Ele tinha terminado, então não foi traição

Um conto erótico de Um momento de termino
Categoria: Heterossexual
Contém 2281 palavras
Data: 03/11/2025 17:06:23

Não foi traição, mas foi merecido.

A quinta-feira havia sido o fim do meu mundo. Uma discussão estúpida, daquelas que começam com um prato esquecido na pia e termina com todas as frustrações transbordando. E então, a sentença: “Acho melhor a gente terminar.” Três palavras saindo da boca de quem eu acreditava ser o amor da minha vida. Meu mundo, tão cuidadosamente construído, desabou em segundos.

Passei a madrugada chorando até a exaustão, meu travesseiro encharcado de um luto prematuro. A sexta-feira foi um deserto. Movi-me pelo apartamento como um fantasma, meu celular pesando na palma da minha mão, um monumento ao seu silêncio. Nenhuma mensagem. Nenhum arrependimento. A certeza de que estava tudo realmente acabado começou a se instalar, fria e cortante. Se ele estava seguindo em frente, provavelmente já curtindo alguma festa ou nos braços de outra, eu não ficaria ali, definhando.

Foi quando as mensagens do grupo de amigas surgiram como um salva-vidas. “Vamos ao Curio, Fah. Você precisa sair.” O Curio. O melhor bar de Ponta Negra, aqui em Natal. Arrumado, com música ao vivo de qualidade, um lugar onde a gente podia ser vista. Relutei, mas o instinto de sobrevivência falou mais alto. Se eu fosse ficar triste, que fosse com uma caipirinha na mão.

O bar estava com uma energia suave, iluminado por luzes quentes que refletiam nas garrafas atrás do balcão. A música, um samba acústico, preenchia o ar sem abafar as conversas. Sentei-me com minhas amigas, e a primeira caipirinha de limão, doce e ácida, desceu como um bálsamo. Rimos de coisas fúteis, mas meus olhos vagavam, buscando inconscientemente uma figura familiar que sabia não estar lá.

Foi então que senti o peso de um olhar. Na mesa ao lado, sozinho, um rapaz. Cabelos escuros, bem cortados, uma camisa social aberta no colarinho, deixando ver um pouco do peito. Ele não disfarçava. Seus olhos escuros fixos em mim, com uma intensidade que fez um calafrio percorrer minha espinha. Desviei o olhar, sentindo um rubor subir pelo pescoço. A música continuava, mas a troca de olhares era a nossa dança particular.

Minhas amigas, percebendo a dinâmica, começaram a sorrir e cochichar. Eu me senti exposta, mas também… viva. Pela primeira vez em quase 48 horas, senti algo além de uma dor opressiva. Era uma centelha de desejo, pura e simples.

Em certo momento, o garçom aproximou-se com um pequeno pedaço de papel dobrado. “Da parte do senhor da mesa ao lado”, disse ele, discretamente. Minhas mãos tremiam ligeiramente ao abri-lo. Um número de telefone e um nome: Rafael. Sorri, um sorriso tímido que não dava conta da tempestade dentro de mim. Peguei meu celular e digitei: “Oi, Rafael. Sou a Fah da mesa ao lado.”

A resposta foi quase instantânea. O papo fluiu com uma facilidade assustadora. Era inteligente, engraçado e direto. A atração, que já era palpável no ar, se solidificou a cada mensagem. Minhas amigas, uma a uma, foram embora, me deixando com um olhar cúmplice. Quando o bar anunciou o último pedido, Rafael levantou-se e, com uma coragem que eu admirava, veio até minha mesa.

“A noite não precisa acabar aqui”, disse ele, sua voz um pouco mais grave do que eu imaginara. Seus olhos pareciam ler cada centímetro do meu corpo. “Posso te dar uma carona?”

O coração batia forte no meu peito. Aquilo era uma má ideia? Provavelmente. Era o que eu precisava? Absolutamente. “Pode”, respondi, minha voz saindo como um sussurro rouco.

O carro dele era confortável, com um leve cheiro de couro novo. Natal dormia do lado de fora, suas luzes refletindo no asfalto úmido. Conversávamos sobre nada, a tensão sexual no ar era tão espessa que quase dava para tocá-la. Ele não dirigiu em direção à minha casa. Em vez disso, entrou em uma rua escura e silenciosa, paralela à praia, onde as sombras das palmeiras dançavam com o vento. Parou o caro em um ponto escuro, desligou o motor e as luzes.

O silêncio foi súbito e pesado. Só o som da nossa respiração, ofegante. Ele virou-se para mim, e eu não hesitei. Inclinei-me e capturei seus lábios com os meus.

Foi um beijo de fome acumulada. De despedida e de recomeço. Sua boca era quente, seu sabor um misto da caipirinha que havíamos tomado e algo intrinsecamente dele. Suas mãos, que antes estavam firmes no volante, agora encontraram meu rosto, meus cabelos, meu pescoço. Um gemido escapou da minha garganta quando seus dedos deslizaram pela linha do meu decote, encontrando a alça do meu sutiã.

“Você é linda, Fah”, ele sussurrou contra meus lábios, sua respiração quente na minha pele.

Minha resposta foi arquear as costas, pressionando meus seios contra suas mãos. Ele entendeu o convite. Com movimentos hábeis, abotoou alguns botões do meu vestido e puxou o tecido para baixo, expondo meus seios ao ar frio do carro. Meus mamilos endureceram instantaneamente, e ele os capturou através do tecido fino do sutiã, primeiro com os dedos, depois com a boca, molhando o tecido, sua língua desenhando círculos lentos e hipnóticos. Era uma sensação de posse, de adoração, que eu tanto precisava sentir.

Suas mãos desceram, encontrando a barra do meu vestido. Ele a levantou lentamente, revelando minha pele, centímetro a centímetro. Seus dedos roçaram a parte interna das minhas coxas, fazendo-me estremecer. Quando finalmente encontrou a minha calcinha, um som rouco de aprovação saiu de sua garganta.

“Está encharcada”, ele murmurou, e a crueza das palavras me fez contrair de desejo.

Seu dedo médio deslizou por cima do tecido molhado, pressionando meu clitóris com uma precisão devastadora. Meus quadris se moveram involuntariamente, buscando mais pressão, mais fricção. Ele usou a outra mão para puxar minha calcinha de lado, e então, seu dedo, nu e quente, encontrou meu centro. Um grito abafado escapou de mim quando ele penetrou, primeiro com um dedo, depois com dois. A sensação de ser preenchida, depois de me sentir tão vazia, foi de uma intensidade quase religiosa.

“Quero te ver gozar assim”, ele sussurrou no meu ouvido, sua voz um comando sedutor. Sua mão trabalhava em mim, seus dedos se movendo em um ritmo firme e profundo, enquanto seu polegar massageava meu clitóris em círculos rápidos. Era demasiado. A tensão dos últimos dias, a excitação da noite, a habilidade de suas mãos… tudo se fundiu em uma explosão de puro êxtase. Meu corpo arqueou no banco do carro, ondas de prazer tão fortes que me cegaram, meus gritos abafados contra seu ombro. Eu me contorci, me agarrando a seus braços, enquanto a onda me consumia por completo, deixando-me trêmula e ofegante.

Mas não era o suficiente. A fome só tinha aumentado. Com uma determinação que eu nem sabia ter, desafechei seu cinto e a botão da sua calça. A barriga dura e quente contra minha mão. Ele soltou um grunhido quando minha mão fechou em volta de seu pau. Era grande, duro como pedra e pulsante. Inclinei-me sobre ele, e antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, levei a cabeça à minha boca.

O sabor dele era salgado e masculino. Enchi minha boca com seu comprimento, tentando accommodá-lo, minha língua dançando na parte de baixo, no freio, na cabeça inchada. Ele gemeu, uma vocalização profunda e gutural de prazer, suas mãos se enterrando em meus cabelos, não para guiar, mas para se agarrar. “Assim, Fah… assim, sua gostosa”, ele rosnava.

Eu o chupava com uma devoção absoluta, esquecendo de tudo: da briga, da dor, do mundo lá fora. Era apenas eu, ele, e o som úmido e obsceno da minha boca trabalhando nele. Sentia sua tensão aumentar, suas coxas se enrijecendo. Ele estava perto, mas eu queria mais. Queria ele dentro de mim.

Soltei-o com um estalido úmido e olhei para ele, meus lábios inchados e sensíveis. “Eu quero você. Agora.”

Ele não precisou ser perguntado duas vezes. Com um movimento ágil, reclinou completamente o banco do passageiro. O espaço era apertado, mas de alguma forma, isso só aumentava a urgência. Ele se posicionou sobre mim, seu corpo quente e pesado, um contrapeso perfeito para a minha leveza.

A Primeira Posição: A Posse no Banco

Ele me penetrou de uma vez, um movimento longo e profundo que me fez gritar e arranhar suas costas. O carro balançou levemente com o impacto. Lá estava ele, preenchendo cada centímetro do meu vazio, não apenas físico, mas emocional. Ele começou a se mover, um ritmo lento e profundo a princípio, cada enfiada uma reivindicação. Meus joelhos estavam dobrados, meus pés plantados no vidro da porta do carro. Eu podia vê-lo, seu rosto contraído de prazer, seus olhos fixos nos meus, enquanto seu quadril batia contra o meu, com um som úmido e primitivo. Era cru, era real, era exatamente o que eu precisava. Gemíamos juntos, nossa respiração formando um vapor no vidro embaçado.

A Segunda Posição: O Domínio de Quatro

“Vira de quatro”, ele ordenou, sua voz rouca. Obedeci, me apoiando no banco dianteiro, meu rosto pressionado contra o couro frio. A nova posição ofereceu-lhe uma penetração ainda mais profunda. Ele me segurou pelos quadris, suas mãos firmes, quase brutais, puxando-me contra cada uma de suas investidas. A visão no retrovisor interno era a coisa mais erótica que eu já tinha visto: seu corpo cobrindo o meu, seu rosto uma máscara de concentração e prazer, e eu, com meus seios balançando a cada impacto, completamente submissa ao desejo que ele desencadeava. Ele se inclinou para a frente, mordiscando meu ombro, enquanto sua mão desceu e encontrou meu clitóris novamente, estimulando-me em círculos frenéticos. O duplo estímulo era avassalador. “Vou gozar de novo”, gemi, minha voz estridente. “Goza, gostosa. Goza no meu pau”, ele rosnou. E eu gozei, com um tremor violento, minhas pernas ficando fracas, meu corpo se contraindo em torno dele em espasmos incontornáveis.

A Terceira Posição: A Imperatriz no Colo

Exaustos, suados, mas insaciáveis, nos reorganizamos. Ele se sentou no banco, e eu, de costas para ele, sentei em seu colo, guiando seu pau para dentro de mim mais uma vez. Esta posição era íntima e profundamente sensual. Eu controlava o ritmo, subindo e descendo lentamente, sentindo cada centímetro dele raspando dentro de mim. Suas mãos apertavam meus seios, seus dedos beliscando meus mamilos, enquanto sua boca beijava e mordiscava meu pescoço. Eu me encostava nele, podia sentir seus gemidos vibrando em suas costas. Olhei pelo para-brisa para a rua escura e deserta, sentindo uma poderosa sensação de luxúria e liberdade. Estávamos transando no carro, como adolescentes, mas a intensidade era de adultos que sabiam exatamente o que queriam. Eu cavalgava ele, meus músculos internos apertando-o, tentando sugar cada gota de prazer dele. “Você é incrível, Fah”, ele sussurrou, sua voz falhando. Eu sabia que ele não ia aguentar por muito mais tempo.

Ele tomou o controle novamente, segurando meus quadris e martelando dentro de mim de baixo para cima. O banco rangia, o carro balançava, e nossos gemos se tornaram uma única sinfonia de êxtase. “Onde você quer?” ele perguntou, ofegante. “Dentro”, sussurrei, sem hesitar. “Goza dentro de mim.”

Foi a deixa que ele precisava. Com um rugido abafado, ele explodiu, sua semente quente jorrando dentro de mim em jatos poderosos. A sensação de ser preenchida por ele, de sentir suas contrações finais, levou-me a um último, arrepiador orgasmo, mais suave que os outros, mas profundo como um eco, que percorreu cada fibra do meu ser.

Ficamos entrelaçados por um longo tempo, recuperando o fôlego, nossos corpos colados pelo suor. O silêncio agora era pacífico, carregado da doce languidez pós-sexo. Ele me levou para casa em silêncio, suas mãos no volante, as minhas tremendo ainda no colo. Um beijo de despedida, suave e carinhoso, selou a noite.

Entrei em casa, o cheiro dele ainda na minha pele, a sensação dele ainda entre as minhas pernas. Tomei um banho rápido, e quando minha cabeça tocou o travesseiro, apaguei. Não havia espaço para lágrimas ou pensamentos. Apenas um sono profundo e reparador, o sono dos justos… ou dos verdadeiramente fodidos.

O telefone me acordou às dez da manhã. A luz do sol entrava feroz pela janela. Atendi, com a voz ainda rouca do sono e da noite anterior.

“Fah? Precisamos conversar.” Era ele. A voz era suplicante, arrependida. “Eu cometi um erro. O maior erro da minha vida. Podemos voltar?”

Deitei de costas na cama, um sorriso lento e vitorioso se espalhando pelo meu rosto. Enquanto ele se desmanchava em desculpas e promessas do outro lado da linha, eu sentia o leve dolorido entre as minhas pernas, uma lembrança vívida e empoderadora.

“Tudo bem”, eu disse, minha voz calma e serena. “Podemos nos ver mais tarde.”

Desliguei o telefone e fechei os olhos. A conversa aconteceu. As lágrimas dele, as minhas condições. Voltamos. E aquela noite, quando finalmente transamos novamente, foi uma das melhores fodas da nossa vida. Havia uma raiva, uma posse, uma energia nele que eu nunca tinha visto. E em mim, havia um segredo. Uma confiança silenciosa e feroz.

Ele nunca soube sobre o Rafael. Tecnicamente, não foi uma traição. Ele tinha acabado. Mas agora, lendo este conto, ele vai descobrir. Ele vai saber que naquela sexta-feira, enquanto ele se afogava em arrependimentos, eu estava sendo devorada por um estranho em um carro escuro. Ele vai entender o quanto eu sou desejada. O quanto esta buceta, que ele julga conhecer, é capaz de incendiar um homem até as cinzas.

E espero que ele perceba, de uma vez por todas, o quanto ele perde ao pensar em me perder. Porque se um dia ele não me quiser, eu sei, com a certeza de quem viveu cada palavra desta história, que vai ter quem me queira. E essa sensação, meu amor, é a mais pura e deliciosa forma de empoderamento.

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Comentários

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Não sei quantas estrelas dou para o seu conto. Muito bom. Você escreve muito bem. Gostei muito. Vou ler seus outros contos. Também gosto de escrever contos realistas, com um toque de humanidade. Você está de parabens.

Se quiser ler histórias com conteúdo. Leia os contos de DAMEHR.

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