante, o calor estava contagiando nossas almas, e nessa alegria fomos para a saída do aeroporto, em busca de um taxi para o hotel. Logo na porta do aeroporto, pudemos ver uns dois tanques de guerra, e muitos militares... Sim, já fomos sabendo que em pontos do país, havia conflitos, mas, onde estamos, não tem guerra, mas tem uma segurança muito reforçada. Não demos atenção para a cena, e apenas nos sentamos em um banco desses de praça, para aguardar um táxi para nosso hotel. Eu preciso tomar um banho, e me deitar um pouco.
Eis que se aproximam alguns militares, duas soldados femininas, e um oficial, um homem grande e forte, com traços marcantes, cuja farda é incapaz de esconder o corpo viril e musculoso. As duas militares se apresentam, e pedem que eu e a Laysa nos levantemos do banco. O que fazemos sem problemas, e nesse momento somos revistadas, admito que me senti invadida, pois estava com um short jeans, e a moça, uma jovem negra e alta, enfiou a mão pela coxa, e apalpou toda minha virilha, mas, entendo que seja procedimento. O mesmo aconteceu com a Laysa, que estava tão feliz, que nem fez cara feia.
Foi então que as duas moças pegaram nossas malas, e o oficial em um inglês muito ruim, pediu para que nós o acompanhássemos, na hora, imaginei que era para nossa segurança, e chamei a Laysa, e fomos, confiantes de que estávamos em boa companhia. Andamos de volta para o interior do aeroporto, e fomos até uma porta na lateral do saguão, onde um guarda vigiava para ninguém entrar. Quando entramos, vi que era uma delegacia. Foi então que as moças deixaram as nossas malas em um canto, e mandaram a gente entrar em uma pequena salinha. Olhei para a Laysa, percebi que ela ficou assustada, eu tentei disfarçar para lhe dar força, mas estava morrendo de medo, e não tínhamos outra opção, entramos na sala, que não t inha janelas, e mal cabia umas 3 pessoas.
Nessa hora, as duas militares entraram, empurram eu e a Laysa para a parede, de costas para elas, e nesse momento, senti o ferro frio de uma algema nos meus pulsos, e ouvi o som estridente da algema se fechando. Eu estava em choque, e a Laysa me olhou com um olhar de desespero, sem entender nada. O oficial voltou a abrir a boca, e de forma seca e ríspida, informou que estávamos presas. E que não teríamos direito a advogados, nem ligações para nossa família, muito menos a uma defesa. E que em meia hora, seríamos levadas à frente de um juiz, que vai decidir nosso destino.
Juro que não entendi nada, pois não fizemos nada, não estamos carregando nada de ilícito, e nem somos envolvidas com os conflitos do lugar. Eu tenho certeza que é um mal entendido, e o juiz vai perceber isso.
Acalmei a Laysa, e fomos respirando para manter a calma. Não demorou muito, fomos buscadas por dois soldados, que saíram do aeroporto segurando nossos braços, eu estava morrendo de vergonha, cabeça baixa, tentando não chorar, e fu caminhando arrastada para a carroceria de um caminhão militar.
Fomos levadas para um prédio, pelo tempo, longe do aeroporto, onde fui jogada da carroceria no chão, e a Laysa caiu sobre minhas pernas, o que doeu bastante na hora. Fomo levadas para dentro do prédio, e um homem em uma mesa, sentado, atrás de um computador, ordenou que eu e minha filha ficássemos de joelhos, e disse que era o juiz, e que vai nos julgar.
Ele fala português, e nos fez duas perguntas apenas, que eu sinceramente não sei como essas perguntas vão ajudar em um julgamento. Ele perguntou se a Laysa é minha filha, e sem seguida, se ela é virgem. Laysa respondeu que ainda é virgem, mas morrendo de vergonha, nem olhou para o homem. Ele pegou nossos documentos, e rasgou na nossa frente. E disse em um português claro, que não vamos mais usá-los, que agora pra frente, nossos documentos serão apenas um número de registro, e nada mais.
Pouco mais de cinco minutos após ajoelharmos na frente dele, o juiz disse que já poderia dar a sentença, e que eu estou condenada a prisão por atiçar a luxúria dos guardas do aeroporto, e a Laysa está condenada por espalhar cheiro de virgem pelo aeroporto, atiçando os homens do lugar. Eu tentei argumentar, mas levei um soco na nuca, que me fez quase engolir a língua, e eu me calei com medo e pavor. Laysa só me olhava e seu olhar é de desespero e medo, ela não está nem conseguindo falar para questionar o que lhe falaram.
O juiz continuou dizendo que a nossa pena será cumprida na prisão especial para mulheres brancas, e que o tempo de nossa pena vai ser decidido depois, mas que podemos ter paciência, porque vamos ficar bastante tempo lá. Nisso ele virou, e foi embora. Tinha acabado o nosso julgamento, um cruel e injusto julgamento.
Os soldados pegaram a gente pelos braços, levaram a gente até o elevador, e fomos levadas para o terraço do prédio, onde um helicóptero militar estava aguardando. E um homem mal encarado, e uma mulher fardada, com um corpo sinuoso, estavam nos aguardando, e riram quando nos viram assustadas. Foi então que a mulher ordenou em português ruim, que eu e a Laysa, devemos tirar nossas roupas. Eu implorei que não, mas levei um soco nas costelas, e fui logo arrancando meu short e minha blusa, ficando só de calcinha e sutiã, Laysa fez o mesmo, mas estava sem sutiã, então colocou as mãos para cobrir os seios.
Fomos colocadas no helicóptero, e voamos sobre uma densa floresta, e uma parte de savana, até que pudemos ver uma pequena vila, e alguns poucos quilômetros a frente dela, uma área desmatada, cercada por uma enorme muralha, com apenas uma pequena estrada de terra chegando, e percebemos um heliponto no telhado de um prédio de uns cinco andares, a única construção alta do lugar. E percebi que ali era a prisão, e que o helicóptero estava se preparando pra pousar.
O que será que nos espera aí, perguntou a Laysa, e eu apenas puder dizer: - Meu amor, não importa o que acontecer, vou estar com você.
