Amigo do meu marido... (01)

Um conto erótico de GHOST RIDER
Categoria: Heterossexual
Contém 1067 palavras
Data: 09/11/2025 07:17:43

O ar da noite de sexta-feira estava pesado, viciado em calor e na umidade que prometia uma tempestade que nunca chegava. O cheiro de cerveja morna e de pizza requentada pairava na sala de estar. Na televisão, um jogo de futebol se arrastava para um final sem graça.

Laura estava sentada em uma poltrona, com as pernas dobradas sob si, fingindo ler um livro. Ela não tinha virado uma página nos últimos vinte minutos.

Ela estava dolorosamente consciente de Bruno.

Ele estava ali desde quinta-feira. Bruno, o melhor amigo de Lucas desde a faculdade. O padrinho de casamento deles. E, nos últimos dois dias, ele parecia ter se tornado uma presença física impossível de ignorar.

Ele estava esparramado no outro sofá, uma antítese de Lucas. Enquanto seu marido estava tenso, com os olhos vidrados na tela, xingando o juiz em voz baixa, Bruno estava completamente relaxado. Os pés descalços sobre a mesa de centro, a camisa de linho amassada colada no peito largo. Ele não parecia estar assistindo ao jogo; parecia estar assistindo a ela.

Toda vez que ela levantava os olhos do livro, ela o pegava. Um olhar rápido, intenso, que ele desviava com um sorriso lento se ela o encarasse. Mas ela parou de encarar. Agora, ela apenas sentia. Sentia o peso do olhar dele sobre seus braços, seu pescoço, e até mesmo em seus tornozelos expostos.

"Ah, não acredito nesse lance! Você viu isso, Bruno?", Lucas explodiu, gesticulando para a TV.

"Absurdo, cara. Absurdo", Bruno respondeu, a voz rouca e divertida, mas seus olhos piscaram na direção de Laura por uma fração de segundo antes de voltarem para a tela.

Laura se mexeu na poltrona, o couro grudando em sua pele. Ela precisava que aquela noite acabasse.

Como se lesse seus pensamentos, Lucas se espreguiçou com um gemido. "Chega pra mim. Estou morto de cansaço. O trabalho essa semana me destruiu."

Um alívio imediato inundou Laura. Finalmente.

Lucas se levantou, deu um beijo rápido e distraído no topo da cabeça de Laura e deu um tapa amigável no ombro de Bruno. "Cara, fica à vontade aí. O quarto de hóspedes está arrumado, você sabe. A casa é sua."

"Claro, Lu. Pode ir", Bruno disse, e seu tom era diferente agora. Mais leve. "Eu e a Laura terminamos de ver o jogo. Ou só ficamos aqui jogando conversa fora."

O estômago de Laura deu um nó. Não nos inclua nisso.

"Beleza. Boa noite pra vocês."

Os passos de Lucas subindo a escada de madeira foram abafados. O clique da porta do quarto se fechando, lá em cima, soou na sala com a finalidade de uma sentença.

E então, o silêncio.

Não era um silêncio real. A TV ainda estava ligada, os narradores ainda gritavam. Mas a atmosfera na sala mudou tão abruptamente que Laura prendeu a respiração. O ar, que antes estava apenas pesado, agora parecia elétrico, vibrante de tensão não dita.

"Preciso... preciso arrumar isso", Laura disse, mais para si mesma do que para ele, levantando-se abruptamente. Ela precisava de uma tarefa, algo para suas mãos fazerem.

Ela começou a recolher as garrafas de cerveja vazias da mesa de centro. Ela se moveu rápido, mantendo os olhos baixos.

"Laura."

A voz dele, baixa e sem o tom de brincadeira que ele usava com Lucas, a fez parar.

Ela se virou lentamente. Bruno não tinha se movido. Ele ainda estava no sofá, mas agora a encarava abertamente. O olhar dele era uma carícia física, lenta e deliberada, que subia por suas pernas, passava por sua cintura, demorava em seus seios sob a blusa fina e finalmente encontrava seus olhos.

"Você parece tensa", ele disse, não como uma pergunta, mas como uma afirmação.

"É só o calor", ela mentiu, a voz saindo fraca. Ela se virou de volta para a mesa, as mãos tremendo ligeiramente.

Ela se abaixou para pegar a última garrafa, que estava no chão, perto dos pés dele. No momento em que seus dedos roçaram o vidro, a mão dele cobriu a dela.

Não foi um toque acidental.

A mão dele era grande, quente e firme sobre a sua. O contato enviou um choque que subiu por seu braço e se instalou em seu peito.

Laura congelou, o corpo curvado, o coração batendo descompassado nas costelas. Ela olhou para baixo, para as duas mãos sobre a garrafa escura. A aliança de casamento dela brilhava fracamente sob a luz da TV.

Ele não se afastou. Em vez disso, seus dedos se apertaram levemente, e seu polegar começou a deslizar pela pele sensível do pulso dela, em um círculo lento e hipnótico.

O som da TV desapareceu. O mundo inteiro se resumiu àquele toque.

"O Lucas é mesmo um cara de sorte", ele sussurrou, a voz tão baixa que ela quase a sentiu, mais do que ouviu.

O elogio era sobre Lucas, mas o toque, o olhar e o tom eram inteiramente para ela. Era uma declaração.

Uma parte dela, a parte leal e boa, gritava para ela puxar a mão, dar um tapa no rosto dele, gritar. Mas outra parte, uma parte que ela mal conhecia, uma parte adormecida e faminta, estava paralisada, fascinada.

Ela levantou os olhos. Ele estava perto, inclinado para a frente. O sorriso confiante de antes havia desaparecido, substituído por uma intensidade crua que a fez prender a respiração.

Com um esforço que pareceu drenar toda a sua força, Laura puxou a mão. A garrafa caiu no tapete com um baque surdo.

"Eu... eu preciso ir dormir", ela gaguejou, levantando-se de supetão, sem sequer pegar a garrafa. "Estou cansada."

Ela não olhou para trás enquanto praticamente fugia da sala.

"Durma bem, Laura."

A voz dele a seguiu pelo corredor, calma, controlada e cheia de uma confiança que a fez estremecer. Ele sabia que tinha vencido aquela primeira batalha.

Ela entrou no quarto, fechando a porta silenciosamente. O ar-condicionado soprava um ar gelado que arrepiou sua pele quente e suada. Lucas já roncava baixo, o som da normalidade, da segurança... e, de repente, do tédio.

Laura deitou-se na beirada da cama, o mais longe possível do marido. Ela fechou os olhos, mas tudo o que via era o olhar intenso de Bruno. Tudo o que sentia era o calor fantasma de sua mão em seu pulso.

E, para seu absoluto terror, em vez de repulsa, o que ela sentia era uma faísca perigosa de antecipação pelo que o dia seguinte traria.

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