Continuando de onde parei (sugiro que leiam a primeira parte desse conto para que se situem sobre os acontecidos e não se frustrem coma leitura)
No dia seguinte busquei Adriele na casa dela para irmos trabalhar e perguntei como ela estava, ela disse q estava bem melhor, com uma cólicazinha mas tava levando o remédio, disse ela balançando ele na mão com um ânimo bobo quase infantil, dei um sorriso meio de lado e como trabalhar, tudo transcorreu normalmente até voltarmos embora onde ela perguntou se eu iria jantar com ela de novo e rapidamente eu dei uma recusa dizendo que iria beber cerveja, já tinha feito minha boa ação do ano. Ela ficou um pouco confusa mas acabou por dar um sorriso e dizer
- Você é você e nada muda isso né?
- Uma pessoa só muda por ela mesma...
- Então não mude, você é especial assim, do jeito que você é! - Me deu um beijo e saiu sorrindo.
Os dias passaram e na outra semana quando deixei ela na casa dela e ela perguntou o que eu iria fazer e eu respondi prontamente que iria tomar cerveja ela me olha indignada e pergunta
- E quando eu vou ser convidada pra tomar cerveja com você?
- Você que sempre me recriminou pelo meu estilo de vida quer sair beber comigo?
- Você que sempre me fala tanto sobre aproveitar, viver, se sentir vivo... Deveria tentar me mostrar um pouco do que você fala tanto! - Sorri para ela, ela havia aprendido a rebater as palavras e um sorriso divertido surgiu nos lábios dela
- Venho te buscar as 20:00 horas!
- Quer que eu vista algo especial?
- Calcinha fio dental!
- Pode ser! Você não vai ver mesmo! - Ela disse enquanto saia rindo do carro
Na hora combinada eu cheguei busca-la, ela saiu usando uma calça preta com uma blusinha vermelha e uma jaqueta preta, maquiagem leve porém de batom vermelho nos lábios
- Estou bem?
- Está parecendo uma puta de alta classe! Eu gosto de putas e gosto de alta classe, então está maravilhosa! - Ela riu e me deu um soco me chamando de idiota e partimos, logo ela me olha e pergunta
- Você gosta de putas? - Cai na risada e ela insiste em perguntar até que eu respondo
- Gosto de putas! Sexo direto, livre e sem enrolação para dar vazão do estresse cotidiano! Mas não, não sou de ficar procurando puta se é o que você quer saber!
- As vezes você fala como se viver fosse um fardo!
- E as vezes é mesmo!
- Mas as vezes você parece apaixonado pela vida
- Também o sou! É uma ambiguidade conflitante! - Ela segurou na minha mão que estava sobre o câmbio e logo depois soltou
- Um dia vou te entender!
Naquela noite bebemos em um pub na cidade vizinha, a banda que tocava era de alguns amigos que me chamaram para dar uma palhinha no intervalo. Toquei as músicas "to be with you" e "use to love her" quando saí ela perguntou das duas músicas (ela não era do universo rockeiro) e achou bonitinha a primeira música, mas quando disse sobre a segunda ela disse que eu não valia nada. A noite acabou com ela meio bêbada e sendo carregada por mim até o carro, no caminho ela dizia que eu chapei ela e coisas assim, até que ela disse
- Você vai me beijar?
- Não!
- Eu deixo!
- Não!
- Eu quero!
- Amanhã você se arrependeria!
- Não me acha bonita?
- Você é linda!
- Não me acha gostosa? - Fiquei em silêncio - Não me acha gostosa? - Parei o carro e segurei o rosto dela
- Acho você uma das mulheres mais lindas, gostosas e perfeitas que já vi, vou chegar em casa e bater punheta pensando em você! Mas não, não vou fazer nada ainda mais com você bêbada!
Ela acabou por adormecer no caminho e a levei no colo para dentro da casa dela. No dia seguinte era sábado e eu fui na casa dela com remédios para a ressaca. Fui recebido por uma cara furiosa.
- Tô acabada por sua culpa
- Sei que sou gostoso, mas não me chamo cerveja! Nem contini ou nenhum nome das bebidas q você entornou ontem!
- Insuportável!
- Insuportável sim, mas... Atencioso! - E entreguei para ela o remédio e uma coca-cola gelada, ela pegou sorrindo e na bagunça da casa dela via as roupas que ela havia usado e no meio da calça estava enrolada uma calcinha fio dental, nessa hora eu exclamei
- AI-MEU-DEUS!!!!!
- O que foi?
- Você estava de calcinha fio dental! - Ela abriu um riso enorme no rosto
-Você disse pra eu usar e eu usei, como disse, você não ia ver mesmo!
- Cuidado, cu de bêbado não tem dono - Ela me olhou levantando uma sobrancelha e ainda rindo - Calma, isso pode me colocar em maus lençóis - ela balançava a cabeça rindo - Tá bom, esquece o que eu falei!
- O que você quer aqui hoje?
- Bom, te embebedei, minha responsabilidade levar você pra comer alguma coisa
- Que bonitinho... Acho que você ta se apaixonando por mim! - ela falou recolhendo as roupas e indo para o quarto
- Não confunda as coisas gatona! eu saio almoçar com os meus amigos homens e jamais teria relacionamento com eles! - Fui falando e seguindo ela - Só sou justo, ontem você ficou bem ruim!
Quando cheguei na porta do quarto dela vi que ela estava de costas e tirava a blusinha que ela vestia para se arrumar, vi pela primeira vez um vislumbre de nudez daquela mulher, e a pele branca dela contrastava com uma tatuagem de fênix que ela tinha nas costas, eu ia me desculpar quando vi a tatuagem e acabei por elogiar
- Opa, me desculpa.... Uau!!! Que tatuagem linda
ela ainda de costas me olhou e com os braços tampando os seios ela me olha e tenta olhar a tatuagem
- Ah é! Bonita né? - Me aproximei para olhar de perto
- Não sabia que você gostava de tatuagens - E delicadamente toquei com o dedo fazendo um leve carinho seguindo o desenho, nessa hora a respiração dela foi mais funda e a pele dela se arrepiou toda, olhei para ela e ela me olhando pediu para eu esperar na sala.
O clima foi uma mistura de vontades, respeito e talvez timidez. Logo estávamos a caminho de um lugar para almoçar na beira d'água em um rio de águas cristalinas, não resistindo a água entrei no rio e chamei ela que protestou quanto a temperatura pois ainda era inverno. No caminho de volta perguntei se ela se lembrava de como foi embora para casa e ela disse que ela lembrava das coisas como borrões, e quando perguntei sobre nossa conversa no carro ela disse ter um vislumbre de eu segurando o rosto dela e cheia de timidez perguntou se a gente tinha se beijado e eu disse que não, e ela soltou um "UFA" feliz e aliviada, isso me fez guardar para mim os pedidos ébrios dela, os quais poderiam mudar a forma com a qual ela se relacionava comigo, e confesso que era uma companhia que eu gostava de ter.
Essa aproximação acabou por mudar as coisas entre nós, principalmente da parte dela que passou a me chamar de amor, ou se referir a algumas coisas como nossas, ela dizia isso no principio com um riso divertido quando eu a olhava indagador sobre o uso de tais palavras. No inicio algumas pessoas de onde trabalhávamos perguntaram se nós estávamos saindo
- Saindo sim! tendo algo não! - Eu deixava claro e ela concordava se divertindo - Nós saímos, vamos beber de vez em quando, vamos passear, mas nada além disso
- Ele é muito chato e tem a boca muito suja pra eu querer beijar!
- Boca suja do teu cu, só se for!
- Ta vendo? vive com esses lugar feio na boca!
A gente ria, era nosso jeito, eu tinha livre acesso a casa dela e ela a minha, acabamos por ser ao que parecia, melhores amigos.
Quando eu viajava a trabalho ela sempre passava em casa ver se tudo estava em ordem para mim, e por mais de uma vez ela dormiu lá.
Assim como eu acabei por adormecer na casa dela cuidando dela com febre.
Um dia eu despistei ela e estava com uma garota na cama quando ela começou a me ligar, uma, duas, três vezes e eu acabei por ficar preocupado, pois poderia ser algo sério, quando atendi era ela perguntando se naquela noite eu tinha esquecido dela
- Não, não é que esqueci
- Então vem aqui me buscar que esta tendo uma exposição, vamos la?
- Podemos ir amanhã?
- Ai... Para de ser chato!
- É sério gatona, amanhã pode ser? - A garota com quem eu estava já se cobria e me olhava pesadamente
- O que é tão importante assim que não dá pra ser hoje?
- Nada, mas hoje não dá
- Ta me escondendo alguma coisa?
- Não
- Então vamos, eu pago sua cerveja
- Não é pela cerveja....
- Então o que é que....
- SEXO! - eu disse de forma impaciente
- Oi?
- Como você é curiosa....
- Ah ta... entendi, desculpa - Nisso a garota já estava se vestindo.
- Não, ta tudo bem
- Desculpe, sério, amanhã a gente vai
Ela desligou o telefone e a garota me pediu para levar ela embora, eu tentei argumentar, e la sorrindo me dizia que era pra eu ficar tranquilo. Acabei e noite na punheta lembrando da bunda daquela garota encaixada em mim sentada de costas. antes disso até tentei ligar para a Adriele que se limitou a me mandar uma mensagem dizendo
"De verdade, não se preocupa, a gente vai amanhã... boa gozada ai!" e depois "Te entendo, transar é muito bom... Ainda mais pra você que preza tanto pelos prazeres da vida... Um dia eu perco a vergonha na cara e procuro alguém pra transar também! kkkkkk"
Eu não senti ciumes dessas mensagens, na verdade pensei que eu era a única pessoa com quem ela estava tendo contato, e pensando que talvez eu estivesse prejudicando ela ao invés de fazer bem. mas fosse como fosse, incentivaria ela a conversar com mais pessoas quando saíssemos e talvez deixa-la mais a sós com essas pessoas que ela viesse a conhecer.
No dia seguinte ela me manda mensagem e combinamos de ir para a tal exposição, no caminho ela começa
- E aí garanhão! Meteu até que horas?
- Até você me ligar!
- To falando sério!
- Eu também.... a garota se mandou depois de ouvir a gente discutindo
- PUTA QUE PARIU!!!!!
- Pariu nada, eu nem gozei!
- Nojento! kkkkk - ela ria se descontraindo - Cara, sério isso? desculpa
- Já falei que não tem problema
- Mais uma noite na punheta, hein?
- Culpa sua!
- O quê? - ela perguntou espantada e me olhando, eu dei risada
- Não nesse sentido!
- Ah tá.... - Ela colocou a mão no peito, se fazendo de aliviada e rindo - Caralho que susto!
- Ah para, você sabe que todo mundo já bateu uma pensando nessa sua bunda!
- Cala a boca!
- Eu então, que já vi até a poupinha nos seus pijama indecente! - E comecei a falar para provocar vergonha e colocar nós dois no nosso clima de risos e piadas
- Indecente você atender os outros de pau duro comendo a garota, coitada!
Naquele dia na exposição encontrei alguns amigos e entre eles algumas das pessoas que trabalhavam com a gente. conversa vai e conversa vem, acabei por deixar a Adriele com eles enquanto eu dizia ir buscar cerveja, demorei um pouco, fui no banheiro, olhei algumas coisas e quando voltei levei bronca dela pela demora e um dos nossos colegas solta
- É cara, ela te botou coleira mesmo!
- Já viu lobo usar coleira, Andrei? - Todos caíram na risada - O cordeirinho aqui é você, não eu! - Andrei era conhecido por sem um cara super certo, o que fazia nossa amizade ser no minimo curiosa, mas era uma amizade leve da qual eu gostava muito
- Ah mas ela falou que ia dar bronca quando você chegasse - Retrucou o Lucas, outro amigo - Olhei pra Adriele que dava risada e acabou por abraçar meu braço
- Nossa que cara de mau! dá até medo!
A gente riu e nossos amigos diziam que eu dava medo mesmo, e ela acabou por soltar
- Ele tem esse jeito, mas é um doce!
- Realmente, a hora que a gente precisa esse cara é o amigo que a gente nem precisa dar explicação pra ele ajudar!
No fim fomos embora cada um para o seu caminho, no fim da noite levei a Adriele para a casa dela e ela falou
- Semana que vem é meu aniversário!
- Sério?
- Sim, não ligo pra isso, nem quero parabéns de ninguém, mas se você esquecer eu castro você e faco ensopado com as suas bolas!
- Depois da sua ligação ontem, minhas bolas não parecem estar tendo serventia mesmo!
- Cala a boca! Vai embora, vai comer uma puta!
Demos risada e nos despedimos dessa forma, descontraída.
Como eu disse pessoal, esse conto é um romance e essa leitura pode estar massante, mas terminarei de escrever todas as lembranças aqui, espero que alguém goste dessa leitura. se quiserem podem deixar comentários ou chamar para conversar no e-mail aldair.lemes@bol.com.br