Quando abri os olhos, não sabia ao certo onde começava o sonho e onde terminava a realidade. Eu havia ficado um período indistinto de tempo com os olhos fechados, bem quieto, sentindo o torpor do gozo e do sexo tomar conta do meu corpo como uma corrente elétrica, num estado de quase semi-inconsciência.
Levei alguns segundos até reconhecer o quarto de visitas, a luz suave da rua entrando pelas frestas da cortina do quarto, lançando um brilho suave sobre os corpos na cama, e o silêncio denso de uma casa escura que carregava mais história do que deveria.
Leandro havia vestido o calção e estava sentado à beira da cama, de costas para mim, mexendo nas mãos como se tentasse resolver um nó invisível, a mente pesada com a ressaca emocional.
Fiquei em silêncio, o corpo ainda quente pelo sexo, sentindo o peso de tudo o que havia acontecido. Eu ainda estava nu e sujo de suor, sêmen e saliva. Deitado, senti o corpo estranho, latejando com as marcas da perda da minha virgindade: meu cuzinho dolorido, um ardor diferente, como se uma parte de mim tivesse finalmente despertado pela primeira vez.
Era uma sensação física, sim, mas também emocional: um peso doce no peito, uma consciência nova da própria pele, uma leveza que vinha misturada a um medo profundo das consequências de tudo o que estava vivendo.
Eu havia cruzado um limite importante. E havia feito isso com Leandro.
— Ei —chamei baixinho.
Leandro virou-se devagar e, por um instante, o rosto dele deixou transparecer tudo o que estava sentindo: medo, vergonha, ternura, arrependimento, desejo.
— Você está bem? — perguntou, com a voz embargada.
Eu assenti. Depois balancei negativamente a cabeça. Depois assenti positivamente de novo.
— Eu… estou. Só… não sei o que vai ser da gente agora.
Leandro respirou fundo e passou a mão no rosto, claramente devastado.
— Eu não devia ter deixado isso acontecer — murmurou — Não devia ter… arrastado você pra isso. Você é tão novo, Mateus…
— Eu já tenho idade suficiente — respondi, firme, mas com os olhos tremendo — E eu quis. Não coloca a responsabilidade toda em você.
Leandro baixou o olhar. Aquela frase o atingiu com força, não só pelo conteúdo, mas pela coragem. Mas ainda havia a realidade esmagadora em volta de nós.
— Eu tenho uma família — disse, finalmente, a frase que ambos evitávamos — Um filho. Uma vida… que não cabe nisso.
Eu senti como se algo puxasse meu estômago para baixo.
— Eu sei — respondi, quase num sussurro — Mas… eu não consigo fingir que não aconteceu.
O silêncio entre nós era pesado, mas não hostil. Era o silêncio de duas pessoas que sabiam que haviam ultrapassado uma fronteira sem volta e que agora precisavam aprender a conviver com as consequências.
Percebendo a tensão, me aproximei lentamente de Leandro, meus dedos roçando a pele sensível dele. Eu sabia que ele estava em conflito, e queria aliviar não só a dor física, mas também a emocional.
"Tá tudo bem", sussurrei, minha voz rouca e cheia de desejo contido.
Minhas palavras soaram como um bálsamo, e Leandro, com os olhos apreensivos, aninhou-se no meu abraço, sentindo o meu cheiro familiar, um misto de suor e desejo que agora lhe era tão íntimo. Eu tão pequeno em comparação à ele, abraçando aquele homem tão grande, mas que voltou a ser um menino em meus braços.
Quando finalmente me levantei, senti o corpo sensível, uma pontada no meu reto, como se cada movimento tivesse um significado novo, um lembrete físico do que havia acontecido, e eu não conseguia evitar a sensação de que algo estava errado, mesmo que soubesse que era o que eu queria. Leandro pareceu perceber e desviou o olhar, não por vergonha de mim, mas por vergonha de si mesmo.
Nós ficamos algumas semanas sem nos ver.
Os dias seguintes foram uma mistura de ansiedade e expectativa. Eu sentia o corpo me lembrar de Leandro, os toques, os beijos, a sensação quente e profunda dentro de mim, a noite que havíamos vivido. Eu não era mais virgem. Era meu primeiro amor, minha primeira entrega real, e o medo se misturava com uma saudade dolorosa e doce.
Leandro, por sua vez, vivia na corda bamba: olhava para o filho e sentia uma culpa esmagadora, olhava para a esposa e sentia medo, olhava para si mesmo e sentia vergonha.
Mas bastava fechar os olhos por um instante para voltar a sentir a minha respiração na base do pescoço, o modo como eu tremia, o modo como confiava nele. A memória física era quase imperdoável.
Em uma sexta-feira, meus pais anunciaram que viajariam no fim de semana para a cidade vizinha, visitar os parentes da minha mãe. Eu inventei mil desculpas para não ir, tinha prova, tinha trabalho da escola, tinha que estudar, tinha um aniversário, qualquer coisa para não ir e ficar sozinho. Meus pais acabaram consentindo, concordando que eu já tinha idade suficiente para tomar conta de mim mesmo e da casa.
E, pela primeira vez, a casa ficaria vazia, completamente vazia, por quase dois dias. Meu coração acelerou só de imaginar o que poderia acontecer. Eu passei o dia inteiro pensando se chamava Leandro. Minhas mãos tremiam quando finalmente digitei:
“Se você quiser… pode vir aqui em casa hoje.”
Leandro demorou quase uma hora para responder. E quando respondeu:
“Você tem certeza?”
Eu respondi sem hesitar:
“Tenho.”
Leandro chegou já no final da tarde, entrando pela porta da rua dos fundos, como se estivesse cometendo um pecado que tinha cheiro e som. O silêncio da casa parecia gritar.
Eu o cumprimentei na porta, o sorriso nervoso, mas os olhos brilhando de expectativa. Eu o conduzi até meu quarto, o puxando pela mão, acendendo a luz baixa.
Era um quarto simples de adolescente, um refúgio de objetos pessoais e memórias: livros e revistas por toda parte, videogame, desenhos e mapas, alguns brinquedos antigos, últimas reminiscências da infância, a cama desarrumada, fotos aleatórias na parede, um cheiro de algo muito próprio, algo doce e limpo.
Leandro parou na porta, sem entrar de imediato. Ele olhou ao redor, absorvendo os detalhes. A visão era íntima demais. Era entrar não só no quarto, era entrar no meu mundo, na minha história, na minha vida.
— Você tem certeza… mesmo? — ele perguntou mais uma vez, com a voz baixa, quase um pedido de desculpas.
Eu me aproximei devagar, encostando a mão no peito musculoso dele.
— Eu quero você aqui — disse, num tom suave, mas cheio de firmeza — E você quer estar aqui também. Senão não teria vindo.
Foi só então que Leandro entrou. A porta se fechou, e o ar ficou carregado de expectativa.
Nós nos beijamos como quem reencontra algo perdido, não com pressa, mas com profundidade. Um beijo longo, cheio de saudade, de gratidão, de desculpas silenciosas, como se cada toque fosse o último.
Nossas línguas se entrelaçaram em um ritmo frenético, e Leandro me empurrou contra a parede, as mãos explorando cada curva de meu corpo. Gemi baixinho, sentindo o desejo crescer dentro de mim, enquanto Leandro descia com beijos pelo meu pescoço, mordiscando e sugando, deixando marcas que só nós saberíamos o significado.
A intimidade voltou naturalmente, como se o corpo de um reconhecesse o do outro: beijos longos, demorados. As mãos deslizando pela cintura, pelos ombros. Eu puxando Leandro pela camiseta, trazendo-o mais perto. Leandro segurando o meu rosto com carinho urgente.
Roupas foram descartadas, um rastro de tecido levando à cama. O peso dos corpos se encontrando sob a minha cama de solteiro. O comprimento de Leandro ocupando todo o espaço no colchão. Risos baixos, nervosos, aliviados. Toques que nós dois já sabíamos de cor, mas que ainda nos deixavam trêmulos.
As mãos de Leandro eram gentis, mas firmes, me guiando. Ele beijou meu pescoço, meu peito, meu abdômen. Suas mãos seguiram, me acariciando, provocando, até alcançar o meu pau, já ereto e pulsando.
A mão de Leandro envolveu o meu membro quente. Ele me acariciou lentamente, os olhos escuros fixos nos meus, avaliando minhas reações. Minha respiração falhou, meus quadris se movendo levemente, buscando mais fricção. Leandro atendeu ao meu pedido, suas carícias ficando mais rápidas e intensas. Os meus gemidos preencheram o quarto, uma sinfonia de prazer que impulsionou Leandro ainda mais.
Ansioso para retribuir ao prazer, me ajoelhei no colhão diante de Leandro, desabotoando sua bermuda com mãos trêmulas. Eu queria provar Leandro, senti-lo em minha língua. O pau de Leandro, já endurecido, pulou para fora, e eu o envolvi com a boca, chupando e lambendo como se fosse a coisa mais natural do mundo. Leandro gemeu, segurando a minha cabeça, me guiando para mais fundo, até que senti o sabor salgado de seu pré-gozo.
O cacete de Mateus estava quente, macio, e eu o engoli o máximo possível, a língua girando ao redor da glande, os lábios deslizando até a base. As mãos de Mateus encontraram meus cabelos, os dedos se enroscando nos fios finos e castanhos, me guiando, me incentivando.
"Você é incrível", Leandro sussurrou, ofegante.
As mãos de Leandro não estavam ociosas. Percorriam o meu corpo, explorando cada centímetro, cada curva. Elas encontraram o caminho até a minha bunda, apertando, amassando, antes que um dedo traçasse a pele sensível ao redor de minha entradinha.
Eu arfei, meus quadris se movendo involuntariamente, mas o pau de Leandro em minha boca se manteve firme. O dedo de Leandro pressionou o meu anel muscular tenso, aplicando uma leve pressão. Relaxei, meu corpo se abrindo para Leandro, convidando-o a entrar.
O dedo médio de Leandro deslizou para dentro de mim, lentamente, centímetro por centímetro. Minha respiração falhou, meu corpo se ajustando à intrusão. Leandro esperou, me dando tempo para me acostumar, antes de começar a mover o dedo, devagar a princípio, depois mais rápido, seus movimentos acompanhando o ritmo de minha boca no pau dele. Os meus gemidos abafados ficaram mais altos, meu corpo se contorcendo, minhas mãos agarrando as coxas grossas e brancas de Leandro.
Mas Leandro queria mais. Ele queria me provar em todos os cantos, explorar cada centímetro. Ele me puxou com força, me empurrando de bruços na cama, e começou a beijar a curva de minhas nádegas, assoprando suavemente o meu cuzinho apertado. Eu me arrepiei todo, sentindo o ar frio misturar-se ao calor da boca de Leandro. Com a língua, Leandro traçou círculos em torno do meu anel, lambendo e chupando, enquanto eu me contorcia de prazer, gemendo baixinho.
Meu cuzinho estava bem apertadinho, os músculos se contraindo ao redor da língua de Leandro. Leandro lambeu e chupou, sua língua sondando, explorando, saboreando. Os meus gemidos eram constantes agora, meu corpo tremendo, minhas mãos agarrando os lençóis e o travesseiro.
As mãos de Leandro percorriam o meu corpo, seus dedos encontrando o meu pau, me punhetando no ritmo dos movimentos de sua língua. O meu corpo era uma sinfonia de sensações, cada terminação nervosa em chamas, cada músculo tenso de antecipação. A língua de Leandro se movia mais rápido, seus dedos acariciando com mais força, me levando cada vez mais perto do clímax.
"Relaxa, benzinho", Leandro murmurou, introduzindo, mais uma vez, um dedo devagar, massageando a minha entrada.
Respirei fundo, sentindo a pressão, mas aos poucos relaxei, permitindo que Leandro me explorasse mais. Ele usou um hidratante para me lubrificar bem. Um segundo dedo entrou com mais facilidade, e Leandro moveu-os com cuidado, preparando meu cuzinho para o que estava por vir. A sensação era intensa, uma mistura de dor e prazer.
Finalmente, Leandro se posicionou atrás de mim, empinando a minha bunda para que pudesse receber bem o seu cacete grande e duro, que já estava latejando de desejo. Depois da primeira vez, ele queria mais, precisava de mais. Queria estar dentro de mim, me sentir ao seu redor, reivindicar o meu corpo, me tornar só dele.
Ele lubrificou bastante a sua vara e entrou devagarzinho, sentindo a minha resistência ir se rompendo aos poucos, mas eu, embora ainda sentisse uma dor aguda, comecei a me entregar, choramingando de prazer, misturado com o desconforto inicial.
Meu corpo estava mais relaxado, meus músculos mais soltos, meus olhos semicerrados de prazer. Leandro pressionou sua virilha contra a minha bunda, seu pau deslizando, centímetro por centímetro, até estar completamente dentro de mim.
Leandro se moveu com cuidado, devagar, seus quadris se movendo com calma contida, seu pau deslizando para dentro e para fora do meu cuzinho apertado. Meu corpo o acolheu, ainda que com resistência, meus nervos se contraindo ao redor do cacete de Leandro, meus gemidos preenchendo o quarto. Suas mãos deslizaram pelo meu corpo e, algumas vezes, espalmaram com tapas as minhas nádegas, aumentando ainda mais o meu tesão. Ele segurou o meu pau, estourando de duro, me acariciando no ritmo de suas estocadas.
Nossos corpos se moviam juntos, uma dança de prazer e paixão. Aos poucos, Leandro aumentou o ritmo, as estocadas ficaram mais rápidas e fortes, seu pau penetrando com força meu cuzinho, me arrombando, me fodendo com força e paixão. A pequena cama de madeira rangia sob o peso de nossos corpos, e os meus gemidos ecoavam pelo quarto, misturando-se aos suspiros de Leandro.
Eu, agora completamente entregue, gritei de prazer, o corpo tensionado. A sensação da penetração no meu rabinho, do toque de Leandro em minha cintura e bunda, da sua boca no meu pescoço e ombros, somada a fricção do meu pau no colchão, me levou inevitavelmente ao orgasmo, que me atingiu como uma onda, meu gozo jorrando sobre os lençóis, meu corpo convulsionando, meu cacete pulsando.
Meu corpo cedeu totalmente às investidas de Leandro, exausto, minha respiração ofegante. Leandro, sentindo o meu cuzinho se contrair repetidamente ao redor do seu cacete, mastigando o seu pau, não aguentou mais e gozou também, me enchendo com seu leite quente, seu esperma preenchendo meu cuzinho.
"Ai, Mateus... você é perfeito", Leandro ofegou, seu corpo tremendo de prazer.
Exaustos, caímos juntos na cama, os corpos suados e os corações acelerados. Nos abraçamos, com a respiração ainda acelerada, a luz fraca iluminando os contornos de nossos corpos. Leandro beijou o meu rosto, um beijo lento, cheio de sentimento, e sussurrou rindo: “Que cuzinho gostoso”.
Eu sorri, o medo e a culpa dissipando-se no calor do momento, e respondi, fechando os olhos:
— Eu acho que nunca vou esquecer isso, meu fodão — disse.
Leandro não respondeu de imediato. Apenas me puxou mais para perto, como se quisesse me proteger do mundo inteiro. Ou talvez como se quisesse proteger o mundo inteiro de si mesmo. E, por um breve instante, tudo pareceu possível, mesmo que, no fundo, ambos soubéssemos que aquela felicidade era perigosa demais para durar.
E ali, no meu quarto, nós reencontramos não só o prazer, mas também a conexão profunda que nos unia, apesar de tudo. O mundo lá fora parecia distante, e naquele momento, nada mais importava além da paixão e do desejo que compartilhávamos.