Amor Surrealista #23

Da série Amor Surrealista
Um conto erótico de Leonora
Categoria: Lésbicas
Contém 2143 palavras
Data: 04/11/2025 17:07:05

No dia do meu aniversário, Valentina chegou em casa quase às seis da tarde, enquanto eu ainda estava no banho. Ao sair, encontrei-a no seu quarto, fui até ela, ainda enrolada na toalha, para dar um beijo de boas-vindas. Perguntei como tinha sido seu dia de trabalho e se estava bem. Ela me disse que estava um pouco cansada, pois o dia havia sido puxado, mas que tomaria um banho para relaxar e logo estaria nova em folha. Enquanto conversávamos, notei algumas sacolas em cima da cama, provavelmente de compras que ela tinha feito, mas preferi não perguntar o que era; mesmo tendo ficado bastante curiosa.

Eu disse a Valentina que iria preparar o jantar enquanto ela tomava seu banho, e ela respondeu que, se eu não me importasse, iria pedir uma pizza para nós duas. Concordei, e ela foi fazer o pedido antes de tomar banho. Saí do quarto para me trocar e fui para a sala esperar a pizza. Valentina demorou cerca de meia hora no banho. Quando saiu, veio até a sala de toalha e me pediu para ir à farmácia da esquina comprar um creme corporal para ela. Ofereci um creme meu, mas ela explicou que tinha alergia à maioria dos produtos e só usava um específico para evitar reações.

Ela me entregou uma nota de cem e um papel com o nome do creme. A farmácia não era muito longe, então fui a pé. Assim que entrei, uma atendente veio falar comigo. Expliquei o que precisava, e ela informou que teria que ir ao estoque buscar, já que o último produto na prateleira havia acabado de ser vendido.

Ela entrou por uma porta que ficava entre as prateleiras áreas do balcão e sumiu por lá. Eu já estava quase perdendo a paciência de ficar esperando e já estava pensando seriamente em chamar o responsável. Mas depois de quase meia hora sem notícias, a atendente finalmente apareceu com o creme. Pediu desculpas pela demora e explicou que o funcionário havia colocado as caixas no lugar errado. Respirei fundo, assegurei que estava tudo bem e paguei. A atendente me deu o troco e o creme, e eu voltei para casa.

Ao entrar, ouvi a voz de Valentina vindo da cozinha, pedindo para eu colocar o creme em cima da cama e vir até lá. Fui até o quarto, deixei a sacolinha sobre a cama e segui para a cozinha. Quando entrei, deparei-me com Valentina vestindo um robe preto, um sorriso lindo no rosto e um buquê de rosas em suas mãos. Fiquei sem entender por um momento, mas logo percebi que a mesa estava toda arrumada. Ela havia preparado um jantar para nós. Provavelmente, tinha pedido a comida, pois não deu tempo dela cozinhar.

Valentina me entregou as flores e me deu os parabéns pelo meu aniversário. Agradeci e perguntei como ela sabia. Ela me disse que eu era importante para ela e que tinha perguntado à minha mãe sobre algumas coisas importantes da minha vida, incluindo meu aniversário. Mesmo que a data do meu aniversário ela poderia descobrir nos meus registro da galeria, ela preferiu perguntar no interrogatório que fez a minha mãe.

Achei muito fofo da parte dela querer saber mais sobre mim. Coloquei as flores em um vaso com água e fomos jantar. Ela tinha pedido minhas comidas favoritas, provavelmente informada pela minha mãe sobre meus gostos culinários. Descobri também que ela havia dado 50 reais para a atendente da farmácia me atrasar por 20 minutos. Ela havia planejado tudo direitinho e eu nem desconfiei. Mas a maior surpresa ainda estava por vir.

Depois do jantar, estávamos conversando à mesa quando recebemos uma chamada de vídeo da minha mãe e da Milene. Elas me parabenizaram e disseram que tinham comprado presentes para mim, e que na próxima visita iríamos comer bolo. Conversamos por um bom tempo, e minha mãe confirmou que Valentina tinha feito um pequeno interrogatório com ela em nossa última visita.

Quando nos despedimos, ofereci ajuda para arrumar a mesa e lavar a louça, mas Valentina insistiu que faríamos isso no dia seguinte e me chamou para ir ao quarto dela. Assim que entramos, ela puxou uma caixinha vermelha debaixo do travesseiro. Ao ver a caixinha, meu coração disparou e senti uma leve dificuldade de respirar. Quando ela abriu a caixinha, vi uma aliança de prata bem bonita.

Valentina— Calma, não vou te pedir em casamento, pelo menos não ainda.

Nora— Eu não disse nada, amor.

Valentina— Sua cara de pânico já disse tudo. (risos) Amor, eu sei que já nos tratamos como namoradas e temos um relacionamento sério, mas eu queria oficializar isso. Então, você aceita ser minha namorada?

Nora— Claro que aceito, amor! Mil vezes sim!

Ela colocou a aliança no meu dedo e só então percebi que ela usava uma igual. Eu me sentia a mulher mais feliz do mundo. Valentina era romântica, e eu amei isso.

Valentina— Bom, agora só falta seu presente de aniversário.

Nora— Amor, não precisava.

Valentina— Tenho certeza de que você vai gostar!

Nora— O que é?

Valentina se levantou e ficou de pé na minha frente, e então começou a fazer sentido porque ela estava vestindo um robe durante o jantar. Ela desfez o laço da faixa do robe e deixou-o deslizar pelo corpo, revelando apenas uma calcinha preta minúscula sobre seu corpo. Fiquei sem palavras, admirando sua beleza semi-nua.

Valentina— Pode não ser o melhor presente do mundo, mas prometo que ele é todo seu.

Nora— Você com certeza não poderia escolher nada melhor!

Levantei-me e a beijei, minhas mãos já apertando sua bunda. Ela puxou minha camiseta para cima, e eu a ajudei a tirá-la. Voltamos a nos beijar, e logo senti suas mãos abrindo a braguilha da minha calça jeans. Ela desceu sua boca para o meu pescoço, enquanto sua mão deslizou para dentro da minha calcinha e começou a acariciava minha intimidade. Os primeiros gemidos escaparam da minha boca.

Valentina desceu sua boca até os meus seios, brincando com sua língua nos meus mamilos. Senti um tremor nas pernas e me afastei, sentando na beira da cama. Ela me olhou por alguns segundos, depois se ajoelhou entre minhas pernas, tirou meus tênis e puxou minha calça até removê-la. Logo, eu estava apenas de calcinha de algodão, mas isso não durou muito. Valentina tirou minha calcinha e, ajoelhada entre minhas pernas, começou a beijar e lamber minhas coxas. Ela revezava sua boca em uma coxa de cada vez, sempre mantendo os olhos fixos nos meus.

Sua boca se aproximou da minha intimidade, e eu quase implorei para ela me chupar. Quando sua língua tocou minha intimidade, soltei um gemido alto. Ela começou a me chupar com vontade. Joguei a cabeça para trás e fechei os olhos. Ela abraçou minhas coxas e movimentou a boca sobre meu clitóris. Os toques de seus lábios e língua me arrancavam muitos gemidos de prazer.

Ela friccionava a língua no meu clitóris e sugava com os lábios. Eu já estava completamente tomada pelo prazer. Valentina continuou por um tempo, até eu ter um orgasmo intenso, melando sua boca. Ela logo veio me beijar, e meu mel se misturou entre nossos lábios.

Valentina saiu de cima de mim e tirou sua calcinha com calma. Subiu na cama, colocando uma perna de cada lado do meu corpo. Eu me deitei, e ela ficou ajoelhada sobre minha boca, que a recebeu já com a língua para fora. Passei a língua por toda a extensão da sua intimidade e concentrei meus carinhos no clitóris. Ela começou a mover seus quadris, segurando minha cabeça com as mãos e aumentando a intensidade.

Seus gemidos foram se tornando mais altos, e os movimentos, mais rápidos. Senti seu corpo tremer e seus líquidos escorrendo pela minha boca. Logo, seu corpo se enrijeceu, e ela soltou um gemido longo e rouco antes de ser tomada por espasmos fortes. Era o seu primeiro orgasmo daquela noite.

Naquela noite que apenas começava, nós nos entregamos completamente uma a outra. Valentina parecia estar com um fogo acima do normal, e eu amei. Mas não foi só sexo; conversamos, trocamos carinhos e fizemos planos para o futuro. Valentina queria muito que eu voltasse a trabalhar na galeria. Ouvir seus planos, e saber que ela me incluía em todos, fazia meu coração quase explodir de felicidade.

Eu nunca havia planejado passar o resto da minha vida com alguém, casar, ter uma família e viver uma vida de casal, mas com Valentina, esses planos passaram pela minha cabeça. Não conseguia imaginar um futuro que não fosse ao lado dela. Foi pensando nisso que, quando o sono e o cansaço apertaram, coloquei minha cabeça em seu ombro para dormir. Porém um pouco antes de dormir, olhei bem nos seus olhos e disse o que meu coração sentia.

Nora— Eu te amo, Val. Te amo muito!

Valentina— Eu também amo você, meu amor!

Foi bom expressar o que sentia, mas ouvir ela dizer que também me amava foi um momento único que jamais esquecerei. Naquela noite incrível, dormi com um sorriso no rosto e o coração quentinho no meu peito.

Nossa vida seguiu e nosso amor cresceu e foi se solidificando com o tempo. Valentina era uma namorada perfeita: romântica, carinhosa, atenciosa e cuidadosa. Ela sempre se preocupava comigo de todas as formas, sempre encontrando tempo em sua rotina corrida para me dar atenção. Eu me sentia amada e protegida o tempo todo.

Faltavam dois meses para o meio do ano e eu só tinha mais três quadros para finalizar. Avisei Valentina que, no máximo em um mês, terminaria tudo e ela já poderia chamar um especialista para autenticar as obras. Valentina disse que pediria os dois mais renomados da cidade, para não deixar dúvidas sobre a autenticidade dos quadros.

Ela também comentou que na exposição colocaria as fotos que tirou de cada quadro antes de eu finalizá-los, para que todos pudessem ver o antes e o depois. Assim, até pessoas que não tinham grande conhecimento de pintura poderiam entender o que Isabel pintou e o que eu pintei. Achei a ideia excelente.

Estava muito animada com os quadros. Embora a maioria não fosse dos mais bonitos que Isabel pintou, e alguns provavelmente ela não os tinha terminado por não gostar do que estava pintando. Mesmo assim, acreditava que, por serem dela, ou pelo menos parte da pintura, todos seriam vendidos. Muitos colecionadores pagariam caro por quadros como aqueles em suas coleções particulares. Cada um deles era único e a história por trás deles certamente chamaria a atenção. Talvez eu, por ser desconhecida, criasse uma mística que atraísse ainda mais interesse, mais do que se eu fosse uma pintora famosa.

Os dias passaram e fiquei radiante ao terminar o último quadro. Era por volta das três horas da tarde quando finalizei. Pensei em mandar uma mensagem para Valentina, mas decidi esperar que ela chegasse para dar a notícia pessoalmente. Queria ver a expressão de felicidade dela ao ouvir que eu havia terminado. Valentina sabia que eu estava terminado o último, mas eu tinha certeza que ela ficaria imensamente feliz em ouvir da minha boca que eu tinha finalizado o trabalho.

As horas passavam devagar, e por algum motivo, Valentina estava atrasada naquele dia. Quando ouvi o barulho do carro dela entrando pelo portão, já eram quase sete horas da noite. Eu estava ansiosa para contar e fui até a porta de entrada esperá-la. Mas, assim que se aproximou, percebi que algo estava errado. Seu rosto estava triste e, ao olhar em seus olhos, vi que ela havia chorado. Minha animação se transformou em preocupação, e meu sorriso desapareceu.

Ela se aproximou e me abraçou apertado. Perguntei o que tinha acontecido e ela me chamou para entrar. Assim que cruzou a porta, foi direto para o sofá, deixando seu corpo cair sobre ele. Seu olhar transparecia derrota. Todo o brilho que ela tinha nos olhos nos últimos tempos parecia ter desaparecido.

Nora— Amor, o que aconteceu?

Valentina — Acabou tudo, amor. Não vai ter mais exposição, vendas de quadros ou galeria.

Nora— Como assim, amor?

Valentina— Eu tenho 30 dias para tirar todas as minhas coisas do galpão ou vão ser jogadas na rua.

Nora— Mas por quê?

Valentina— O pai da Isabel não vai mais me alugar o local, nem por um preço justo, nem por dinheiro algum. Ele quer que eu saia de lá o mais rápido possível.

Valentina começou a chorar. Ela tentou falar mais alguma coisa, mas as palavras não saíram. Fui até ela e a abracei. Mesmo sem saber o motivo daquele estar acontecendo, eu sabia que ela tinha razões de sobra para chorar. A galeria significava tudo para ela; era a realização do sonho de Isabel. Mas, por algum motivo, isso estava sendo tirado dela.

Continua…

Criação: Forrest_Gump

Revisão: Whisper

(Qualquer erro, incoerência, dica, crítica ou elogio, podem deixar nos comentários 🤝🏻)

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Foto de perfil de Forrest_GumpForrest_GumpContos: 460Seguidores: 101Seguindo: 61Mensagem Sou um homem simples que escreve história simples. Estou longe de ser um escritor, escrevo por passa tempo, mas amo isso e faço de coração. ❤️Amo você Juh! ❤️

Comentários

Foto de perfil de Lore

Vou anotar o tutorial de Val pra surpreender minha gatinha no próximo aniversário, mas não diga a ela, hein? 🤫

A gente foi do céu ao inferno, uma hora as duas se amando intensamente, e na outra, a notícia do fechamento da galeria. Espero que elas consigam reverter a situação, além de ser o trabalho da vida de Valentina, todo o acervo da Libélula finalizado pela Nora merece muito chegar ao público.

Parabéns pela saga, amigo! Está muito boa de acompanhar! ❤️😘

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Foto de perfil de Whisper

Boa noite amore! 🤗❤️😘

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Foto de perfil de Lore

Boa noite, amô! ❤️😘

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Foto de perfil de Whisper

♥️♥️♥️♥️♥️♥️♥️😘

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Foto de perfil de Forrest_Gump

Juro que não viu dizer 🤐 😂😂

Verdade, foi de algo muito bom, para algo muito ruim, muito rápido. A galeria é praticamente a vida da Valentina, além dela amar muito o lugar, é algo muito significativo para ela, já que a galeria era um sonho da Isabel, sonho esse que ela planejou cada detalhe. Vamos ver se elas vão conseguir reverter a situação, mas parece ser bem difícil 🤷🏻‍♂️

Muito obrigado Lore 🤗🌹

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Serviu o jantar e reivindicou a sobremesa 🔥😂

Se você n tivesse comentado q Donna n faz ideia do passado da Val com Isabel, eu juraria q ela descobriu o namoro e contou tudo sobre a Libélula para os pais.

Pra eles tomarem uma decisão tão radical, sem aceitar dinheiro algum pelo espaço, acredito q de alguma forma descobriram o romance da filha e, como já era esperado, n reagiram bem 😐

Parabéns por mais um ótimo capítulo! 🤌🏻❤️

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Acho que o jantar foi só para despistar, ela estava de olho mesmo era na sobremesa 😂😂

Não, as únicas pessoas que sabe do passado delas é Orlando e Nora, a não ser que alguém de alguma forma descobriu sobre elas 🤷🏻‍♂️

Alguma coisa muito grave aconteceu com certeza, até porque Isabel fez os pais prometerem que iria deixar a galeria sempre usar o imóvel por um valor mais acessível 🤷🏻‍♂️

Muito obrigado Juh 🤗🌹

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Boa Tarde pessoal!

Nossa que capítulo foi esse começou cheio de surpresas, principalmente com as declarações de amor das duas.

Mas esse final foi muito triste e Valentina está sofrendo muito, acredito que e chegada a hora dela talvez contar a verdade para os pais da Isabel, ou talvez a Nora com ajuda da mãe dela da Milene da Milena elas conseguem um novo local, para que ela venha montar a nova galeria de arte.

Agora aguardar o que vai acontecer nos próximos capítulos.

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Verdade, começou muito bom para as duas, mas o final foi triste 🥺

Acho que ela nunca contaria aos pais da Isabel, acho que ela se sentiria traindo a Isabel se ela fizesse isso. Conseguir um novo local seria uma ótima ideia e com certeza se ela pedir ajuda a Nora, ela ajuda sim, mas vamos ver o que vai acontecer 🤭

Obrigado Paulo. 🤝🏻

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Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Se bobear a própria Nora vai comprar o galpão através da empresa da família, com ajuda da mãe e da Milena.

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Seria uma boa opção, dinheiro para isso Nora tem 🤷🏻‍♂️

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Bora ler mais um capítulo 📖

Ps: Postando mais cedo porque vou passear com a esposa 😁

Mas tarde apareço 🤝🏻

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