No começo Eduarda não reconheceu a mulher. Ou talvez seu cérebro preferisse não reconhecê-la. No salão vazio e hostil do apartamento, à luz artificial que oscilava entre o amarelo de consultório e o vermelho fosforescente do pôr-do-sol filtrado pelas cortinas grossas, a figura seminua parecia parte de um ritual apócrifo.
Ela usava sutiã e calcinha de renda vermelha, saltos altos da mesma cor, e nenhuma vergonha. O corpo — bronzeado à base de cabine, dieta de whey, estética de quem lucra no Instagram com fotos de receitas light e memes de comunhão — era o tipo de perfeição que exige sacrifícios diários e uma boa dose de autoflagelação. O rosto, sim, o rosto Eduarda conhecia de algum lugar: maxilar simétrico, lábios grossos, olhos que prometiam tanto quanto mentiam. Só demorou a associar. Foi só quando a mulher sorriu, desdenhosa, que veio a memória do feed.
— Não acredito — disse Eduarda, mais para si que para a aparição, a voz um fiapo. — A diaconisa…
A mulher riu baixo, com uma naturalidade que deixava claro que era dona da situação.
— Diaconisa não, querida. Missionária. Missionária Denise — corrigiu, ajeitando uma das alças do sutiã, com aquele gesto de quem já posou nua para campanhas beneficentes em prol da Pureza e Família. — Não imagina como é difícil conciliar viagens missionárias para Ruanda com reuniões da Liga de Mulheres Virtuosas. Mas eu dou conta.
Eduarda sorriu de volta, tentando exibir dentes e bravura.
— O Jasper me avisou que sua amiga era… excêntrica. Mas não disse que era você.
— Ah, Jasper — suspirou Denise, tombando a cabeça para trás, um instante. — Ele nunca conta o melhor de mim. Ou o pior. É uma pena. Gosto tanto dele.
A risada dela era cheia de consoantes, seca e metálica.
— Sente-se, por favor — Denise indicou uma das poltronas recobertas de veludo azul. Não esperou a recusa de Eduarda: atravessou a sala com passadas longas, de modelo, e se jogou sobre o outro assento, cruzando as pernas como se usasse saia em vez de fio-dental. Era o tipo de mulher que não precisava de roupas para criar autoridade — a nudez, ali, só aumentava a sensação de perigo.
— Então você é a famosa Eduarda. O demônio da pós-graduação. A feminista. A que lê Hélène Cixous e escarra no rosto do patriarcado — provocou Denise, encarando-a com olhos de víbora. — Sempre quis conhecer alguém assim, de verdade.
Eduarda desviou o olhar, tentando encontrar qualquer âncora na decoração — quadros de pôr-do-sol emoldurados por frases bíblicas, pequenas esculturas de casais orando de mãos dadas. Tudo adquiria um tom sinistro, grotesco, porque estava claro que Denise nunca se interessara de fato por oração. Aquilo era só cenário.
— Você… frequenta mesmo a Comunidade do Renovo Eterno? — arriscou Eduarda, com a voz tentando soar inquisitiva e não abalada.
— Eu? Não perco uma vigília — disse Denise, arrastando o “r” de vigília com deboche. — Adoro ver os homens chorando pelo perdão, e as esposas fingindo que acreditam nas lágrimas. Às vezes levo meu marido, só pra reforçar o teatro doméstico. Mas minha missão é outra.
Ela descruzou as pernas e, num movimento teatral, se aproximou de Eduarda, ainda sentada, deslizando na poltrona como uma cobra elegante. Cada passo era ensaiado, deliberado.
— Eu li seu artigo na Folha de Teologia Feminista — sussurrou Denise, agora tão perto que Eduarda podia sentir o cheiro de perfume caro e alguma coisa ácida, como suor de ansiedade. — Você tem argumentos interessantes. Ainda que demoníacos. Sabe que eles queimariam você em praça pública há cinquenta anos?
— Sorte que mudaram os tempos, então — rebateu Eduarda, esforçando-se para parecer tranquila, mas o suor colava a camiseta à barriga.
— Nada muda tanto assim. Sabe qual a diferença entre eu e você? — Denise encostou o rosto no dela, as bocas quase se tocando. — Eu entendi que o que vale é o poder, não o discurso. E é por isso que estou aqui.
O silêncio virou faca. Denise ficou uns segundos só olhando para Eduarda, olhos bem abertos, as narinas tremendo, como quem espera uma confissão.
— Sabe, querida — murmurou, afastando-se um pouco, mas mantendo a mão no encosto da poltrona de Eduarda, enjaulando-a com o braço. — Eu costumo ser o demônio na sala. Mas hoje, acho que você veio para me dar trabalho.
Eduarda tentou rir, mas era impossível não sentir o pulso acelerado e o medo doce na boca.
— Eu nunca competiria com a Missionária Denise — ironizou, mas a voz saiu embargada.
Denise sorriu, satisfeita. Segurou a mão de Eduarda — gelada, pequena — e apertou como quem testa a firmeza de uma fruta antes de comprar.
— Sabe o que eu mais gosto nas reuniões da Comunidade? — perguntou, sem esperar resposta. — É a hora da “lavagem espiritual”. Cada um confessa o que fez, o que quis fazer, o que só pensou. O segredo é que ninguém ali é melhor que ninguém. Só eu finjo melhor. E você, querida? O que você esconde?
Antes que Eduarda pudesse responder, Denise a puxou com força súbita — o corpo dela voou por cima do braço da poltrona, caiu torto, e logo a missionária estava em cima, joelhos enterrando o tecido macio, mãos segurando o rosto de Eduarda com surpreendente ternura.
— Eu não sou dessas que rezam antes de comer — sussurrou Denise, os olhos brilhando. — Mas gosto de agradecer.
A respiração delas era só uma.
Eduarda sentiu as unhas de Denise arranharem de leve sua bochecha, o pescoço, depois escorregarem pelo cabelo. Era impossível saber se aquela mulher queria transar ou matar.
Talvez as duas coisas.
Denise lambeu a orelha de Eduarda, bem devagar, sem pudor. Depois sussurrou:
— Posso te confessar uma coisa? Eu sonhei com você. Várias vezes. Sempre no mesmo cenário: você implorando. Mas não diziam se era por perdão ou outra coisa.
Eduarda riu, nervosa.
— Deve ter sido por misericórdia. Não costumo pedir muito mais que isso.
A missionária sorriu. O sorriso era terrível.
— Vamos ver — disse, levantando-se de repente, o corpo todo rijo e ameaçador. Com um gesto, apontou para a poltrona azul — sente-se, como uma boa menina.
Eduarda obedeceu, sem coragem de fazer piada. Denise contornou a sala, pegou uma garrafa de vinho que repousava há horas no decantador, serviu duas taças com generosidade e trouxe uma para Eduarda.
— Ao poder feminino — brindou, olhando fundo nos olhos da adversária. — E a tudo que ele conquista.
O vinho escorreu na garganta de Eduarda como veneno lento. Ela soube que estava completamente à mercê da mulher. E, por algum motivo que ela preferia não nomear, aquilo era melhor do que todas as preces do mundo.
***
Denise não perdeu tempo. Bastou terminar o brinde, e a missionária largou a taça na mesinha lateral, esparramando vinho nos dedos, que lambeu sem tirar os olhos de Eduarda. Em seguida, deslizou as mãos pelo braço dela, subiu até a nuca, e puxou-a para um beijo. O primeiro toque foi brando, quase um teste de resistência. Depois, num crescendo de violência, Denise a devorou, alternando mordidas e beijos profundos, como se quisesse raspar a alma de Eduarda com a língua.
O gosto era de uva fermentada e algo metálico, talvez sangue ou adrenalina. Eduarda tentou resistir, mas o corpo já era só resposta ao estímulo. Denise apertou a cintura de Eduarda, subiu a mão pelas costas dela até sentir o suor empapando a camiseta, então puxou com força e a despiu, sem delicadeza.
— Gosto de quem não luta — sussurrou, olhando as marcas das unhas já cravadas no braço de Eduarda. — Você é melhor que as outras.
Eduarda tentou articular qualquer coisa, mas Denise já beijava o canto de sua boca, desceu pelo queixo, lambendo cada centímetro de pele, até parar bem no piercing de septo, o pequeno anel dourado que Eduarda usava desde que caiu em pecado. Denise lambeu, depois mordeu o piercing, como quem saboreia um amuleto raro.
— Isso aqui... — ela riu, puxando de leve com os dentes, — é tão sexy quanto um chicote. Você não tem ideia.
O frio na barriga de Eduarda virou uma onda de calor úmido entre as pernas. Denise percebeu e sorriu, satisfeita. Empurrou o corpo de Eduarda contra a poltrona, deitou-a ali, de modo que as coxas dela ficassem expostas e abertas. Depois se ajoelhou entre as pernas da adversária, passando a língua pelo pescoço, chupando devagar, até deixar manchas vermelhas em tudo. Quando chegou aos seios, não perdeu tempo: ergueu o sutiã, lambeu o mamilo de Eduarda com volúpia, depois mordeu, forte o bastante para marcar, mas não arrancar. Brincou com os piercings dos mamilos com sua língua, movendo a como as de uma serpente.
Eduarda gemeu alto, e a diaconisa pareceu gozar só com o som.
— Eu sabia que você era dessas — sussurrou, descendo a língua pela linha do estômago, cada centímetro de abdômen lambido como oferenda. Quando chegou à calcinha de algodão preto, Denise enterrou o nariz ali, respirou fundo, e disse:
— Sabe, nos retiros espirituais, sempre me chamavam de "leoa do Senhor". Nunca souberam quão literal era isso.
Eduarda riu, o riso saindo trêmulo, misto de medo e tesão.
— Você é louca.
— Não. Só sou livre.
A frase veio baixa, seguida pelo gesto: Denise puxou a calcinha de Eduarda com os dentes, um strip-tease animalesco, depois se pôs a chupar a buceta da outra com fúria e técnica. A língua invadiu, circulou, pressionou exatamente onde devia, e Eduarda sentiu o corpo todo se contrair num espasmo de prazer. Denise sorveu o gozo como um prêmio.
Por um instante, tudo era só barulho de respiração e gemidos abafados pelo veludo do estofado.
Então Denise subiu, lambeu o suor da barriga de Eduarda, deitou-se ao lado dela na poltrona e puxou a adversária pelo cabelo, para outro beijo, agora imundo, sujo de fluido, saliva e vinho.
Foi só então que Denise começou a falar, como se o sexo fosse o abre-alas para o testemunho:
— Sabe por que eu faço isso? — perguntou, sem esperar resposta. — Porque é a única hora em que lembro de quem sou de verdade. Nas viagens missionárias, nas palestras, nos congressos de mulheres, ninguém desconfia. Mas, às vezes, eu fujo. Eu uso as viagens para transar com desconhecidos, homens, mulheres, tanto faz. Gosto de predar. Gosto de ver o rosto das pessoas quando entendem que não tenho limites.
A mão de Denise deslizava pelo corpo de Eduarda, hora acariciando, hora apertando, como quem amassa massa de pão.
— Uma vez — disse ela, com o olhar perdido — levei um grupo de meninas pra Portugal. Era missão filantrópica, ensino de idiomas. Mas eu sabia que duas delas não voltariam nunca mais. Eu mesma escolhi, sabia que iam virar carne de puteiro de luxo na Europa. No fim, foi melhor pra elas do que morrer de tiro na Baixada. Eu só acelerei o processo.
Eduarda ficou em silêncio, paralisada. Mas o corpo insistia em buscar prazer, mesmo diante do horror da confissão.
Denise sorriu, percebendo o conflito.
— Acha que sou um monstro? — perguntou, lambendo o próprio dedo, depois enfiando-o devagar na buceta de Eduarda, que gemeu de novo, involuntária.
— Acho que você é sincera.
Denise soltou uma gargalhada.
— Isso que eu adoro em você. Ninguém nunca me responde a verdade.
As duas ficaram um tempo assim, respirando juntas. Depois, Denise a puxou pela cintura, levantou-a da poltrona e jogou-a sobre o tapete felpudo da sala, deitada. A própria Denise tirou o sutiã e calcinha, ficando completamente nua, então montou sobre Eduarda, esfregando as duas bucetas até encontrar o ritmo certo.
O calor do sexo misturava com a voz ininterrupta de Denise, que agora parecia em transe:
— Você não imagina como é fácil. Eu vou pra Nigéria, falo de Deus, prometo intercâmbio, ensino de inglês, futuro melhor. Elas vêm confiando que vão estudar. Ninguém desconfia de uma missionária. E eu vendo, Eduarda. Vendo por cabeça. Cada menina, três mil dólares para o proxeneta. Dez mil pra Indonésia, sabia? O mercado muçulmano paga mais por carne brasileira. Loucura. Você devia ver a cara dos Sheiks. Querem sempre loiras, mas aceitam morenas. No fundo, homem é tudo igual.
A fricção das coxas aumentava, as duas já ofegantes, suando, sentindo as peles arderem de tanto atrito. Denise agarrava os cabelos de Eduarda, arranhava os ombros, cuspia palavrão, enquanto narrava atrocidades como quem lê bula de remédio.
— Uma vez vendi três irmãs. Recebi só metade do valor, mas valeu o aprendizado: meninas de família morrem mais rápido. Não aguentam tanto. Já as de rua, sobrevivem a tudo. Você sobreviveria, Eduarda. Você é animal. Eu vejo nos seus olhos.
Ela intensificou o movimento, e Eduarda sentiu o orgasmo subir como uma febre, inundando o corpo todo. Denise gozou junto, urrando, o rosto virado para o teto, olhos fechados como quem ora.
O silêncio veio grosso, só o barulho da respiração descompassada preenchia o espaço.
Denise caiu de lado, abraçando Eduarda como quem protege. Mas logo sussurrou no ouvido:
— Não conte pra Jasper. Ele ficaria triste em saber porque gosta de mim.
Eduarda só conseguiu rir, um riso sufocado, meio choro, meio orgasmo residual.
— Seu segredo está seguro, missionária.
Denise mordeu a orelha dela de leve, com carinho.
— Amém.
As duas ficaram ali, suadas e coladas, como se fossem uma só. E, no fundo, Eduarda sabia: ela nunca mais esqueceria o cheiro de Denise. Nem o gosto da sua pregação diabólica.
***
Não durou muito tempo o silêncio. Denise não sabia lidar com o vazio, precisava ocupá-lo, preenchê-lo com algum tipo de intensidade — fosse sexo, fosse crueldade, fosse palavra. Quando sentiu Eduarda relaxada e distraída, puxou-a de volta à superfície agarrando-a pelos cabelos, e então forçou um beijo bruto, quase de animal, misturado com mordidas, saliva e riso.
Eduarda, surpreendentemente, não se esquivou. Deixou-se conduzir, aceitou o pulso de violência, e correspondeu na medida certa — com aquele mesmo desejo de perder, de ser humilhada, que às vezes tomava conta dela nas noites de insônia. Denise percebeu o brilho de submissão nos olhos da outra, e sorriu, satisfeita.
Agora era hora de transgredir de verdade.
— Você acha que eu sou má? — perguntou Denise, as unhas escorregando pelo abdômen de Eduarda até a virilha, apertando, cavando, deixando marcas. — Sabe quantas meninas eu já vendi? Nem eu lembro. Sabe quantos homens de família já chupei, depois de liderar grupos de oração? Nem Deus saberia contar.
Eduarda soltou um gemido — não de dor, mas de provocação.
Denise encaixou o corpo sobre o dela, prendeu os braços de Eduarda acima da cabeça e começou a esfregar as bucetas de novo, agora num ritmo brutal, selvagem, como se quisesse arrancar o prazer da outra à força. O som das peles batendo era obsceno.
— Você não entende, Eduarda — sussurrou Denise, mordendo o lóbulo da orelha dela. — Quando a gente descobre que não existe inferno, só o poder importa. Eu acordo todo dia querendo mais. Eu não sinto culpa. Eu sinto tesão. Cada pecado é uma vitória. Cada transa dessas, eu deixo Deus mais fraco.
A mão direita de Denise desceu entre as pernas de Eduarda, enquanto a esquerda sufocava seu pescoço, controlando a respiração. Não era para matar, era para domar, para educar o corpo a entender que o limite não existe. Denise aumentou o ritmo até Eduarda revirar os olhos, e só então afrouxou o aperto, sussurrando:
— Você precisa saber, não foi sempre assim. Eu era boa, acredita? Uma vez, antes de tudo, eu fui só uma menina burra da igreja. Gostava de cantar louvores, sonhava com um casamento careta, filhos, férias em Caldas Novas.
Eduarda riu, engasgando no choro/tesão.
— O que te quebrou, então?
Denise fez silêncio. Então se afastou, sentou-se de pernas cruzadas sobre a barriga de Eduarda, a buceta ainda latejando de tanto tesão.
— Vou te contar. Não repita pra ninguém. Eu tinha dezoito anos. Saí de uma vigília dessas, cansada, puro hormônio e medo do Apocalipse. Caminhava pra casa, pensando em nada, quando um homem me parou. Ele parecia normal, mas tinha qualquer coisa errada — o cheiro, talvez. Ou o olhar. Ele disse: "Você pode ser muito mais do que é". Só isso. Depois, me deu um cartão, com um número, um nome: Malphas.
Denise passou a língua pelos dentes, como se ainda provasse o momento.
— Eu liguei no dia seguinte. Era uma voz de mulher. Me deu um endereço, me deu instruções, falou pra não contar a ninguém. Eu obedeci. E nunca mais parei de obedecer.
Enquanto contava, Denise deslizou de novo para entre as pernas de Eduarda, sugou o clitóris com precisão clínica, depois mordeu, depois lambeu tudo, misturando saliva, gozo e suor.
— Ele me ensinou tudo. O tráfico. O prazer. A arte de manipular. Descobri que existe um tipo de liberdade que só se conquista destruindo todos os tabus, Eduarda. Você nunca vai esquecer disso, vai?
A resposta veio num uivo. Eduarda gozou de novo, sem conseguir articular palavra, só o corpo tremendo e as pernas batendo descompassadas no tapete. Denise subiu, deitou sobre ela, abraçou de conchinha, e sussurrou no ouvido:
— No fundo, todo mundo tem um preço. Eu só tive coragem de pagar o meu.
No final, Denise ficou de pé, nua, observando o próprio reflexo no vidro escurecido da janela, o corpo marcado de arranhões e mordidas, o cabelo colado de suor. Virou-se para Eduarda, ainda esparramada na poltrona, e perguntou:
— Você gostou do que lhe ensinei?
Eduarda hesitou. Então sorriu, os dentes trincando de gozo e medo.
— Você não faz ideia.
Denise gargalhou, satisfeita. Era assim que ela gostava: mais uma alma no catálogo. Mais uma pregação cumprida.
Do lado de fora, a noite parecia calada. Mas, ali dentro, cada sombra tinha nome. E todos eles respondiam a Denise.