Onde o mar nos levou - Capítulo XXIII

Um conto erótico de Rafa & Caio
Categoria: Gay
Contém 2924 palavras
Data: 04/11/2025 18:22:43

Capítulo XXIII - Caio... A esperança!

Rafa narrando...

Não sei mais que dia é hoje. As horas aqui não passam, elas escorrem como uma água suja que nunca chega ao fim. Acordei com a pele grudando de suor frio e uma dor seca atravessando meu estômago, como se algo me comesse por dentro. Há dias que só bebo água. Eles não me dão nada além disso, às vezes, nem isso. Meu corpo já não obedece. Sinto as pernas pesadas, a boca amarga, os lábios rachados. Até minha própria respiração tem cheiro de ferrugem.

A umidade deste lugar é cruel. O teto pinga em silêncio, formando pequenas poças escuras que atraem insetos. Ratos correm entre caixas quebradas, roendo restos de algo que não consegui identificar.

Cada ruído ecoa como um grito dentro do galpão. Às vezes, quando o vento passa por alguma fresta, o ferro das portas geme e me dá a sensação de que alguém vai entrar, e essa expectativa é pior do que o próprio medo.

Os primeiros dias eu tentei contar as horas pelas batidas dos meus batimentos ou pelos momentos em que eles apareciam. Agora, perdi a noção. Há apenas o escuro, o cheiro de mofo, de óleo velho, e o gosto metálico que sinto sempre que mordo a língua para não gritar.

Hoje, Augusto veio mais cedo. Ou mais tarde. Aqui não existe manhã nem noite. Ouvi o som do cadeado, depois os passos lentos. Ele sempre faz questão de entrar devagar, como se cada segundo fosse um espetáculo para ele. A lâmpada pendurada oscilou quando ele acendeu, lançando sombras tortas nas paredes. Por um instante, eu vi meu próprio reflexo numa chapa de metal enferrujada: olhos fundos, barba desgrenhada, pele pálida. Quase não me reconheci.

— Bom dia, herdeiro! — a voz dele cortou o silêncio como uma lâmina. — Ou boa noite… já se perdeu, não é?

Mantive os olhos fixos no chão. Se eu olhasse para ele, ia sentir o ódio crescer mais do que já crescia.

— Vai continuar mudo? — ele provocou, aproximando-se até que eu sentisse o cheiro do seu perfume misturado a cigarro. — Acha que essa pose de mártir vai impressionar alguém? Caio não vai te salvar.

A menção ao nome dele foi como um soco. Fechei as mãos, mesmo com os pulsos amarrados. — Se você… — minha voz saiu falha — …encostar um dedo nele, Augusto, vai descobrir do que eu sou capaz.

Ele riu. Um riso baixo, debochado, que ecoou pelo espaço como se tivesse prazer em cada sílaba.

— Capaz? — ele repetiu. — Você está amarrado, sem comida, apodrecendo num buraco. O que você acha que pode fazer?

— Amar — respondi, com um fio de voz. — E isso você nunca vai destruir.

Ele me observou por um momento, olhos estreitos, como quem mede a resistência de uma peça antes de quebrá-la. Então estalou os dedos. Dois homens surgiram da porta lateral. Um deles trazia uma bandeja. Por um segundo, meu corpo reagiu com esperança — comida — mas logo o cheiro podre daquilo tomou o ar. Carne azeda, arroz embolorado. O odor era tão forte que senti o estômago se contrair antes mesmo de vê-lo.

— Aqui está seu banquete — Augusto disse, empurrando a bandeja com o pé até perto de mim. — Aproveite.

Ele sabia que eu não conseguiria comer. E era esse o jogo. O cheiro me fez tossir, depois vomitar a pouca água que ainda tinha no estômago. A risada dos capangas ecoou pelo galpão.

Quando eles saíram, o silêncio voltou, pesado como chumbo. Fiquei deitado no chão, tentando controlar a náusea. Cada músculo doía como se eu tivesse levado uma surra, e talvez tivesse, já perdi a conta de quantas vezes me bateram. Mas, mesmo fraco, minha mente buscava um lugar onde a dor não pudesse entrar.

Pensei em Caio. Na forma como ele encosta a cabeça no meu ombro quando está com sono. Nas manhãs em que o café dele invade a casa inteira. Lembrei do jeito que ele me olhou no dia em que ele viu minha tatuagem e sorriu feito bobo, como se pudesse enxergar além da pele. Essas memórias são tudo o que eu tenho, tudo o que me mantém respirando. Cada lembrança é um grão de força. As lágrimas caíram silenciosamente, a saudade e a agonia de tê-lo longe me consumiam ferozmente.

Eu sei que ele está procurando. Sei que está desesperado. E mesmo que Augusto ache que pode nos separar, ele não entende que o amor não se mede pela distância. Eu posso estar aqui, quebrado, faminto, mas meu coração ainda bate o nome dele. Caio. Sempre Caio.

Encostei a cabeça na parede fria e fechei os olhos. A fraqueza é tanta que cada piscada parece um mergulho. Mas, enquanto ainda conseguir pensar nele, Augusto nunca vai vencer. Mesmo se esse lugar se tornar meu último cenário, eu não vou desistir.

Caio narrando...

A água quente descia pelos meus ombros, mas não trazia alívio. Era como se cada gota me lembrasse de tudo que eu não conseguia lavar de mim: a culpa, o medo, a saudade que queimava. Apoiei as mãos na parede fria do box e fechei os olhos. O vapor embaçava o espelho do banheiro, mas o que realmente embaçava era a minha mente. Bastava um segundo de silêncio para que a imagem dele surgisse: Rafael, com aquele sorriso meio torto, os olhos que sempre brilhavam quando me olhavam.

Engoli em seco. Fazia dias — dias que pareciam anos — que eu não ouvia sua voz. A cada hora que passava, meu coração parecia perder mais um pedaço. Eu tentava me manter firme, mas ali, sozinho, a verdade me esmagava. Eu sentia falta de tudo: da risada debochada quando eu dizia algo bobo, do jeito como ele me puxava pela cintura quando eu menos esperava, do cheiro dele. Um cheiro que nenhuma lembrança conseguia reproduzir por completo, mas que agora parecia ecoar em cada canto do apartamento.

Saí do banho ainda atordoado, o corpo quente contrastando com o frio que vinha de dentro. Enrolei a toalha na cintura e caminhei até o quarto, deixando rastros de água no piso de madeira. Ao abrir a porta, fui tomado por uma sensação estranha, quase como se o quarto respirasse a ausência dele. O lençol ainda guardava um amasso antigo, a almofada no canto da cama parecia guardar a forma do corpo de Rafael. Foi então que meus olhos se prenderam ao guarda-roupa, onde algumas roupas dele ainda estavam penduradas.

Meu coração apertou. Antes que eu pudesse impedir, caminhei até lá, abri a porta e deixei que o cheiro familiar me invadisse. Puxei a camiseta azul-marinho, a favorita dele, e a levei ao rosto. O perfume, mesmo misturado ao cheiro de madeira e um leve toque de mofo, ainda estava ali. Senti as pernas fraquejarem. Afundei no chão, abraçando a peça de roupa como se ela fosse capaz de trazer Rafael de volta. As lágrimas vieram de repente, quentes, salgadas, incontroláveis.

— Onde você está, Rafa? — sussurrei, a voz falhando. — Por favor… volta pra mim.

Enquanto me afogava naquela saudade, um barulho seco interrompeu meu choro. Algo havia caído dentro do armário. Olhei para o lado e vi uma pasta preta escorregando da prateleira superior. Ainda soluçando, estiquei a mão e puxei o objeto para perto. Era a mesma pasta que Rafael havia guardado semanas antes, dizendo apenas que era “importante demais para ficar à vista”. Lembrei do jeito sério com que ele fechou aquela porta do armário, quase como se quisesse proteger um segredo.

Abri a pasta com as mãos trêmulas. Dentro, havia dezenas de papéis, contratos, extratos bancários, anotações manuscritas. Eu não entendia todos os termos, mas os nomes saltavam aos meus olhos: Santos Montenegro S/A, Augusto Montenegro. Reconheci alguns documentos, comprovantes que Rafael comentara estar analisando quando tomou ciência das fraudes contábeis da empresa do pai. Ele estava certo. Todas aquelas provas… tudo aquilo podia incriminar Augusto.

No meio dos papéis, uma foto escapou e caiu no chão, virando de costas. Peguei-a com cuidado, o coração acelerado. Era uma foto nossa, tirada em uma tarde de praia. Rafael sorria com aquele jeito de quem sabia que eu estava olhando para ele. Eu estava abraçado em suas costas, a testa encostada no ombro dele. Uma foto simples, mas que carregava o mundo inteiro. Meu peito ardeu. Passei o polegar sobre o rosto dele, como se pudesse sentir a pele quente sob a ponta dos meus dedos.

— Eu sinto tanta saudade… — murmurei, a voz quase engolida pelo silêncio. — Eu não devia ter dito aquelas coisas. Me perdoa, amor… por favor, me perdoa…

As lágrimas caíram sobre a foto, borrando um pouco a imagem. Abracei a pasta contra o peito, como se ela fosse a última conexão com ele. Foi nesse momento que um som suave veio da porta: batidas leves, hesitantes. Enxuguei o rosto às pressas, mas minhas mãos tremiam demais para esconder qualquer coisa.

— Caio? — a voz de Miguel atravessou a madeira. — Posso entrar?

Levantei-me devagar, ainda abraçando a pasta. Caminhei até a porta e a abri. Miguel estava ali, com os olhos preocupados e o rosto marcado pelo cansaço dos últimos dias. Ele não disse nada. Apenas me olhou por um instante e, sem pedir permissão, me puxou para um abraço. Um abraço firme, silencioso, que dissolveu qualquer resistência que eu ainda tentava manter. Senti meus ombros desabarem. Chorei de novo, desta vez no peito dele.

— Vai passar, Caio — ele murmurou, apertando um pouco mais meus ombros. — Nós vamos encontrar o Rafael. Eu prometo.

— Eu… eu prefiro acreditar nisso do que desistir — consegui dizer entre soluços. — Porque se eu desistir, é como se eu o estivesse deixando sozinho. E eu nunca vou fazer isso. Nunca.

Miguel recuou um passo e olhou para a pasta que eu ainda segurava.

— O que é isso?

Respirei fundo, tentando organizar as palavras.

— São documentos. Coisas que o Rafa guardou. Eles provam as fraudes… todas as sujeiras do Augusto. — Minha voz tremeu ao dizer o nome. — Isso pode ajudar a polícia a provar tudo. Pode… pode levar aquele desgraçado pra cadeia.

Miguel arregalou os olhos, surpresa e indignação se misturando.

— Isso é enorme, Caio! A gente precisa levar isso agora pra polícia. Isso pode mudar tudo.

Assenti, apertando a pasta contra o peito.

— Eu sei. Mas só de pensar no Rafa… no que ele pode estar passando… — minha voz falhou — …eu sinto que o tempo tá correndo mais rápido do que a gente.

Miguel pousou a mão no meu ombro.

— Então a gente corre também. Juntos.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, respirando o mesmo ar pesado. Lá fora, a cidade continuava, indiferente ao nosso desespero. Mas dentro daquele apartamento, algo havia mudado. Aquela pasta era mais do que papel. Era uma chave. Uma chance de trazer Rafael de volta e, ao mesmo tempo, destruir o homem que havia arruinado nossas vidas.

Miguel pegou o celular e disse que iria avisar a polícia imediatamente. Eu, ainda com a foto em mãos, olhei mais uma vez para o sorriso de Rafael. Passei o dedo pelo contorno do rosto dele e sussurrei, quase como uma oração:

— Aguenta, meu amor. A gente vai te tirar dessa. Eu juro.

Naquela noite, mesmo em meio ao medo e à saudade, algo reacendeu dentro de mim: a certeza de que eu não estava mais apenas esperando. Agora, eu estava lutando.

A manhã amanheceu carregada, pesada como se o próprio céu sentisse o que eu estava sentindo. O apartamento parecia maior, mais frio e mais vazio desde que Rafael havia desaparecido. A pasta preta repousava sobre a mesa da cozinha, ao lado de uma xícara de café que eu não consegui terminar. Cada vez que meus olhos pousavam naquela pasta, era como se uma pequena chama de esperança queimasse dentro de mim, mas junto vinha o medo, medo de que já fosse tarde demais.

Miguel chegou cedo, batendo à porta com aquela energia controlada que sempre tentava esconder a preocupação. Abri sem dizer nada. Ele entrou, olhou para mim e depois para a pasta.

— Pronto? — perguntou, a voz baixa, como se tivesse medo de quebrar o silêncio.

Assenti, pegando a pasta com as mãos trêmulas.

— Mais pronto do que nunca.

Enquanto eu fechava a porta, outra batida ecoou pelo corredor. Quando abri novamente, lá estava Dona Eloísa, com o rosto cansado, os olhos avermelhados de tantas noites sem dormir. Ela apertava uma bolsa contra o peito como se estivesse segurando o próprio coração.

— Eu… não consegui ficar em casa — disse, a voz embargada. — Preciso estar com vocês.

Miguel se aproximou e a abraçou sem dizer nada. Eu apenas balancei a cabeça, sem conseguir esconder a emoção de vê-la ali, forte mesmo no meio da dor.

— Vamos juntos — consegui murmurar.

O caminho até a delegacia foi feito em um silêncio denso, cortado apenas pelo som do motor. Dona Eloísa estava no banco de trás, mas eu sentia sua presença como se ela estivesse ao meu lado. De vez em quando, eu via pelo retrovisor seus dedos apertando o crucifixo que carregava no pescoço, um gesto automático, quase desesperado. Miguel, ao volante, lançava olhares rápidos para mim, mas ninguém parecia capaz de quebrar aquele silêncio.

Quando chegamos, fomos conduzidos para uma sala reservada. O delegado responsável pelo caso, Dr. Almeida, um homem de expressão firme e olhar experiente, nos recebeu com um aceno.

— Vocês disseram que têm documentos importantes — ele começou, ajustando os óculos.

Miguel abriu a pasta e espalhou os papéis sobre a mesa.

— Isso é tudo que Rafael conseguiu antes de desaparecer. Ele e Dona Eloísa suspeitavam que Augusto estava envolvido em fraudes e… — respirou fundo — …achamos que isso pode ter ligação com o sumiço dele.

Dona Eloísa, sentada ao meu lado, apertou minha mão com força. Eu podia sentir o tremor dos dedos dela, mas seus olhos permaneceram fixos nos documentos, cheios de uma determinação silenciosa.

O delegado folheou as páginas com atenção, e a cada folha virada seu semblante ficava mais sério.

— Isso é substancial — disse enfim, levantando uma das folhas que mostrava transferências ilegais de dinheiro.

— Com essas provas, conseguimos um mandado de busca em poucas horas.

Meu coração disparou.

— Isso pode nos levar até o Rafael? — perguntei, a voz quase falhando.

Dr. Almeida olhou para mim, depois para Dona Eloísa.

— Se Augusto realmente está por trás disso, sim. Esses documentos podem ser a ponta do iceberg. Vamos cruzar essas informações com as últimas movimentações financeiras dele. Pessoas assim sempre deixam rastros.

Dona Eloísa respirou fundo e falou pela primeira vez desde que entramos na sala.

— Delegado… encontre meu filho. Por favor! Ele é tudo o que eu tenho.

As palavras dela cortaram o ar como uma lâmina. O delegado assentiu, mais sério do que antes.

— Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance, senhora Eloísa.

As horas seguintes foram um turbilhão. Equipes de investigação começaram a rastrear ligações, cruzar dados bancários e analisar transferências suspeitas. Uma informação, em particular, fez meu coração quase parar: um galpão industrial desativado, localizado numa área bem afastada do interior, havia recebido pagamentos em espécie vindos de uma conta ligada indiretamente a Augusto.

Dr. Almeida nos chamou de volta à sala.

— Temos algo. — Ele projetou no monitor um mapa com a localização. — Esse lugar é perfeito para manter alguém escondido. É isolado e sem movimento. Estamos pedindo um mandado de busca, mas precisamos de cautela.

Meu corpo inteiro tremia.

— É lá. Eu sinto que é lá — sussurrei, olhando para Miguel e depois para Dona Eloísa.

Ela apertou minha mão com mais força, como se quisesse dividir a própria coragem comigo.

— Caio, meu filho é forte. Ele vai aguentar. Nós vamos trazer ele de volta.

Miguel apoiou a mão no meu ombro, tentando manter a calma.

— Vai dar certo, cara. A gente vai encontrar o Rafa.

O delegado nos encarou com seriedade.

— Mas preciso que entendam: vocês não podem se aproximar durante a operação. É perigoso. Um passo em falso e alertamos Augusto.

Dona Eloísa ergueu o queixo, a voz firme apesar do medo evidente.

— Eu não vou atrapalhar. Só preciso estar lá. Não importa se for do lado de fora.

Dr. Almeida hesitou, mas acabou cedendo.

— Tudo bem. Vocês podem acompanhar a distância. Mas prometam que vão ficar no carro.

Assentimos em silêncio.

Duas horas depois, já de volta à delegacia, a notícia que esperávamos finalmente chegou: o mandado estava autorizado. O som dos coletes sendo ajustados, das armas sendo checadas, encheu o ambiente de uma tensão quase insuportável.

Enquanto os policiais se preparavam, eu vi Dona Eloísa de pé, com as mãos entrelaçadas e os olhos fixos no chão, murmurando uma oração que mal consegui ouvir. Miguel se aproximou dela e segurou suas mãos.

— Ele vai voltar, Dona Eloísa. Nós vamos trazer o Rafa de volta.

Ela ergueu o rosto, os olhos marejados.

— Eu sei. Eu sinto. — E então olhou para mim. — Caio, meu filho te ama. Segura firme.

Aquelas palavras bateram fundo, quebrando a última barreira de controle que eu tinha. Respirei fundo, tentando conter as lágrimas, e murmurei, mais para mim do que para os outros:

— Aguenta só mais um pouco, amor. Eu tô chegando.

Pouco tempo depois, as viaturas começaram a se mover em direção ao galpão industrial. Miguel dirigia o carro descaracterizado em que estávamos, enquanto eu observava o horizonte cinzento, o coração batendo mais rápido a cada quilômetro. Dona Eloísa, ao meu lado, não tirava os olhos do crucifixo em suas mãos.

Eu sabia que aquela noite seria decisiva. E, mesmo com o medo queimando dentro de mim, a única coisa que eu conseguia pensar era no rosto de Rafael, e na promessa silenciosa que eu havia feito: não parar até encontrá-lo.

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Foto de perfil de T. Lys. RT. Lys. RContos: 25Seguidores: 4Seguindo: 2Mensagem "Escrevo com o coração em carne viva, transformando dor, amor e redenção em capítulos que sangram poesia — onde cada palavra carrega o peso da verdade e o alívio da esperança."

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