Depois de dezoito anos eu estava voltando a pequena cidade do interior onde nasci, para vender a casa dos meus pais que ficou alugada todo esse tempo. Quase duas décadas depois, a cidadezinha não mudara muito, alguns poucos prédios novos, dois condomínios para os quais se mudaram as famílias mais abastadas, e algumas lojas novas na avenida central que reunia praticamente todo o comércio. A população de pouco menos de 100 mil habitantes parecia estar na mesma estagnação de quando minha família partiu para a capital.
Percorri os 450 quilômetros sem nenhum percalço, uma vez que as estradas pareciam um tapete, já que oito pedágios estavam intercalados nesses poucos quilômetros, exceto a alça de acesso à cidade que, além de estar com o traçado em reformas, também apresentava crateras no asfalto antigo. A menos de 200 metros da entrada da cidade, que se dava por uma avenida larga de mão dupla com um canteiro central arborizado, não consegui desviar a tempo de cair numa dessas crateras. O estalo metálico que ouvi antes de parar no acostamento lamacento veio do escapamento que teve sua parte traseira totalmente extirpada com a batida. Cheguei a descer para avaliar o estrago e constatei que não valia à pena enfiar a parte destroçada do silencioso no carro para uma reparação, pois estava tão amassada que teria que ser substituída por uma nova. Segui rumo ao centro em baixa velocidade arrastando um cano que havia se soltado das presilhas, o que despertava a atenção das pessoas por onde eu passava.
Final de tarde, o comércio e tudo o mais na cidade estava prestes a fechar. Pensei em ir primeiro ao hotel onde ia me hospedar e deixar a procura pelo conserto do escapamento para o dia seguinte, antes de me lembrar que o pai de três antigos colegas do colégio tinha uma oficina mecânica no trajeto. Como era mesmo o nome? Tinha haver com o sobrenome da família, eu acho, Pereira, Pinheiro, Prado, não Pires, Padilha, não, é isso Pacheco! Oficina Mecânica Pacheco estava escrito no letreiro de fundo azul e letras amarelas que se estendia por toda a fachada do estabelecimento. Reduzi ainda mais a velocidade e comecei a procurar em todas as fachadas da avenida pela tal oficina. Era por aqui, lembro que não ficava tão distante da praça da catedral, devo ter passado, ou ela já não existe mais, fiquei conjecturando. Por desencargo de consciência, fiz o retorno e tornei a percorrer o trecho no qual eu achava que a oficina ficava. Era por aqui, tenho quase certeza, conversava eu comigo mesmo, quando me deparei com uma fachada completamente remodelada e mais ampla onde um letreiro mais modesto assinalava LMR Mecânica & Consertos Automotivos. Embiquei o carro numa das três portas e fui procurar um atendente.
Ele surgiu do fundo da oficina assim que me viu e, a cada passo que dava na minha direção uma estranha sensação de déjà-vu se apoderou de mim. O corpão imenso e musculoso estava metido num macacão cinza-chumbo, desabotoado até o umbigo o que permitia ver parte do vigoroso e peludo peitoral bem como a trilha estreita e peluda que descia pelo abdômen trincado. Era de arrepiar o cuzinho. O sorriso no rosto anguloso e másculo coberto por uma barba por fazer surgiu assim que estava a poucos passos de mim. De tão hipnotizado, nem sei se retribui ou se apenas fiquei admirando embasbacado aquele macho viril. No entanto, foram os olhos de um tom verde claro que mais me abalaram quando se fixaram em mim. Eu podia jurar que já os tinha visto e, ao associá-los a uma situação ocorrida meses antes de minha família se mudar para a capital, eu imediatamente corei. Não, não podia ser. Você se deixou impressionar pelo físico e pela aura viril dele que deixou de raciocinar, Diogo! Sacudi a cabeça para afastar aquela lembrança insólita quando ele parou à minha frente.
- Pois não, em que podemos ajudar? – que voz, mais parece um trovão a ribombar, constatei. Dá um tempo você aí atrás, sei que faz um tempão que não sente uma rola te abrindo, mas agora não é hora de ficar assanhado, censurei meu ânus.
- Sim, claro! Acho que sim, quer dizer! É a traseira! Não, quero dizer que é o escape, o escapamento, eu o perdi na entrada da cidade. – consegui finalmente articular, enquanto o sujeito me examinava da cabeça aos pés como se também me reconhecesse. – Vocês fazem esse tipo de serviço?
- É, essa obra na alça de acesso à cidade está dando o que falar. Você não é o primeiro cujo carro sofreu alguma avaria naquela buraqueira. Coloque-o no vão do elevador, vou verificar o que aconteceu. – o vozeirão dele tinha o mesmo efeito sobre a minha mente que alguns drinques, o que o levou a me encarar esperando uma atitude. – Quer que eu o faça? As chaves estão no contato? – eu tinha acabado de reparar que junto à coxa esquerda dele havia um contorno enorme pendendo desde a virilha, e meu último lampejo de racionalidade se foi. Como minha boca havia secado repentinamente, não me atrevi a responder, apenas acenei com a cabeça.
Ele posicionou os braços de elevação no chassi do carro, acionou o elevador e examinou o estrago. Alguns de seus movimentos abriam mais o macacão e deixavam o torso musculoso à mostra, outros estiravam o tecido quando os músculos das coxas se contraíam e salientavam ainda mais aquele volume colossal na lateral dela. Eu estava tão inebriado que nem sabia mais onde estava, o que me rodeava e ignorei completamente a pergunta que alguém me fez ao se aproximar de mim. Toda minha concentração estava focada naquele macho e nos espasmos que contraíam meu cu.
- Boa tarde! Outra vítima das crateras na entrada da cidade? – a voz também era grave e máscula, embora eu não a tenha ouvido ou não a tenha metabolizado.
- O escapamento está danificado do catalizador para trás, vai precisar trocar tudo. – disse o que saiu debaixo do carro. – O problema é que não tenho o catalizador desse carro na oficina, terei que fazer o pedido no meu fornecedor e a peça só deve chegar amanhã à tarde ou na manhã do dia seguinte. – esclareceu. – Foi, é o quarto só essa semana! – respondeu, para o sujeito que estava atrás de mim e, no qual só lancei meu olhar naquele instante.
Eu mal podia acreditar no que estava vendo, mais um tremendo macho igualmente enfiado num macacão do mesmo modelo e cor com outro torso viril parcialmente à mostra. Claro que meu olhar também focou mais abaixo deparando-se com mais um contorno cavalar rente à coxa desse segundo macho. Teria eu chegado ao paraíso dos machos?
- Com essa eu não contava! Minha intenção era resolver umas questões amanhã pela manhã e voltar para casa à tarde. – devolvi. – Não tem mesmo como agilizar? Tenho compromissos que não podem esperar tanto tempo.
- Infelizmente não! Peças de carros importados não são fáceis de encontrar na região. Se eu fizer o pedido com o meu fornecedor ainda hoje, talvez as peças estejam aqui amanhã.
- Tem como eu circular por aí antes de fazer o conserto? Preciso resolver algumas coisas na cidade e preciso do carro.
- Não, não dá! Mesmo que eu remova esta peça que está arrastando no chão, não é recomendável que use o carro. – ele encarava minha cara de desolado e, eu tinha a impressão que estava se esforçando para lembrar de algum detalhe que lhe permitisse saber de onde conhecia meu rosto.
- Bem, fazer o quê, não é? Ter paciência, é só o que me resta, e reagendar meus compromissos.
- Se me permite, o que veio fazer na cidade? Talvez eu possa te levar onde precisa ir, a cidade é pequena, não será nenhum problema se eu me ausentar por algumas horas da oficina. – disse ele.
- Vim vender a casa dos meus pais! Ficou alugada por anos aos cuidados de uma imobiliária que não foi lá muito diligente nos sucessivos contratos o que levou à degradação da casa. Como ninguém mais da minha família tem intenção de voltar a morar aqui, estamos vendendo o imóvel. – revelei.
- Então sua família é daqui?
- Não, mas moramos alguns na cidade e foi onde meu irmão e eu nascemos. Me mudei na adolescência para a capital quando meus pais mudaram nosso comércio para lá.
- Curioso! Talvez seja por isso que seu rosto me lembre de um colega de escola. Posso perguntar como é seu nome?
- Engraçado, também tive a impressão de já o ter visto antes, quer dizer, os teus olhos que são muito bonitos! Diogo! Me chamo Diogo! – respondi.
- Diogo Sampaio? Você é o Diogo Sampaio, por acaso?
- Sim, exatamente! – o sorriso de ambos se ampliou e o que tinha examinado o carro se lançou na minha direção e me abraçou com força.
- Sou o Marcelo! Marcelo Pacheco! Fomos colegas de turma no colégio! E esse é o meu irmão Luiz, você deve se lembrar dele também! Morávamos inclusive na mesma rua, apenas uns quarteirões de distância.
Ao ouvir o nome Marcelo meu corpo estremeceu todo, o que ele pode sentir enquanto me apertava em seus braços. É claro que eu me lembrava dele, e como lembrava. Quem consegue esquecer do cara que tirou a sua virgindade, do cara que explorou e usou seu cuzinho durante meses, do cara que foi sua primeira paixão ao se descobrir gay?
- Tá falando sério, você é o Diogo, filho do Seu Ronaldo e da dona Alice? – perguntou incrédulo o Luiz, que também me abraçou assim que o irmão me soltou. – Cara, você já era um adolescente tesudo da porra naquela época; mas agora, agora cara, agora nem sei que palavra usar para te descrever. Que bundão, hein Diogo! Cacete, é de deixar qualquer um de pau duro! – sentenciou o Luiz, examinando minha bunda como se estivesse examinando algo que estivesse a fim de comprar. Fiquei vermelho feito um pimentão sem saber o que responder.
- Ele ainda fica todo corado como naquela época! – exclamou o Marcelo. Deliciosamente corado! – acrescentou, me deixando complemente vexado.
- E, ao que parece, vocês continuam sendo os mesmos safados tarados daqueles tempos! – devolvi. Só está faltando o caçula, Roberto! – afirmei
- Roberto! Roberto, chega mais! Vem ver quem está aqui depois de nos abandonar! – berrou o Marcelo em direção ao fundo da oficina, o que fez surgir o terceiro macho parrudo usando o mesmo macacão que só de olhar já estava me dando tesão no cu.
- Jogo quinhentinhos na sua mão se me disser quem é! – exclamou o Luiz quando o irmão caçula se juntou a nós. Ele me examinava feito um leão esfomeado, mas não arriscou um palpite, pois com ele foi que eu tive menos contato.
- Diogo! Diogo que morava três quarteirões depois da nossa casa, lembra? – nem bem a pergunta foi concluída e ele me sorriu e me abraçou com o mesmo entusiasmo e safadeza dos irmãos mais velhos.
- Caraca, jura! Diogo do bundão rabudo! Uau, esse troço ficou ainda mais gostoso do que antes! – exclamou libertino, dando um tapa estalado na minha nádega.
- Será que vocês podem ser menos tarados? É só disso que conseguem se lembrar de mim? – questionei indignado, embora aqueles olhares libertinos me escrutinando estivessem me deixando excitado.
Assim descobri que a LMR Mecânica & Consertos Automotivos era a nova designação da Oficina Mecânica Pacheco, agora tocada pelos irmãos Luiz, Marcelo e Roberto depois que o pai deles teve um problema na coluna e parou de trabalhar. Os irmãos a modernizaram, compraram novos equipamentos para atender a demanda de carros cheios de parafernálias tecnológicas, a ampliaram, contrataram mecânicos mais capacitados e estavam construindo um galpão não muito longe dali onde pretendiam se dedicar ao restauro de carros antigos. O que era só um sustento para os Pacheco, agora se transformou num negócio lucrativo.
O Luiz estava casado e tinha um casal de filhos pré-adolescentes, com uma garota dos tempos de colégio que acabou engravidando mais cedo do que esperavam seus genitores. O Marcelo estava divorciado há três anos e voltara a morar com os pais. O Roberto estava noivo de uma garota na cidade vizinha, uma vez que a fama de mulherengos e depravados haver lhes fechado muitas portas na cidade. Pelos boatos que circulavam e, isso desde que eu me lembro quando ainda éramos adolescentes, as picas daqueles três já conheciam pelo menos a metade das bocetinhas da cidade. Quem tinha uma filha fazia de um tudo para mantê-la longe daqueles devassos, embora muitas garotas não houvessem se dado por satisfeitas enquanto não tiveram suas vaginas preenchidas pelos cacetões intrépidos daqueles irmãos machos e viris. Eles não me deixaram ir para um hotel, ofereceram-me suas casas enquanto eu permanecesse na cidade, o que relutei em aceitar.
- Ele vem comigo! A mamãe vai ficar feliz de revê-lo! Ela sempre dizia que você é um fofo! Vai gostar de saber que você continua sendo um fofo e ainda mais gostoso do que naquela época. – sentenciou o Marcelo ao me fazer o convite para ficar na casa dos pais, que agora ficava num dos condomínios da cidade e não mais na mesma rua onde morávamos.
- Não sei se é uma boa! Agradeço o convite, mas é melhor eu ir para um hotel, o que me dará mais liberdade para resolver os assuntos que vim tratar. – devolvi
- Vai fazer essa desfeita? Foi para capital e não quer mais contato com os caipiras do interior, é isso? – questionou o Marcelo ofendido.
- Não fala besteira! Não é nada disso, você bem sabe! Só não quero incomodar. Se resolverem o problema do carro eu já ficarei muito agradecido!
- Eu já disse que vou te levar para onde for necessário para que possa resolver seus assuntos, e isso é inegociável, assim como você ficar hospedado lá em casa! – retrucou ele impositivo
- E isso para vale nós também, o que precisar pode contar conosco! Não é Roberto? – afirmou o Luiz. – Você está intimado a visitar nossos pais, eles vão adorar saber de você e da sua família. – Me desculpe Marcelo, sei que não vai gostar do que vou dizer, mas o Diogo está um arraso de tão tesudo! Cara, é gostoso demais! – sentenciou ao envolver meu pescoço num abraço.
De fato, foi como eles afirmaram, a mãe e o pai deles não escondiam a alegria com nosso reencontro. Durante o jantar me encheram de perguntas, queriam saber de tudo sobre a minha vida depois que saí da cidade, queriam saber dos meus pais e irmão, o que faziam, como estavam, por que nunca mais voltaram para a cidade, e outras tantas perguntas às quais eu ia respondendo diligentemente apesar do cansaço que a viagem estava lançando sobre mim. Revelei que era dentista e havia montado uma clínica com outros dois colegas de faculdade, que continuava solteiro, que meu irmão havia estudado engenharia e trabalhava numa multinacional, estando no momento morando no exterior com a esposa que estava grávida, e que meus pais ainda mantinham o comércio da família, mas com a ajuda de profissionais em gestão de negócios.
- E as namoradas? Ainda me lembro do quanto as meninas gostavam de você, estava sempre cercado por uma porção delas. – perguntou a mãe do Marcelo, me deixando numa posição desconfortável, uma vez que não era adepto a mentiras, mas também não queria revelar que havia me assumido gay e estava num relacionamento morno com um dos colegas da clínica. O Marcelo ficou de orelhas em pé com a pergunta, e esperava ansioso pela minha resposta.
- No momento estou sem nenhuma! – respondi mentindo, o que o Marcelo já parecia saber. Pela expressão dele, sei que teria perguntado, e quanto aos namorados ou parceiros, tem algum cuidando desse rabão?
Instalaram-me num quarto confortável ao lado do quarto do Marcelo, o que achei providencial, uma vez que não teria uma noite de sono se ele, com aquele corpão cheio de testosterona, estivesse numa cama ao lado da minha. Havia terminado de tomar uma ducha e me preparava para deitar quando o Marcelo abriu uma fresta da porta e enfiou a cabeça para dentro do quarto me flagrando com a toalha ainda enrolada na cintura.
- Está confortável, precisa de alguma coisa? Se precisar estou no quarto ao lado, e não vou conseguir pregar o olho sabendo que esse corpão lindo está a poucos passos do meu alcance.
- Está tudo ótimo, obrigado! É muita gentileza dos teus pais me acolherem! – devolvi
- E eu não levo nenhum crédito por isso?
- Sabe que sim! Não se faça de sonso que conheço muito bem suas intenções.
- Isso quer dizer que não há a menor chance de eu dormir aqui com você?
- Exatamente! Nem em sonho!
- Isso você não pode impedir! Vou sonhar com esse tesão de bunda e sei que vou precisar me masturbar se não quiser subir pelas paredes.
- Tarado!
- Tesudo! Não rola nem um beijinho antes de dormir?
- Vai para o seu quarto Marcelo! Anda, some! Estou cansado demais para ouvir suas cantadas!
Obviamente quase não preguei os olhos. Fiquei a imaginar como estaria o cacetão dele agora que todo o corpo estava bem mais desenvolvido do que na época em que ele me desvirginou. Eu quase o podia ver se masturbando, segurando o caralhão pesado na mão e o sacudindo fazendo o sacão sacolejar até a porra jorrar. Não, definitivamente eu não ia pregar o olho, meu corpo estava agitado, perpassado por calores e um frenesi que retesava toda a musculatura e contraía alucinadamente os esfíncteres do meu cuzinho.
Me juntei a eles na mesa do café da manhã ainda grogue pela noite insone, embora tenha afirmado ter tido um sono reconfortante. Pela cara do Marcelo dava para perceber que estava numa condição muito semelhante à minha.
- Que cara é essa, filhão? Parece que não dormiu bem! – exclamou o pai dele, ante a sonolência manifesta em sua expressão.
- É, não foi uma das melhores noites! Estava agitado, o corpo não relaxava. Mas estou bem, não se preocupe! – respondeu ele, me encarando como quem diz – e a culpa foi toda sua por não me deixar entrar nessa bundinha carnuda.
- Devem ser preocupações com a oficina e com aquele negócio de restauro de carros antigos, vocês três andam muito agitados com esse projeto, precisam espairecer um pouco, as soluções vão surgir, podem ter certeza! – retrucou o pai
- É, deve ser isso mesmo! Tanto que resolvi tirar o dia de folga, vou acompanhar o Diogo nos assuntos que veio resolver.
- Faz bem, filhão! Você sempre gostou da companhia dele, não foi? Vocês eram tão próximos naquela época, não eram, Diogo? Eu gostava de ver vocês dois juntos, amizades assim jamais deveriam ser desfeitas! – sentenciou a mãe dele.
- Ouviu o que ela disse? Que formávamos uma bela dupla e que deveríamos ficar juntos para sempre. – disse o Marcelo enquanto me levava para a antiga casa da minha família.
- Não foi bem isso que sua mãe disse! Não invente coisas! – retruquei
- Sabe que se não tivesse ido embora, hoje eu seria seu macho e estaríamos morando juntos e felizes, não sabe?
- Que conversa é essa agora? Nunca briguei tanto com alguém depois do que aconteceu naquele dia. Você ficou insuportável! – devolvi, relembrando-o de como nossa amizade foi afetada após ele ter me descabaçado.
- Eu insuportável? Só estava cuidando e defendendo o que era meu! Você é que resolveu experimentar tudo o que aparecia pela frente, seu puto! – retrucou zangado.
- Isso só nessa sua cabeça pervertida, eu nunca fiz nada de errado! Você encontrava pelos até em casca de ovo e vinha me aporrinhar até conseguir uma briga. – retorqui.
- Claro, você era o santo e eu o demônio!
- Não foi o que eu disse! Você virou um chato depois daquilo, e não tente negar.
- Você nem se despediu de mim quando se mudou para a capital. Só fiquei sabendo que tinham se mudado dois dias depois. Nem um simples – Tchau – nem um bilhete sequer, nada. Você foi embora sem olhar para trás, me descartou da sua vida e me esqueceu por dezoito anos. Se a porra do seu carro não tivesse quebrado, eu nunca mais teria a chance de olhar para esses seus olhos, para essa boca de lábios carnudos e quentes. – alegou
- Puxe bem pela memória e vai saber o porquê de eu não ter me despedido de você! Lembra o que você fez? Lembra o que me disse naquela tarde em que eu fui te procurar com a intenção de me despedir e acharmos um jeito de continuar nos comunicando depois que eu me mudasse, lembra Marcelo? – questionei, pois ele sabia muito bem que a razão de eu não haver me despedido dele se devia ao fato de ter feito uma cena constrangedora no colégio diante de uma multidão, berrando para quem quisesse ouvir que eu era um veadinho que dava o cu para qualquer macho, enquanto me acertava dois bofetões por suspeitar que outro colega da nossa turma tinha transado comigo.
- Por que não disse que era mentira, que não tinha rolado nada entre você e o Danilo? A briga só aconteceu porque você não desmentiu nada.
- Ah, então a culpa foi minha por você ser um troglodita e me bater só porque resolveu acreditar em fofocas? – questionei indignado
- Eu não disse que a culpa foi sua, eu só disse que você podia ter desmentido tudo aquilo.
- E você ia acreditar, até parece! – revidei
Fui tomado por uma emoção inesperada ao me ver diante da nossa antiga casa, eram tantas lembranças, tantas coisas boas a rememorar que aconteceram entre aquelas paredes que agora estavam desgastadas pelo tempo e pela negligência dos sucessivos inquilinos. Fiquei um tempo a observá-la em silêncio, criando coragem para entrar, onde as lembranças certamente me fariam chorar.
- Está tudo bem com você? – questionou o Marcelo, notando minha hesitação
- Está!
O choro começou discreto assim que cheguei à cozinha. O azulejo no canto superior da janela que dava para o quintal ainda estava lá, trincado, separando o desenho de um ramo de café. O batente da porta que a separava da lavanderia ainda tinha as marcas traçadas com uma esferográfica das alturas do meu irmão e minhas que meu pai registrava a cada seis meses acompanhando nosso crescimento. A extensa pia cujo tampo de mármore foi palco de inúmeras comidas e bolos que minha mãe fazia apresentava sinais de desgaste, e eu até podia vê-la com um de seus aventais rendados diante dela preparando nossas refeições. Precisei amparar a lágrima que rolou pelo meu rosto.
- Foram dias muito bons, não foram? – perguntou o Marcelo quando me abraçou pela cintura e me puxou para junto dele.
- Foram, foram maravilhosos!
Andei pelos cômodos, nenhum deles guardava mais o cheiro do qual me lembrava, o cheiro da minha família, o cheiro que me dava uma sensação de segurança e aconchego. Meu quarto agora me pareceu pequeno e acanhado, não era mais aquele espaço que concentrava tudo o que eu tinha de mais valioso, o espaço que era o meu mundo tanto quanto estava feliz quanto quando estava triste. O Marcelo me acompanhava sem dizer nada, só dando suporte aquele momento tão íntimo e saudoso.
No quintal dos fundos, o jacarandá de Minas continuava lá, altivo e soberano cobrindo com sua copa larga boa parte da área sobre a qual lançava sua sombra fresca nas tardes quentes de verão, depois de suas flores azul arroxeadas da primavera caírem e forrarem o chão como se fosse um tapete. Seu tronco e galhos grossos continuavam a sustentar os restos da casa de árvore que meu pai mandou construir para que eu e meu irmão pudéssemos brincar dando vazão à nossa imaginação. Muitas noites abafadas dormimos ao abrigo dela ouvindo os sons noturnos que fantasiávamos serem criaturas alienígenas vindas de galáxias distantes. As paredes de madeira estavam desalinhadas, parte do telhado havia ruído assim como a escada que levava até ela. Ninguém jamais compreenderia a importância que aquela casinha na árvore tinha para mim. Foi entre suas paredes que numa tarde verão, enquanto desabava um temporal, que aquele homem que agora estava ao meu lado e, na época não passava de um molecão parrudo com os hormônios a ferver nas veias, me desvirginou e me fez descobrir minha real sexualidade, durante um coito demorado e carregado de paixão.
- Foi maravilhoso, não foi? – indagou sereno quebrando o silêncio. – Apesar de toda trapalhada, foi o momento mais maravilhoso da minha vida.
- Foi, foi maravilhoso! – concordei, antes de nos virarmos frente a frente e dele cobrir minha boca com um beijo quente e libidinoso.
Estávamos prestes a falar sobre a tal atrapalhada daquele dia quando fomos interrompidos pelo comprador da casa e, a surpresa que tive não foi nada boa.
- Podemos ir para o cartório? Conversei ainda ontem com o tabelião e toda a papelada está pronta para ser assinada e concluir a transação. – revelei.
- Então, senhor Diogo, surgiu um problema inesperado. – começou ele. – O banco não aprovou o financiamento e, sem ele, não tenho como pagar pela casa à vista como havíamos combinado. – emendou.
- Por que não me avisou? Fiz essa viagem toda à toa, deixei de atender pacientes na minha clínica só para fechar a transação, e só agora o senhor me diz que o financiamento não foi aprovado. O senhor estava ciente das minhas dificuldades para vir até aqui. – retruquei exasperado.
- Eu quis falar com o senhor pessoalmente. Ainda estou interessado na casa e queria saber se é possível fecharmos o negócio com o senhor aceitando como parte do pagamento um carro que meu cunhado me ofereceu.
- De forma alguma! Deixei isso bem claro durante as negociações! Se é desse dinheiro que depende, deveria ter vendido o carro do seu cunhado e pagar conforme o combinado. – afirmei sem paciência.
O comprador ainda tentou regatear, mas diante da minha determinação e percebendo que eu estava muito irritado pela situação, foi embora e a venda foi cancelada.
- Sujeito idiota! Me obriga a fazer uma viagem dessas sendo que não tem como pagar pela casa, desgraçado! – exclamei possesso, quando fiquei a sós com o Marcelo.
- Veja pelo lado bom, nós nos reencontramos! – exclamou. Eu rosnei na direção dele o que o fez rir. – Foi essa sua brabeza que nos afastou, você vivia brigando comigo por qualquer coisinha.
- Ah não, não de novo! Eu já te expliquei por que brigávamos, e que a culpa sempre foi sua!
- Eu daria tudo por outra tarde como aquela na casa da árvore! – exclamou saudoso.
Não respondi, apesar do meu desejo coincidir com o dele. No entanto, isso era passado e não se pode querer de volta a mesma água que a correnteza do rio levou para longe.
Estranhamente ficamos sentados ombro a ombro nos degraus da porta da cozinha que dava para o quintal e de onde ambos observavam aquela árvore em cujos galhos tivemos nossa primeira experiência sexual. Os fatos daquela tarde voltavam aos poucos tanto na minha quanto na mente dele, por isso o silêncio. Não precisávamos de palavras para lembrar daquele dia especial.
Era a primeira semana das férias de verão, do asfalto das ruas quase desertas subia um tremeluzir abrasador. Eu voltava da loja dos meus pais para casa quando passei em frente à casa dos Pacheco onde o Marcelo se encontrava refestelado numa das cadeiras da varanda, provavelmente mexendo naquela coisa que não lhe dava sossego entre as pernas. Ele tinha dado para isso, se isolava num canto e se masturbava para liberar toda tensão acumulada no corpo. Quando me viu, tirou rapidamente a mão de dentro do short, mas aquela haste empinada formando uma tenda foi mais que suficiente para eu saber o que ele estava fazendo, embora o tivesse negado.
- Para onde está indo?
- Para casa, ora! Se já esqueceu, minha casa fica logo ali adiante.
- Precisa ser tão grosso? Não se pode perguntar mais nada para você?
- Perguntas bobas, não!
- Veadinho!
- Veadinho é você, que fica aí sonhando acordado e mexendo nesse troço! – devolvi
- Vamos tomar um sorvete? Está muito quente, preciso me refrescar. – convidou
- Você paga! Estou sem grana aqui comigo.
- Folgado!
Caminhamos sob o sol inclemente até a sorveteria, quatro quarteirões em direção à avenida do comércio. Conversamos sobre as provas finais e as notas que obtivemos nas disciplinas. Ele me perguntou se eu ia passar uns dias na fazenda dos meus avós como fazia todas as férias, mas eu ainda não tinha uma resposta concreta.
- Fico sentindo sua falta! – confessou, chutando uma pedra que estava no caminho em direção à rua.
- Eu também! – admiti, pois de uns tempos para cá estava pensando nele o tempo todo e, mesmo estar na companhia dele quase o dia inteiro, parecia não ser o suficiente.
Devoramos dois copinhos de sorvete com quatro bolas de sabores diferentes cada um e voltamos caminhando para casa naqueles mesmos passos lentos quando um temporal repentino caiu sobre a cidade levantando um cheiro de terra molhada e quente pelo ar. Corremos em direção a minha casa que ficava mais próximo. Lá chegando, constatei que meu irmão não estava em casa e que eu não tinha as chaves para entrar, tinha-as esquecido na loja. Completamente encharcados escalamos a árvore e nos abrigamos na casa de madeira. As gotas grossas tanto da chuva torrencial quanto da água acumulada na copa da árvore caíam barulhentas sobre o telhado e ressoavam entre as paredes aquecidas pelo sol. Sem pensar duas vezes, começamos a nos livrar das roupas molhadas até estarmos completamente nus. Eu nunca havia ficado pelado diante de alguém fora da família e procurei recatadamente cobrir meu sexo. Também foi a primeira vez que vi o Marcelo nu, e aquele corpão mostrando os primeiros sinais de sua masculinidade após a puberdade era algo para onde meus olhos me desviavam e que fugia ao meu controle. Alguns pelos escuros cresciam entre seus mamilos, outro tanto descia de seu umbigo e adentrava a virilha onde já havia um chumaço denso deles ao redor do pauzão que era no mínimo três vezes maior que o meu e, cuja cabeça não era tão coberta de pele como a do meu pinto. Meu saco era uma bolinha rechonchuda grudada na parte inferior do pinto, o dele ficava pendurado mais abaixo, talvez devido ao tamanho e peso das duas bolonas que estavam dentro dele. Até então eu nunca havia reparado direito no tronco musculoso e nos ombros largos dele, nem no tamanho dos tríceps em seus braços. Fascinado, eu não desviava o olhar de seu corpo desenvolvido e atraente.
- Que foi? Por que está me olhando desse jeito? – perguntou
- Que jeito? Deixa de ser besta!
- Desse jeito aí, querendo que eu te prenda em meus braços!
- Que isso, ficou maluco?
- Ando maluco por você faz tempo! Sabe em quem eu estava pensando quando me viu na varanda lá de casa? Em você, na sua bundinha roliça! Por isso fiquei de pau duro. – revelou.
- Você não presta!
- Eu você gosta de mim mesmo assim!
- Não gosto não! Eu te odeio!
- Tem certeza? Não é o que está me parecendo, você não tira os olhos do meu corpo e da minha rola, aposto que está morrendo de vontade de pegar nela. – como é que esse sacripanta consegue ler meus pensamentos, conjecturei.
- Quero meter em você! Estamos só nos dois aqui, ninguém precisa saber. Deixa eu meter meu pau na sua bundinha, deixa Diogo?
- E se chegar alguém? – perguntei, só para tentar encontrar uma desculpa para não fazer o que meu corpo estava pedindo.
- Com esse temporal não vai chegar ninguém, e se isso acontecer, podemos continuar escondidos aqui. – disse, inclinando-se sobre mim à procura da minha boca onde colou a dele, enquanto suas mãos deslizavam sobre a minha nudez.
- Eu nunca fiz isso antes! – balbuciei quando senti um espasmo travar meu cuzinho
- Não se preocupe, eu sei como fazer! Já fiz muitas vezes, não tem segredo! – retrucou ele, jogando o peso de seu corpo sobre o meu e esfregando a ereção nas minhas nádegas.
- Fez com quem? Você mente mal para caralho!
- Fiz com muitas garotas, não deve ser muito diferente fazer com você! É só enfiar o pau no buraquinho e esperar ele esporrar, não tem mistério algum! – apesar da firmeza com a qual falava, eu tinha a impressão que estava blefando só para dar uma de superior.
Quando seus beijos e lambidas foram descendo pelo meu pescoço, chegando nos peitinhos onde chupou e mordiscou meus mamilos salientes devido à excitação, e suas mãos fortes amassavam meus glúteos polpudos, quase acreditei nele. Com toda aquela pegada firme, ele só podia saber o que estava fazendo, tinha experiência, e isso me deixou com mais tesão. Quando começou a pincelar o pauzão duro e melado no meu rosto, contornando minha boca e me mandando chupar, qualquer dúvida restante se desvaneceu. Ele sabia como transar, eu podia relaxar, estava seguro nas mãos experientes dele e abocanhei aquela tora grossa de carne latejante e a chupei com toda devoção. Ele que vivia de pau duro e pirava com qualquer fotografia, cena ou mesmo palavreado obsceno ficou fora de si quando sentiu minha boca aveludada trabalhando seu membrão com tamanho afinco.
- Cacete, Diogo, como isso é bom! Chupa, Diogo, chupa minha pica! – exclamava em êxtase, prendendo minha cabeça rente à virilha e a empurrando para dentro de suas pernas peludas.
Não senti nojo do caldinho viscoso e ligeiramente salgado que saía do pauzão dele e, como tinha feito há pouco com o sorvete, fui lambendo e sorvendo tudo sob o olhar admirado dele.
- Você está engolindo, Diogo? Caralho, Diogo, está sim, está engolindo meu visgo, seu veadinho!
- Se continuar me chamando de veadinho eu paro de chupar! – ameacei, pois não me sentia confortável sendo chamado por algo que eu já suspeitava ser, mas que ainda não aceitava.
- Não, não para! Prometo não te chamar mais de veadinho! Só continua chupando, é muito bom! – ronronou, enquanto se contorcia todo.
Nem de longe eu pensava em parar, o cheiro, o sabor e aquele pintão pulsando na minha boca era tudo de maravilhoso, e eu lambia e chupava o cacetão inteiro, embora só a cabeça coubesse na minha boca. Minhas lambidinhas foram descendo rumo ao saco pela parte de baixo do pauzão e, nem mesmo os pelos grossos que ficavam grudados nos meus lábios me levaram a desistir de explorar aquele sexo tão másculo. O Marcelo começou a gemer alto de repente, foi tomado por uma aflição que o deixou sem saber o que fazer e, num rompante, soltou um urro e minha boca foi se enchendo da porra leitosa e saborosa que jorrava do pinto dele. Não desperdicei um único jato daquele sumo delicioso, e ele me encarava maravilhado, engolindo seu leite que até então ele só deixara espirrar contra a parede do box quando se banhava.
- Diogo, cacete! O que você está fazendo, moleque? – perguntou aturdido
- Engolindo sua porra! Não era isso que você queria?
- Claro, claro que era isso que eu queria! Que homem não quer que engulam sua porra? – ficou a perguntar.
- O que vai fazer comigo agora? – indaguei, com aquela sensação de desejo não saciado piscando no cuzinho.
- Vou te abraçar, ora! Não é assim que os caras fazem, ficam se abraçando e se beijando? – devolveu, tomando-me em seus braços e entrelaçando seu corpo ao meu. Lá fora a chuva caía lavando o ar e amenizando o calor que, em nossos corpos continuava ardendo feito brasa.
Perguntei com quem ele havia aprendido a fazer aquelas coisas, mas ele despistou e nem me explicou muito sobre como se faziam essas coisas. Contudo, era muito bom estar ali deitado sobre o peitoral vigoroso dele ouvindo como seu coração batia forte. Eu estava no paraíso, isso era certo. Meu melhor e mais querido amigo estava deitado pelado ao meu lado, o calor do corpo dele me aquecia, e minha mão coçava de vontade de ficar mexendo no pintão dele. Eu a levei até o meio das pernas dele da maneira mais sutil e discreta, temendo que ele me mandasse tirá-la de lá. Mas, ele se deixou tocar pela maciez dela e pelas carícias que ela fazia em sua rola priápica. Brinquei com ela e com o sacão por um bom tempo enquanto falamos de coisas banais, até começar a sentir que ela ficava cada vez mais rija e já não se deixava manipular com a mesma facilidade.
- Estou ficando duro! – anunciou
- Que novidade! Estou sentindo que está duro, e estou gostando! – devolvi
- Sério? Gosto muito de você, Diogo! Gosto do seu corpo, gosto da sua boca, gosto da sua mão mexendo na minha rola, gosto da sua bundinha e quero entrar nela. – sussurrou com a volta do tesão. – Vira de bruços!
Eu obedeci, pois aqueles espasmos que antes só estavam concentrados no meu cu agora se espalhavam por todo meu corpo, eu tremia como se atacado por uma febre. O Marcelo se deitou sobre mim, roçou a ereção no meu rego estreito e começou a pincelar a caceta esfomeada ao longo dele até encontrar a rosquinha plissada piscando na cabeça de sua pica. Por um breve instante ele apartou as bandas da bunda e se deixou deslumbrar pelo buraquinho diminuto e rosado que se camuflava bem no fundo do meu reguinho liso.
- Que cuzinho lindo da porra, Diogo! Dá ele para mim, dá!
- Ai Marcelo, não estou mais me aguentando, ele é seu, é todinho seu! – gemi lascivo.
Ele apontou a cabeçorra da pica na entrada do meu buraquinho e forçou, uma, duas, três vezes e nada daquilo entrar no cuzinho que ele tanto queria. A cada forçada meus esfíncteres se contraíam involuntariamente como um meio de defesa e o cacete escorregava sem conseguir me penetrar. Fui tomado por um pavor crescente, minha mente queria e estava disposta a deixar aquele pintão entrar em mim, mas meu cuzinho virgem parecia saber que ele seria o grande prejudicado naquela tara toda.
- Para quieto com essa bunda, Diogo! Caralho, como vou conseguir enfiar meu pau no seu cu se você não para quieto? – questionou quando o tesão desmesurado o fez perder a paciência.
- Tem certeza que sabeAaaaiiii, Marcelo! – gritei, quando o som surdo de um Ploft fez o cacetão dele afundar abruptamente no meu cuzinho, provocando uma dor lancinante.
- Entrou! – exclamou ele, tão ou mais surpreso quanto eu.
- Claro que entrou! Está doendo, Marcelo! O que você fez?
- Nada, ora! Só enfiei meu pau no seu cu!
- Está me machucando! Não me machuca, por favor! – implorei, sentindo minha carne se rasgando à medida que o pauzão afundava no meu rabo.
- Não estou te machucando! Fica quieto, se está doendo é porque você não para de se mexer. Tem que ficar parado, eu é que tenho que me movimentar enquanto enrabo seu cuzinho. – retrucou, iniciando as estocadas potentes com as quais bombou meu ânus até me deixar tão excitado que comecei a gozar, lançando porra para todos os lados.
Enganchei minhas mãos nas dele, sentindo aquele entra e sai esfolando minha rosquinha anal. Ele arfava no meu cangote, gemia e não parava de repetir que eu era um tesão de tão gostoso. Não podia haver sensação melhor do que sentir o Marcelo dentro de mim, latejando forte no meio das minhas entranhas apertadas. Meu melhor e mais querido amigo estava todo dentro de mim, era um sonho se realizando. Ele foi se perdendo na luxúria, o prazer crescente de ter seu falo encapado pelo meu cuzinho virgem era algo inédito e o fez perder a cabeça e socar cada vez mais forte, a despeito dos meus ganidos pungentes, até que um novo gozo lhe retesasse a pelve e o levasse a ejacular feito um touro no meu casulo anal. Estremecendo, ele urrava e deixava o sêmen jorrar abundante. Preso debaixo do peso dele, eu me entregava à dor e ao prazer que pareciam se mesclar num sentimento único e sublime. Depois do último jato, o Marcelo se deixou cair sobre mim, abraçou meu torso, amassou um dos meus mamilos entre os dedos, e arfava exausto seu hálito morno na minha nuca. O suor havia colado nossos corpos como se apenas aquele engate no meu cu não fosse o bastante para nos unir.
Quando desmontou de mim, e vimos todo aquele sangue entre as minhas pernas e espalhado sobre o acolchoado onde estivemos deitados fornicando, entrei em pânico.
- O que está acontecendo? Eu estou sangrado pelo cu, o que você fez com o meu cuzinho, Marcelo? Eu pedi para você não me machucar, avisei que estava doendo! – desembestei a falar tomado pelo pavor.
- Meu pinto também está cheio de sangue! O que será que aconteceu? De onde vem todo esse sangue? – perguntava ele com o mesmo medo estampado na cara.
- Eu que sei? Você não disse que já fez isso antes uma porção de vezes, então devia saber o que está acontecendo. E se eu não parar de sangrar, o que vou dizer para os meus pais? – indagava eu com o pânico crescendo dentro de mim.
- Não deve ser nada sério! Logo vai parar, tenho certeza! – exclamou, embora não tivesse certeza de absolutamente nada. – Vou dar uma chegada rápida lá em casa, tudo bem?
- Vai me deixar aqui sozinho sangrando desse jeito? – perguntei me agarrando nele.
- Eu volto, juro! É só uma saidinha rápida, prometo! – devolveu, escapulindo das minhas mãos e descendo escada abaixo enquanto se vestia às pressas.
Ele realmente voltou pouco depois como havia prometido, mas em companhia do Luiz que me encontrou ainda nu deitado sobre o acolchoado onde o irmão me descabaçou.
- O que o Luiz está fazendo aqui? Por que o trouxe? Agora todos vão ficar sabendo o que fizemos! - afirmei preocupado com a minha reputação.
- Fica calmo, não vou contar nada para ninguém! Deixa eu ver o que está acontecendo, abre as pernas!
Eu me abri e tive o cu arregaçado examinado pelo olhar lupino e voraz dele, que apontava e explicava ao irmão de onde vinha o sangue que brotava das minhas preguinhas rasgadas. Eu não sabia onde enfiar a cara, só queria saber o que precisava ser feito para meu cu parar de sangrar e ninguém nunca jamais ficar sabendo do que o Marcelo e eu fizemos na casa da árvore. Foram dois dias sem conseguir sentar direito e andar só com as pernas bem afastadas. Ele vinha me ver todos os dias, preocupado e querendo saber se meu cu ainda estava doendo muito.
- Não, só está um pouco ardido! – respondi, sentindo aquela vontade de ter ele entrando novamente em mim crescendo a cada minuto que ficava ao lado dele.
- Quero te comer outra vez, promete me dizer quando estiver tudo bem com você? – perguntou carinhoso e cheio de tesão.
Foram mais alguns meses transando feito coelhos insaciados até o dia em que me mudei para a capital e deixarmos de nos falar e ver, sem que nenhum dos dois tenha se esquecido de um só momento de prazer e luxúria que passamos um nos braços do outro trocando carícias e fluidos como dois amantes inveterados.
Já estávamos há horas sentados nos degraus da saída da cozinha depois que o intencionado comprador partiu sem fechar o negócio, revivendo o passado.
- Acho que vou pegar a estrada com o carro do jeito que está, no caminho há cidades maiores onde devo encontrar a peça para o conserto, saindo agora ainda chego em casa no início da noite. – sentenciei.
- Não vá, Diogo! Espere e fique mais uns dias! Tem tanta coisa que eu queria falar para você! Por favor fique! – pediu ele.
- Deixei tudo em suspenso, não posso me demorar! Tenho compromissos em São Paulo. – expliquei
- Eu sei! Mas a peça do seu carro ainda não chegou, deve vir hoje até o final do expediente. Passe pelo menos mais uma noite conosco. Não sente saudades depois de tudo que rolou entre nós dois nesta árvore? – perguntou, me encarando fixamente nos olhos.
- De que adiantam as saudades se tudo isso não existe mais? Não somos mais aqueles garotos daquele tempo, tudo mudou! – devolvi
- Eu nunca te esqueci! Nunca mais senti tanto prazer como aquele que senti no seu cuzinho virgem e apertado. Meu casamento não deu certo porque ela não me deixava meter no cu dela. E as garotas com quem tive uns casos não eram tão estreitas quanto você. O cu das mulheres não é tão firme e apertado quanto o de um homem, não dá o mesmo tesão meter nelas. – sentenciou
- Você era tão virgem quanto eu naquele dia, não era? Confessa! – exigi
- Claro que não! Eu já era bem descolado! – mentiu na cara dura
- Tão descolado que entrou em pânico quando viu todo aquele sangue no seu pauzão e saindo do meu cuzinho, tão descolado que precisou sair correndo em busca do irmão para te acudir, tão descolado que tudo com o que havia se proseado não passava de histórias contadas pelo seu irmão mais velho. Você só descobriu como transar naquele dia, comigo! – afirmei
- Como você sabe? Está jogando verde para colher maduro!
- Porque você era um metido que gostava de se vangloriar! Olhe para mim, Marcelo, e me diz que estou enganado! Diz que não era virgem e que aquela foi a primeira vez que você transou, diz!
- Não, não está! Tudo que sei sobre sexo e como sentir prazer na pica aprendi com você, aprendi em todas as vezes que você se entregava para mim e me cobria de carícias. Está satisfeito? Sabe agora por que sofri tanto quando você foi embora sem sequer um adeus? – confessou, me puxando contra si. – Meu maior medo sempre foi te perder para um cara que fosse mais interessante, mais macho, mais tudo do que eu, era por isso que eu vivia no seu pé, morrendo de ciúme de todo e qualquer cara que chegasse perto de você. O irônico da coisa é que não te perdi para outro cara, te perdi porque você foi embora sem dizer nada.
- Eu não passava de um garotão dependente dos pais, de que adiantava todo o amor que eu sentia por você se era impossível vivê-lo? Que diferença ia fazer uma despedida melodramática quando tudo o que eu mais queria nesse mundo tinha que ser deixado para trás? – questionei. O beijo começou com um leve roçar de lábios e foi se tornando intenso à medida em que os sentimentos falavam mais alto.
Depois disso, ele rodou comigo pela cidade me mostrando o que havia mudado desde que fui embora, inclusive o estágio avançado em que se encontrava o galpão onde ia instalar a oficina de restauro de carros antigos. Meu celular já havia tocado algumas vezes desde aquela manhã e eu nunca atendi as ligações depois de identificar quem as fazia. Durante a visita ao galpão ele tocou novamente.
- Não vai atender? – perguntou
- Não! Mais tarde dou retorno!
Ele recebeu uma ligação do Roberto e fomos para a oficina, pois a peça do meu carro havia chegado.
- Até o final da tarde o conserto está concluído! – avisou o Roberto
- Só no final da tarde? – questionei
- Infelizmente só! Todos os funcionários estão ocupados com um conserto grande de um cliente que está esperando há mais de uma semana. Inclusive eu e o Luiz estamos pondo a mão na massa para atender a demanda reprimida. Não fosse o Marcelo estar por aí passeando com você, também estaria aqui dando uma força. – revelou
- Desculpe, não quero atrapalhar o serviço de vocês, estou vendo que a oficina está lotada.
- Não se desculpe! Não fosse estarmos tão assoberbados tanto eu quanto o Luiz gostaríamos de estar na posição do Marcelo, ciceroneando você pela cidade. Não é todo dia que se tem o privilégio de ficar ao lado de um cara tão tesudo e gostoso quanto você. – sentenciou o safado, ao mesmo tempo em que o Luiz se juntava a nós.
- Falou para ele que o conserto só fica pronto amanhã?
- Falei, ele não gostou muito! – respondeu o Roberto
- Não, não foi isso! Não era o que eu esperava, mas entendo que estão cheios de serviço e não vou ficar melindrado por conta disso. Podem levar o tempo que for necessário. – retruquei.
- E aí, estão matando as saudades daqueles tempos – perguntou o Luiz ao Marcelo, dando uma piscadela maliciosa na direção dele.
- Só lembranças! Lembranças e nada mais! – exclamou o Marcelo demonstrando frustração.
- Você arrasou o coração do nosso maninho quando se mudou para a capital, sabia? Ele passou meses sofrendo sua ausência, o coitado. Podia ser pego pelos cantos na base da punheta para suprir a sua falta. – caçoou o Luiz.
- Isso por que vocês três são um bando de tarados, nunca vi caras tão safados quanto vocês que não conseguem manter essas estrovengas enormes dentro das calças por muito tempo. – devolvi.
- Temos sangue quente correndo nas veias, o que se há de fazer? De um jeito ou de outro a coisa tem que sair ou ficamos doidos. – justificou. – Ter você aqui novamente acende nosso tesão, não dá para evitar. Só de me lembrar daquele dia em que o Marcelo te desvirginou, e que fui acudir os dois pombinhos inexperientes, fico de pau duro, como você pode constatar. – acrescentou, dando uma ajeitada na ereção que despontava debaixo do macacão, o que o deixava com um ar muito sensual e viril.
- Vocês deviam ser proibidos de usar esses macacões e, especialmente tão desabotoados; ou isso é uma estratégia de marketing para atrair clientes mulheres? – questionei, ao ficar excitado com o torso peludo e a ereção descomunal daquele macho me atiçando a imaginação.
- Está aí uma boa sugestão para as nossas propagandas! – exclamou malicioso. – Mulheres e gays, venham usufruir dos nossos serviços profissionais, consertamos carros e damos suporte sexual aos seus desejos mais íntimos! – sentenciou com sua grave e máscula, que dava à frase uma conotação erótica.
- Palhaço! Você não é casado, seu tarado? Devia ter mais juízo! – retorqui
- Casado, mas não capado! Você pode não acreditar, mas sou um marido fiel, sabia? O que não me impede de sentir um baita tesão pela sua bundinha tesuda. Só para você saber, nós três éramos fissurados nela quando garotos! Batemos muita punheta e desperdiçamos muita porra pensando nessa bunda carnuda. – confessou o salafrário sem nenhum pudor.
- Ainda bem que me mudei para a capital, quem sabe o que seria de mim se caísse nas mãos de vocês três, seus tarados! – exclamei, fazendo-os rir e virem me beijar com uma naturalidade desconcertante.
- Nós te amamos, Diogo! Já devia saber disso! – exclamou o Marcelo que, com os irmãos parecia não ter aquele ciúme doentio que tinha em relação a outros caras.
Meu celular voltou a tocar justamente no momento em que o Luiz tinha seu braço envolvendo minha cintura. O Marcelo me lançou um olhar impaciente.
- Atende de uma vez, o cara já deve estar desesperado sem notícias suas! Eu estaria! – eu me afastei um pouco deles e atendi a ligação, falando por uns breves minutos. – Quem é o cara? – perguntou, assim que me juntei novamente a eles.
- Um colega da clínica!
- O namorado, ou parceiro?
- Um colega do consultório! – repeti, mais enfático
- Que te come entre um paciente e outro e que não deve passar sequer uma única noite fora da sua cama. – provocou o Marcelo, deixando o clima tenso e fazendo os irmãos debandarem ao pressentirem que uma briga entre nós estava para explodir.
- Exatamente! E qual é o problema? O que você tem a ver com isso, com a minha vida, com o que eu faço ou deixo de fazer? Não sou nada seu! Nunca fui mais do que uma bunda onde você exercitava sua masculinidade, não foi o que me disse há pouco? – de repente, eu estava sentindo tanta raiva dele que não saberia explicar o motivo.
- Isso mesmo, você era só uma bunda gostosa boa de foder! Um depósito de porra muito do apertadinho, seu veado mesquinho! – explodiu ele, desferindo um soco na primeira coisa que encontrou pela frente.
- Para mim já deu! Vou buscar minhas coisas na casa dos teus pais e passar a noite no hotel, amanhã me avisem quando posso vir buscar meu carro. – sentenciei obstinado e ultrajado com a afirmação ignóbil dele.
- Dá para parar! Vocês dois se reencontraram há menos de 48 horas depois de dezoito anos distantes e já estão conseguindo brigar como faziam na adolescência! Sejam maduros, cacete! – recriminou-nos o Luiz que veio apartar a discussão que pode ser ouvida em cada canto da oficina. – Leva ele para casa, a mamãe ligou avisando que o jantar dessa noite é para toda a família. Tentem não se matar até lá! – avisou.
Enquanto aguardávamos a chegada do Luiz, esposa e filhos, do Roberto e noiva, a mãe do Marcelo me fez sentar no sofá entre ela e o marido para me mostrar um álbum de fotografias.
- Tem umas fotos muito boas de vocês ainda pequenos. – disse ela, começando a folhear as páginas repletas de fotografias antigas. Na maioria delas eu aparecia ao lado do Marcelo nas mais diversas situações.
- Lembra dessa? – perguntou o pai dele, numa em que eu e os três estávamos sentados sobre o capô de uma camionete antiga Chevrolet GMC-100 bicolor, branca e verde em frente a oficina deles, não passávamos de pré-adolescentes metidos em shorts curtos e camisetas regata.
- Lembro, foi o senhor quem tirou a fotografia, não foi? Respondi
- E dessa, lembra? – perguntou, diante de uma na qual o Marcelo me carregava nas costas e estávamos usando nosso uniforme de escoteiros. De repente, senti um nó na garganta. Foi outro dia do qual jamais me esquecerei, cada cena, cada imagem ainda estava viva na minha memória como se tivesse acabado de acontecer.
- Lembro! – respondi com a voz embargando.
Eu olhei para o Marcelo que acompanhava cada folha do álbum virada e as observações que seus pais faziam em relação as fotografias. Ele, os irmãos e eu fazíamos parte do grupo de escoteiros da cidade e, regularmente acampávamos na região rural do município onde os instrutores nos ensinavam diversas técnicas de sobrevivência e praticavam a união do grupo. No dia em que a fotografia foi tirada, eu torci o tornozelo durante a escalada de uma colina pedregosa, perdi o equilíbrio e rolei uns metros morro abaixo me esfolando todo. Não deu mais para firmar o pé lesado no chão e o chefe instrutor desconfiou que eu havia fraturado o pé, o que nos obrigou a voltar à sede do acampamento que ficou distante mais de dois quilômetros, para então eu poder ser levado de carro de volta à cidade. Éramos mais de duas dezenas de garotos, mas foi o Marcelo, que na época já era bem parrudão e taludo, quem me colocou sobre os ombros e percorreu o trajeto o mais rápido que pode para que eu recebesse assistência médica. O momento foi captado quando eu me encontrava pendurado em suas costas e ele caminhava pela estradinha de terra até o acampamento. Dava para ver pela expressão dele, o cansaço, a angustia por eu estar ferido, o receio de que fosse algo mais sério, e a determinação de não me abandonar ou, sequer cogitar que outro assumisse esse encargo. Tive que baixar o rosto e deixar a lágrima pingar na minha perna para esconder o que estava sentindo ao me lembrar do quanto ele se importava comigo. Mesmo assim, os pais dele notaram minha emoção transbordando.
- Sua mãe eu sempre sabíamos onde encontrar vocês quando chamávamos, pois bastava saber do paradeiro de um para conseguir encontrar o outro. Vocês não se desgrudavam estavam sempre juntos como se fossem a sombra do outro. – disse a mãe dele.
Eu me levantei, fui até o Marcelo e o abracei, deixando o choro fluir sem retenção.
- Eu sempre te amei! Me perdoe por ter ido embora sem me despedir! Eu nunca quis me despedir de você! – sussurrei no ouvido dele, enquanto ele me apertava contra o corpão quente.
Não foi preciso explicar nada a todos que estavam na sala vendo aquela demonstração de afeto. O que parecia ser uma inocente amizade entre dois garotos que cresceram vizinhos, era na verdade o começo de uma paixão, de um amor que continuava vivo dentro de nós apesar de quase duas décadas de separação.
Me desculpei constrangido pela cena, mas ninguém pareceu se importar com isso. De certa maneira aquilo só confirmava o que todos já sabiam. O jantar animado desanuviou o clima e outras tantas lembranças vieram à tona durante as conversas.
Fui dormir aliviado, como se tivesse tirado um peso enorme dos meus ombros, e jurei a mim mesmo que voltaria a ter contato frequente com aquela família que tanto representava na minha existência.
Ele entrou no quarto cerca de uma hora depois de todos se recolherem, instalou-se na cama às minhas costas, pouco sutil, uma vez que logo senti sua ereção sendo roçada na minha bunda. Fingi dormir para ver até onde ia sua persistência, e também para não me ver instado a ceder ao assédio que certamente acabaria numa transa, pois a presença de seu corpão excitado grudado no meu estava me deixando com muito tesão, aquele tipo de tesão que faz com que se perca a noção do que é certo e errado, aquele tipo de tesão que ia me levar a trair o Mateo que não parava de me ligar perguntando quando eu ia voltar para casa. Tive que fazer um esforço hercúleo quando o Marcelo começou a baixar lentamente a minha cueca expondo minha bunda onde passou a esfregar o pauzão sedento. Ele sabia que eu estava fingindo, insistiu o quanto pode antes de se dar por vencido e desistir de me enrabar sem meu consentimento e receptividade. Contudo, ficou me abraçando em conchinha sentindo o perfume da minha pele e a quentura sensual do meu corpo até adormecer.
- Por que fingiu que estava dormindo quando dava para sentir o quanto me desejava? Depois do que me falou ontem na frente de todos, eu pensei que o teria de volta para mim. – disse ele, durante o café da manhã.
- Porque seria errado de minha parte. Não posso me envolver com você! – respondi
- Então aquela balela toda de – Sempre te amei! Nunca quis me despedir de você! – foi um teatrinho para me fazer crer que ainda sentia alguma coisa por mim? – questionou intrigado
- Talvez tenha sido o que de mais sincero já afirmei na vida. Você não tem porque duvidar!
- Me explica, não estou entendendo nada! Me ama, me deseja, mas não quer fazer amor comigo, quer me deixar maluco?
- Estou indo embora hoje, quem sabe quando nos veremos novamente. Só estou sendo prudente e fiel aos meus princípios. – devolvi
- Vá ser prudente e fiel aos seus princípios na casa do caralho! Eu nunca vou te entender, nunca! Uma hora está todo amoroso praticamente pedindo para eu meter minha rola no seu cuzinho, na outra, me afasta como seu estivesse com uma doença contagiosa. Quem em sã consciência é capaz de entender um sujeito confuso feito você? Então vai de uma vez, vai e não volte nunca mais por que eu não quero acabar ficando louco. – despejou irado.
Tomei o rosto dele entre as mãos, afaguei a barba e o beijei suavemente no canto da boca ao me despedir dele no dia seguinte. Ele continuava bravo comigo, o que havia de se fazer? A mãe pediu para que voltasse logo, o pai que eu refletisse sobre o realmente sentia pelo filho. O Luiz aproveitou o beijo que intentava colocar no mesmo lugar no qual beijei o Marcelo, para enfiar devassamente a língua na minha boca. O Roberto, sabendo que eu não iria permitir que a ousadia se repetisse, valeu-se do beijo casto para dar uma boa amassada na minha bunda. Depois, no carro, já na estrada, precisei rir sozinho, pois aqueles três nunca deixariam de ser machos incontrolavelmente tarados. Mas minha mente logo se encheu com outros pensamentos, com o que precisava ser resolvido com urgência assim que chegasse em casa.
Ao contrário do comportamento espontâneo e libidinoso dos irmãos Pacheco, meu encontro com o Mateo não me causou nenhuma surpresa, foi gentil, econômico e racional. Nosso relacionamento sempre foi assim desde os tempos da faculdade, nos apoiávamos mutuamente e isso era para ser uma amizade, depois uma paixão e agora o amor de um casal; no entanto, faltava tempero, calor, intrepidez nessa relação morna e acomodada. Fazia um tempo que falamos em morar juntos, uma vez que pulávamos de casa em casa como dois nômades. O tesão que senti durante todos dias que estive com o Marcelo havia deixado meu corpo desejoso e o cuzinho querendo levar rola e, foi com essa intenção que fui pernoitar no apartamento do Mateo.
Usei uma das minhas cuecas slip cavadas que mal cobriam metade das minhas nádegas e que se alojava no meu rego e, que deixava qualquer macho de mente aberta explodindo de tesão. O Mateo expressou apenas um – Hummmm – e deu um tapinha estalado de leve nos glúteos polpudos antes de entrarmos na cama. Como ele havia vestido uma camiseta regata, me encarreguei de tirá-la logo em seguida, e espalmei minhas mãos sobre o tórax largo e quente dele, achando que isso seria o gatilho para ele meter a verga em mim na sequência. Eu precisava saber se ainda havia algo a ser recuperado em nosso relacionamento, se realmente havia amor nele, ou se jamais passaríamos daquele estágio insosso para algo mais verdadeiro.
- O que aconteceu por lá para você estar com esse fogo todo? – perguntou
- Nada! Só saudades suas! – respondi. Ele apenas sorriu condescendente.
Ligou a TV, escolheu um filme e se recostou na cabeceira da cama. Com o início do filme que não o cativou, começou a me pedir sugestões sobre os casos clínicos de alguns pacientes que estávamos tratando. Foi então que percebi que nossas conversas, em sua grande maioria, quando não estávamos no consultório, versavam sobre os pacientes, as questões práticas da clínica, os eternos problemas que tínhamos com o laboratório terceirizado de prótese, o que precisávamos corrigir nos funcionários ou, que equipamentos novos poderíamos adquirir para aprimorar o atendimento aos pacientes. Era como se nós, enquanto casal, não tivéssemos mais nenhum outro assunto a tratar. Não se falava das preferências durante o sexo, não se mencionava o que não fluía tão bem como deveria, não se falava sobre amor e paixão. Éramos meros sócios comerciais de uma clínica odontológica. O filme nem havia chegado à metade quando ele desistiu, desligou a TV, me deu um beijo na testa e se virou para lado adormecendo pouco depois. Com um vazio enorme no peito e outro ainda maior no cu, comecei a chorar, sentado ali no escuro ao lado do homem que deveria ser meu abrigo, meu tudo.
- Qual é a da reunião urgente? – perguntou nosso outro colega de equipe quando nos fechamos no escritório da clínica na manhã do dia seguinte à minha chegada. – Como foi lá no interior, vendeu a casa dos teus pais? – emendou.
- A transação não deu certo, mas não foi por isso que pedi essa reunião. – respondi. – Eu vou deixar a clínica e vou me mudar para o interior! – foi como se eu tivesse acabado de lançar uma granada.
- O quê? Como assim, deixar a clínica? E os pacientes? E nós? Como vai ficar tudo isso aqui, que construímos juntos durante todos esses anos? – perguntava o Mateo, surpreso com a notícia. Em nenhum momento ele perguntou o que me levou a tomar essa decisão, o que eu sentia, se estava desgostoso com alguma coisa ou se não me sentia realizado. Eram apenas negócios.
- Não vou sair de um dia para o outro, fiquem calmos! Vou terminar os casos dos pacientes que estão em tratamento, mas não vou pegar novos. Precisamos decidir como faremos a divisão do patrimônio da clínica, e gostaria que os funcionários não ficassem sabendo da minha decisão para não gerar fofocas e expectativas que podem refletir no prestígio do consultório. Somente quando tudo estiver consumado e às vésperas da minha saída, é que daremos a notícia. – argumentei.
- Cara, que loucura! Pense bem, estamos indo de vento em popa, o que você vai fazer numa cidadezinha do interior nos cafundós do Judas? – perguntou nosso sócio.
- Preciso encontrar algo que nunca vou encontrar por aqui. Eu devia ter percebido isso muito antes. – devolvi, deixando-os sem uma resposta satisfatória.
- Quando vai me contar o que aconteceu por lá? Por que demorava tanto para responder minhas ligações? – perguntou pela primeira vez o Mateo, visto que percebeu que isso também significava o fim do nosso relacionamento.
- Não aconteceu nada! Voltar àquela cidade me fez pensar em tudo que deixei para trás quando minha família se mudou para cá. É certo que foi preciso, mas isso agora já não faz mais sentido. Meu irmão está no exterior, eu estou formado, meus pais estão bem assessorados com os negócios, e eu percebi que aquela casa tem tudo que eu sempre quis. Foi um sinal do destino o negócio não ter dado certo. – respondi.
- E nós, como ficamos? Estamos juntos desde a faculdade, Diogo! Pense bem!
- Tem razão, faz anos que estamos juntos tratando de assuntos e questões que temos em comum, mas nunca falando sobre o que sentimos um pelo outro, já se deu conta disso? – indaguei
- Sempre rolou tudo certinho, o que havia para ser discutido?
- Essa sua pergunta já responde tudo! Nunca houve nada a ser discutido porque nunca houve nada de especial entre nós dois. – ele me encarou pasmo.
Chegamos a um acordo sobre a minha parte na clínica e, com meus pais, sobre a não mais venda da casa que propus comprar, mas que eles não aceitaram e me deram de presente.
- É isso que você quer, filhão? – perguntou meu pai. – Não vai se arrepender mais para frente?
- No momento é o que o mais quero e preciso fazer, se vai dar certo e quanto tempo vai durar eu não sei dizer. – respondi, ante a preocupação dele.
- Não é só da casa, da mudança, da saída da clínica que você está falando, não é? – indagou.
- É do Marcelo Pacheco que ele está falando! – interveio minha mãe que nos ouvia.
- Marcelo Pacheco? – perguntou meu pai, não se lembrando dele.
- O garotão parrudo que não saía lá de casa! Aquele que a gente precisava expulsar de casa quando anoitecia e ele nem cogitava em voltar para a casa dele. O filho do meio da dona Clarisse! – esclareceu minha mãe.
- Sim, sei, agora me lembrei! O que tem ele?
- Ora, não seja tão desligado! Seu filho e esse garoto se amam praticamente desde que saíram dos berços! – respondeu minha mãe, deixando, tanto a mim quanto ao meu pai, estarrecidos.
- É isso, filhão?
- Sim, pai, é! Me reencontrar com o Marcelo trouxe todo aquele amor que eu sinto por ele de volta. Ele ainda sente o mesmo por mim. E, eu quero e preciso tentar ser feliz ao lado dele. – afirmei
- Eu devia ter dado uns cascudos naquele moleque quando ele não saía do seu pé! – disse meu pai, mal segurando o riso.
- Devia ter feito isso quando ele não saía de dentro de outro lugar do seu filho, isso sim! – exclamou minha mãe.
- Se você sabia de tudo, por que não me alertou? – quis saber meu pai.
- Para que, para ver meu filho infeliz por aí? Esses dois nasceram um para o outro, e demoraram quase duas décadas para descobrir isso. - retrucou ela. – Vai atrás da sua felicidade, Diogo, vai meu filho! Eu aposto que aquele pilantra não vê a hora de ter você de volta!
Quatro meses depois eu estava novamente na estrada rumo à minha cidade natal. O coração queria explodir a cada quilômetro percorrido. Eu não havia dito nada ao Marcelo sobre a minha mudança, pois sabia que, a partir do momento em que soubesse, não me daria um segundo de sossego querendo saber quando eu ia chegar.
- Vocês consertam escapamentos? – perguntei a um funcionário assim que embiquei o carro numa das portas da oficina, e que imediatamente me reconheceu e começou a rir.
- Marcelo! Ô Marcelo! Tem um cliente aqui querendo saber se consertamos escapamentos do modelo de carro dele! – berrou em direção ao fundo da oficina. – Ô Marcelo! Chega aqui Marcelo! – acrescentou, piscando na minha direção, ao mesmo tempo que dava uma bela sarada na minha bunda. Com certeza rolou algum papo nesse sentido com os funcionários depois da minha primeira visita.
- Cacete, Jorge! Está berrando feito um louco, o que de tão urgente ..... – ele parou assim que me viu. – Caralho, Diogo, é você! É você, Diogo! Minha nossa! O que faz aqui? O escapamento de novo? Não pode ser, as obras na alça de acesso à cidade já foram concluídas! Tem um novo comprador para a casa? Você está ... você fica mais ... – ele não conseguia terminar nenhuma frase enquanto vinha ligeiro na minha direção.
- Dessa vez vim atrás do homem da minha vida! Não consigo mais viver sem ele! – afirmei, sem me importar com a presença do funcionário que começou a zoar com o Marcelo assim que ouviu minha declaração.
- Seu .... seu ... Eu te amo, seu putinho! – exclamou, quando me atirei em seus braços e me pendurei no pescoço musculoso dele, devorando seus lábios numa sofreguidão explícita. – Eu amo esse cara! – repetiu em voz alta, chamando a atenção dos demais funcionários e do Luiz e Roberto que também foram atraídos pelo alvoroço. – Eu amo esse cara!
- Eu já te disse o quanto te amo, seu machão birrento? Te disse que foi o único homem que já amei? Te disse que vim para ser seu? – enquanto eu o questionava, ele me beijava rodopiando comigo pendurado no corpão taludo dele.
Naquele mesmo dia voltei a ficar alojado na casa dos pais dele. Contudo, não mais no quarto de hóspedes, mas no do Marcelo, uma vez que já estava claro para todo mundo que formávamos um casal. Além do que, ambos estávamos ansiosos para recuperar esses dezoito anos de sexo perdido.
- Veste para mim? – pedi, após sair do banho só de cueca quando nos preparávamos para dormir.
- De onde tirou isso? – perguntou espantado quando me viu com seu macacão de trabalho nas mãos. – Usei esse macacão o dia todo, está sujo, suado e, só para você saber, não tinha nenhuma cueca debaixo dele, o que o impregnou com outros cheiros. – alertou
- Peguei-o na lavanderia! Veste ele para mim, gosto de ver você dentro dele! – insisti
- Você ouviu o que eu disse? Está sujo e mal cheiroso!
- Não, não está mal cheiroso! Tem seu cheiro! Tem cheiro de suor sim, do suor do meu macho! E outros tantos, almiscarados, másculos. – afirmei, fazendo rir.
- Almiscarados, é! Que cheiros são esses, onde os encontrou? Andou cheirando entre as pernas dele, foi seu putinho safado?
- Cheirei ele inteiro! Seu cheiro maravilhoso está impregnado nele e, ao aspirá-lo, meu cu começou a piscar e não parou até agora.
- Ah Diogo, meu veadinho gostoso! Está me deixando maluco! – exclamou, depois de vestir o macacão e eu enfiar as mãos no tórax peludinho dele, deslizando-as delicado e sorrateiro sobre a pele quente que ia se arrepiando à medida que o tesão tomava conta dele.
Eu não parava de olhar para os olhos dele, explorando o abdômen musculoso e fazendo a mão escorregar rumo à virilha onde capturei o pauzão à meia-bomba babando. Ele soltou o ar aprisionado nos pulmões num sibilo longo.
- Cacete, Diogo! Está querendo me matar de tanto tesão, meu putinho tesudo? Não respondo por mim quando te pegar, sabe disso, não sabe? – ronronou com a ereção se consumando na minha mão.
- Ainda não percebeu que é exatamente isso o que eu quero! – retruquei, acariciando suavemente a cabeçorra melada com a ponta de dois dedos e os levando à boca, onde os chupei sentindo o sabor de seu sumo excitatório.
- Puta merda, Diogo! Era disso tudo que eu estava sentindo falta, de você, dessa sua safadeza recatada, desse bundão carnudo, desses lábios úmidos e quentes. Nem sei como consegui sobreviver sem você, sem esses seus afagos. – sussurrava ele, livrando-se do macacão enquanto eu baixava minha cueca e encaixava provocante minha bunda na virilha dele prensando o caralhão duro no meu rego em brasa.
Gemi alto quando o Marcelo empurrou o pauzão contra a rosquinha excitada e úmida atolando-o no meu cu, que foi se abrindo, dilatando, rasgando para receber meu macho, enquanto ele me agarrava junto ao corpo, chupava minha nuca e grunhia ensandecido que eu era sua cadelinha, sua putinha, seu tudo, estocando cada vez mais forte até o cacetão sumir inteiro dentro do meu cuzinho. Gozei fartamente com a pica balançando solta entre as minhas coxas, enquanto ele me enrabava, alargando e esfolando o anelzinho musculoso que se contraía ao redor do pauzão dele. Minutos depois, ele despejava sua virilidade nas profundezas das minhas entranhas, deixando nelas sua essência máscula.
Com o fim da reforma da minha antiga casa, eu e o Marcelo nos mudamos para lá. Montei uma clínica próximo ao centro e fiz parceria com uma dentista e um dentista para me auxiliarem e me deixarem com mais tempo livre para minha mais nova ocupação, marido de um macho fogoso. O galpão da oficina de restauro de carros antigos ficou pronto e estava deslanchando, clientes de cidades maiores da região e até de outros Estados vinham à procura dos serviços deles.
A casinha da árvore também foi reconstruída e, em nossa primeira noite na casa nova, foi lá que fizemos amor com a mesma paixão desenfreada com a qual o Marcelo me descabaçou na adolescência. Dessa vez não houve surpresas desagradáveis, as poucas gotículas de sangue que afloraram das minhas pregas anais rompidas, já não atemorizavam ninguém.