Na segunda feira, como sempre cheguei cedo na empresa e durante o trajeto meu pai não tocou no assunto do que eu pretendia fazer sobre Karen e Marcos, ainda bem, pois quanto menos eu dissesse maior seria a surpresa.
Em minha mesa, comecei a verificar os trabalhos e pouco antes das nove horas fui avisado que teríamos um reunião de chefias, fiquei até surpreso pois não tínhamos recebido nenhuma informação previa sobre, tanto que quando indaguei se seria necessário levar alguma coisa sobre os trabalhos, fui informado que não haveria necessidade.
Exatamente as nove horas estávamos todos reunidos, aguardando a chegada de Julia, e para a surpresa de todos, inclusive minha, o primeiro a entrar foi o Sr. Joca, de terno e gravata e atrás dele Julia elegantemente vestida com calça social azul marinho, camisa branca e um terno da mesma cor que a calça.
Todos os presentes cumprimentaram o Sr. Joca, curiosos em saber seu estado de saúde. A resposta foi que estava melhor e que em breve retornaria em definitivo, mas que a filha dele até lá ficaria no comando, até porque estava fazendo um ótimo trabalho, e ele mesmo em casa dava o suporte necessário a ela.
Os dois devidamente acomodados, Sr. Joca tomou a palavra, elogiou a conduta de todos ali presentes, que estavam, mesmo com a ausência dele, dedicando-se ao máximo e colaborando para que sua filha conseguisse fazer um trabalho como se ele mesmo estive presente naqueles meses de sua ausência.
Depois falou sobre o futuro, que provavelmente mesmo com o retorno dele, assim que tivesse alta medica para tal, a sua filha continuaria no controle trabalhando lado a lado com ele.
Depois que terminou sua participação, Julia tomou a palavra, fez agradecimentos pelo apoio que ela estava recebendo de todos os presentes e que ainda seria necessário por algum tempo esse apoio, que naquele mesmo dia precisaria da colaboração de todos, para mais uma ação necessário que estaria acontecendo.
Então antes de prosseguir se levantou foi até a porta, abriu e convidou uma pessoa que estava fora da sala para juntar-se a nós.
Devo dizer que a curiosidade de todos estava alta. Então vimos entrando na sala de reunião, um homem desconhecido, de uns cinquenta e poucos anos, alto, bigode, apresentável.
Julia o guiou até uma cadeira ao lado do Sr. Joca, ele se sentou, ela voltou a se sentar e então disse:
- Senhores, este é o Senhor Thomas, ele foi meu professor na faculdade e me ensinou muito, e por coincidência, ele acabou de inaugurar uma empresa de auditoria no Brasil, e eu contratei esta mesma empresa para que fizesse uma auditoria interna em nosso empresa começando hoje, assim que finalizarmos essa apresentação. Seu pessoal já está ai fora no corredor prontos para iniciar os trabalhos.
Todos os presentes se entreolharam confusos, pois acredito que não esperam por essa medida, não tão rápido quanto foi.
Eu já sabia que eles tinham tido essa ideia quando estive na casa do Sr. Joca, mas não esperava que fosse assim tão rápido, até porque Julia não comentou nada comigo durante os dias que passamos juntos na praia. Mas tudo indicava que eles estavam fazendo isso para agilizar na descoberta de que estava roubando a empesa e assim interrompendo aquela ação, e juntando com as provas da investigação da polícia por um ponto final em toda aquela armação.
- Pediria ao André que fosse a ponte entre as informações coletadas pelo pessoal do Sr. Thomas e eu mesma, assim manterei tudo centrado em um de nosso pessoal.
- Mas Sra. Júlia, como eu sendo da engenharia, não seria ideal que fosse alguém da área administrativa?
Sr. Joca, me encarando respondeu.
- André, sim, seria, mas por você ser o mais novo na empresa, e pela sua ascensão rápida, aja visto seu crescimento de estagiário para chefe de setor em tão pouco tempo, pelo seu empenho e profissionalismo, além da sua inteligência, nós acreditamos que você é a pessoa ideal para fazer essa ponte.
Todos na sala me encarando, e eu não tinha mais argumentos para expor, então assenti com a cabeça concordando.
Essa seria a deixa perfeita que eu estava querendo, pensei rápido. Com essa sobrecarga de trabalho eu passaria mais tempo na empresa e assim conseguiria ficar mais tempo longe de Karen, e não precisaria ficar fingindo quando estivesse ao seu lado. Claro que ela muito provavelmente não iria gostar mas a essa altura eu pouco me importava com o que ela gostasse. Isso me deixaria livre para fazer o que pretendia.
Finalizada a reunião todos saíram, menos eu, Julia, Sr. Thomas e Sr. Joca.
- André, como eu te disse na praia, que iria precisar da sua ajuda, então te colocar a frente para receber os relatórios e me repassar, vai ajudar a podermos analisar juntos tudo que os auditores descobrirem sobre a empresa com a ajuda do Sr. Thomas, disse Julia.
- Entendo, mas ainda assim tenho minhas tarefas com meu setor além de dar as orientações ao meu pessoal.
- Entendemos que os projetos da engenharia são importante, mas podemos combinar de você ficar até mais tarde para realizar as análises do material dos auditores junto com a Júlia, disse Sr. Joca.
- Sim, posso fazer isso perfeitamente, disse eu já tendo uma certa ideia sobre o quer fazer depois do horário, e claro percebi um certo olhar em Julia. Podia até estar enganado, mas acredito que ela teve o mesmo pensamento que eu mas logo descobriria.
- Então estamos todos combinados. Podemos começar ainda hoje disse Julia.
- Se pudermos começar amanhã, seria melhor tenho algo para resolver ainda hoje e não sei se posso adiar, eu disse, torcendo para que aceitasse.
- Tudo bem, como hoje talvez meu pessoal não tenha um avanço muito grande, vamos deixar para amanhã, não vejo problema, disse Sr. Thomas, com seu sotaque inglês.
Levantando-me pedi licença e sai da sala deixando os três a sós. Voltei para minha sala para começar a pôr meu plano em pratica. Mandei mensagem para Karen, explicando sobre a função que me foi passada e que provavelmente não teríamos como nos encontrar naquela semana, devido a ter que estender meu horário, mas nada disse sobre com quem eu estaria trabalhando até mais tarde. Como eu já esperava ela não recebeu bem minha mensagem e começou a reclamar, além de enviar emogis com carinha de raiva. Eu tentava aliviar, mandando corações e beijos, como eu fazia antes de descobrir sobre sua traição.
Depois de minutos conversando pelo aplicativo de mensagem, encerramos a conversa e liguei para o administrador do condomínio marcando um encontro para aquela tarde, pois queria conversar com ele, que se dispôs a me atender sem problemas. Agendamos para as 17 horas no próprio condomínio, então eu tinha muito tempo para executar minhas tarefas que começavam a acumular.
Naquela tarde cheguei no horário combinado com o administrador, conversamos sobre o que eu precisava, ele não entendeu bem do por que dos meus pedidos mas aceitou sem problemas. Então a primeira parte do plano estava em andamento, agora precisava fazer um levantamento e depois começar a fazer os anúncios na internet para o que planejei.
Como eu imaginava, aquela semana foi a pior de todas, desde que comecei a trabalhar na empresa, chegava cedo, resolvia as pendencias com meu pessoal, repassava para meu gerente e corria para ficar acompanhando os auditores. No final do expediente, para os demais funcionários, eu me dirigia até a sala de Julia e ali ficávamos com o Sr. Thomas, boas horas ainda com o rosto literalmente mergulhado nos documentos, relatórios, anotações, que nos eram entregues, e juntávamos tudo, mas ainda assim tudo parecia estar normal, normal demais eu pensava.
Os últimos a sair da empresa eram eu e Julia, pois após finalizar o trabalho, aproveitávamos para ficarmos juntos, mas apenas trocando carinhos e beijos, nada de sexo, pois era muito arriscado, por conta da ronda dos seguranças.
Conversávamos também, e começávamos a não ver a hora de podermos passar mais tempo juntos, de transarmos, tínhamos que nos segurar para não rolar ali mesmo. Chegava a ser frustrante, mas tínhamos que manter o que existia só entre nós.
No sábado daquela semana, não tive como fugir de Karen, pois a semana toda não nos vimos, por conta do meu trabalho. Cheguei em sua casa, e ela já me esperava, como de costume, por incrível que pareça ela não estava com aquele olhar de raiva, estava até calma, provavelmente dentro do seu personagem de mulher que trai o futuro esposo. Conversamos um pouco e resolvemos sair para jantar fora, como sempre fizemos, apesar de eu não estar muito à vontade para isso. Durante o jantar Karen procurava tocar minhas mãos quando estavam sobre a mesa e eu não podia recusar seus toques. Ela me olhava com um olhar de quem queria algo mais, claro estávamos sem transar faziam dias. Então ela me disse que queria ir para nossa casa, para ficarmos mais à vontade e ver como as coisas estavam. Então resolvi que teria que fazer aquele sacrifício, mais para manter meu plano do que por outro motivo, e dando uma desculpa qualquer a levei para um motel.
Entramos na suíte e após fechar a porta ela se aproximou e começou a tirar minhas roupas, dizendo que estava morrendo de saudades de mim, que por conta disso iria me dar o melhor de sexo, como nunca antes tinha. Depois que começamos a transar nunca tínhamos ficado tanto tempo longe. Depois de me deixar totalmente nu, ela se ajoelhou e me olhando pegou meu pau começou o melhor sexo oral que já tinha me dado, provavelmente tinha praticado muito com Marcos, me veio esse pensamento, mas meu pau não ficou flácido, pela forma como ela me chupava ele estava cada vez mais duro, até que parecia uma barra de ferro. Com aquele oral, não me contive e gozei fartamente em sua boca e ela aparou tudo depois a abrindo a boca e me mostrando, em seguida o engolindo e ainda lambendo os lábios. Fiquei surpreso, pois nunca antes ela tinha feito dessa forma, apenas chupava, e quando eu gozava ela simplesmente engolia.
A levantei e ela veio me beijar, por um momento eu quase virei meu rosto para o lado, mas me mantive como estava e aceitei o beijo. Depois eu a despi e a deitei de costas na cama. Me posicionei entre suas pernas e comecei a chupar sua buceta. Hora lambia de baixo para cima chegando quase até seu clitóris, mas queria vê-la sofrer um pouco então voltava para baixo ainda lambendo sua fenda chegando até seu cuzinho, fiz isso algumas vezes até que ela pegando em minha cabeça, me puxou até meus lábios chegarem em seu clitóris e me disse, bem ai. Atendi seu pedido e comecei a fazer pequenos círculos em volta dele as vezes por sobre ele e até o sugando, fazendo com que ficasse próxima de seu gozo, algo que não demorou muito a acontecer. Ela gozou muito, um gozo longo, tremendo todo seu corpo. Com os olhos fechados depois de alguns segundos, disse como aquilo era bom, e que saudades da minha boca entre suas pernas. Por um breve momento aquelas palavras quase me convenceram que eram verdadeiras, mas me lembrei rápido do que ela me fizera e não me deixei abalar por elas.
Me levantando fui até o banheiro enquanto ela se recuperava. Segundos depois ela veio atrás de mim, me olhando enquanto me banhava, parou e me perguntou porque não a chamei, ou a esperei. Nada respondi apenas abri a porta e estendi minha mão, não havia nada a responder naquele momento. Ela entrou e tomamos nosso banho juntos. Quando saímos e voltamos para o quarto já secos, ela me olhou atenta.
- André o que esta acontecendo, você esta distante, parece preocupado com algo, percebi isso desde que voltou daquela viagem.
- Não precisa se preocupar, estou muito bem, é só o trabalho que esta mexendo comigo, mas acredito que seja apenas um fase, logo essa carga de responsabilidade pela auditoria vai acabar e então tudo vai voltar a ser como antes.
- Não sei não, quando falo com você, parece que esta em outro local, me olha mas o brilho no seu olhar esta diferente, por favor se tiver acontecendo alguma coisa me conte, quem sabe juntos podemos resolver.
- Fique tranquila, esta tudo sob controle, em breve tudo vai estar como deveria, volto a dizer, não se preocupe.
Então enquanto nos recuperávamos, ela começou a falar sobre o casamento, os detalhes, o vestido, e eu apenas via sua boca se mexendo mas não ouvia mais nada, meu corpo estava ali, mas minha alma, ainda sofrendo, estava em outro lugar. Como eu nada respondia ela chegou a me tocar no ombro, me fazendo voltar de onde quer que eu estava, me desculpei e ela começou novamente, mas dessa vez me forcei a ouvir e comecei a fazer pequenos comentários.
Então ela se aproximou e me beijou, depois dizendo estar muito feliz com o andar das coisas para o casamento, me abraçou e com esse contato por estarmos sem roupa meu pau começou a pulsar embora meu cérebro o cobrasse para ficar relaxado.
Julia percebendo e pego com sua mão e começou a bater uma punheta lenta, fazendo com que ele em pouco tempo ficasse totalmente duro.
- É assim que gosto mais dele, disse ela sorrindo. Se abaixou e começou a chupa-lo novamente o deixando completamente molhado.
Depois ela mesma se deitou de costas na cama e olhando me disse:
- Vem amor, mata a minha saudade desse pau gostoso.
Me posicionei sobre ela e fui chegando próximo de seu rosto e meu pau na portinha de sua bucetinha, então a beijei e deixei que meu pau abrisse caminho sozinho dentro dela. Quando estava totalmente dentro comecei a ir e vi dentro que Karen, que gemia e também pedindo para ir mais fundo, e foi então que percebi que meu pau não a preenchia como antes, ela estava um pouco mais larga. Depois de algumas estocadas ela gozou novamente. Então esperei que terminasse seu gozo e a coloquei de quatro. Passei meu dedo por seu anel. Ela olhou por sobre o ombro e me disse:
- Estava com saudades dele? Vai, me usa, sou toda sua.
Aquelas palavras, antes, Karen nunca havia usado comigo, ela estava mais solta, estava diferente no sexo, acredito que a frase seria, ela estava se portando como uma puta na cama. Será que minha falta de experiência no sexo com ela, era o que a fez se tornar amante de Marcos. A experiência dele, o papo que provavelmente ele tinha o ajudaram a ela o ver da forma que nunca antes me veria, ela preferira uma pessoa diferente do que eu era. Enquanto ele era um cara do mundo, vivendo aventuras, sempre em busca da grande jogada que o faria ter tudo o que sempre quis. Enquanto eu, um cara certinho focado em minhas realizações profissionais, uma pessoa que queria ter uma vida estabilizada, para dar a ela conforto e constituir uma família. Será que esse teria sido o erro que cometi com Karen. Ela nunca me cobrou nada, nossa vida quando estávamos juntos sempre me pareceu perfeita, ou nunca percebi qualquer sinal que ela gostava de aventuras e resolveu nunca se abrir, ou eu que nunca ouvi o que ela tinha a me dizer.
Agora eu estava ali, disposto a seguir fazendo algo que nunca foi totalmente de acordo comigo, com minha forma de ser e viver, será que eu estava certo em seguir com aquilo. Fazer um vingança com a mulher que eu sempre disse que amava, da mulher que tinha escolhido para ser minha esposa.
Dúvidas, dúvidas, e mais dúvidas tomaram conta do meu ser, a ponto de me fazer minha libido diminuir ao ponto de me fazer perder a ereção.
Assim que percebeu meu estado Karen me olhou com cara de preocupada.
- André, você esta bem? Aconteceu alguma coisa?
- Desculpa Karen, dizendo isso corri para o banheiro e sobre as aguas do chuveiro, lagrimas começaram a brotar dos meus olhos.
Karen veio atrás de mim para ver como eu estava.
Fiquei algum tempo ali, apenas deixando que a água caísse sobre meu corpo, tentando conter as lagrimas.
Karen entrou tentando me consolar, dizendo que aquilo podia acontecer com qualquer um. Felizmente ela não viu as lagrimas que ainda teimavam em sair de meus olhos. Quando estava totalmente refeito, sai do box me enxuguei e disse a ela para irmos embora, e me desculpei pelo que acontecera.
Karen não tentou argumentar, apenas acenou concordando, também se trocou e fomos embora, no carro o silencio tomou conta durante todo o trajeto até eu a deixa-la em sua casa. Me despedi mais uma vez pedindo desculpas, lhe dei um beijo sem graça e segui para casa.
No caminho meus pensamentos ainda me atormentado, meu anjinho do lado direito discutindo com o diabinho do lado esquerdo, eu precisava de alguém para conversar, não conseguia pensar com clareza, sem contar todas as dúvidas que me atormentavam.
Encostei o carro e liguei para a única pessoa que eu acreditava poderia me ajudar.
- Oi Julia, você esta em casa?
- Oi André, estou sim. Algum problema?
- Preciso conversar com alguém, e você é a pessoa mais perto de um amigo, no caso amiga, que tenho hoje em dia em quem posso confiar para me abrir.
- Pode vir, estou te esperando.
- obrigado, em breve chego ai, estou no caminha.
Mesmo sem ter certeza de que estava fazendo a coisa certa, me dirigi até a casa de Julia.
Em pouco tempo cheguei e fui recebido pelo Sr. Joca, que pediu para que eu aguardasse Julia, pois estava se arrumando e que logo viria.
Nesse meio tempo conversei com o Sr. Joca, que se desculpou por sua esposa não se juntar à nós, pois estava meio indisposta, conversamos um pouco e felizmente Julia não demorou tanto para aparecer. Me cumprimentou se desculpando pela demora.
Seu pai, pedindo licença, se retirou em seguida nos deixando a sós para conversarmos.
Julia, como sempre direta, me perguntou sobre o que eu queria conversar.
Era um assunto meio constrangedor a princípio, então omiti sobre a parte do motel com Karen, e apenas disse a ela sobre minhas dúvidas, pelo que estava tentando fazer com relação a traição com Karen e Marcos.
Julia foi direta.
- Desde o dia que você me contou sobre seu plano eu te aconselhei a não seguir em frente com ele, que você apenas a confrontasse, só vocês dois e terminasse o noivado. Você quis levar adiante essa coisa que chama de vingança, que a meu ver não via te levar a lugar algum, além de te fazer sofre e a ela também.
- Sim, mas não foi justo o que eles fizeram.
- Mas o que você quer fazer com ela, é justo?, esquece o Marcos, apesar de conhece-lo desde pequeno.
- Antes eu estava decidido, agora estou em dúvida.
Ela me olhava, apenas me analisando.
- Você saiu com ela hoje, estou certa?
- Sim, não vou mentir para você.
- Então o que aconteceu, você esta indeciso pelo que sente por ela.
Aquela conversa esta indo por um caminho que eu não queria.
- Acredito que ainda sinta alguma coisa por ela, mas não sei dizer o que é exatamente.
- André isso é natural. Não tem como você deixar de amar uma pessoa da noite para o dia. Você pode ter ficado com muita raiva e isso fez você ter sentimentos conflitantes naquele momento, mas agora, com as coisas mais calmas, a encontrando e saindo juntos, você começa a sentir o amor que tem por ela, pode até ter diminuído, acredito, mas ainda esta ai no seu coração.
Eu não queria admitir mas Julia estava com toda a razão. Por mais que eu tentasse sufocar aquele sentimento, ele estava ali, dentro de mim.
- Acredite, faça o que precisa, se é o que você quer, até mesmo terminar seu noivado, mas tenho certeza que, com o tempo esse sentimento vai amenizar, você vai acabar superando e se abrindo para outra pessoa, isso não quer dizer que seja ou tenha que ser eu. Tivemos dias bons juntos, mas não confunda o que tivemos como um novo romance, você precisa se resolver com Karen primeiro, depois se tivermos que ficar juntos, poderemos tentar, mas sem o fantasma dela nos rondando.
Acabei ficando pensando em suas palavras por algum tempo, e fazia todo o sentido, mas ainda não estava decidido, ainda estava em dúvida, ao mesmo tempo queria terminar tudo, queria ir em frente com o que tinha planejado.
Depois de um tempo resolvi ir para casa, Julia me acompanhou até a porta e apenas pediu para que eu resolvesse da maneira que eu precisasse. Apenas me disse tchau e que se precisasse conversar estaria ali. Foi até meio estranho pois nem um selinho trocamos naquela noite, mas foi melhor assim.
Chegando em casa, passei pela sala e fui direto para meu quarto, meus pais estavam ainda na sala, vendo alguma coisa na tv, apenas me olharam sem nada comentar.
Logo depois de me trocar e me jogar na cama, minha mãe entrou perguntando se eu não queria tomar um copo de leite, que isso me ajudaria dormir. Respondi que não precisava apesar de estar com minha cabeça a mil. Ela me disse apenas para fazer as coisas com calma, independente do que eu fizesse, que no final tudo se ajeitaria. Me deu um beijo e me abraçou, me deu boa noite e saiu em seguida.
Acordei no dia seguinte com uma mensagem de Karen no celular, me perguntado se eu estava bem que poderia ir até minha casa, disse que não precisava pois estava bem. Ela não fez muita questão de vir, então não nos vimos.
Na segunda feira, como sempre, cheguei cedo ao trabalho. Como sempre verifiquei os projetos, troquei ideia com meu pessoal e segui para a sala de Julia, para saber sobre os trabalhos dos auditores.
Depois de ser anunciado e entrar na sala dela, a encontrei literalmente com o rosto enfiado nos papeis em sua mesa. Ela me cumprimentou com um bom dia, pediu para que eu sentasse numa cadeira próximo de uma mesa redonda que tinha em sua sala. Haviam pastas empilhadas sobre essa mesa. Aguardei que ela viesse e sentasse numa cadeira próxima. Então começou a me dizer que estava já a algum tempo verificando e não encontrava nada, nem mesmo o Sr. Thomas com seu pessoal conseguiu encontrar qualquer inconsistência. Tudo ali parecia estar correto demais.
Então em separado, vi algumas folhas de papel quase saindo de dentro de uma pasta vermelha, com anotações feitas à mão. Peguei a pasta e perguntei a Julia o que era aquilo. A princípio vi que se tratavam de números anotados sempre no mesmo horário em um formulário mensal.
- A isso, não é nada, quer dizer é um relatório que passamos a fazer depois que tivemos problemas com falta de energia. Que na verdade já era para não ser mais feito, mas o segurança continua a fazer e me encaminhar. Mas para ser sincera, desde que cheguei não os olhei com muita atenção.
- Como assim?
- São anotações do consumo de energia diário, começamos a fazer anos atrás, anos antes de você vir trabalhar aqui. Foi numa época que o país passou por problemas de energia, com grande demanda e os valores da energia subiram muito. Então com base nos números meu pai comprou dois geradores estacionários e eram ligados nos horários de pico para economizar energia elétrica. Isso ele me contou na época em uma de suas visitas que me fez.
- Mas atualmente não estamos usando?
- Não, não estamos, e estou pensando em vender os dois, mas isso não é importante no momento.
Fiquei olhando aquilo curioso.
- Posso ficar com ela, quero fazer os cálculos.
- Pode sim.
Depois disso conversamos sobre o progresso que estávamos tendo, ou melhor a falta dele. Pois era frustrante não termos ainda não encontrado nada. Tudo estava em ordem, mas era uma ordem que beirava a perfeição, e isso me intrigava.
Não demoramos muito naquele momento e como tínhamos outros afazeres a deixei e fui para minha sala. Lá chegando peguei uma calculadora e comecei a fazer cálculos para ver, só por curiosidade como estava o consumo de energia. Quando finalizei avaliei tudo e percebi uma discrepância. Poderia não ser nada, então fui verificar.
Aquela semana teríamos um ferido na quarta quebrando a semana, então avisei meu chefe que trabalharia na quarta normalmente, pois tinha algumas pendencias e queria finaliza-las.
Na quarta cheguei cedo, e como somente eu estava trabalhando não teria nada para tirar minha atenção, então sabia que conseguiria agilizar tudo. Ledo engano, por volta das dez horas meu celular toca, olhei e era Karen me ligando. Eu tinha avisa a ela que estaria trabalhando, e que seria o dia todo, uma forma de continuar longe dela o máximo possível.
- Oi amor, disse eu, mas na verdade isso queria tê-la chamado de Karen.
- André estou aqui na porta do condomínio e não estão me deixando entrar. Disseram que estou desautorizada por ordem sua, o que esta acontecendo, posso saber. Ela parecia esta visivelmente irritada.
Realmente em minha conversa com o administrador, tinha pedido a ele para não deixar ninguém entrar para ir até minha casa.
- Karen, sim eu pedi para o administrador não permitir a entrada de ninguém, muito menos você.
- Mas eu? O que esta acontecendo André. Porque não posso entrar em nossa casa.
Percebia a irritação dela aumentando pelo tom de sua voz.
- É que estou fazendo um projeto em nossa casa, algo que que será uma surpresa que planejei para você.
Ela começava a se acalmar um pouco, e aparecia um ar de curiosidade em sua voz.
- Mas eu queria entrar para arrumar algumas coisas. Espera um pouco, que projeto? Que surpresa é essa amor?
- Se eu te disser, ou você entrar para ver, não será mais surpresa. Então te peço paciência e aceite, após o casamento você vai saber.
Ela parecia ainda mais curiosa.
- Poxa, você sabe que sou curiosa, sabe vem como fico.
- Sim, eu sei, então te peço para apenas confiar em mim, você vai gostar.
Nesse momento, percebo meu celular vibrando, olho e vejo que era uma mensagem chegando.
- Karen, amor, agora vou ter que desligar, a gente conversa depois, no fim de semana, pode ser, agora estou com muita coisa para fazer.
- Tá bom, mas guarda um pouco de energia para mim, beijos.
- Pode deixar, vou cuidar disso.
Desligando fui olhar as mensagens, e para falar a verdade não fiquei nada surpreso quando vi quem estava me enviando mensagens. Já fazia um tempo que não recebia nada daquele número.
Era um texto rápido e umas fotos, “Ela esta na porta de sua casa e não esta sozinha”, “Segue foto conforme você me pediu”. Abri as fotos, reconheci o portão, além de duas pessoas, eram Karen e Marcos, na portaria de acesso para o condomínio. Karen parecia andar de um lado para o outro, falando ao celular. Deduzi que era no momento que falava comigo.
ESSE TEXTO SE TRATA DE UMA FICÇÃO, QUALQUER SEMELHANÇA COM NOMES, SITUAÇÕES OU LOCAIS É MERAMENTE COINCIDIDENCIA.
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